Reino da Verdade Brasileira

Autor(a): Lucas Baldi


Volume 3

Capítulo 66: Montanhas nevadas, parte 2

O segundo dia de viagem, apesar de tranquilo, necessitou de menos tempo de descanso. Os ventos ficaram mais gelados conforme avançamos, decidi que cavalgar por mais tempo era o ideal. As montanhas geladas puderam ser vistas no fim da tarde, e monstros muito maiores que os anteriores começaram a aparecer. Com o Olhar da Aura ativo, foi uma tarefa simples evitá-los, apesar do desgaste em meus olhos e na mana. Os poucos que tentaram nos seguir foram parados pela pressão de Aura de Anny e Katsuo, que não aceitavam a chegada deles perto de mim. Tentei estudar a forma como eles liberaram seu poder. Pelo que entendi era preciso usar um pouco de agressividade na intenção ao usar, mas a prática ainda era impossível para mim.

 

Novamente espantando esquilos

 

Até que nós chegamos no fim da trilha do mapa convencional, bem no início das montanhas de gelo. Agora eu dependia exclusivamente do mapa de Lotier, e nem mesmo ele podia me levar com precisão até a Fortaleza. Havíamos usado partes das rações para repor o consumo de mana — que usamos para nos proteger do frio, pois nem mesmo as roupas quentes nos deixavam cem por cento aquecidos — e o desgaste físico. Parecia que ia durar menos do que o estipulado, alguns alimentos simplesmente congelaram. O grupo manteve a animação inicial, eles realmente queriam me acompanhar até o fim. 

 

Eu admiti a mim mesmo que sozinho eu não estaria motivado para isso. 

 

Conseguimos subir na trilha da lateral da primeira montanha, e a trilha gelada ainda se estendia muito para cima. Onde estávamos, o pôr do sol podia ser visto em sua plenitude. Me perguntei como seria a vista do ápice deste lugar. Havia um espaço na montanha útil para acampar, mas havia monstros nas espreitas apenas esperando um vacilo nosso. Nos vigiam de longe, cautelosos e em posições estratégicas. Não pareciam monstros comuns. Lotier dissera que aqui ocorria o inexplicável, então toda cautela seria pouco.

 

— Vocês estão dispostos a seguir viagem sem descanso? — perguntei, parando com o cavalo. — Começaremos o caminho complicado entre as montanhas e descansar aqui não será viável — Olhei novamente para as árvores distantes, para as auras que me observavam. — Estão esperando um vacilo nosso. Podemos vencê-los, mesmo pela quantidade, mas ainda nos resta muito caminho. 

 

— Senhor Kai — disse Elliot. — Ficamos ofendidos que ache que nós não concordávamos em seguir em frente. 

 

O resto do grupo apenas assentiu. Dando um sorriso de canto para Elliot, segui rumo a subida. O ritmo era menor pela trilha estreita e irregular, mas essa espécie de cavalo de neve parecia acostumada com situações assim. Olhando rapidamente para trás, vi os monstros farejando onde paramos por alguns segundos. Eles eram ardilosos, nos seguiam como presas. Uma insegurança nasceu em mim.

 

Era mesmo possível chegar lá sem entrar em combate?

 

Acreditando que poderia descansar na Fortaleza quando chegasse, apenas ignorei o pensamento hostil. 

 

Me cobri com o manto especial que Lotier me dera e realmente fez a diferença. Ele me protegia dos ventos e do clima gélido com magia. Inúmeras estrelas haviam tomado conta dos céus já faziam algumas horas. Estávamos vagando pela noite consumindo o mínimo de comida possível. Era mais cansativo do que eu imaginei. Rosnados ecoaram do vale entre as muitas montanhas geladas. Nós estávamos na metade da que estávamos, e era o ponto mais alto que eu chegara na minha vida. Olhar para baixo me trazia um certo desconforto, pois até as grandes árvores cobertas de neve pareciam pequenas daqui de cima. Katsuo rapidamente colocou seu cavalo à minha frente, Elliot e Winnie ao meu lado e Anny atrás. 

