Sessão 2
Capítulo 31 — Felicidade para os Traidores? E a Mãe se Prepara para a Batalha
— Perspectiva da Miyuki —
Senpai me chamou, então me vesti às pressas e saí de casa.
Como o encontro seria no distrito de entretenimento, sair de uniforme escolar chamaria imediatamente a atenção da polícia.
Para evitar isso, tentei me vestir de forma mais madura possível.
Hoje, usei um vestido azul-marinho elegante — o mesmo estilo que o Senpai um dia me ensinou a escolher.
Afinal, meu gosto havia sido moldado por ele.
Na escola, eu desempenhava o papel de vice-representante de classe séria e exemplar, mas no fundo eu era esperta. Adorava sair escondida à noite, me divertir pela cidade sem ser pega pela polícia.
“Ei, Miyuki. Onde você vai? Já está escurecendo. Não é seguro uma garota sair sozinha.”
Meus encontros secretos com o Senpai normalmente aconteciam quando minha mãe estava de plantão noturno — mas hoje não era o caso.
Eu queria manter tudo em segredo e me divertir o quanto pudesse, mas dessa vez, a sorte não estava do meu lado.
Em circunstâncias normais, eu poderia ter recusado o convite do Senpai por causa da minha mãe. Mas com tudo o que estava acontecendo com o Eiji, eu só queria esquecer tudo nos braços do Senpai, nem que fosse por um momento.
“Desculpe. Alguém muito importante pra mim me chamou.”
“Miyuki, tem algo errado com você. Você anda estranha há dias. É por causa do Eiji-kun?”
No instante em que minha mãe mencionou o nome dele, senti como se todo o sangue tivesse fugido do meu corpo.
“Eiji não tem nada a ver com isso!”
Assustei até a mim mesma por gritar com ela. Minha mãe parecia prestes a chorar.
“O que há com você? Por que está gritando assim de repente?”
“Me deixa em paz! Já sou uma estudante do ensino médio, então para de se meter tanto!”
Afastei seus braços e saí pela porta da frente com toda a força que tinha. Quase fugindo de casa, corri até a estação e peguei o trem para encontrar Kondo-senpai.
****
“Kondo-senpai!”
Corri até o restaurante de fast food perto da estação, onde havíamos combinado de nos encontrar. Kondo-senpai já estava lá, vestindo um agasalho esportivo comum depois do treino. Não era o uniforme da escola dele, e sua estrutura grande o fazia parecer um universitário. Provavelmente tinha guardado a mochila num armário de moedas.
Jamais leve bolsas, uniformes ou roupas com o nome da escola para o Distrito de Entretenimento.
“Oh, você chegou cedo”, disse Kondo-senpai.
Ele parecia já ter terminado o cheeseburger e as batatas fritas. Que bom — pelo menos não o fiz esperar demais.
“Obrigada por esperar.”
“Então, o que quer fazer agora? Vamos no fliperama.”
Eu sempre tive medo de entrar em um fliperama num lugar como aquele, mas com o Senpai ao meu lado, eu me sentia segura. Essa sensação de proteção era o que o diferenciava do Eiji.
“O que foi?”, perguntou Kondo-senpai com um sorriso de quem já sabia a resposta.
Encorajada pela sua gentileza, respondi:
“Não quero voltar pra casa hoje.”
Kondo-senpai assentiu, com um sorriso satisfeito no rosto.
— Perspectiva da Mãe do Eiji —
Eu faria qualquer coisa pelo Eiji. Assim que tomei essa decisão, o telefone tocou. Era alguém em quem eu confiava.
“Faz tempo, Minami-san.”
[Li sua mensagem. É verdade? O Eiji-kun está sofrendo bullying na escola?]
Minami-san tinha sido um aliado do meu falecido marido. Apesar da diferença de idade, nós confiávamos um no outro como velhos amigos. Pela voz no telefone, ele ainda soava tão cheio de energia quanto sempre, mesmo já passando dos 70.
Depois que meu marido faleceu, ele assumiu o papel de ajudar a cuidar dos meus filhos — quase como um avô para eles. Eu tinha certeza de que poderia contar com ele.
“Parece que sim. O diretor e o professor responsável pela turma do Eiji virão amanhã, durante o almoço, para discutir o assunto.”
[Inacreditável. Como alguém pode intimidar um garoto tão gentil quanto o Eiji-kun? Conheço o diretor da escola dele — já nos encontramos várias vezes. É um educador excelente, tenho certeza de que ele vai ajudar. Como está o Eiji? Ele deve estar sofrendo muito. Eu não posso perdoar quem fez isso. Se houver algo que eu possa fazer, por favor, me avise.]
“Obrigada. É um alívio ouvir isso.”
As palavras dele me fizeram encher os olhos de lágrimas.
[Desde meu tempo como prefeito, ainda mantenho laços fortes com o superintendente do condado e com o comissário de educação. Eles nos apoiarão. Seu falecido marido, Mamoru, foi um dos cidadãos mais respeitados desta cidade. Vou proteger o Eiji-kun — o legado dele — com tudo o que tenho.]
As palavras do ex-prefeito me devolveram a força que eu precisava.
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