Sessão 1
Capítulo 10 — Casa da Família e Reunião de Contramedidas
Mamãe apressadamente limpou a sala de descanso e nos cumprimentou.
Mesmo sendo chamada de sala de descanso, ela tem um tamanho decente.
É uma sala de tatame com uma grande mesa e uma TV. Hoje em dia, também há Wi-Fi gratuito para os clientes, então dá para assistir filmes no celular.
Como minha mãe adora novidades, este lugar é bem acolhedor: aceita pagamento eletrônico, toca música de fundo pela Alaxa e dá pra assistir Natflix e YouTabe na TV da sala de descanso.
[Almeranto: O nome que os cara coloca kkkkkkk.]
Alguém já perguntou: “Por que uma sala de estilo japonês? Este é um restaurante ocidental, então por que não uma sala de estilo ocidental?” Bem, é porque descansar em um tatame é mais confortável e dormir é mais fácil.
Achei essa sala um pouco sem graça porque era um pouco barulhenta, mas como era o único espaço privado do restaurante, era o melhor lugar para conversar com Ichijou-san. Honestamente, talvez eu acabasse dizendo coisas que não queria que minha mãe ou meu irmão ouvissem.
“Fique à vontade, Ai-chan.”
Fiquei um pouco surpreso ao ver mamãe chamando Ichijou-san pelo primeiro nome com tanta naturalidade, mas me senti aliviado quando ela logo voltou ao trabalho.
Ficamos sozinhos com o cardápio e bebidas geladas.
“Só de olhar para os hambúrgueres e o omelete de arroz eu já fico feliz. Senpai, tem alguma recomendação?”
“Ah, então este almoço especial seria ótimo. O prato principal é o omelete de arroz que eu recomendo, e vem com um mini-hambúrguer e um pouco de napolitana.”
Esse é o almoço especial que meu pai criou. É um menu “all-star” com três dos pratos mais populares dele. O omelete e o hambúrguer com molho demi-glace especial deixado de um dia para o outro. A napolitana original, com mais molho de tomate e salsicha. Ambos servidos com salada e sopa — basicamente, o que os clientes pedem no almoço.
“Uau!”
Senti um leve alívio ao ver os olhos de Ichijou-san brilharem. Essa garota simplesmente não parecia uma colegial, ou melhor, eu não a via como alguém apropriada para a idade dela.
Fiz o pedido com minha mãe e voltei ao assento. Ficar sozinho com uma garota tão bonita me deixava meio tonto, então usei o pedido como desculpa.
“Desculpe. Parece demais convidar uma colegial para isso.”
“Não, na verdade é revigorante. Nem a casa dos meus pais nem meu apartamento têm uma sala de estilo japonês. É meio agradável sentar num tatame.”
Ela é mesmo uma garota refinada.
“Fico feliz em ouvir isso. Esta é a sala de descanso da minha mãe e do meu irmão, onde eles tiram duas horas de pausa depois do almoço, antes do horário da noite.”
“Por isso é tão aconchegante. Eu nunca tive a experiência de visitar a casa de alguém, então é algo novo pra mim.”
“Pra mim é meio constrangedor, na verdade. Porque há cores demais nessa casa — como os livros de culinária do meu irmão e a TV que só serve pra minha mãe assistir aos dramas estrangeiros favoritos dela.”
“Foi uma bênção. Eu tenho inveja das cores da sua família refletidas neste lar.”
Pelas palavras dela, parecia que Ichijou-san tinha um histórico familiar complicado. O termo “lar” não é algo que estudantes do ensino médio costumem usar. Talvez ela morasse sozinha, longe dos pais. Se fosse uma escola particular com muitas atividades extracurriculares, isso seria comum, mas a nossa é uma escola pública. Deve haver um motivo. Mas eu não ousei perguntar.
Porque ela também não tentou me conhecer melhor. Houve muitas oportunidades para ela me fazer perguntas durante nossa caminhada da escola até aqui, mas ela agiu como se não se importasse.
Tenho que ser um cavalheiro, alguém gentil, que não force perguntas que a outra pessoa não quer responder.
Após dez minutos de conversa, a comida chegou. Como era o prato mais popular, foi servido rapidamente.
“Aqui está, um almoço especial para a Ai-chan. Como a Ai-chan é uma cliente especial, oferecemos chá ou café depois do almoço — escolha o que preferir.”
A sopa de hoje era de porco. As sopas mudam diariamente — às vezes é de milho, consomê ou ovo. Ela teve sorte, porque a sopa de porco é uma das mais populares.
