Reino da Verdade Brasileira

Autor(a): Lucas Baldi


Volume 3

Capítulo 50: O peso de um nome

 

Era como se eu estivesse submerso na água, respirar era impossível e eu não sentia falta do ar. Meu corpo simplesmente parou, flutuando em uma espécie de líquido de fumaça. A mana começou a circular agitadamente, meus músculos se agitaram, mas nenhuma dor chegou. Até que um som abafado veio de muito longe, em algum lugar nessa escuridão. O ambiente tomou a tonalidade verde, e o espaço sem fim, aos poucos, se assemelhava a uma enorme muralha de chamas verdes. À medida que o som se aproximava, mais eu conseguia discernir as vozes, os gritos e os estalares.

 

Que porra era essa?

 

Olhando para baixo, vi meu corpo verde semi transparente, meus pés flutuando no meio de toda essa muralha de chamas circular. As vozes rapidamente chegaram mais perto, a ponto de ser difícil ouvir o meu próprio respirar. Cemisserrei os olhos. 

 

Eram almas. 

 

Almas que se debatiam incansavelmente vinham para cá. As vozes e os gritos eram tantos que o desespero me alcançou. Eram gritos de sofrência, gritos de pessoas em estado de perdição. Vozes sussurrando por perdão, misericórdia e pela própria morte. Elas chegaram próximas o suficiente para criarem um tornado ao meu redor. Tentei tapar os ouvidos, correr, mas nada adiantava. Eu simplesmente era incapaz de sair daqui. Minhas mãos atravessavam meu corpo e, mesmo sem ter um corpo físico, eu sentia o desespero, sentia até mesmo o arrepio. 

 

Cerca de cinco cabeças sem forma fixaram o olhar em mim. Cada par de olhos retrata as paredes deste lugar, cada uma dessas bocas se curvava para baixo e começava a gritar. Eles avançaram em minha direção. Em um impulso de desespero, eu desviei, porém outro grupo já havia se aproximado. A primeira tocou o meu peito e entrou no meu corpo. Logo entraram em minhas pernas, em seguida nos braços e, por fim, na cabeça. O tornado de almas se aproximou mais ainda, ele girava a apenas um palmo no meu nariz. As vozes se tornaram mais altas, e uma sensação de medo surgiu em meu peito.

 

Um medo que não era meu.

 

Garras afiadas e mãos humanas agarraram minhas pernas, levando-me cada vez mais baixo nesse mar de almas. Me movimentei ao máximo, mas era inútil resistir. Em cima, eu via um único e miúdo ponto brilhante, que eu podia apenas rezar para não ser o mundo físico. As vozes sussurravam em uníssono, e eu finalmente entendi com clareza.

 

— Deixe... Deixei… — O som era arrastado, como se alguém sentisse dificuldade em falar. — Levar… Levar…

 

Parei de me debater, e todas as almas pararam de girar, mostrando a grande barreira de chamas por uma pequena janela entre elas. 

 

— Camadas. Camadas. Por lado. Não direto — Cada palavra era dita por uma voz dissemelhante. — Uma. Segredo. Medo. Nele.

 

De repente, todos os sons cessaram, e o silêncio absoluto horrível me causou desconforto. Elas viraram-se lentamente para a direção oposto no muro. Eu senti uma presença poderosa se aproximando, com um nível de aura que me lembrava o de Alatar. 

 

— Viajante — Um único sussurro ecoou. — Corram! 

 

Todas as almas gritaram de horror e começaram a voar aleatoriamente, deixando-me sozinho no meio do espaço verde. Conforme elas iam se distanciando, mais eu via um corpo verde escuro gigante se aproximando. Um grupo específico de almas tomou a minha frente, meu coração inexistente já estava acelerado. Eu simplesmente engoli seco enquanto elas me encaravam sem dizer nada, e aquele corpo enorme — maior do que várias casas juntas — deixavam de ser apenas um ponto no “nada esverdeado”. Elas voaram para mim, eu apenas ergui os braços na fé de me defender e-

 

Eu acordei no chão da fazenda, suado e ofegante. Meus braços ainda estavam em guarda, mas não havia nada aqui.

