Reino da Verdade Brasileira

Autor(a): Lucas Baldi


Volume 3

Capítulo 47: Fonte de poder

Mais e mais faíscas surgiram, cobrindo por completo a minha espada. A quantidade de mana depositada no metal trouxe um peso à arma que eu duvidava se aguentaria segurar por mais tempo. Meu bíceps doía desconfortavelmente e meu ombro estava a beira de se deslocar, enquanto a palma da mão queimava no pomo. Com o corpo encharcado de suor, eu dei dois passos à frente, e o mundo começou a escurecer. Sairon havia comentado que já era hora de usar, porém Breaky retratou um ponto em seguida:

 

— Lumi, vamos ficar sem você pelo resto da batalha — disse ele enquanto se levantava do chão. — Tem certeza que é o melhor momento para usar isso?

 

— Não venceremos Emeru se não passarmos por suas criações. — falei, meus olhos no exército que se aproximava. — E se eu estiver certo, ele não conseguirá invocar mais.

 

A espada ardeu em chamas e eu a ergui, logo usei as duas mãos e me posicionei para o ataque. Minha cabeça já latejava próximo ao calor e, por um momento, acreditei ter desmaiado. Rhiannon e Cecília pareciam confusas com meu uso de magia, e Trea manteve sua expressão neutra. Estranhamente semelhante de quando conheci Ellie. Spectro, ao contrário dos outros membros, disse bem empolgado:

 

— Eu realmente queria ver isso! — Spectro ficou ao meu lado. — Pensei que ia morrer sem usar seu trunfo. 

 

Quando abri a boca para respondê-lo, a voz de Emeru se destacou em meio a tantos espantalhos. Seu semblante sereno e enraivecido, e seus olhos vívidos como nunca. A regeneração era passiva realmente? 

 

— Me impressiona que consiga usar a energia das almas, por mais apenas vestígios — Ele olhou para Spectro. — Essa sua invocação é… interessante. Com apenas um pouco dessa energia você conseguiu trazer um Erokai perfeito. Como aprendeu a usar?

 

— Cale-se — retruquei. — e arda em chamas.

 

Um brilho ofuscante surgiu em minha espada, e eu finalmente devolvi o corte que ele nos dera antes. Desde que eu pude usar magia, pensei em como replicar o ataque no vilarejo em que estive com Alatar. Era interessante ter um ataque devastador. O corte mágico flamejante se estendeu por todo o lugar, queimando e trucidando todos os espantalhos que estavam no caminho. As árvores foram novamente queimadas, as criações de Emeru corriam para tentar evitar o fogo que já os infectaram como uma praga. O calor massante alcançava meu rosto, e uma dor fez meu braço direito estalar. Minha espada foi ao chão, porém o corte continuava a se estender e devastar o ambiente ao redor. Sangue escorreu dos cantos da minha boca quando senti minha aura exaurida, e meus joelhos logo começaram a ceder. Emeru havia se protegido com uma barreira esverdeada, seus dois espantalhos poderosos também estavam dentro dela. Seu rosto se tornou uma carranca furiosa, e eu não conseguia parar de sorrir por isso.  

 

— Agora é com vocês — falei, meu corpo ia de encontro ao chão, porém meu braço recebeu o apoio de Gina. 

 

— Não — disse ela. — Nós precisamos de todos para vencer essa luta. 

 

Um círculo verde surgiu ao redor do grupo, me afastando do mundo dos sonhos. A energia lentamente agarrava o meu corpo com força, e minha aura — mesmo que devagar — se recuperava. Respirar ficou mais leve e eu consegui ficar de pé. Os cortes rasos foram fechados, e os demais ferimentos doíam consideravelmente menos. Uma aura leve e clara tomou conta das mãos da curadora do nosso time enquanto ela olhava determinada para frente. Sairon e Breaky se aproximaram de nós, e até Cecília conseguiu ficar de pé. Trea e Rhiannon vieram logo atrás, e meu queixo caiu quando vi o time inteiro disposto a lutar novamente. Até mesmo Sairon, por um único segundo, ficou boquiaberto. Magia de cura era tão rara quanto dragões, e eu vi duas pessoas usarem ela no mesmo lugar!

