Volume 2

Capítulo 4: Reconciliação com a Amiga de Infância

── Perspectiva do Endou ──

Eu estava sentado no parque naquela noite, revisando o progresso do meu plano.

Eu criei uma fissura bem no meio da união do clube de futebol. Agora só falta deixá-los desmoronar por conta própria. Provavelmente consegui isolar Mitsuda — o mais próximo de Kondo — dentro do time. Mais cedo ou mais tarde, a notícia daquelas fotos vai chegar até Kondo. E quando isso acontecer, o choque da traição daquele em quem ele mais confiava vai derrubá-lo.

E se o relacionamento dele com Amada Miyuki também desmoronar, ele vai ficar completamente sozinho.

Esse plano é a minha forma de devolver o desespero que Aono Eiji sofreu um dia.

Comparado ao que Aono passou, a dor que senti não é nada. Ele não foi apenas traído pela sua amiga de infância — foi acusado falsamente, excluído e deixado completamente sozinho. Esse nível de crueldade é desumano.

Por isso, eu vou destruir tudo o que Kondo tem. Assim como ele fez com o meu amigo. Quando ele estiver isolado, não terá escolha a não ser se voltar para quem está puxando as cordas por trás de tudo isso. E quando isso acontecer, eu vou esmagar esse mestre das marionetes junto com ele.

Depois disso, aceitarei qualquer punição. Se eu puder arrastá-los todos para o inferno, pagarei qualquer preço.

“Yo, Endou! A gente tem se esbarrado muito ultimamente!”

Eu estava absorto em pensamentos no banco quando uma voz me chamou. Era Imai.

“Ah, só estou dando uma volta. Você está fazendo corrida de resistência, Imai? Espera — a gente não está de folga hoje?”

Ele estava vestido com um agasalho esportivo, um pouco ofegante apesar do calor persistente do verão. E mesmo assim, parecia totalmente bem. Como esperado de alguém que é inteligente e atlético.

“Isso! Tive umas coisas para resolver hoje, então faltei. Só relaxa, beleza? Se tiver algo acontecendo, pode falar comigo.”

Imai sorriu calorosamente — mas, por trás disso, notei um olhar diferente.

Preocupação.

Claro. Imai é esperto e atento. Encontrá-lo no mesmo dia em que eu mexi os fios no clube de futebol pode ter sido um erro. Ainda assim, ele não é do tipo que entrega alguém. Confio que ele respeite minhas escolhas. Parecia até que ele estava deliberadamente fingindo não perceber.

“O quê? É só uma caminhada. Você está sendo paranoico. Eu estou bem — mesmo que ainda me recuperando.”

Disfarcei com um sorriso, embora sentisse uma pontada de culpa.

“Justo. Então pensa no que eu vou dizer como as paranoias de um cara preocupado. Deixa passar.”

A gentileza dele me tocou. Quase quebrou a máscara fria de vingança que eu usava. Mas eu reprimi esse impulso e sorri, assentindo em resposta.

“Eu não sei exatamente o que você está tentando fazer, Endou. Mas dá para ver que alguma coisa aconteceu. E acho que é algo em que eu não devo me meter. Mesmo assim... não se jogue fora tão fácil. Tenho a sensação de que o que você está mirando termina em auto-sacrifício. Mas não chama isso de retribuir a bondade do Aono — isso seria só trágico.”

As palavras dele fizeram meu coração pular uma batida. Meu pulso acelerou. Ficou difícil respirar.

“O que você está falando? Isso não faz sentido.”

“É, né? Por isso disse que era só um monólogo. Mas como amigo, quero que a gente continue próximo. Quero ver você sorrir — porque é isso que o Eiji também ia querer. Se você se machucasse, acho que partiria o coração dele.”

Eu o encarei, atônito com o quanto ele parecia entender.

“Você... sabe o que eu estou tentando fazer?”

Perguntei, quase com medo da resposta. Mas ele balançou a cabeça.

“Eu investiguei o passado entre você e o Kondo — a raiz dessa bagunça toda. Mas não fui além disso. Então só posso adivinhar.”

