Sessão 1

Capítulo 13 — Ex Naromada Vs. Mãe do Eiji

 

 

Ela sorriu como de costume, mas seus olhos não sorriam.

Percebi imediatamente o que a mãe do Eiji sentia por mim.

Pura raiva e decepção. Mas por que isso estava sendo direcionado a mim?

Não é possível... será que o Eiji contou a ela?

“Olá, tia.”

Retribuí o cumprimento o melhor que pude.

Espero que tenha sido apenas imaginação minha. Tremendo por dentro, forcei um sorriso tenso.

“Olá. Posso ajudar em algo?”

Estremeci diante do olhar frio da mulher que normalmente me recebia com um sorriso gentil.

Geralmente, quando me via, ela dizia: “É pelo Eiji, não é? Já vou chamá-lo.”

“Ah, o Eiji está...?”

“Ele está lá dentro. O que você quer com ele?”

Recebi uma resposta fria em questão de segundos.

“Eu...”

O tom gelado dela me fez hesitar.

“Desculpe. Acho que não devo me envolver no relacionamento de vocês, já que sou mãe.”

Não consegui conter as lágrimas ao ver aquela mulher demonstrar um distanciamento tão impessoal.

“O que quer dizer com isso?”

“Pergunte a si mesma. Na verdade, descobri que você estava tendo um caso antes mesmo de o Eiji saber.”

Aquelas palavras cortantes fizeram meu coração disparar.

Tendo um caso... antes de o Eiji descobrir? O que... o que ela quis dizer?

“…”

Senti como se o sangue estivesse sendo drenado do meu corpo.

“Na verdade, quando eu tomava chá num encontro do comércio local, vi você de mãos dadas com um homem que não era o Eiji.”

“…”

Gritei por dentro. Não. Minha tia sempre foi boa comigo. Sempre foi gentil e cuidava de mim mais do que cuidava do próprio Eiji. Por isso eu...

“É claro que, enquanto vocês não são casados, estão legalmente livres para se apaixonar. Afinal, são apenas estudantes do ensino médio, então é normal que se machuquem. As pessoas se machucam, e as coisas acontecem. Achei que o Eiji só estava calado porque não queria me preocupar. Foi o que pensei. É uma pena, mas parece que vocês dois decidiram se separar por vontade própria.”

Suando frio, tentei dizer alguma coisa, mas nenhuma palavra saiu da minha boca.

“Percebi que algo estava errado no dia do aniversário dele. Ele disse que ia sair com você e foi embora. Quando voltou, estava com uma expressão desesperada e se trancou no quarto por alguns dias. Foi aí que percebi. Descobri que você o havia traído.”

Eu sabia muito bem que nenhuma desculpa seria aceita por uma mulher mais velha e experiente do que eu.

Abri a boca e deixei escapar um som sufocado, impossível de colocar em palavras.

“Não, não é isso…”

“Imagino que tenha algo a dizer. Mas eu não tenho obrigação nem vontade de ouvir. Não quero passar a te odiar ainda mais, então, por favor, pare de inventar desculpas ridículas.”

Senti como se estivesse sendo lentamente estrangulada.

Estava sendo encurralada, pouco a pouco.

“Me desculpe.”

Foi tudo o que consegui dizer, olhando para baixo para conter as lágrimas.

“Não quero ouvir suas desculpas. Eu te conheço há mais de dez anos, então vou te dar um último conselho. O amor é livre, mas ninguém tem o direito de brincar ou pisar nos sentimentos sinceros de outra pessoa. Pode não ser um crime, mas acredito que é algo ainda mais grave. A partir de agora, aja com bom senso.”

“...Por favor, posso ver o Eiji?”

Ela respondeu com a voz carregada de raiva.

“Não quero. Que tipo de mãe permitiria que uma mulher infiel pisasse nos sentimentos do seu precioso filho? Eu não sou tão boazinha assim. Acho que, no fim, é algo que o Eiji precisa decidir. Mas, pelo menos, gostaria de pedir que não apareça mais diante de mim. Você não é digna do meu filho.”

Aquela rejeição me despedaçou por dentro.

De certo modo, ela me tratava como uma filha.

Seu falecido marido também. E o irmão mais velho...

Pessoas que me tratavam como família estavam agora me dizendo para nunca mais voltar.

Essas palavras de rejeição fizeram algo precioso dentro de mim desmoronar.

Como um brinquedo quebrado, eu desabei na calçada.

“Não... não... não...”

Chorava como uma criança, e a mulher veio dar o golpe final.

“Desculpe. Aqui é a frente da loja. Se você ficar chorando, vai atrapalhar o movimento. Por favor, saia do caminho.”

Quando ela fechou a cortina no fim do expediente, lançou-me um rápido olhar e disse: “Adeus, Miyuki.Deixando claro que eu não poderia mais voltar.

Normalmente, ela diria: “Até logo.”

Mas eu não consegui me mover.

E tampouco consegui parar de chorar.

 

 

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