 

Meu olhar varreu cada árvore presente, cada mínimo movimento das moitas. Depois de alguns minutos, meu coração desacelerou, e minha respiração finalmente voltou ao normal. Fechei os olhos e puxei lentamente o ar, segurando-o por alguns segundos e o soltando. A estridulação dos grilos vieram de todas as partes, o cantar dos pássaros e os chiados das moitas deram vida ao ambiente outrora silencioso. O que me trouxe, de fato, a realidade foi o estalar do fogo ter parado. 

 

A espada havia perdido suas chamas. Ela desativou

 

Verifiquei minha aura três vezes. Ela ainda era clara e pouco brilhante, com leves traços verdes. A minha aura agressiva permaneceu sem reação, Spectro continuou a dormir. Me aproximei da arma e selei meus dedos em seu pomo. Nenhum efeito surgiu. As chamas vieram para mim? O que era aquele mundo? Gritei “Ativar” na esperança de que algo acontecesse. Eu adoraria poder invocar espantalhos e ter aquele poder todo. Droga.

 

Três Voins voaram até mim. Eles mantinham-se no ar em minha frente. O Voin de Lotier estava mais carregado de energia do que antes, e o de Amice tinha uma carta. O terceiro era novo pra mim. Apontei para o Voin do rei, e ele começou a falar:

 

— Saudações, Lumi. Sua representação será daqui a vinte dias. Você precisa de alguma coisa? Quer algum equipamento ou carona para chegar aqui? Você vai enfrentar o representante considerado o mais forte, preciso que esteja mais que cem por cento. Ah, sim. É o Fent, Lotier estava um pouco ocupado para dar o recado. Você tá captando isso, Pers? Para de comer minha janta! — Um suspirar no pássaro, e logo continuou. — Preciso que chegue com o máximo de antecedência possível, temos muitos papéis a ver e roupas para escolher. Ah, o terceiro Voin vai ficar com você para emergências. Lot já me dá muito trabalho, por favor, seja diferente dele.

 

Engoli seco ao lembrar que tinha apenas quatorze dias para chegar a um reino inimaginavelmente longe daqui sem nenhum meio de transporte. Olhei para minha perna lascada e o corpo coberto por atadura e deixei uma risada escapar. Merda. Apontei para o Voin de Amice, e ele abriu a carta com suas pernas escamosas e leu:

 

— Bom dia! — Olhei para o céu nortuno. — Nós pagamos a entrada para o evento dos representantes. Kanro ainda não descobriu que você vai vir e, sinceramente, eu quero muito saber como você vai achar a gente, mocinho.

 

Estiquei levemente e coluna e dei o recado para o Voin de Amice:

 

— Confie em mim, irão me ver. — Olhei para o do rei. — Eu estou a caminho… na fazenda nas terras de Balnor. Eu vou chegar a tempo, confie em mim.

 

Após liberá-los, eles dispararam para os céus, deixando um lindo rastro azul entre as estrelas. Voltando para casa, eu vi Sairon de pé em frente a dois… túmulos. As palmas de suas mãos estavam juntas, sua cabeça levemente abaixada e seus olhos fechados. Por mais que nunca tivesse sido dito, eu considerava Sairon o líder do grupo. Ele era atencioso, responsável, estratégico. Me aproximei dele e me ajoelhei perante as estacas de pedra com nomes escritos. Eles tinham vidas, pessoas que amavam. Um aperto atingiu o meu peito, fazendo meu olhar baixar. 

 

— Obrigado pelo serviço — sussurrei. — Certamente me lembrarei da coragem que tiveram. 