Não... se ele quisesse, provavelmente poderia descobrir o que aconteceu no fundamental. E o fato de ele ter mencionado o nome do Aono — ele provavelmente já sabe de tudo.

Aquela gentileza, aquela preocupação genuína... Este — este era o lugar para onde eu sempre quis voltar. Percebi isso agora, mais do que nunca.

Mas eu já fui longe demais para parar. Não posso voltar atrás. Não até Kondo e quem está por trás dele serem derrubados.

“...Valeu, Imai.”

Mal consegui forçar essas palavras. Ele sorriu.

“Nada. Vamos conversar um pouco. Vou te contar como virei amigo do Eiji. Você quer saber, né?”

“Quero. Pensando bem, nunca perguntei.”

“Foi lá no fundamental 1”

"No fundamental? Achei que vocês fossem próximos desde bem antes disso — amigos de infância."

"É, a gente costumava brincar bastante. Mas eu não o via como melhor amigo naquela época. Só como alguém que eu conhecia desde sempre."

"Uau. Difícil imaginar, considerando o quanto vocês são próximos agora."

Isso me fez lembrar das duas amigas de infância que eu tive um dia. As coisas com Eri tinham acabado. A outra — eu tinha me distanciado dela. Eu disse algo horrível quando ela tentou me ajudar. A culpa foi minha. Toda minha.

"Então... quer dizer, é meio vergonhoso dizer isso, mas eu sempre fui bem capaz. E por causa disso, acabei meio isolado na sala. Pensando bem, foi culpa minha. Durante os preparativos para o festival esportivo, tivemos que aprender uma coreografia. Peguei rápido. Mas a garota sentada ao meu lado tinha dificuldade — ela não era nada atlética. Levou um tempo para aprender. E agora, eu entendo. Algumas pessoas só precisam de mais tempo. Mas naquela época, eu era um idiota."

Assenti, incentivando-o a continuar.

"Então eu simplesmente soltei — ‘Por que você está enrolando tanto?’ Olhando para trás, foi uma coisa horrível de se dizer. A garota começou a chorar, e eu acabei sendo evitado por praticamente toda a turma. Fiquei totalmente isolado. O único que continuou falando comigo foi o Eiji."

"O Eiji ainda falava com você?"

"É isso que o torna incrível." Mesmo correndo o risco de ser excluído também, ele continuou me tratando da mesma forma. Mas não foi só isso — ele sutilmente me guiou de volta pro grupo."

"Guiou?"

"Sim. Quando a professora fazia perguntas difíceis, ele fingia não saber e me chamava para ajudar. Aí ele criava situações em que eu podia me sair bem e parecer gentil. Até durante as discussões na sala, ele me posicionava como alguém com boas ideias, me ajudando a recuperar a confiança dos outros. Com o tempo, os caras da turma começaram a me zoar do mesmo jeito que zoavam ele. Esse tipo de brincadeira queria dizer que eu estava de volta pro grupo."

"Entendi... o Aono é mesmo incrível."

"Uhum. Devo tudo a ele. Aposto que ele nem lembra disso. Ele fez algo tão generoso, mas nunca quis reconhecimento. Talvez porque ele tenha um coração enorme mesmo. Por isso eu devia ter sido o primeiro a perceber que algo estava errado. Mas não percebi, e ele acabou se machucando tanto. Eu... eu sou um ingrato."

"Isso não é verdade. Foi só um azar de timing. E agora, você está dando o seu melhor — pelo Aono."

"É tudo que posso fazer. Ele foi minha luz, minha esperança. Como o sol. Nunca vou perdoar quem machucou ele."

Eu entendo. Porque eu também sou uma das pessoas que o Aono salvou.

"E você, Endou?"

Certo... Eu nunca tinha falado muito do meu passado com o Imai. Mas se ele já pesquisou sobre isso, talvez fosse melhor ser honesto.

"Eu acabei repetindo um ano por causa do Kondo e dos outros. Você não vê muita gente fazendo isso no ensino médio, né? Então mesmo depois de entrar, eu não conseguia fazer amigos. Mas eu já estava preparado para isso. Achei que ficaria bem sozinho. Afinal, só de sair de casa e passar no exame já fez meus pais chorarem de alegria. Querer mais que isso parecia ganância."

