Sessão 2

Capítulo 36 — Presos

 

 Perspectiva do Kondo 

Uwaaar.

Era quase meio-dia quando acordei.

Parece que vou faltar à aula hoje. Bom, paciência. Já tenho convites de universidades, perder um dia não muda nada.

Tá na hora de me livrar dessa mulher. Mas ela é divertida o suficiente pra eu mantê-la por mais um tempo.

Tem garotas, tipo a Brinquedinha nº1 do ensino fundamental, que era ainda mais pegajosa. Mesmo depois de eu terminar com ela, ela me seguiu até o colégio. Quase virou uma stalker. Mas quando eu a tratei bem e dei uma esperança, ela passou a vir sempre que eu chamava. Então, guardei ela também por um tempo.

Um rei merece vários tipos de mulher, não merece?

Falando nisso, esse tal de Aono parece ter se afeiçoado à Ichijou Ai. Isso me irrita. Ele é uma pedrinha no caminho do rei. Vou espancá-lo mais um pouco e expulsá-lo da escola o quanto antes. Takayanagi e os outros podem falar o que quiserem, mas eu dou um jeito como sempre dou.

Ele foi dispensado pela Miyuki — quem vem depois? Se a Ichijou também o largar, o Aono nunca mais se recupera. Não seria um cenário ruim. A ídolo da escola poderia ser minha.

“Senpai, eu te amo. Eu sempre vou estar com você.”

Miyuki murmurou dormindo, sorrindo ao meu lado. Acariciei sua cabeça.

Quando fiz isso, o sorriso dela ficou ainda mais largo.

Dizem que ela é popular por causa daquela imagem ingênua. Se for verdade, talvez seja divertido destruí-la. Quem sabe eu não a maquio de um jeito ousado e a deixo totalmente do meu gosto. Aí eu posso arruinar as fantasias românticas de todos os garotos que gostam dela. Ela pode não gostar, mas quando eu a fizer totalmente dependente de mim, controlo tudo ameaçando terminar.

E aí, quando ninguém mais tiver do lado dela, eu a abandono. Isso é o melhor.

Com um fogo negro queimando dentro de mim, abracei essa garota boba.

 

****

 

Mais tarde

“Faltamos, né?”

Passava do meio-dia quando saímos do hotel. Apesar do comportamento de aluna exemplar, Miyuki parecia um pouco culpada.

“Você tá bem? Ficou a noite inteira fora.”

“Eu tô. Falei pros meus pais que fiquei na casa de uma amiga.”

Algo nos olhos dela me deixou inquieto.

“Bom, se você diz. A aula já tá quase acabando. Vamos pra casa.”

A frustração de ontem tinha diminuído depois de faltar um dia.

Afinal, brincar com mulheres é o melhor antídoto contra o estresse.

Quando saímos do hotel, um carro fechou na nossa frente de repente.

Era uma viatura.

“O que!?”

Miyuki gritou instintivamente.

Fiquei petrificado, sem entender o que acontecia.

A janela do carro desceu devagar, revelando um policial jovem com um sorriso frio. A boca curvava, mas os olhos eram duros, inquisitivos.

“Boa tarde. Recebemos uma denúncia de que dois estudantes do ensino médio estão hospedados num hotel que não aceita menores. Conhecem a legislação sobre o Distrito de Entretenimento? Este estabelecimento é proibido para menores de 18 anos. Podem mostrar um documento de identidade?”

Ficamos paralisados de medo. Miyuki tremeu, o rosto pálido.

“O que a gente faz? Vamos ser presos?” ela sussurrou, a voz trêmula.

A frase dela só aumentou meu pânico.

Quem chamou a polícia? Nem estávamos de uniforme. De roupa civil, parecemos universitários. Alguém que nos reconheceu... isso tinha que ser.

Quem armou isso pra mim?

O que eu faço? Se não agir, vão nos levar. Minha reputação é destruída. Não posso permitir.

Só me resta uma opção.

Tenho que correr.

Mas a Miyuki vai me atrasar. Devo deixá-la para trás?

Se a levo comigo, os policiais pegam a gente do mesmo jeito. E agora?

“Ei, o que tá esperando? Não tá respondendo? Vocês são do ensino médio?”

Dois oficiais saíram do carro e vieram até nós. Era minha única chance.

“Corre, Miyuki!”

Disparei em direção à estação, deixando Miyuki para trás. Um dos policiais a agarrou na hora, enquanto o outro correu atrás de mim.

Droga, como isso aconteceu? Eu—

Meu pé bateu em algo e eu caí com força. A dor explodiu.

O policial jovem se aproximou e me agarrou.

“Droga, me solta! Me solta!” me contorcia no chão em desespero.

 

 Perspectiva de quem ligou 

Observei a cena toda de uma barraca de hambúrguer ali perto.

Ver o Kondo estatelado no chão, parecendo um inseto patético, valeu a espera. Faltar à aula só pra ver isso foi completamente justificável.

Agora os dois estão sendo detidos. Mas isso não é suficiente.

Pelo que li online, a polícia normalmente não notifica a escola quando um menor é preso. Mas em casos especiais, quando os pais não são localizáveis, eles podem avisar a escola.

Minha vingança não estará completa se a escola não ouvir sobre isso.

É aí que entram as fotos. As que provam tudo. A imagem deles entrando no hotel ontem é minha carta na manga.

E agora, essa cena se desdobrando diante de mim — a visão do Kondo se contorcendo enquanto os oficiais o dominam — eu capturei tudo com meu celular.

“Agora é sua vez. Vamos ver como você lida com isso, ‘rei’ do time de futebol.”

 

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