 

— Eu não preciso de tanta segurança, Katsuo. 

 

— Lotier precisa de você vivo e inteiro. E é isso que faremos.

 

Mantemos a formação pelo que pareceu muitas horas. Vez em outra eu via seres em outras extremidades das montanhas, vívidos e ferozes. Predadores devorando suas presas. Era muito diferente de quando treinei com Sairon e Breaky na Floresta dos Condenados. Aqui parecia… mais brutal. Mais incerto e difícil. Chegamos à parte plana mais acima, onde facilmente o topo era visto. Por algum motivo, respirar parecia mais difícil para mim, e usar mana a todo momento já não era o suficiente para me proteger do frio; isso estava me cansando mais do que meu corpo aguentava. A exaustão era simplesmente imensa, fazia quase vinte horas que eu estava em atividade. 

 

— Lumi, os cavalos precisam parar — disse Elliot, seu olhar preocupado. — Eles gastam muita energia para temperaturas como essa. 

 

— Eu também preciso descansar… — disse Winnie, seu rosto exibindo cansaço.

 

Katsuo e Anny apenas me olharam esperando por alguma ordem. Eu usei o Olhar da Aura para varrer meticulosamente o lugar.

 

— Não há monstros próximos, podemos descansar — falei descendo do cavalo, e eles pareceram aliviados. 

 

Elliot deu atenção aos cavalos novamente, enquanto Katsuo ficou responsável por reunir madeira para a fogueira. Puxei todo o ar gelado que pude quando me aproximei da beira da montanha, onde simplesmente meu olhar foi fixado no céu. As estrelas… estavam todas reunidas em uma espécie de rio que dividia o céu em dois. Todo esse cenário sob essas montanhas levaram meu queixo ao chão, e mesmo apesar de todas as coisas, nesse único instante, eu me senti maravilhado. 

 

— É lindo, não é? — disse Winnie, sua voz trêmula. — Eu sempre gostei de ver lá de casa.

 

Dando-lhe um olhar suave, joguei meu manto para ela.

 

— Espere, isso é seu-

 

— Você vai precisar mais do que eu — falei, minhas mãos em seus ombros. — E, sim — Meu olhar foi ao céu. — Eu também acho isso incrível… 

 

— Lumi, irei verificar a área nos arredores próximos — disse Anny, perto de Elliot.

 

— Tudo bem, eu vou tentar meditar — Anny concordou com a cabeça, e logo Katsuo sinalizou para mim e para as três fogueiras que ele montou. — Já estou indo.

 

Próximo a ele, apontei meu dedo para uma delas. Deixei a mana fluir pelo meu corpo, precisei até fechar os olhos para conseguir movê-la. Meu braço tremia um pouco, isso levou minha concentração embora. Recomecei o processo, mas não havia jeito. Já havia um tempo desde que senti a capacidade de usar o fogo ir embora. Contudo eu precisava tentar. Canalizei doze vezes mais de mana que eu normalmente usaria, a exaustão se aproximou com pressa da minha aura. Fosse pelo Olhar ativo a todo momento, pela viagem ou no momento atual, não importava. Pequenas faíscas surgiram quando abri meus olhos.

 

E foi só.

 

— Não consigo usar o fogo — falei indiferente.

 

— Tudo bem, deixa comigo. 

 

Novamente fui à beira da montanha, os ventos gelados acabando com a minha mana, congelando parte da minha roupa. Conforme o tempo passava mais o meu corpo tremia. Eu queria entender como ficar mais forte, usar o fogo sob essas condições… Cerrei os punhos com força e fiquei preocupado ao sentir meus dedos perfurarem minha pele. Eu precisava me concentrar mais, eu queria queimar mais. Grannus usou uma magia desconhecida a seu favor, ele havia feito uma adaga com ela. Eu era incapaz de criar formas com o fogo, meu domínio era tão banal e patético. Me irritava ser fraco, demorar a evoluir, ter medo de perder os outros… Eu nem sequer era capaz de ter uma pressão de aura decente.

