Sessão 1

Capítulo 09 — Kitchen Aono e a Ira do Professoro Responsável

 

Conseguimos sair da escola e caminhamos até minha casa, que ficava a dez minutos a pé.

Perto da escola, fizemos uma pequena pausa para recuperar o fôlego.

“Hah... hah... hah... Você tá bem?”

“Sim. Como pode ver, é difícil acompanhar um homem correndo em velocidade máxima.”

Ela soltou lentamente a mão que estava segurando.

“É incrível que você aguente meu ritmo.”

Ela é inteligente e atlética, como dizem. Ouvi que vários clubes já a convidaram para entrar, mas ela recusou todos. Às vezes pede para participar de treino, então seria um grande trunfo para qualquer time.

“Não, mas obrigada por dizer isso.”

Nossos uniformes estavam secando ao sol. Isso era bom.

A seguir, ajeitamos sem perceber o cabelo bagunçado um do outro.

“Então vamos.”

“Mas, senpai. Você está me provocando um pouco demais… Ou você é péssimo explicando as coisas, ou tá fazendo de propósito. Não sei.”

Ela inflou levemente as bochechas e reclamou.

“Talvez a primeira.”

Mentira. Se eu escolhesse a segunda, ela interpretaria errado.

“Mentiroso.”

Claro que ela não acreditou.

No caminho, rimos e brincamos.

Depois de tanto riso, chegamos ao nosso destino. Conversamos como velhos conhecidos. Talvez fosse porque tínhamos atravessado a linha da morte juntos.

Kitchen Aono.

A casa dos meus pais e um restaurante estilo ocidental.

Meu pai era chef. Ele treinou em um hotel famoso e juntou dinheiro suficiente para abrir seu próprio restaurante na região. Ele se apaixonou pela minha mãe, que trabalhava na recepção do hotel, e abriram o restaurante juntos.

Meu pai preferia cozinhar pratos caseiros em vez de pratos formais, e os pratos do restaurante são simples, como “omurice”, hambúrgueres e ensopado de carne.

Antes de morrer por doença, ele passou a receita secreta para meu irmão, que se formou em escola culinária e agora administra o restaurante. Minha mãe o ajuda como caixa e garçonete.

“Cheguei.”

Ainda não eram 12 horas, então o restaurante não estava cheio. É uma área de escritórios, então costuma lotar ao meio-dia.

“Ah, bem-vindo de volta. Você voltou cedo.”

Minha mãe me recebeu com um olhar surpreso. Chamam-na de “poster girl” porque, apesar da idade, ela ainda parece jovem. Parece ter vinte e poucos anos, cerca de metade da idade real. Trabalha como garçonete, por isso usa cabelo curto e maquiagem leve.

“Ei, bem-vindo de volta.”

Ouvi a voz do meu irmão vindo do fundo da cozinha.

“Saí cedo porque não estava me sentindo bem. Aí um dos meus juniores também saiu cedo, então a convidei pra almoçar.”

“Ah é? Fugiu da aula? Você também começou a fazer isso. Tudo bem. Vai encher logo, então use o descanso lá atrás. Não costuma trazer amigos, então eu te pago uma bebida.”

Talvez minha mãe tenha entendido bem a história. Eu andava meio mal nos últimos dias, então acho que ela acreditou.

“Ichijou-san. Fique à vontade.”

Chamei minha júnior que esperava do lado de fora. Ela entrou, um pouco nervosa.

“Prazer em conhecê-lo. Meu nome é Ai Ichijou, sou júnior do Aono-senpai. O senpai sempre me ajudou… Desculpe pela visita repentina hoje.”

Fiquei impressionado com o estilo formal dela; parecia uma pessoa diferente.

Meu irmão saiu da cozinha para cumprimentar Ichijou-san, mas ao vê-la, ficou paralisado.

Mas olha só, mas olha só….”

Provavelmente ambos se surpreenderam por eu ter trazido uma garota bonita. Miyuki também é bonita, mas...

Bem, talvez minha mãe e meu irmão tivessem percebido que eu tinha terminado com a Miyuki. Talvez tenham descoberto desde meu aniversário.

“Ah, hum….”

Ichijou-san estava nervosa porque o clima ficou silencioso por um tempo.

“Desculpe. Não esperava que o Eiji trouxesse uma moça tão bonita... Desculpe pelo lugar meio bagunçado. Fiquem à vontade. Comam o que quiserem.”

 

 Perspectiva da Miyuki 

Punição por danificar propriedade. A sala inteira ficou em alvoroço quando o Sensei mencionou isso.

“Eu já disse claramente, vocês, que se acham espertos, deveriam entender. É sobre a carteira do Aono.”

O Eiji saiu da boca do professor. Meu coração começou a disparar.

O quanto ele sabe? Talvez tudo...

Fiquei assustada. Senti o som de tudo que eu tinha construído sendo destruído.

“Ainda não sei quem fez, mas pelo menos sei que algo aconteceu por causa da escrita fraca na carteira e pela condição do Aono. Vejam, a carteira que alguém rabiscou é propriedade da escola. É uma escola pública, então acho que a carteira é propriedade pública, comprada com os impostos dos pais de vocês. Vocês a destruíram. Isso é crime. Vocês estudaram no ensino fundamental, certo? Isso é crime.”

Eu não estava diretamente envolvida nos rabiscos. Ainda assim, não pude deixar de suar frio.

“O culpado pode dizer: ‘Foi só uma brincadeira’, ou ‘Foi culpa do Aono’. Mas não importa o motivo, ninguém tem o direito de escrever palavras difamatórias e caluniosas na carteira de outra pessoa. Não há como você fazer uma ameaça de morte a uma celebridade ou YouTuber online, ser preso, e depois usar a mesma desculpa e ser perdoado, certo?”

“...”

Takayanagi-sensei parecia desanimado, mas suas aulas são bem fáceis de entender. Dá pra ver que ele estuda bastante e entende bem o que é popular entre os estudantes, então as piadas dele funcionam. Mas é a primeira vez que eu vejo medo vindo de um adulto. Ele costuma ser uma pessoa gentil, mas quando se enfurece, é muito assustador. É a mesma coisa: ele usa exemplos fáceis pra passar a raiva.

“Isso é algo que o culpado terá que pagar pelo resto da vida. Por que vocês não entendem isso? Nós professores vamos levar esse caso a sério. Lembrem-se disso!”

 

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