Agora era a vez do Imai ouvir.

"Minha situação era incomum, então os boatos se espalharam rápido. O pessoal inventava coisas, aumentava. Aí veio a primeira troca de assentos na sala — e eu acabei perto do Aono. Passei meus dias enterrado em novels, só esperando o tempo passar. Mas então, do nada, ele disse: ‘Endou — eu gosto desse autor também.’"

"Parece típico dele."

"Eu fiquei chocado. Ele usou meu nome sem honoríficos, falou comigo como se já fôssemos amigos há tempos. A gente começou a falar sobre livros. Ele disse que a conversa não tinha sido suficiente e me chamou para ir a uma lanchonete depois da aula. A gente dividiu uma batata grande e conversou o tempo todo. O senso de distância dele era todo estranho."

Eu ri.

"Graças ao Aono, aprendi a falar com as pessoas de novo. Até fiz amigos como você, Imai."

"É."

"Foi uma droga quando a gente acabou em turmas diferentes depois da escolha das trilhas no segundo ano."

"Ele ainda quer falar com você, sabe."

"Só posso fazer isso depois que tudo acabar. No fundamental, eu fugi em vez de lutar. Por causa disso, alguém como o Aono — uma pessoa genuinamente boa — foi usado por aquele monstro. Eu não podia deixar passar. Eu sabia que ele precisava ser parado..."

Não disse mais nada. Eu sabia que o Imai já entendia.

Caímos num silêncio confortável.

"Bem, eu vou voltar. Mas escuta — se você precisar de qualquer coisa, é só falar. Você também é meu amigo, Endou."

Imai voltou para a corrida. Talvez ele estivesse ouvindo música — tocou no celular antes de partir. Eu também devia ir. Tenho que acordar cedo amanhã.

Assim que saí do parque, vi uma garota com o uniforme de outra escola.

Quando passei por ela, ela me parou.

"Espera — Kazuki? Você é o Endou Kazuki, certo?"

Essa voz... era familiar. Voz de uma garota.

Não era a Eri — era minha outra amiga de infância. Aquela que tentou me ajudar quando a Eri me traiu. Aquela que não desistiu de mim.

"Sou eu, Doumoto Yumi. Você se lembra?"

O tempo pareceu congelar por um segundo. Por que... por que ela estava aqui? Espera — tinha algo estranho no Imai mais cedo. Ele sabia sobre o meu passado no ensino fundamental. Isso deve significar que ele falou com alguém ligado a isso. Será que tudo isso... fazia parte do plano dele?

E agora, a pessoa para quem eu sempre quis pedir desculpas estava parada na minha frente, sorrindo.

Aquele sorriso não tinha mudado nada. E antes que eu pudesse me controlar, respondi como costumava fazer — como se nada tivesse mudado.

"Yumi... Claro que eu lembro. Faz muito tempo."

Era a voz gentil de uma amiga de infância que eu não ouvia há anos. O cabelo castanho longo que ela usava no ensino fundamental agora estava cortado curto. A última vez que a vi foi no dia da nossa formatura, depois que eu abandonei a escola.

Quando a Eri me largou, eu caí em desespero e parei de ir à escola. Muitos amigos vieram me visitar — mas eu não queria ver ninguém. Afastei todos. Um por um, eles pararam de vir.

Mas a Yumi... ela foi a única que continuou vindo, até o fim.

"Que bom. Você nunca me procurou, então achei que talvez tivesse me esquecido."

Ela deu um sorriso um pouco triste. Doeu ver aquilo.

"Eu nunca esqueceria. Nem mereço isso."

A verdade é que eu tinha medo da bondade dela. Depois do que aconteceu com a Eri — que costumava ser tão doce — eu desenvolvi um medo desse tipo de gentileza.

"“Mereço”? O que você quer dizer com merecer? Eu ainda sentia sua falta, sabia? Doeu muito você nunca ter me procurado."

Ela fez um pequeno biquinho ao dizer isso — igual fazia antigamente.

"Eu fui horrível com você, Yumi, mesmo você tendo sido tão gentil comigo. Não tem como eu ter coragem de te procurar. Eu nem mereço ser feliz."