 

Encarando furiosamente as infinitas montanhas, eu joguei minha blusa no chão.

 

O ritmo do meu coração disparou, até meu dentes começaram a tremer, mas eu me sentei em posição de meditação. Um leve som de fogo alcançou os meus ouvidos, e meus olhos foram fechados. Minha visão da minha aura estava borrada, incerta. Era quase impossível alcançar um ritmo de meditação com o exterior do meu corpo exigindo calor. Ativei o Olhar da Aura por um momento. A mana de gelo era linda, abundante. Com uma afinidade de gelo nessas montanhas um fraco usuário conseguiria se defender de pessoas mais fortes. Todo esse reservatório de poder…

 

Eu queria ter essa afinidade, ou a de raio. Quem sabe a luz.

 

Os minutos seguintes passaram voando enquanto eu falhava em me concentrar. Visualizar meu poder por mais que dois segundos parecia uma tarefa impossível. Que porra. Soquei o chão com força enquanto grunhia e vesti minha blusa, logo o casaco. Quando me pus de pé, meu olhar encontrou os olhos acinzentados e sagazes de Anny. Ela parecia… tranquila. Sua mana a protegia melhor do frio do que a minha, e seu cabelo prateado a tornava bela, peculiar. Anny deu dois passos e ficou em minha frente, logo disse em um tom suave: 

 

— O que busca com a meditação, Lumi? 

 

— Eu queria visualizar melhor a mana do gelo e a minha própria aura. A concentração normalmente é o suficiente, mas as condições não me permitiram chegar a ela.

 

— Bem… — disse ela, seus olhos nas infinitas montanhas. — Pelo que aprendi sobre a magia do gelo, a melhor forma de entendê-la é se expor ao frio. No entanto, se continuar a fazer isso seu corpo vai ter mais queimaduras de gelo e hematomas roxos do que você gostaria.

 

— O que- — Olhando para mim mesmo pude sentir leves dores nas costas, braços e ombros.

 

— Descanse, deixe a vigia comigo e com os outros.

 

Apenas acenei quando resolvi seguir seu conselho. Me deixei deitar em um dos colchonetes próximos às três fogueiras. Eu não queria dormir, as lembranças eram mais fortes a essa hora. Eu não me via no direito de descansar quando podia estar treinando. Eu só queria melhorar, avançar. Não sabia se isso era realmente possível, batalhar agora parecia sem sentido. O que eu estava fazendo aqui, afinal? Ah, Ellie, Pai, Hiroki… Até que meu corpo perdeu as forças, minha mana parou de me proteger. Apenas senti um cobertor sobre mim antes de tudo escurecer, antes de minha consciência me abandonar…

 

Um baque surgiu no tempo que pareceu menos que um segundo.

 

Levantei o mais rápido que pude, mas meu corpo estava pesado, meus membros não queriam se mover. Meu coração batia mais acelerado que o normal, e minha visão embaçada mostrava três pessoas lutando. Tentei esfregar os olhos, mas as três silhuetas ainda eram difíceis de enxergar. Até que uma das sombras de repente cresceu, derrubando as outras duas. Quando eu finalmente pude enxergar, vi Anny e Katsuo no chão sob os pés de- Não, não. Por favor, não.

 

— Você ainda me sente, Kai? — Olhos de almas, corpo gigante, sua voz assombrosa. — Você roubou minha energia. Pensou que eu não encontraria você para buscar o que é meu? Para buscar o que pertence a porra da minha espada!?

 

Sua lâmina foi arremessada na minha testa, mas Winnie entrou na frente. Sua barriga perfurada, suas tripas caíram sobre mim. Medo habitava seu olhar, suas lágrimas. Meu corpo ainda se recusava a se mexer quando ela disse que a culpa era minha. De repente, vi Airo e Amanda surgirem como auras ao lado da Winnie, que morrera de pé. Ambos me culpavam, apontavam o dedo para mim. Gritava sobre uma culpa. A porra da culpa.

