Reino da Verdade Brasileira

Autor(a): Lucas Baldi


Volume 2

Capítulo 29: Ele voltou?

O grande portão rangeu e balançou quando foi aberto, e os arqueiros e lanceiros que apareceram estavam detonados. Suas armaduras de madeira e metal quebradas, diversas ataduras e hematomas pelo corpo, armas cegas e rachadas. As feições deles transmitiram medo e hesitação quando nos encontraram, e eu pude perceber um leve tremor nos seus joelhos enquanto eles engoliam seco. Alice e Áki foram para trás de Alatar, que se aproximava do portão em passos lentos com as mãos levantadas em um gesto de paz. As árvores ao redor da trilha eram irregulares e difíceis de se adentrar, porém parte fora destruída brutalmente, criando caminhos entre estacas afiadas. Foi só quando Bruno citou pegadas próximas que eu me toquei que os rastros estavam um tanto apagados. 

 

— Quem são vocês? — disse o homem segurando uma lança de madeira. 

 

— Somos o reforço de Karin — disse Alatar. — , Rona e Sairon nos solicitaram recentemente. 

 

Quando os portões se abriram e nós entramos, a visão me deixou com um gosto amargo na boca. Boa parte das pequenas casas de madeira estavam esburacadas, pequenas barracas foram construídas improvisadamente, pessoas com ferimentos ainda em aberto estavam sentadas no chão sujo, com os olhos repletos de medo que pediam por socorro. Spectro sussurrou que eles estavam sofrendo mais do que o papel da missão dissera, e eu logo concordei, dado que a única informação presente era a de monstros irregulares. Se os reinos vissem como esse povo vive… Um soldado que vestia uma armadura de metal — em melhor estado que as dos outros — se aproximou de nós e disse em alto e bom som:

 

— Saudações, grupo de Karin! Levarei vocês até o nosso líder para que se informem com clareza sobre a situação atual do vilarejo de Endvir. Por favor, me acompanhem. 

 

Sem pestanejar, nós o cumprimentamos e o seguimos. Depois de passar por outro bocado de pessoas sem esperança e desnutridas, nós chegamos a uma cabana um pouco maior que as demais. As madeiras da construção estavam menos destruídas e tinham estacas afiadas ao redor, como se fosse um refúgio para caso algo passasse pelas muralhas quebradas ou pelo portão semidestruído. Na frente da porta, estavam duas pessoas. Uma emitia uma energia protetora e forte e tinha cabelo rosa penteado para trás e olhos azuis da cor do céu, enquanto o outro tinha uma energia desagradável, cabelos pretos e olhos tão escuros que eu mal conseguia distinguir a íris da pupila. 

 

— Olá, é um prazer conhecê-los — disse o homem de cabelo rosa. — Eu me chamo Rona Riley e sou o Dilúculo enviado por Tera para resolver o problema de Endvir. — Rona direcionou o olhar para Alatar. — E você deve ser o grande cavaleiro Real Alatar. 

 

— Saudações, Rona. Sim, sou eu. Eu trouxe comigo — Alatar gesticulou para nós. — o grupo de Penumbras com mais potencial de Karin para terem uma experiência diferente em missão.

 

Eu era Sombra, caramba. 

 

Rona demorou o olhar em cada um de nós e sorriu. 

 

— Mal posso esperar para vê-los lutar — Rona virou o olhar para mim. — Devo acreditar em como os jornais representaram você? 

 

Antes que eu pudesse responder, um outro homem saiu da cabana. Ele tinha uma espada maior do que eu em suas costas, seus olhos eram de um castanho escuro belo, com um tom levemente puxado para o roxo, sua pele era escura e sua barba estava quase fechada. O cabelo dele era bem curto, semelhante ao estilo dos soldados do castelo. Ele fixou o olhar em mim, consegui sentir um pouco de raiva e curiosidade virem dele. 