 

O efeito do fogo estava acabando, deixando apenas vestígios de magia queimarem o cenário. Emeru desfez seu escudo e esticou seu braço, sua espada mais ardente que antes. Seus dois espantalhos insanos vinham em sua frente, e o Olhar da Aura funcionava intermitentemente. 

 

— Gina- — falei, antes de ser interrompido.

 

— Esse era o meu trunfo — Ela sorriu.

 

— Parece que ele se estressou — disse Cecília, logo posicionou sua espada e a cobriu com aura vermelha. Seus olhos acompanharam o brilho de poder. 

 

— Por mais que não pareça — comentei. — posso sentir a exaustão dele próxima. Essa batalha vai depender do melhor uso da energia restante.

 

— E nós estamos em maior quantidade. — disse Sairon, antes de tomar a frente do grupo. — Precisamos manter os espantalhos ocupados para derrubar nosso querido amigo Emeru. Breaky e Cecília — Ele olhou para eles. — Vocês ficam com o da esquerda, possuem o maior poder de corte do grupo. Se puderem, acabem com isso rápido.

 

Gina recuperou uma energia considerável de todos nós ao mesmo tempo. Como esse tipo de poder funcionava? Eu queria, eu precisava.

 

Breaky e Cecília concordaram, e Sairon continuou.

 

— Vou com Rhiannon, que possui o maior poder mágico entre nós, e Trea, com sua velocidade. Nós vamos direto em Emeru. — Sairon olhou em meus olhos. — Você, Spectro e Gina ficam com o espantalho da direita. 

 

Depois de concordarmos, eu levei as pressas o corpo desacordado de Faime para o que restou da casa e vi minha bolsa de equipamento. Eu mordi o lábio inferior ao lembrar de certos equipamentos. Quando saí, entreguei meu escudo de metal para Gina e meu livro de feitiços para Rhiannon. Pareciam confusas no começo, mas eu disse que deviam apenas utilizar. Perto o suficiente para atacar, nós andamos juntos para o centro da arena destruída. 

 

Rhiannon apontou a palma de sua mão para Emeru e flechas azuis cristalinas voaram em direção a ele. Trea moveu-se tão rápido que ondas de terra foram criadas atrás de seus passos, enquanto Cecília estava quase tão veloz quando se moveu para o espantalho da esquerda. Emeru rebateu as flechas de Rhiannon com a espada flamejante e o espantalho que ia interceptar Trea foi acertado por Cecília. 

 

Todas as guerreiras de Balnor eram rápidas assim?

 

Breaky corria logo atrás de Cecília. Rhiannon manteve a distância e Sairon tentou acompanhar Trea. Spectrou se jogou contra o espantalho da direita e tentou fincar suas garras no pescoço dele, mas o inimigo desviou e chutou a cabeça do meu parceiro. Eu e Gina começamos a correr, mas meus olhos foram pegos pelo ataque de Cecília. Ela havia acertado de cima o crânio do espantalho, mas, ao invés de ser partido em dois, dois espantalhos correram para cada lado. Um chutou a perna dela e o outro se preparou para apunhalar sua garganta. Quando me preparei para gritar, Breaky alcançou ela e cortou o espantalho que ia matá-la, mas ele apenas desapareceu como fumaça e o verdadeiro se afastou.

 

Eram ilusões ou clones? 

 

Seja lá o que fosse esse poder, agora havia seis deles. Breaky me olhou furioso e gritou:

 

— Tira o olho do meu alvo!

 

Quando voltei a atenção a minha luta, Spectro atacava sem pausa o inimigo que só desviava, enquanto Gina se aproximava pelas costas do espantalho. Disparei em direção a eles e dei um pulo e um chute giratório mirando na nuca, porém o espantalho curvou a coluna para o lado em um ângulo impossível e socou meu estômago. Mas antes de tocar chão, eu girei mais uma vez e com a minha espada acertei uma parte de seu braço, que estranhamente permaneceu inteira. O espantalho se afastou em passos rápidos e eu me aproximei de Gina e Spectro. O corpo do espantalho estava coberto por uma aura extremamente densa, porém fina. Meus lábios se curvaram em um sorriso. Eram habilidades tão… tão… incríveis de ser ter. 