 

— Desculpa — disse, minha garganta seca, meus olhos lacrimejando. — Desculpa! Eu não queri-

 

— A culpa é sua, Lumi — Uma voz familiar a qual eu ouvia em um tom tranquilo agora refletia ódio. Olhei para próximo a beira da montanha, e Cirlan estava de costas para mim. Seus olhos vermelhos me encontraram, quando ele finalmente continuou: — Você não devia viver.



Eu levantei suado, minha respiração estava pesada, e uma lâmina de gelo vinha ao meu pescoço. Isso era real? Se eu não desviasse, isso realmente acabaria? Fechei meus olhos, talvez fosse melhor assim. Eu não quero essa culpa-

 

Um puxão pelo braço. 

 

Uma barreira de gelo surgiu entre mim e a lâmina, e eu me vi nos braços de Winnie, que mantinha os olhos afiados para o que quer que estivesse do outro lado. O gelo rapidamente se desfez, e eu pude ver Anny e Elliot ao lado de Katsuo. Eles estavam de frente para cinco criaturas humanóides azuis, com garras escuras e dentes afiados. De início eles me lembraram a anatomia humana, mas quanto mais eu encarava mais percebia detalhes que os diferenciavam de uma pessoa. Olhos sem vida, mana irregular, pele com partes de escamas e corpo desproporcional. 

 

— Eles se camuflam na neve! Não é possível localizá-los! — gritou Anny, seu cajado de madeira emitia um brilho azul claro.

 

Para nos tirar daqui eu ativei o-

 

Meu Olhar dá aura não podia vê-los, era como se eles e a mana ambiente fossem um ser só. 

 

O que estava acontecendo aqui?

 

Desnorteado, senti meu corpo balançar, mas Anny me segurou em um abraço. Seu olhar preocupado, o manto de Lotier nos aquecia. Era coisa demais.

 

— Lidera o grupo, porra! — Spectro na aura. — Onde caralhos está Emeru? Eu disse que você não estava pronto! 

 

Me pus de pé, um braço apoiado em Winnie, que ficou com as bochechas coradas.

 

— Nenhum deles deve sair com vida — O frio extremo começou a me incomodar, parte dos suprimentos congelados e destruídos. Nenhuma fogueira acesa, nenhum colchonete para dormir. — Matem-os!

 

O primeiro deles foi para Elliot, que desferiu uma flecha no pescoço da criatura, mas facilmente desviou. Como uma pessoa faria. Outras duas correram para o arqueiro do grupo, mas Katsuo tomou a frente e arremessou sua foice e corrente no pescoço de um deles, levando parte de seu cérebro para fora. O corpo do ser caiu, enquanto seu aliado bloqueou o ataque de Katsuo com o próprio braço. 

 

Que? Eles pensam? Ele estava se protegendo com mana!?

 

— Cuidado! Eles podem usar magia! — berrei, e meu grupo apenas gesticulou com a cabeça.

 

O monstro segurou a Foice de Katsuo, mas o guerreiro a largou e juntou as mãos. Espinhos de gelo saíram do chão e trucidaram a segunda criatura, mantendo-a presa no ar. Porém ela começou a se debater enfurecida, rasgando os próprios órgãos para sair. Ele arremessou a foice de Katsuo no chão e forçou as garras nos espinhos de gelo para sair, apenas para que suas entranhas banhasse o chão com sangue, morrendo no processo. Winnie parecia desconfortável, e eu não pude negar que eu também estava. Até mesmo Katsuo, Anny e Elliot ficaram surpresos de uma forma ruim com o que viram. 

 

Anny apontou o cajado para os três restantes e um brilho azul voou da ponta, transformando-se em uma espécie de fumaça que congelou as pernas de dois dos monstros. Novamente, eles mesmos se debateram até que suas pernas fossem quebradas e começaram a se rastejar enfurecidamente. O que morreu na esquerda vinha para cá, e os que morreram na direita também. Eles queriam chegar até mim? Winnie ficou horrorizada, mas me manteve de pé e estava disposta a me proteger.