 

— Esse é meu discípulo direto, Breaky, também no nível Penumbra — disse Rona. — Os outros devem estar nas redondezas da muralha ou ajudando os cidadãos. 

 

Breaky nos saudou sem dizer uma palavra, seu rosto fechado. 

 

— Eu realmente não me sinto seguro com esse sem magia aqui, eu vi você nos jornais — O velho finalmente falou algo, sua voz emitia nojo e seu olhar desgosto. — Eu sou Martin, o prefeito. Quero só os líderes na sala de reunião, e não um monte de moleque iniciante. 

 

Meu olho direito mexeu sozinho enquanto eu encarava a figura do prefeito, reprimindo a vontade de fazer ele dar uma cabeçada no meu punho. Alatar e Rona trocaram olhares, e era evidente que o prefeito era um sujeito difícil de lidar. 

 

— Bem, quero que vocês se familiarizem com o vilarejo e se mantenham aqui dentro. Estão autorizados a atacar qualquer criatura que provavelmente conseguirá invadir facilmente o local — Martin bufou e levantou a mão para falar, mas Alatar continuou. — No pior dos casos, me chamem.

 

Os três entraram. Alice e Áki disseram que iam dar uma olhada nas casas ao redor para entender que tipo de monstros os atacou, Bruno e Amara decidiram ir se informar nos portões e Ellie Higasa se aproximou de mim. Breaky andou na direção dos portões e, quando passou por mim, percebi nossa diferença de altura; ele era gigante. Ele vestia partes de uma armadura de couro, tinha duas poções de um branco brilhante e sua espada parecia de alguma maneira adornada com ouro. 

 

— Aqui não é lugar para brincadeira, Sem Magia, devia voltar para casa agora se quiser ver sua família de novo. — disse ele, sem nem mesmo olhar para mim. 

 

— Talvez você devesse prestar atenção na sua própria vida — retruquei. 

 

Breaky foi embora, deixando-me sozinho com Ellie. Ela deu alguns passos em direção às casas e seus ombros baixaram. Uma fraca névoa pairava sobre o lugar. Podíamos ver algumas crianças sentadas ao redor de uma fogueira enquanto esperavam um único peixe para comer, homens e mulheres discutindo pelo poço que outrora trazia água, animais sujos e com frio procurando algum lugar para se esquentar… Mesmo que minha missão fosse descobrir mais sobre os monstros irregulares, eu não sei se conseguiria dormir se eu fosse embora sem ajudá-los de alguma maneira. Eu tinha limitação, como eu poderia ajudar um povo inteiro? 

 

— Como vivem em uma situação tão precária? — disse Ellie, seu tom neutro. 

 

— Vamos entender o que houve — Olhei para as nuvens apressadas que se aproximavam cada vez mais do local. — Espero que resolvamos as coisas antes que a chuva nos alcance. 

 

— A chuva tornaria o clima perfeito para fazer outra coisa… — Seu tom sem expressão não condizia com o seu olhar sedutor.  — Temos nossas primeiras vítimas. 

 

Dois guardas que estavam marchando, talvez na casa dos vinte anos, chegaram até nós. Um deles tinha o cabelo e os olhos azuis, sua aura parecia estar tão… fria, enquanto o outro tinha olhos cor de mel e um cabelo castanho cobertos por mechas loiras. Decidimos pará-los e pedir informação. O nome do de cabelo azul era Airo, e ele havia chegado aqui ontem a pedido do próprio Rona. Airo dissera que, durante a noite, criaturas estranhas rodeavam a floresta e rosnavam ameaçadoramente quando viam os guardas e que as pessoas tinham medo de relembrar o que aconteceu. O outro se chamava Amyon, ele veio com o objetivo de reforçar suas habilidades aprendidas na Academia Central de Tera. Ambos pareciam determinados a ajudar, mas sabiam pouco do que acontecera. Eles seguiram sua ronda, enquanto outro grupo se aproximava de nós. 