 

— Eu vou vingá-los — disse Sairon, sereno, porém baixo. — Os ritualistas se provam inimigos dos reinos a cada dia que passa. Você realmente acha que pode vencê-los? — Sairon lançou seus olhos escarlates, que se destacavam na noite, em mim. — Eu disse para não me deixar de fora quando fosse ser alguém injusto. 

 

— Eu — relutei por um momento. — não sei se é possível alcançar tamanho poder. Alcançá-los… Por mais forte que eu tenha ficado, a lacuna entre nós parece sempre maior.

 

Grannuns ainda podia me matar, Miguel ainda podia me vencer.

 

— Não os deixarei sair impune pelo que fizeram com Amanda — Meu amigo parecia cabisbaixo, apesar de seu tom rude. — Eu vou ficar mais forte, e espero que você possa me acompanhar.

 

Sairon se retirou, deixando-me sozinho na imensa escuridão da floresta. Desanimado, eu sussurrei:

 

— Eu também espero.



Ainda era cedo quando eu tive que explicar como o fogo da espada de Emeru sumiu, Cecília simplesmente queria me levar preso por ter achado que eu tinha roubado as chamas. Sendo verdade ou não, achei uma atitude precipitada. Nem eu sabia o que tinha ocorrido! Após analisar a espada, Rhiannon e Sairon chegaram a conclusão que o poder da lâmina finalmente havia chegado ao fim. Por mais que tivesse acontecido no mesmo dia que eu acordei no mesmo instante que eu estava lá. Porém, para eles, aconteceu durante a noite, já que eu não falara nada. Comi até passar mal no café da manhã improvisado. Ficar cinco dias sem comer fez a comida sem tempero parecer deliciosa. Passei um tempo trocando os curativos enquanto eles se preparavam para sair, e Spectro ainda se mantinha no sono profundo.

 

Hora de ir.

 

Vesti o bracelete, equipei o escudo triangular e guardei o livro. Seriam mesmo relíquias antigas com poderes ocultos? Usar objetos era válido para me dar uma melhora. 

 

Eu precisava voltar naquela caverna. 

 

Com minha muleta, eu saí da casa destruída. A luz ofuscante do sol me fez fechar os olhos por um momento, e uma dor de cabeça horrível chegou. Próximo ao resto da estrada queimada estava nossa carroça. Havia um piloto pequeno e robusto acompanhado de um guarda com apenas partes de armadura e uma lança com duas pontas. Ambos fixaram o olhar em mim.

 

— Então é o seu grupo — disse o guarda, com seu olhar afiado. — Vamos, estamos com pouco tempo.

 

— Eu realmente não queria estar aqui — disse o piloto anão. — Veja este lugar, Arú! — O anão desceu da carroça. — Cadê aqueles dois incompetentes? Eles me devem uma bebida boa na guilda de pilotos.

 

Eu abri a boca para falar, mas nada saiu. Meu olhar baixou, e eu simplesmente fui incapaz de responder a ele. O anão começou a me perguntar o que houve, se aproximou e colocou as mãos em meus ombros. Seus olhos buscavam desesperadamente um sim enquanto ele sussurra para si mesmo que eles estavam vivos. Sairon saiu da casa e o chamou, dizendo que poderia levá-lo ao túmulo dos amigos. A pegada dele em meus ombros afrouxou, e, deixando uma lágrima escorrer, ele seguiu Sairon. 

 

Eu não era capaz de informar sobre a morte. Minhas mãos formigavam só de pensar em estar no lugar do outro, no lugar de quem perdeu alguém que amava. 

 

Eu não era forte assim.

 

Faime e Gina colocavam o que sobrou das bagagens e da comida na carruagem, e Breaky cravou o resíduo de sua lâmina no chão. Eu me aproximei, minha perna ardendo mesmo com a ajuda da muleta, e disse:

 

— Está tudo bem? 

 

Seus olhos escuros me encontraram.

