Sessão 1
Capítulo 07 — Matando Aula Com a Idol Número Um da Escola e o Desespero de Uma Garota que Traiu o Namorado
“Cabular aula? Você entende a situação em que estamos?”
Eu estava desesperado, e o que saiu da minha boca foi uma sugestão ridícula como “Vamos cabular aula juntos”. Senti vergonha de mim mesmo.
Poderia ter dito algo melhor, mas nós dois estávamos encharcados, uma bagunça completa.
“Quer dizer, não tem o que fazer. Vim aqui achando que ia morrer, e acabei sendo eu quem impediu minha kouhai de cometer suicídio.”
A idol número um da escola se sentou ali mesmo, exausta. Por ora, o pior parecia ter passado.
Ela disse “Me sinto uma idiota” e começou a rir. Eu acabei rindo também.
“Ei, vamos voltar.”
“É… você tem razão.”
Mesmo em meio àquela situação terrível, nós dois não conseguíamos parar de rir até o fim.
“Toma, use isso por enquanto.”
Entreguei a ela a toalha que estava na minha mochila.
“Eh, mas…”
“Comece você.” — seus olhos pareciam dizer que eu devia usar primeiro. Mas eu sabia que, se usasse a toalha antes, ela absorveria muita água e Ichijou-san não conseguiria mais se secar.
“Tudo bem. Use você.”
Pra ser honesto, depois do incidente com a Miyuki, eu estava à beira de perder a confiança nas mulheres, mas com essa kouhai, que agora se tornara uma espécie de companheira de armas, eu podia ser sincero.
“Obrigada. Mas não olhe tanto pra mim, por favor.”
Não consegui evitar. A chuva tinha encharcado suas roupas de verão, e dava pra ver o que havia por baixo. A regata rosa-clara sob a camisa estava completamente transparente. Eu sabia que era errado olhar, mas meu instinto masculino me fez lançar um olhar rápido.
“Senpai, isso é assédio.”
“Desculpa.”
Ela ficou um pouco emburrada, mas pegou minha toalha e começou a se secar.
Seu corpo, brilhante e gracioso, parecia o de um anjo que descera à terra. Simplesmente… linda.
“Então, o que você vai fazer agora? Digo, foi você quem me convidou pra cabular aula, então deve ter algum plano. Bem, de qualquer forma, eu só tenho aula de manhã hoje, então estou livre à tarde.”
Eu só tinha cerca de meia hora de aula restante pra cabular.
“Haha, viramos dois adolescentes idiotas.”
Ri de forma amarga, e ela também riu. Desde um tempo atrás, ela vinha mostrando uma expressão muito triste. Pelo que me lembrava, essa kouhai sempre foi uma garota linda, mas com um ar tenso e intimidador. Ouvi dizer que alguns colegas já haviam se confessado pra ela…
“Por que vocês acham que podem namorar alguém que nem conhecem?”
“Você sabe como é quando alguém se declara pra você pela primeira vez? Não sabe, né? Então eu vou te dizer. Sinceramente, o que a gente sente é só medo.”
“No fim das contas, vocês só se interessam pela minha aparência e status, não é? Li as cartas, e era tudo a mesma coisa. Ler algo assim... dói.”
Lembrei de algo que diziam sobre ela…
Que era uma “Destruidora de Corações”.
Por isso fiquei surpreso de ela ter aceitado minha sugestão com tanta facilidade. Achei que seria zombado.
“Sei que não é muito, mas aceite isso em troca.”
Ela me entregou um lenço limpo. Parecia preocupada por eu não poder usar mais a toalha. Aceitei com gratidão.
Depois que me acalmei, percebi que estava com fome. E agora eu estava com ela. Então não dava pra comer sozinho.
Dividi o onigiri ao meio e dei a ela. Era de atum com maionese. Mesmo sem ter muito apetite, consegui comer surpreendentemente bem.
“Está delicioso. É atum, né? Atum com maionese?”
Ela falava com um tom de moça rica.
“É, esse é o clássico dos onigiris de conveniência, atum com maionese.”
“Eu nunca comi isso. Não sabia que existia uma comida tão gostosa.”
Era óbvio que ela era uma jovem de boa família.
“Existem muitas outras comidas deliciosas por aí. Seria uma pena morrer sem conhecê-las.”
“Mais comidas deliciosas? Do jeito que você fala, dá vontade de experimentar todas.”
O brilho em seus olhos ficou mais intenso. Parecia ter uma natureza muito curiosa. Essa jovem dama.
Mas eu só tinha trazido um onigiri. Como não tinha muito apetite, preparei apenas o básico pro almoço. Claro que metade de um onigiri não seria suficiente pra uma garota.
Então, se íamos cabular aula, que tal irmos pra lá?
“Ei, Ichijo-san. Quer ir pra minha casa?”
“Hã?”
— Perspectiva da Miyuki —
Eiji ainda não havia voltado pra sala.
Pra evitar que o professor percebesse, os alunos que haviam rabiscado na carteira dele tentaram apagar as marcas rapidamente. Mas não conseguiram limpar tudo, já que haviam usado caneta à base de óleo. A carteira levemente manchada de Eiji refletia nos meus olhos.
Provavelmente ele largou a escola. Por minha culpa. O medo não vai embora. O medo de destruir a vida das pessoas que mais amo só porque segui meus próprios sentimentos.
O que eu faço, o que eu faço, o que eu faço?
Eu não achava que Kondo-senpai fosse espalhar rumores assim. Não é minha culpa. Não é minha culpa. Se eu me desculpar, tenho certeza de que ele vai me perdoar.
A última aula da manhã estava chegando ao fim. De repente, olhei pela janela e vi a figura do Eiji.
Fiquei involuntariamente feliz por encontrá-lo, mas logo o desespero tomou conta de mim.
Atrás dele havia uma garota que eu não conhecia. Eles estavam correndo em direção ao portão da escola, de mãos dadas, de um jeito tão natural. Pareciam protagonistas de um filme.
Por quê? Por quê? Por quê?
Eu não sei, mas o ciúme queimava na minha cabeça.
Aquela mão que devia ser só minha estava agora segurando a de uma garota que não sou eu.
O quê? Por quê?
Eu tinha dito a ele que havia terminado comigo naquela época, mas esqueci disso — porque as chamas do ciúme continuavam queimando.
De repente, as lágrimas começaram a cair, e bati a cabeça na mesa pra escondê-las.
Quem é essa gata ladra?
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