 

Gina disparou com o cajado uma rajada de poder verde. O espantalho desviou e correu para cima dela, mas Spectro interviu e eles começaram a trocar socos. O goblin mágico levou a pior e foi pego pelo pescoço, enquanto suas garras davam o melhor para perfurar a estranha camada de aura que protegia a invocação. Cobri meu punho esquerdo com aura e logo acrescentei fogo. No curto tempo em que dei dois passos até eles notei que criar uma camada ao redor do corpo era absurdamente difícil. Eu sempre desperdiçava um absurdo de mana para, ainda assim, sair errado. 

 

Estiquei o braço para trás e mirei um soco, mas o espantalho colocou Spectro na frente e eu freei bruscamente. Dei um passo rápido para trás e Spectro foi lançado em cima de mim, e nós dois voamos até bater contra uma das árvores queimadas. O espantalho sorriu maniacamente e fez duas adagas de magia, mas Gina disparou diversas rajadas contra ele, afastando-o. A aura dele brilhou e sua velocidade cresceu exponencialmente.

 

— Precisamos destruir aquilo — disse Spectro, ainda em cima de mim. 

 

— De acordo. 

 

O maldito correu para Gina, mas com um impulso e ainda no chão eu o bandei. Ele deu um mortal e aterrissou com apenas uma perna, pronto para me atingir, mas Spectro veio do alto e acertou um soco em seu crânio. O espantalho desfez as adagas e tentou pegar Spectro, porém Gina — com um grito gutural — afundou um chute na traseira do seu joelho e deu um soco em seu pescoço. Com uma dor aguda na perna, eu levantei e apontei as duas palmas para ele, criando uma explosão no seu peitoral. O espantalho voou e seu corpo começou a pegar fogo. Ele bateu contra uma das árvores que havia se livrado do fogo e caiu no chão. O fogo logo se desfez e ele se pôs de pé, como se nenhum dano tivesse lhe alcançado. 

 

Precisava haver alguma brecha.

 

— Parece impenetrável — disse Gina. 

 

— Que droga. Droga! — resmungou Spectro. — Eu vou arregaçar esse desgraçado!

 

Enquanto o goblin baixinho xingava, a aura no espantalho começou a borbulhar. Ela simplesmente se desfez e três espécies de almas pequenas circularam pelo seu corpo. Pedi a Gina a espada e me preparei para usar as duas. O espantalho veio correndo em nossa direção, porém estava mais lento do que antes. E…

 

— A defesa dele foi embora, ataquem com tudo!

 

Disparei em sua direção, lançando a primeira lâmina de encontro ao seu peito, mas uma dessas almas tomou a frente e minha espada quebrou. A segunda alma atingiu o meu estômago e o vômito tomou conta da minha boca. Quando a terceira chegou a um palmo do meu nariz, uma aura verde cobriu meu corpo, e eu carreguei — sem nem pensar — um soco explosivo a queima roupa. Ele bateu contra a árvore, Spectro cravou as garras em sua barriga e eu tive que engolir para evitar vomitar. 

 

Mais uma vez, Gina foi incrível com esse poder. Como colocar aura protetora em outro alguém?

 

Ele colocou as almas nas mãos e tentou agarrar o meu amigo, mas Spectro se afastou e, antes que o espantalho pudesse sair, eu cobri as espadas porcamente com mana e comecei a atacá-lo. Gritei a cada corte que fazia no corpo desse espantalho desgraçado, utilizei toda a força nos braços para manter o ataque contínuo do estilo duas espadas. Até que o desperdício de mana me trouxe a fadiga e eu me afastei, mas Gina acertou uma rajada que o manteve na árvore e Spectro pegou a espada de mim e o perfurou contra o tronco. 

 

— Ven- vencemos? — disse Spectro, arfando. — Ele parou de reagir. 