 

— Nós vamos encarar mais situações assim — Ele olhou para a espada. — Não precisa me dizer o porquê de querer matar eles, eu escolhi vir para treinar, mas… — Breaky me olhou novamente. — Ele era um Ritualista?

 

Baixei meu olhar para sua arma e deixei minha voz sair o mais baixo possível.

 

— Eu não sei — Analisei cada rachadura destroçada da outrora enorme espada. — Eu quero matar um deles, mas parece tão impossível. 

 

— Eu lutaria ao lado de vocês contra esse grupo, por mais imprudente que isso pareça.

 

Sairon voltou ao lado do anão e se aproximou de nós, até que uma outra carruagem chegou. Uma carruagem com um símbolo diferente dos reinos. A porta se abriu violentamente e um soldado de armadura pesada desceu gritando e apontou sua arma para mim. Seu cabelo loiro chegava próximo aos ombros e seus olhos emanavam pura confiança. Breaky e Sairon ficaram alertas, e o guerreiro começou a rir.

 

— Você vem comigo, Sem Magia — Sua espada longa brilhou em um aspecto semelhante ao de Trea, mas longe de ser tão puro quanto. — Balnor quer ter uma conversinha com você.

 

— Não é hora para isso — retruquei.

 

Estávamos desgastados, e eu não tinha ideia da força ou das habilidades dele.

 

— Deixe-o em paz, Kalel.  

 

Ele abriu um largo sorriso e desapareceu da minha vista, surgindo bem na minha frente. Tentei levantar a muleta, mas seu punho afundou em meu estômago e eu voei longe enquanto vomitava o café da manhã. Breaky tentou agarrá-lo, mas Kalel segurou seu braço devastado e o torceu, colocando meu amigo de joelhos. Correntes vermelhas surgiram ao redor do guerreiro, entretanto desapareceram. Kalel largou Breaky e acertou Sairon no rosto, derrubando-o contra a parede esburacada da casa. Em outro “teleporte” ele pisou em minha barriga e cuspiu em meu rosto.

 

— Eu, Kalel, venci o Sem Magia- — Rhiannon surgiu ao seu lado com uma faca prateada apontada para o seu pescoço. — Se rebelando novamente, Rhiannon? Você sabe o quanto esse imprestável pode valer para aqueles caras. 

 

— Eu disse que ele não vai — respondeu Rhiannon, seu olhar afiado.

 

— Cecília, tire ela daqui! — exclamou Kalel.

 

Cecília parecia… confusa. Pela primeira vez ela me lançou um olhar arrependido. A mulher permaneceu imóvel. Uma guerreira de armadura pesada dourada desceu da carroça, e Trea apontou uma faca de cozinha para ela. A menina disse que desejava esse momento há tempos, e cenas de um massacre surgiram em minha mente. A guerreira cobriu o corpo com uma aura azulada e Trea trocou olhares comigo.

 

Não estávamos em condições de brigar contra outro reino.



— Covarde — Ele tirou o pé de mim e me levantou pelo pescoço. — Eu sou o representante do Rei Lotier, líder do Reino Nove. Você se arrependerá por colocar as mãos em mim.

 

Ele caiu em gargalhada.

 

— Impossível. Você nem pode usar sua aura. — Com um assobio, eu chamei o Voin de Lotier. — Você não- — Ele ficou sério e me largou.

 

— É o Voin de um rei. Já tentamos interceptar esse daí — disse a guerreira.

 

Interceptar? Isso era declarar um ataque contra Elderer.

 

— É a chance perfeita de sabotar Lotier! Ele já infernizou demais os nossos planos com aquele assistente. Eu odeio aquela afinidade com o som.

 

— Não, Balnor tem planos! E você sabe o tamanho do poder de Lotier para o encararmos de frente.

 

Eles compraram guerra? O que estava acontecendo?

 

Kalel me lançou um olhar de nojo e se afastou.

