Reino da Verdade Brasileira

Autor(a): Lucas Baldi


Volume 3

Capítulo 53.5: O coração de uma mãe

 

Aquele era Lumi.

 

Meu filho estava de frente para o representante mais forte. Como ele iria lutar sem magia? 

 

A luta começou sagaz, uma disputa de força pela vantagem inicial do ataque, mas Lumi conseguiu, de alguma forma, esquivar-se e golpear o príncipe. A plateia gritava. Como ele era tão veloz? Miguel atacava desesperadamente, mas Lumi desviava com certa facilidade. Kanro estava empolgado, gritava como se fosse o fã número um dele. Bem, ele realmente era… depois de mim. Ellie olhava fixamente para a arena, parecia levemente chocada, enquanto Emy gritava aos prantos junto com os outros torcedores.

 

Eu devia dar um cascudo nele por não me contar algo assim, mas no momento eu queria apenas que ele saísse vivo. 

 

Lumi o chutou, e Kanro se empolgou. O príncipe Miguel parecia estressado com a situação, até conversava com o meu filho de vez em quando. Eles se conheciam? Uma sensação estranha me fez semicerrar os olhos. Era como se um rastro mínimo de magia viesse bem do… Lumi? Seus desvios eram simples e eficientes, mas lhe faltava ataque. 

 

Ele foi acertado e arrastado para longe. Mordi o lábio, meu coração batia aceleradamente.

 

Você precisava voltar para mim, Lumi.

 

— Levanta, Lumi! — gritei, era difícil ver ele assim. — Por favor…

 

Novamente Miguel o derrubou e iniciou uma enxurrada de socos. Levei minhas mãos à boca, ele parecia estar sentindo muita dor, suas expressões… Kanro e Emy gritavam para ele ficar de pé, Ellie apertou com força a cadeira da frente. O rei Lotier estava preocupado, enquanto Alud Enguerrand demonstrava um sorriso malicioso, idêntico ao do príncipe Miguel. Isso… não era só uma disputa de poder? A luta devia parar. Bruno tentou pular na arena, mas Alyssa o impediu. O rei oito ria bastante com a situação. Ellie ficou tensa conforme o príncipe se aproximava do meu filho, Lumi encarava um canto específico da arena. Era a mesma cara que ele fazia quando estava conversando com alguém.

 

Ele-

 

Rindo e deixando as adagas caírem, ele ficou de pé. Miguel avançou com sua espada coberta de ar, mas Lumi bloqueou com sua outra arma. Quando desviou o ataque do príncipe, no entanto, eu fiquei perplexa. O príncipe fora acertado.

 

Uma explosão afastou Miguel, trazendo o silêncio ao estádio.

 

— Ele… — sussurrou Kanro, logo olhou para mim confuso. — usou magia? Algum item?

 

Com minhas palavras presas na garganta, voltamos a ver o duelo. 

 

Lumi pressionou o príncipe no canto da arena com uma série de ataques contínuos acompanhados de explosões, mas foi afastado por uma explosão de aura e tentáculos do príncipe. Avançando e partindo-os incrivelmente com seu lindo desviar, Lumi esmagou o nariz do príncipe com um murro. Faíscas tornaram sua espada um clarão de fogo, e uma espécie de goblin branco esverdeado surgiu ao seu lado. Eu estava de queixo caído, e não foi diferente com todos os outros. Miguel ativou os Punhos do Inferno, mas o ataque contínuo do meu filho e do goblin impediram o príncipe de realizar qualquer movimento. Simplesmente surraram ele sem dar a chance de contra atacar.

 

Isso, filho! Ganha dele!

 

Miguel criou esferas de poder e atirou contra Lumi, que conseguiu bloquear uma com a espada e-

 

— Partir em dois!? O que ele está fazendo? — gritei, quase quebrando o acento da frente, ficando em pé. 

 

— Senhora, meu acento-

 

A pressão da minha aura se espalhou ao redor, causando arrepios e medo. O senhor rapidamente se virou para a frente se desculpando.

 

— Vai, Lumi, desvia desse ataque! Anda, garoto! 

 

Por favor, sobreviva. 

 

Miguel atirou uma rajada concentrada de energia e Lumi, a espada brilhante dele. O epicentro de seus ataques ocasionou a destruição da arena, levantando uma barreira de fumaça. O rei Alud encerrou a luta quando viu seu filho ferido e o público começou a gritar. Lumi parecia feliz e desacreditado ao mesmo tempo, seu olhar vago quase cedendo à exaustão. De repente, ele ficou de pé, sua postura semelhante a de Fent. Aliviada, eu comecei a rir. Aquele menino ofegante no meio da destruída arena, do fogo espalhado e de todo o estádio era o meu filho. Vitorioso, glorioso. Fazendo o melhor dele: não desistir. 

 

Ele venceu, e eu apenas aplaudi orgulhosa. 



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