 

Elliot respirou fundo antes de disparar uma flecha carregada de mana para os monstros que se rastejavam. A flecha estourou a cabeça de um, e várias estacas de metal surgiram em seguida, levando o corpo do outro. Metal! Um usuário de metal! Caralho! O último ser, no entanto, estava parado em frente a grande mata escura. Na verdade, ele estava distante das árvores, assim como nós. Então por quê ele parecia fazer parte da escuridão? Seu olhar medonho estava grudado em mim. Olhos fundos e sem vida me analisavam, todos os pelos do meu corpo se eriçaram. Foi como se estivéssemos sozinhos no meio disso tudo. Seus braços estavam largados ao lado do corpo, sua boca aberta como se estivesse babando. Aquele ser apenas me olhava como se este fosse seu único propósito. O som se foi, e a segurança que eu sentia com o meu grupo também. Ele só me olhava com aquele olhar sem vida. Nem mesmo o tempo parecia passar nos poucos segundos em que nos encaramos. 

 

O grupo inteiro ficou confuso ao ver o último parado, mas Winnie estourou o corpo do monstro de gelo com uma rajada de ar. Sua barriga fora atravessada, seus órgãos estavam pulando para fora junto ao sangue que escorria como uma cachoeira vermelha, mas ele continuava me encarando. Ele nem sequer se movera. Não esboçou nada. Dessa vez, o grupo inteiro ficou perplexo. Eu dei dois passos para trás, minhas pernas não queriam mais ficar de pé. 

 

— O que aconteceu aqui…? — Minhas palavras saíram como sussurro.  

 

Ele morreu me encarando, os outros se debateram para tentar chegar até mim. Andei lentamente até a beirada da montanha, Winnie se recusou a sair do meu lado e me acompanhou. Vários pontos de aura distantes se misturavam a mana ambiente, meu Olhar da Aura era inútil agora. Eu estava cercado apenas por neve. Havendo monstros aqui ou não, eu não poderia dizer. 

 

— Eles estão se camuflando na neve — falei para o grupo, meu olhar ainda para longe. — Não podemos parar, há muito mais do que pude contar.

 

— Eu- eu nunca vi monstros que podiam fazer isso — disse Winnie, sua voz trêmula. — Eles podem estar sendo enviados para cá? Eles podem! Nós vimos.

 

— Eu concordo — disse Elliot. — Não há dungeons aqui. Eles nos marcaram como suas presas. Eles realmente eram inteligentes a ponto de usar mana?

 

Enquanto todos refletiam, Anny finalmente falou:

 

— O único ser inteligente é aquele que devora carne humana — Seu tom neutro e vazio. — Fora ele, nenhum monstro pode pensar. 

 

Troquei olhares com Katsuo por um momento, e ele disse: 

 

— Eles iam em sua direção, Representante Kai. Suponho que alguém não queira que você chegue a Fortaleza. 

 

— Acha que interceptaram nossa rota?

 

— Há apenas duas opções: o lugar e todas as suas histórias de acontecimentos sem explicações, ou alguém — Novamente meus pelos se ergueram, e os olhos de Katsuo pareceram frios. — Uma pessoa forte o suficiente para sobreviver aqui, nos observar e nos perseguir. Eu sou totalmente a favor da sua decisão, Kai. Para enfrentar o que não podemos ver ou ir ao castelo, você tem o meu apoio. 

 

— Preparem-se para sair — falei alto. — Reúnam todos os suprimentos que sobraram e se preparem para galopar sem descanso até a Fortaleza, só estaremos seguros lá. Eu não vou ter descanso, vocês não vão ter descanso. Vamos chegar o quanto antes. 

 

O grupo concordou e se preparou às pressas. Eu tive pouco mais que uma hora e meia de sono, a fadiga começou a atrapalhar. Eu estava começando a sentir minhas decisões serem afetadas pela falta de sono, as lembranças ficavam mais fortes. Meu coração parecia mais frio…

 

Meus lábios não queriam mais sorrir.



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