Eu era um covarde que fugiu porque tinha medo da bondade dela.

Depois de tudo, perdi todos os amigos do ensino fundamental.

Um fim merecido para alguém tão fraco quanto eu.

"Você continua gentil... como sempre."

"Gentil? Eu?"

Suas palavras inesperadas me pegaram de surpresa.

"Sim. Sinceramente, olhando para trás, acho que eu fui insensível demais. Você provavelmente só queria ficar sozinho naquela época dolorosa, mas eu invadi mesmo assim, sem pensar nos seus sentimentos. Eu ultrapassei um limite que não devia. Sempre me arrependi disso. Você é tão gentil que provavelmente acabou se culpando, mas eu também errei. Me desculpa."

Aquele dia — o dia da formatura no ensino fundamental — quando eu não fui à cerimônia, ela veio trazer meu diploma e o álbum de formatura. Eu confiava tanto nela que até meus pais a deixaram entrar no meu quarto.

"Ei, Kazuki? Nem que seja só um pouquinho — quer sair em algum lugar nas férias de primavera? Não vai ajudar nada ficar trancado no quarto para sempre."

Como sempre, ela tentava ser atenciosa.

Mas eu tinha perdido as provas, faltado à formatura — acho que eu só estava em pânico por dentro. E acabei descontando nela.

"Cala a boca. Você não sabe como eu me sinto. É fácil pra você. Você tem um brilhante ensino médio te esperando. Diferente de mim... Isso é pena? Ou só algum senso distorcido de justiça herdado do oji-san? De qualquer forma, é só incômodo. Me deixa em paz de uma vez."

Mesmo lembrando disso agora, sinto enjoo. A Yumi trouxe apostilas todo dia pra eu não ficar atrasado. Ela até trouxe inscrições de exames públicos.

E eu joguei essas palavras — essas palavras — em alguém que só tentava me ajudar.

Foi como se o fio de paciência dela finalmente tivesse arrebentado. Ela começou a chorar.

"Desculpa. Eu não entendi nada do que você estava sentindo, né? Eu forcei isso tudo em você. Me desculpa mesmo."

As palavras dela bateram como uma onda de arrependimento. Eu era o pior.

Consumido pelo auto-ódio e culpa, eu não consegui dizer nada.

Alguns segundos depois, ela sussurrou: "Estou indo pra casa", e saiu andando.

E então, na porta, ela acrescentou:

"Tchau, Kazuki. Eu sempre me contive porque você namorava minha melhor amiga, a Eri… mas eu acho… eu acho que estava apaixonada por você."

[Almeranto: Sabe aquele momento em que você está tão triste que dá vontade de vomitar? Cara… quase aconteceu aqui comigo. Essa última frase é como se fosse um corte seco no estômago. ]

 

 

"É tudo graças a você, Yumi. Eu só consegui entrar no ensino médio por causa do que você fez."

Estávamos sentados em um banco, conversando devagar. Era a primeira vez em anos que eu sentia que estava realmente falando do coração.

"Entendo. Que bom, então. Se ajudei nem que fosse um pouquinho, isso me deixa feliz. Talvez meu jeito intrometido não tenha sido tão ruim assim."

"Não foi intromissão. Eu só estava descontando minha raiva naquela época… mas depois que me acalmei, percebi o quanto eu valorizava o que você fez. A gente nunca dá valor até perder, né?"

Ela sorriu suavemente.

"Ei, Kazuki. Eu ouvi quase tudo do Imai-kun. Ele é bem esperto, né? Percebeu que você estava com problemas e começou a investigar — por redes sociais e tudo mais. No fim, perguntando aqui e ali, ele me encontrou."

Eu sabia. Então era isso.

"Mas deixa eu dizer isso. São minhas palavras. Se perdoe, Kazuki. Você merece ser feliz. Se tem alguém que sabe disso, sou eu. E não sou só eu — todo mundo do fundamental se preocupa com você. Mesmo com as provas de vestibular e procurando emprego, eles ouviram o Imai-kun e tentaram ajudar. Quando souberam que você estava no ensino médio de novo, ficaram tão felizes. E ficaram ainda mais felizes ao saber que você fez um amigo tão bom quanto o Imai-kun."