 

Meus pelos arrepiaram quando olhei para o centro da arena. A armadura de Cecília estava inteiramente quebrada, ela tinha os olhos cobertos de sangue e estava de pé segurando sua espada com apenas um braço. Breaky, com vários cortes fundos pelo corpo, tentava incansavelmente acertar todas as ilusões do espantalho. Mas o espantalho ria, criava e desfazia as ilusões como se estivesse brincando com o meu amigo. Sairon usava suas correntes desesperadamente para defender os ataques colossais e insanos da espada de Emeru. Um de seus braços estava em um ângulo impossível, suas pernas tinham cortes que ainda escorriam sangue e suas correntes estavam perdendo o brilho. Trea e Rhiannon estavam fora da minha vista.

 

O que aconteceu aqui? Havia mais pessoas como Emeru nos Ritualistas?

 

De queixo caído, meus olhos perderam o foco.

 

— Pessoal! — gritei. — Precisamos agir! Agora!

 

Trea estava se afastando com Rhiannon no colo, vinha devagar em minha direção, seus olhos calmos clamando por ajuda. Os cortes no corpo de Emeru, por mais devagar que fosse, estavam se fechando. 

 

— Mais que filho da-

 

Um baque em minhas costelas. Spectro gritou meu nome. O espantalho não fora derrotado e agora ia, mais rápido do que antes, para Emeru comigo em suas costas. Eu dei cotoveladas em sua cabeça, me sacudi, mordi, mas nada o parava. O mundo ao redor virou um borrão quando ele acelerou ainda mais, e o gosto de bile novamente veio a mim. Ele pulou e arremessou meu corpo contra o chão. Mesmo com a visão embaçada, eu via ele. Emeru pisou no meu peitoral inteiro, e eu cuspi um bocado de sangue. Aos poucos, minha visão voltava, mas eu já via suas feridas se fecharem. 

 

— Como conseguiu um núcleo de almas? — disse Emeru em um tom pouco convidativo.

 

Girei a cabeça ao redor. Onde você estava, Sairon? 

 

Emeru pressionou ainda mais. Minhas costelas estalaram, a dor agoniante me fez gritar. Minha coluna doía, meu braço estava queimado, minha visão começou a ficar vermelha e minhas pernas a tremerem. Eu realmente esqueci que podia morrer em missões. Droga, droga, droga. Eu o encarava de baixo e conseguia ver Grannus. Eles simplesmente chegaram e tentaram me matar. Arrastei as unhas na terra, comecei a grunhir. Eu queria ser mais forte a ponto de ninguém mais mexer comigo. Se eu sobrevivesse a isso, agradeceria a minha família por me amar. 

 

— Não me ignore — ponderou ele. — Como você aprendeu a usar a energia das almas? 

 

Eu finalmente encontrei Sairon; impotente e coberto de sangue no chão. Um horror alcançou o meu rosto ao ver meu amigo semimorto no chão. Se ele perdeu… que chance eu teria? Voz, se você está aí-

 

— Lumi! — gritou Spectro, ainda bem longe, segurando uma espada. — Larga ele, seu merda!

 

— Ser interessante — Emeru sorriu. — Você — Apontou para o espantalho que me trouxe. —, traga-o para mim. 

 

— Vá para longe! — gritei, meu coração nunca bateu tão rápido. — Por favor…

 

O espantalho desviou do lento corte do meu goblin e acertou um chute em sua cabeça, amassando-o no chão. 

 

Ele era fraco por minha causa! Porque eu tinha pouca magia!

 

Ele atravessou a espada em meu companheiro e o ergueu, mas um corte de luz surgiu no pescoço dele e sua cabeça foi ao chão. Trea apareceu atrás de seu corpo e o partiu em quatro pedaços, depois lançou uma rajada violenta de energia e desapareceu com o espantalho. Spectro caiu de joelhos e gritou ao retirar a espada das próprias costas. Trea estava com a roupa rasgada, vários cortes em seu corpo e sangue escorria de sua cabeça, manchando seu cabelo branco prateado, mas seu olhar continuava calmo e determinado. 