 

Duas mulheres estavam atrás de um homem de armadura dourada que segurava um escudo tão grande quanto ele. Pelo manto delas e os cajados presos na cintura, supus que eram magas. O homem soltou um escárnio descarado quando me viu. Considerando que eles estavam em boas condições, só podia ser o time de Tera. 

 

— E pensar que você viria mesmo. — disse ele em um tom zombeteiro. — Eu realmente estava curioso para testar a sua força. 

 

— Alfi-rar, não começa — disse a menina de cabelos escuros que escorriam até perto de sua barriga. — Rona e Sairon disseram para trabalharmos em equipe.

 

— Eu só quero treinar com o nosso amiguinho, Elizabeth, afinal, como posso confiar nele no campo de batalha sem saber sua real força? — Alfi-rar disse, um sorriso maior se formava enquanto seu escudo começava a brilhar. 

 

— Não seja provocado por alguém tão banal — disse Ellie, seu olhar sereno grudado no meu novo amigo. Eu tinha certeza que o escudo dele duraria pouco se ela o atacasse.

 

Olhei de relance para Ellie. Ela estava certa.  

 

Com meu dom de enxergar auras, eu consegui ver que a armadura dele era coberta por uma camada grossa de magia, como se para arranhar ela eu precisasse ter um ataque tão forte quanto sua barreira passiva. Ela deve ter sido muito cara. Ele era alto e sua aura transmitia um brilho maior que o de um Penumbra, e com todo o equipamento que ele usava fiquei em dúvidas se eu tinha chance em um combate direto. Ele venceria o goblin que eu venci? Falhando em resistir a tentação, eu soltei minha voz. 

 

— Você está muito bem equipado, Alfi, por acaso seu paizinho comprou para você? 

 

Uma leve carranca se formou em seu rosto, mas ele logo se cobriu atrás do escudo. 

 

— Tente me acertar, Sombra, temos tempo. Vamos ver se você consegue ao menos tocar em um Fulgor. 

 

Troquei olhares com Ellie por um momento, seu rosto inexpressivo me dizia para deixar isso de lado — mas eu não queria. Já cansei de ser humilhado toda vez que alguém mais forte que eu resolvesse tirar sarro de mim. Com um passo rápido, usei toda minha força em um chute frontal, na esperança de desequilibrá-lo e fazê-lo repensar sobre mim, mas um estalo surgiu na minha e eu dei um meio mortal para trás para me afastar. Ele permaneceu estático, aquele símbolo maldito de um leão dourado havia brilhado, e Alfi-rar disse algo sobre ser invencível. Ignorei-o, foquei-me em alguma maneira de penetrar aquilo na brutalidade. Peguei a katana da cintura e dei três cortes rápidos, porém nada aconteceu além de uma dor aguda alcançar as minhas mãos e o som do metal colidindo ecoar. 

 

— Eu devia atacar também — disse ele maliciosamente, sua mão começou a canalizar uma quantidade absurda de magia. 

 

Ele queria me machucar. 

 

 Usei a mana da katana para aumentar a pressão e a força do meu forte. Eu sabia que meu ombro poderia deslocar com esse ataque, mas eu não ia deixar ele me humilhar aqui. Quando ergui a minha arma para atacar, para ir na direção do braço armadurado protegido pela mana dourada, uma enorme espada surgiu no meio de nós dois, e eu pude ver Breaky no canto do meu olho com um olhar neutro pra situação. Do outro lado, perto de Alfi-rar, uma menina loira empurrou o menino arrogante, que caiu em risada e começou a se afastar enquanto dizia que era apenas uma brincadeira. 

 

— Tsc. Você realmente se rebaixou ao nível dele — disse Breaky. 

 

— Não gostei dele — Spectro sussurrou. — De nenhum deles. 

 

Ellie apertou o meu braço e me puxou para perto de Elizabeth e as outras duas meninas, enquanto Breaky se afastava. Meu coração ainda batia contra o peito de raiva. 

