Reviravolta da Vida: Eu Fui Traído e Falsamente Acusado, Mas Agora a Garota Mais Bonita da Escola está se Aproximando de Mim Japonesa

Volume 1

Capítulo Bônus 2: Folheto

Primeiro de Setembro - Perspectiva da Ichijou Ai

"Depois da aula, venha atrás do ginásio. Tenho algo importante para te dizer."

Naquela manhã, encontrei uma carta enfiada no meu armário de sapatos. Assim que a li, um sentimento de apreensão tomou conta de mim. Nem sequer havia um nome nela, o que só aumentava meu desconforto.

Aparentemente, a parte de trás do ginásio era o local das confissões nesta escola. Eu já tinha ouvido isso tantas vezes no primeiro semestre que já estava cansada. Todo mundo parecia escolher aquele lugar. Uma vez, até fui chamada lá por dois caras diferentes ao mesmo tempo.

A atenção indesejada de garotos que eu mal conhecia não era lisonjeira — era assustadora. A parte de trás do ginásio ficava fora do espaço comum, e, a menos que houvesse atividades de clube acontecendo, ninguém mais estaria por perto. Se algo acontecesse, até mesmo gritar por socorro poderia passar despercebido. Eu já tinha pedido a uma amiga da sala para esperar por perto, só por precaução. Também tinha um plano com o Kuroi — bastava um toque no botão do celular, e ele viria correndo.

Por que eu preciso tomar tanto cuidado só para me sentir segura? Isso é exaustivo, especialmente quando eu já tenho medo de pessoas por natureza.

Desde que comecei nesta escola, onde ninguém me conhecia, percebi como as pessoas só prestam atenção em mim por causa da minha aparência. Se algum dia descobrissem quem eu realmente sou ou o meu passado, tenho certeza de que fugiriam.

Eu me odiava por sempre pensar assim.

 

※

 

"Me apaixonei por você à primeira vista. Por favor, namore comigo."

Claro, era mais uma confissão.

Na minha frente estava um garoto do meu ano. Eu o reconhecia vagamente — tínhamos a mesma matéria optativa, embora nossas interações nunca tivessem passado de cumprimentos educados. Como alguém como ele poderia desenvolver sentimentos por mim com uma conexão tão superficial? Era óbvio.

Ele só ligava para a minha aparência.

"Desculpa. Não tenho planos de namorar ninguém."

Dei a ele a mesma rejeição educada, mas firme, à qual já tinha me acostumado a repetir. Por favor, não insista mais. Esse pedido silencioso ecoava no meu coração, mas, como sempre, minha esperança foi destruída.

"O que eu posso fazer para você gostar de mim? Se a gente namorar, podemos nos conhecer melhor, e eu vou te proteger."

Não diga coisas como 'proteger' com tanta facilidade. Você não percebe, mas ouvir isso me faz sentir como se estivesse pisando nas minhas feridas.

"Essa promessa... só me machuca ainda mais."

Sussurrei as palavras baixo demais para ele ouvir e soltei um suspiro frustrado.

"A verdade é a seguinte: se algum dia eu me apaixonar por alguém, não seria por alguém que só pensa em si mesmo. Seria por alguém que realmente considera meus sentimentos primeiro. Não só com palavras, mas com ações que mostram que se importa. E essa pessoa... não é você."

Dei minha resposta com clareza, sem deixar espaço para dúvidas. Sem hesitar, me virei e fui embora.

"Ainda bem! Ichijou-san, você está bem?"

Saito-san, a vice-representante da turma, me cumprimentou com um olhar de alívio quando cheguei perto da entrada do ginásio, onde ela estava esperando.

"Estou bem. Desculpa por ter te envolvido nisso."

"Não tem problema, de verdade. Fiquei sabendo que a Amada-senpai do segundo ano também está lidando com um perseguidor. É assustador, não é?"

"Huh?"

Minha confusão deve ter ficado evidente no rosto, porque Saito-san logo explicou. Ela me contou como os boatos sobre isso estavam se espalhando rapidamente, especialmente nas redes sociais da escola.

"Entendi. Eu não sabia disso."

Dei uma resposta neutra, mas logo desviei a conversa para outro assunto. A reação intensa da escola ao boato parecia um pouco exagerada. Ou talvez aquilo tivesse me tocado demais.

Ouvir as pessoas fofocando com tanta malícia me trouxe à tona memórias dolorosas que eu preferia esquecer.

Naquela época, eu tinha aprendido a lição: manter distância do turbilhão da crueldade humana.

Naquele momento, eu não fazia ideia de que estava me aproximando do destino.