 

— Eu conheço essa magia de Balnor — disse Emeru. — Talvez eu deixe você viver para passar um recado ao falso rei.

 

— O resultado desta luta será a minha lâmina em seu pescoço. — respondeu ela antes de se posicionar, e o Olhar da Aura trouxe o fluxo de energia do corpo dele. — Sua boca suja não merece dizer o nome de Balnor. 

 

As correntes de mana fluiam rápido demais pelo corpo dele. Rápido demais até para ele. Um fio de poder ligava-o ao espantalho das ilusões, mas, diferente dos de Gerald com os bonecos de madeira, era extremamente denso. A exaustão física de Emeru, de alguma forma, era visível para mim. Porém em seu braço esquerdo a quantidade de mana era cinco vezes maior que a do resto do corpo, e o desgastamento também. Era a espada, ela era o núcleo de poder de Emeru. Ela tinha a energia da pedra! 

 

Ainda havia esperança. Que vida essa me foi dada. Desde quando me tornei tão brigão?

 

Apontei meu braço já para cima e fechei os olhos, disparando uma explosão para o rosto de Emeru. Mordi meu lábio inferior com força quando as lágrimas chegaram, mas ele havia se coberto com aura e a espada começou a repor suas energias mágicas. Então a regeneração tinha um preço. Antes dele conseguir falar, Breaky enfiou a enorme espada quebrada na barriga do monstro, fazendo-o, pela primeira vez, cuspir seu sangue escuro. Emeru gritou e tirou seu pé de cima de mim, instintivamente inalei todo o ar que pude. Breaky tomou a minha frente, ele arfava e segurava com dificuldade a espada, enquanto um brilho surgiu no ferimento de Emeru e começou a regenerar. Seu espantalho tomou a frente. 

 

Levando mais energia ainda. Ele só podia sustentar um agora. A energia da espada passava pelo corpo dele e fazia praticamente tudo, entretanto demandava uma quantidade absurda de resistência física. Um sorriso alcançou o meu rosto. Ele era forte, mas não invencível.

 

— Seu desgraçado de merda! — exclamou ele, sangue escorria de sua boca. — Eu vou matar toda sua família, Kai! Os Ritualistas não vão desistir de caçar você! 

 

Lentamente, comecei a me levantar. Até que um braço de Breaky perdeu as forças e sua espada foi ao chão.

 

— Lumi — sussurrou ele. — Me diz que tem um plano. 

 

Trea e Spectro se aproximaram e a guerreira estendeu a mão para mim.

 

— Tenho. 

 

Cecília se aproximou devagar, seus pés se arrastavam na terra. 

 

— Gina está tentando manter Rhiannon viva — disse Trea. — Vá para lá e procure se curar.

 

Cecília tentou refutar, mas nenhum som saiu de sua boca. Era desconfortante para mim ver uma guerreira agressiva agir desta forma. Emeru ainda tinha um ferimento grave na barriga, mas havia diminuído boa tarde. O espantalho recebera o poder da aura, da velocidade e das almas do outro superior, ainda tendo consigo as ilusões. A espada passava muita energia para o corpo de Emeru.

 

Até que passos surgiram em nossas costas e todos olhamos. Meus olhos arregalaram e meu queixo foi ao chão. Sairon Watanabe estava de pé, sua aura vermelha fazia o sangue que cobria todo o seu corpo brilhar. Suas correntes nunca pareceram tão potentes, e seus olhos estavam vívidos como os de um dragão. Sairon ergueu uma adaga, enquanto suas correntes pareciam mais tentáculos ao seu redor. 

 

Eu sabia a situação, mas… eu queria ser legal assim

 

— O que é? Foi só um arranhão. 

 

— Eu vou arrancar ele de você a força, Kai! — A espada de Emeru se irradiou de poder.

 

Emeru estava à beira de ceder assim como nós, então era uma batalha de controle de mana e de tempo. Nós só precisávamos aguentar. Cerrei o punho com força e dei um grito gutural para ele:

 

— Venha, pois você não vai tirar ele de mim. Eu não vou perder o Spectro!

 

Eu não me perdoaria se perdesse de novo.



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