 

— Desculpa por ele — disse Elizabeth, logo suspirou e continuou. — É realmente um saco ter um nobre empoderado no time. Eu me chamo Elizabeth. 

 

— E eu Adelai — disse a menina de cabelos loiros grisalhos e de olhos roxos com um sorriso. — Essa fofa aqui é a gina — Ela apontou para a menina que separara a briga.

 

As bochechas de Gina arderam em vermelho e ela nos deu um aceno tímido, seus olhos esmeraldas nos meus pés.  

 

— Eu sou Ellie Higasa — Ellie apertou o meu braço. — E esse é Lumi Kai. — Acenei, trocando olhares com as meninas. — Vocês sabem o que aconteceu aqui? Estávamos em busca de informação enquanto nosso líder conversa com Rona e o prefeito. 

 

— Martin… — Elas responderam em uníssono, e Adelai continuou, seu tom de indignação. — Tudo o que acontece aqui é culpa dele. Ele podia simplesmente aceitar a proposta de Tera para evacuarmos as pessoas, de preferência antes que os monstros da dungeon retornem. Não sei se os muros resistiriam a outro ataque. 

 

— Quando esses ataques começaram? — perguntou Ellie, seu tom neutro como o seu olhar. 

 

— Disseram que era uma zona de perigo de Categoria Dez, então só monstros fracos apareciam por perto. — disse Elizabeth. — Mas, de repente, criaturas de variadas formas surgiram, de pequenos goblins a grandes ursos capazes de cuspir fogo, e de imediato o comércio com o vilarejo foi cortado por ordem externa; já que muitos dos comerciantes vinham para cá e não retornavam. Pelo menos, não inteiros, ou com partes das mercadorias destruídas. 

 

Coloquei a mão no queixo, deixei os pensamentos correrem à solta pela minha mente. Haviam pontos específicos nos mapas de Elderer, deixando claro onde poderiam haver dungeons e qual era, possivelmente, o nível dos monstros e o Líder que a habitava. Mas o perigo que jazia aqui antes era de categoria mínima, e dungeons não podem simplesmente surgir do nada. Ou talvez essa fosse a questão. E se não fosse uma dungeon? 

 

— Nós… — disse Gina, timidamente. — Recebemos o pedido dizendo uma mudança no local, e, como era uma suspeita de anormalidade, viemos às pressas, com dois capitães de um batalhão. 

 

— O Grande Capitão Sairon — disse uma mulher que se aproximava ao lado de um magro elfo. Ela tinha olhos cor de mel, um cabelo cor de prata e usava uma camiseta preta. Partes de armadura azul se espalhavam pelo seu corpo, e em sua mão estava uma flauta vermelha e azul com adornos dourados e roxos. O elfo tinha o cabelo loiro e usava uma roupa de pano verde por baixo da armadura de couro marrom, seu olhar refletia medo, e suas mãos tremiam.  

 

Ela cumprimentou as três meninas, enquanto o elfo ficara um passo atrás. 

 

— Eu ainda não o vi. — falei, encarando a mulher. — Você é-

 

— Amanda Wata — Ela estendeu uma mão para mim e outra para Ellie. — É um prazer, povo de Karin. 

 

Depois de nos apresentarmos, ela continuou: 

 

— Chegamos a tempo de impedir que o ataque matasse mais dos aldeões aqui. Depois de uma reunião longa e detalhada de como prosseguir, Sairon decidiu explorar a floresta com o batalhão de soldados. — O olhar dela baixou, e de soslaio percebi um desânimo no olhar de todos. — Isso tem três dias… Ninguém retornou, mas eu tenho certeza que ele está bem! — Parecia que as palavras eram mais para ela mesma do que para mim ou para Ellie, eu podia sentir um pesar em seu peito. — E agora há uma suspeita de que haja uma alrofy ao redor, mas não estávamos confiantes em irmos sozinhos, ainda mais com as testemunhas de um homem de capuz verde que usava magia negra. Foi então que o Grande Cavaleiro Real se dispôs a nos ajudar. E agora vamos proteger todos aqui. 