“Eu gostaria de chá, por favor.”
A maioria dos clientes escolhe café. Mas…
“Oh, Ai-chan, você é do tipo que prefere chá. Que bom. Na verdade, eu também sou.”
Minha mãe é uma pessoa do chá. Então, quando um cliente escolhe chá, o humor dela melhora na hora. É tão óbvio.
Mamãe deixou casualmente e sem dizer nada o “almoço B” que eu tinha pedido. Uma diferença e tanto. A propósito, o “almoço B” é um conjunto com curry de carne bovina e croquetes com um recheio especial. O ingrediente secreto do curry, claro, é o molho demi-glace.
“Então aproveitem. Eu trago o chá quando terminarem.”
Quando mamãe voltou ao trabalho, Ichijou-san olhou para mim. Pelo jeito que me olhava, dava pra ver — ela estava dizendo que não aguentava mais esperar pra comer.
Assenti como se desse um sinal. Ela felizmente disse “Itadakimasu” antes de começar a comer.
Assim que deu a primeira mordida no omelete, a palavra “delicioso” escapou involuntariamente de seus lábios. Ela parecia tão feliz que era difícil acreditar que era a mesma garota que há pouco havia tentado morrer.
Seu rosto parecia o de uma deusa. Senti uma pequena gratidão ao destino por tê-la conhecido.
— Ponto de vista de Takayanagi —
Foi decidido repentinamente realizar uma reunião para discutir o caso de Aono. Nós três — eu, o coordenador de alunos e a professora Mitsui — nos reunimos na sala de conferências. O diretor e o vice-diretor chegaram depois.
“Desculpem, me atrasei um pouco.”
O diretor tomou seu assento e balançou o enorme corpo. Como o vice-diretor ao lado era bem magro, o contraste chamava ainda mais atenção. Já tinha ouvido que o diretor fora um famoso jogador de rúgbi na época de escola, e isso explicava perfeitamente seu porte físico. O vice-diretor já havia repassado as informações básicas ao coordenador e ao diretor, então todos ali estavam cientes da situação.
O diretor falou assim que se sentou:
“Antes de tudo, Takayanagi-sensei, obrigado por me avisar tão rapidamente. Uma situação dessas é perigosa e pode piorar se não for tratada de imediato. E nada é mais importante do que lidar com as informações negativas que já se espalharam.”
O diretor inclinou a cabeça, ofegante, mas com sinceridade.
“Não, eu acho que talvez tenha falhado em acompanhar melhor minha turma.”
Pra ser honesto, só me restava refletir. Talvez eu devesse ter criado um ambiente onde alunos como Aono-kun se sentissem mais à vontade para pedir ajuda. Deveria ter previsto o risco de problemas durante as férias de verão e ter acompanhado com mais atenção.
“Como professor, é natural ter pontos para refletir. Mas acredito que Takayanagi-sensei fez tudo o que pôde. Pelo menos, outros professores talvez não tivessem compartilhado as informações tão rápido. Normalmente, as pessoas se preocupam tanto com a reputação que tentam resolver tudo sozinhas ou esconder o problema.”
Iwai-sensei, o coordenador, me defendeu. Fiquei muito grato.
“Iwai-sensei tem razão. Por agora, vamos nos concentrar mais no presente e no futuro do que no passado. Vocês sabem algo sobre Aono-kun, que saiu mais cedo da escola? Ele chegou em casa em segurança?”
O diretor me perguntou. Mitsui-sensei respondeu por mim.
“Takayanagi-sensei entrevistou alguns alunos sobre o caso, e eu entrei em contato com os pais de Aono-kun.”
Mitsui-sensei ligou para os pais de Aono-kun. Esse apoio foi realmente valioso. Assim, pude focar nas entrevistas com os alunos pelo resto do dia.
“E então?”
“Sim. Em casos assim, a maioria dos alunos não quer que os pais saibam sobre o bullying, então perguntei se Aono-kun estava bem, já que tinha ido embora dizendo que não se sentia bem. A mãe dele atendeu e disse que ele estava bem e já havia chegado em casa.”
Ao ouvir isso, o diretor e o vice-diretor pareceram um pouco aliviados. Afinal, já pensavam no que fariam se algo pior acontecesse.
“Que bom saber. Agora, vou expor a política básica que discutimos para o futuro, eu e o vice-diretor. Primeiro, precisamos pensar no Aono-kun. O problema não será resolvido se ele decidir não voltar mais à escola ou desistir dos estudos. Devemos estar sempre ao lado dele!”
Traduzido por Moonlight Valley
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