 

— Iremos nos encontrar de novo — Ele estava puto. — Esteja preparado. 

 

O poder dos reinos…

 

Sairon e Breaky vieram me verificar, mas meus olhos permaneceram nas costas do guerreiro. Eu estava cansado de ser humilhado. O ódio atingiu meu coração quando vi que precisava da muleta para andar. Gina analisou minha perna, que tinha voltado a sangrar. Rhiannon e Trea se aproximaram, e desta vez ficamos atentos. 

 

— Peço desculpas — disse Rhiannon. — O rei Balnor tem sido… um tormento para o povo desde que os homens de máscaras sorridentes chegaram.

 

— Tudo bem… — falei.

 

Um desses atacou Karin no dia em que Grannus surgiu, seria possível que-

 

— Tomem cuidado — disse Sairon. — Não tenho uma má visão sobre vocês.

 

— Obrigada, nós iremos nos cuidar. 

 

— Podem nos contatar caso precisem de ajuda — disse Breaky.

 

— Eu ficaria grata, mas vocês não devem nunca pisar na cidade de Megera — Ela olhou para Cecília. — Ela é um caso incomum. 

 

— Venham, ultrastes! — gritou Kalel.

 

Rhiannon se despediu com um gesto e Sairon e Breaky foram para a carruagem. 

 

— Eu gostaria de aprender sobre essa luz — falei para Trea.

 

— Você pode ir para lá — Ela estendeu a mão para me equilibrar com a muleta e sussurrou no meu ouvido. — mas a luz diz que você vai demorar a nos salvar.

 

Cada pelo do meu corpo arrepiou enquanto ela ia embora. Entrando na carruagem, permaneci vários minutos chocados, sem nem mesmo prestar atenção no que os outros falaram.

 

— Foi por pouco! — disse o guarda, ele estava completamente suado. — Vocês são malucos para porra! O menino aí é um representante? Digo, eu devo chamá-lo de alteza?

 

Gina e Faime concordaram com tudo que o guarda disse, e o anão parecia derrotado. Ele decidiu não pilotar na volta. 

 

— Lumi é o imã de problema — Sairon comentou. — Lumi, eu estarei no dia da sua luta, mas antes irei visitar o túmulo de minha irmã. 

 

— Você precisa de companhia?

 

— Não, prefiro que você mantenha a sua rota e se concentre em destruir Miguel.

 

— Eu também irei após visitar meu vilarejo — disse Breaky. — Eu não poderia perder a derrota do príncipe arrogante.

 

Gina e Faime pareciam curiosos — assim como eu por eles conhecerem Miguel —, mas ficaram quietos.

 

— Aguardarei vocês.

 

— Como pretende lutar? — Sairon perguntou.

 

— Eu não sei ainda, porém Spectro pode me ajudar como uma invocação. A energia dele é muito semelhante à minha agora. 

 

O grande dia se aproximava e eu não tinha ideia de como me preparar. Ritualistas pareciam agir, Balnor e Lotier tinham conflitos e Miguel, que usava magia corrompida, era o mais forte representante de Laum. Os mascarados sorridentes tinham uma característica base, e Grannus era completamente diferente do que atacou a academia de defesa. Capuz, sereno, direto ao ponto. Seriam mais de uma organização? E por que eles trabalhariam juntos? Porém o que mais me intrigava era os chamados de “Obscuros”. Mais de cinco anos sem nenhuma aparição, todos com recompensas superiores a quinhentas moedas de ouro e sem nenhuma pista clara ou imagem de seus membros. Sairon alegava ter visto o denominado “Sangue”, Obscuro de máscara laranja na Alrofy de Tera. 

 

Alguma coisa grande estava para acontecer e eu esperava que Lotier me incluísse nisso. Com eles por aí, minha família está menos segura. Eu precisava ter uma conversa com o rei.

 

Eu iria pedir respostas.








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