O calor que eu tinha trancado no fundo do coração voltou com força — o calor que eu tentei esquecer para me tornar alguém capaz de vingança.

"Mas… eu…"

Os rostos dos amigos que eu cruelmente afastei continuavam passando pela minha mente.

"Seja feliz, Kazuki. Você é tão gentil… de verdade."

Ela segurou minha mão fria com as dela. Lentamente, aquele frio começou a desaparecer.

"Obrigado."

Foi tudo o que consegui dizer.

"Kazuki... posso ter seu contato?"

Parecia uma tábua de salvação... uma mão estendida para um mundo mais quente. E, sem pensar, eu a aceitei.

 

 

── Perspectiva da Doumoto Yumi ──

Eu finalmente me reconciliei com Kazuki. Ele até me passou o novo número dele. Ainda tem tanta coisa que quero dizer, mas não consegui encontrar as palavras certas. Acho que... ele ainda é assombrado pelo Kondo e aquela garota.

Mas não no sentido romântico. Acho que ele se culpa por não ter impedido o estrago que eles causaram.

O Imai-kun me contou o básico do que tem acontecido. Aparentemente, ele vem investigando tudo há um tempo — tentando ajudar tanto o amigo dele, Aono-kun, quanto o Kazuki. Foi assim que ele acabou me encontrando.

Nossos outros amigos disseram a mesma coisa:

"Que bom que o Kazuki finalmente está olhando para frente e seguindo em frente."

Também acho. O Kazuki está mesmo avançando — de verdade. Por isso, não quero que ele faça nada perigoso. Não há motivo para ele sofrer mais do que já sofreu.

Mas... ele foi embora mesmo assim. Disse que ainda tinha algo a fazer.

"Ei, Kazuki... Quando tudo acabar, você volta para mim? Vai me dar sua resposta então?"

Para o garoto que já não estava mais ali, eu sussurrei baixinho.

Naquele dia — da última vez que vi o Kazuki — eu fui egoísta.

Queria tirá-lo da escuridão. Queria rir com ele de novo, como nos velhos tempos. Sair com ele em algum lugar, como antes. Por isso não consegui desistir. Por isso continuei visitando-o, levando coisas. Eu planejava continuar mesmo depois de entrarmos no ensino médio.

Mas quando ouvi o que ele disse... percebi que tudo o que eu fazia só deixava ele mais pressionado.

Então eu fugi. Fiquei com medo. Medo de ter arruinado a vida do Kazuki de vez.

Apavorada, na verdade.

E ainda assim... mesmo assim... eu não queria que ele me esquecesse. Até contei o que sentia.

Kazuki não me rejeitou. Ele nunca deu uma resposta de verdade. Fui eu — eu que tive medo demais para ouvir. Eu que desapareci antes disso. Se ele tivesse dito que eu tinha destruído a vida dele, se ele tivesse me recusado... eu nunca teria me recuperado.

Eu sei que aquelas palavras não eram os verdadeiros sentimentos dele. Ele estava em pânico, sobrecarregado, e eu o pressionei demais. Ele só disse algo no calor do momento — algo que não queria dizer. Eu sei disso. Sempre soube. E mesmo assim... não consegui dar o primeiro passo.

É por isso que sou tão grata ao Imai-kun.

Se não fosse por ele, eu nunca teria encontrado coragem para ficar de frente para o Kazuki de novo.

Ele me chamou de "Yumi" de novo.

E agora, isso já é o suficiente.

Então, por favor, Deus... por favor, não o deixe sofrer mais.

Meu querido amigo de infância já está coberto de feridas...

Por favor... deixa ele viver. Deixa ele ser livre.

Apoie a Novel Mania

Chega de anúncios irritantes, agora a Novel Mania será mantida exclusivamente pelos leitores, ou seja, sem anúncios ou assinaturas pagas. Para continuarmos online e sem interrupções, precisamos do seu apoio! Sua contribuição nos ajuda a manter a qualidade e incentivar a equipe a continuar trazendos mais conteúdos.

Novas traduções

Novels originais

Experiência sem anúncios

Doar agora