Sessão 2
Capítulo 30 — Mãe e Filho
Falei com um tom trêmulo, e as palavras que saíram da minha boca doeram. Meu peito revirou de arrependimento — eu sabia que não deveria ter dito aquilo. Eu tinha causado dor à minha mãe, e o peso disso apertava meus ombros.
Ao ouvir minha confissão, minha mãe parou subitamente o que estava fazendo e me olhou com um ar de confusão, como se não conseguisse entender o que acabara de acontecer.
“Bullying?”
“Sim. Me desculpe.”
Senti uma profunda pena por ela. Devia ser um choque descobrir que o filho pelo qual ela tanto trabalhou estava passando por um momento tão difícil.
Tudo o que eu conseguia dizer era “desculpe”. Senti tanto vergonha e humilhação que fiquei à beira das lágrimas.
“Por que? Por que você está se desculpando? Eiji é quem está sendo intimidado, não é?”
Minha mãe perguntou, a voz trêmula.
“Sim. Desculpe.”
As mesmas palavras saíam repetidas vezes. Eu me odiava por ser tão ridículo. Queria desaparecer.
Fechei os olhos, frustrado, e, de repente, senti um calor envolvendo meu corpo.
“Você não precisa pedir desculpas. Na verdade, obrigada. Obrigada por me contar. Imagino que deve ter sido difícil e doloroso. Sinto muito por não ter percebido, mesmo sendo sua mãe.”
Ela me abraçou forte e falou baixinho.
“Sinto muito. Me desculpe mesmo.”
“Está tudo bem. Está tudo bem. Você é quem mais sofre. Então não se culpe mais. Obrigada por me contar o que eu precisava saber. Tenho muito orgulho de você.”
Chorei e me agarrei à minha mãe, sentindo-me criança de novo.
“Está tudo bem. Vamos passar por isso juntos. Nos momentos de dor, os pais estão aqui por você. Eu vou proteger você, como seu pai faria.”
Naquele instante, senti a presença do meu pai falecido.
****
Contei à minha mãe sobre o bullying que sofria.
Expliquei como me tornei isolado na escola por causa do problema com a Miyuki, como boatos falsos se espalharam nas redes sociais, como essas fofocas resultaram em rabiscos difamatórios na minha carteira, no desprezo dos amigos e em quase me forçar a abandonar as atividades do clube.
O rosto da minha mãe ficou mais zangado do que eu jamais tinha visto. Eu a vi tremer de raiva.
Mas quando eu falei com firmeza sobre as pessoas que haviam me apoiado, sua expressão amoleceu um pouco.
Ai Ichijou foi a primeira a me entender.
Satoshi veio até mim, desculpando-se com uma reverência por não ter percebido antes e por não ter me protegido.
Takayanagi-sensei, meu professor titular, mostrou um apoio incrível e agiu rapidamente para lidar com a situação.
O diretor, o vice-diretor e o Iwai-sensei trabalharam juntos para garantir que eu não fosse prejudicado.
Mitsui-sensei me deu coragem para enfrentar tudo isso.
“Bom. Você tem aliados fortes do seu lado.”
Minha mãe assentiu, aliviada de verdade.
Também contei que o diretor e o Takayanagi-sensei queriam conversar sobre o meu futuro, e ela me tranquilizou:
“Vou falar com eles agora mesmo.”
“Sim, vou marcar a reunião para o horário de almoço de amanhã.”
Saí do cômodo e avisei à minha mãe que eu ligaria para o Takayanagi-sensei.
****
“Eu disse pra você ser razoável, Miyuki, mas você ultrapassou um limite que não devia. Não vou tolerar isso. Vou fazer tudo o que puder para proteger o Eiji. Não me importo mais com o que acontecer com você.”
Na solidão do seu quarto, ela declarou guerra à amiga de infância do Eiji — a garota que um dia chegara a amar como filha.
Traduzido por Moonlight Valley
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