 

Senti a raiva atingir meus punhos e um secar a minha garganta. Ao mesmo tempo em que meu corpo exigia que eu corresse, fugisse, abandonasse minha missão, ele também queria ver o tal do encapuzado sangrar sob os meus pés. Contive minhas emoções, sentir raiva agora poderia me corroer. Mas guardar poderia ser pior… 

 

— Faremos nosso melhor para ajudar — falei, meu olhar no dela. 

 

Amanda transmitiu um olhar confiante e estufou o peito, mas percebi que Gina e o elfo medroso não partilhavam da mesma esperança, dado que suas auras tremeluziam em seus estômagos e seus semblantes se fecharam atrás de um olhar assustado. Adelai e Elizabeth deram um fraco sorriso e acenaram antes de partir, enquanto Amanda pegou Gina e o elfo pelo braço e se despediu com uma piscadela. 



As nuvens escuras estavam mais próximas, e os ventos cada vez mais balançavam as árvores fora do local. Uma sensação ruim alcançou o meu peito no tempo que passei repassando todas as informações que acabara de receber — ele estava aqui? O homem que me espancou? —, mas ver Ellie no canto da minha visão me trouxe um conforto capaz de abandonar esses pensamentos por hora. Andei até uma pequena área de terra e lama perto da casa cabana de reunião e fechei meus olhos. Os passos de Ellie se aproximando se destacaram entre o uivar do ar e do ranger dos troncos.

 

Meu coração estava acelerado. 

 

Mesmo tendo saído diversas vezes com o time de coleta, eu ainda sentia medo. Juntei as mãos ao lado do meu corpo e inalei lentamente o ar até meus pulmões incharem, logo soltei calmamente enquanto erguia o braço direito com uma parcela mínima de magia. Como uma grande onda colidindo com uma costa rochosa, ela se desfez e se perdeu no ar. Bufei, mas repeti o processo, até sentir a aura de Ellie se movimentar atrás de mim.

 

— O que está fazendo? — perguntou ela, com seus olhos focados nos meus. 

 

— Tentando usar a magia para cobrir o meu braço. 

 

Ela olhou confusa e abriu a boca, mas logo a fechou e balançou a cabeça enquanto se aproximava de mim. 

 

— Pelo que pude perceber você está fazendo isso muito rápido, sua aura ainda não se adaptou a ter acesso a mana — Ela ergueu o braço e abriu a mão em minha frente, logo fiz o mesmo e nossos dedos se entrelaçaram. — Precisa liberar uma quantia pequena de energia para iniciar o fluxo para a parte do corpo desejada, então, assim, reformular e vislumbrar, como se fosse transmitir seus desejos a ela. 

 

Uma leve aura branca se formou no ombro de Ellie, e lentamente foi de semitransparente a uma energia vermelha opaca, até eu sentir o calor de seu poder em minha mão. Fiquei boquiaberto, mas me recompus. Larguei a mão de Ellie e iniciei meu treino. A cada tentativa falha eu compreendia o poder dentro de mim, me permitindo corrigir e refazer o caminho da minha mana. Meu consumo era ineficiente e ineficaz, o que era prejudicial ao meu reservatório. Eu diria que se eu tivesse um balde de mana, um Sombra normal teria banheira. 

 

Um barulho forte vindo dos portões de madeira chamou a nossa atenção. Ellie rapidamente colocou a mão sobre a espada e trocou olhares comigo. Uma voz desesperada veio em alto e bom som mesmo aquela distância. 

 

Eu engoli seco, o tempo de preparo havia acabado. Cerrei os olhos e respirei, tentando manter a calma e o coração acelerado. Um grande rosnado veio da direção dos portões, então a mensagem dela não podia ser mais clara. 

 

— Elas voltaram! — gritou a mulher guarda. — As criaturas voltaram!





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