Sessão 2

Capítulo 34 — A Verdade sobre quem Ligou

 

 

 Perspectiva de ??  

Deixe-me contar uma história antiga.

Sempre fui uma pessoa fraca.

Mas eu tive uma amiga de infância — uma garota brilhante e bonita. Fomos inseparáveis desde o jardim de infância. Ela foi meu primeiro beijo, minha primeira paixão e, ao crescermos, meu primeiro amor.

O ensino fundamental foi a época mais feliz da minha vida.

Eu acreditava que tinha tudo. Um relacionamento com ela, a garota que sempre esteve ao meu lado. Tínhamos planejado nos casar um dia, eu tinha certeza disso.

Seríamos apenas nós dois, juntos para sempre.

Mas tudo se despedaçou no verão do nosso primeiro ano do fundamental. Pelas mãos daquele repugnante Kondo, do time de futebol.

Kondo, famoso pelo charme e pela manipulação, enfiou-se no coração dela, explorando inseguranças que eu nem sabia que ela tinha.

Aquele nerd é repugnante, ela disse a ele, como ouvi depois.

É a maior vergonha da minha vida que ele tenha sido meu namorado.

Kondo se deleitava com as palavras dela, satisfeito com a destruição que causava. Ele tinha o hábito vil de partir a vida das pessoas em pedaços.

Um dia eu a flagrei com ele. Quando a confrontei, tremendo e desesperado, ela me lançou um olhar frio e indiferente.

“Não atrapalhe a minha felicidade. Por favor, me deixe em paz.”

Aquela garota gentil que eu conhecia tinha sumido, substituída por alguém que me considerava nada além de sujeira. Ela se agarrou no braço do Kondo como se ele fosse sua tábua de salvação.

“Por quê? Por quê? Você prometeu que nos casaríamos!”

Implorei, a voz se quebrando enquanto meu orgulho se reduzida a pó.

Ela não hesitou em me esmagar por completo.

“Você não entende? Eu estou apaixonada pelo Kondo-kun agora! Eu o amo, não a você. Então, para de me incomodar. Eu vou ser feliz com ele.”

Aquele foi o momento em que meu mundo desabou. Meus valores, minha confiança, meu amor-próprio — tudo obliterado.

Parei de ir à escola, paralisado pela vergonha e pela traição, incapaz de enfrentar ninguém. Dois anos da minha vida desapareceram na névoa do isolamento.

Só graças à persistência dos meus professores consegui me reerguer, e acabei ingressando num colégio prestigiado. Mas Kondo e minha antiga amiga de infância também foram para lá.

Diziam que ela foi descartada pelo Kondo logo depois; sua afeição não fora correspondida. Eu os evitava, fingindo que não existiam.

Eu não tinha amigos, nem objetivos, nem confiança nas pessoas. Minha vida parecia uma concha vazia.

Então, um ano atrás, durante as férias de verão, tudo mudou.

Conheci meu herói: Aono Eiji.

Ele não era como os outros. Apesar da minha natureza reclusa, ele puxou conversa quando nos tornamos colegas de carteira depois de uma mudança de assentos.

“Ei, você está sempre lendo livros, né? Eu faço parte do Clube de Literatura, então fiquei curioso — o que você recomenda?”

O interesse genuíno dele me desarmou. Não passamos a sair juntos nem nos tornamos melhores amigos de imediato, mas sua pequena gentileza trouxe cor de volta ao meu mundo sépia.

Por meio dele, comecei a falar com outros, a me reconectar com a vida. Comecei a sorrir de novo.

Mesmo depois de sermos separados de turma, lembrei-me da bondade dele. Queria retribuir um dia.

Então começaram os boatos.

Diziam que Aono Eiji havia agredido a Amada. Diziam que ele era violento, pouco confiável e perigoso.

Eu não acreditei nem por um segundo. Eiji não era capaz de algo tão cruel. Mas a escola lhe virou as costas, isolando-o do mesmo jeito que fizeram comigo.

Eu comecei a investigar. E por trás de tudo, encontrei a sombra familiar do Kondo.

“Kondo. Você de novo!!!”

Ele estava envenenando vidas outra vez, destruindo pessoas boas como Eiji do mesmo jeito que destruiu a minha. A fúria me consumiu.

Precisava de provas — algo inegável. Ontem, vi o Kondo entrando na casa da Amada. Mas aquilo não bastava.

Hoje o segui até Tóquio, ficando nas sombras. Foi então que vi: Kondo e Amada entrando num love hotel.

Minhas mãos tremiam enquanto fotografava com o celular. Era aquilo. Prova. Um casal de colégio entrando num lugar onde não deveriam estar.

Peguei o telefone e disquei para a polícia.

“Alô, é da polícia? Gostaria de fazer uma denúncia. Parece haver um casal de ensino médio num love hotel. Isso não é ilegal? A localização é…”

Desliguei e olhei as fotos de novo. Aquilo acabaria com o reinado do Kondo. Imprimiria as provas e as entregaria à escola — garantiria sua expulsão.

Meu herói, Aono Eiji, não merecia ser tratado assim. E Kondo não merecia continuar destruindo vidas.

Esta é a minha vingança. Minha justiça. Pelo Eiji, por mim e por todos que o Kondo feriu.

 

Apoie a Novel Mania

Chega de anúncios irritantes, agora a Novel Mania será mantida exclusivamente pelos leitores, ou seja, sem anúncios ou assinaturas pagas. Para continuarmos online e sem interrupções, precisamos do seu apoio! Sua contribuição nos ajuda a manter a qualidade e incentivar a equipe a continuar trazendos mais conteúdos.

Novas traduções

Novels originais

Experiência sem anúncios

Doar agora