Reino da Verdade Brasileira

Autor(a): Lucas Baldi


Volume 2

Capítulo 27: Está mais forte mesmo?

As vielas de Karin estavam desguarnecidas nessa hora da manhã. Spectro precisou gritar no meu ouvido para me fazer acordar. Um despertador útil, sem dúvida. Quando cheguei no chafariz central, pude ver alguns alunos da Academia de Enguerrand. Suas roupas luxuosas e equipamentos de qualidade me diziam que a visita de um mero coletor dificilmente ia ser bem-vinda, apesar da ideia de bater em nobres arrogantes parecer boa em minha cabeça eu afastei esses pensamentos.

 

Com um bocejo longo, eu abri as portas da academia de Alatar e entrei. O local estava vazio. As armas nos barris, os tatames sem nenhum amasso, os bonecos de madeira estáticos… Fui às cinco salas de duelo disponíveis no primeiro andar, depois verifiquei o escritório e o local de malhação no segundo. Desci novamente e deitei contra o tatame, meu corpo exausto queria dormir de novo. Ânimo, Lumi. Deixando a preguiça de lado, resolvi pegar uma espada de bambu e ir até a área dos bonecos de madeira. Por algum motivo, eu sempre achava que eles iriam se mover e tentar me espancar. Realizei todos os movimentos que aprendi com Alice no boneco mais forte. De fato eu melhorei, mas meu jeito de lutar ainda era profuso e bruto. Minha técnica precisava ser mais refinada, a ponto de eu poder dançar com a espada entre meus inimigos e fatiá-los sem esvaecer minha energia. Em torno do quarto ou quinto ataque eu desperdiçava movimentos, porque eu desprendia a noção das minhas pernas, então meus golpes perdiam o seu valor e meu corpo ficava em uma posição desfavorável e desequilibrada. 

 

O Spectro descansava no Selo Um na maior parte do tempo, mas acreditei que me preocupar com ele agora era desnecessário. Ele veio de lá, afinal. Com tempo e espaço sobrando, peguei uma segunda espada de bambu e empunhei ambas. Fiquei na posição de “Estilo duas espadas” que vi em um livro, mas era mais complicado do que parecia. Era tão complicado quanto tentar correr e usar magia ao mesmo tempo, minha mente precisava estar focada nas duas armas enquanto eu direcionava as forças das pernas. Um estilo que apreciei, sim, mas eu demoraria a dominá-lo.

 

Sentei no centro do tatame azul e entrei em meditação. Tem sido mais fácil vislumbrar a mana dentro de mim, assim como afastar os sons. Minha pequena chama estava maior, meu poder circulava vagamente pela minha aura. Talvez o fato de eu ter mana explicasse a katana ter me causado uma baita dor no peito, mas por que os outros ainda não sentiram? Eu podia ver auras, e, sendo esse o meu poder, eu deveria ao menos ser capaz de usar a mana para outras coisas. Ou a outra chama que eu possuía seria outro tipo de magia? Nota mental: Pesquisar sobre isso. Por hora, ia ser o meu segredo, meu trunfo, e eu mostraria apenas na hora certa. Tentei imaginar o controle dela nos meus braços, influenciá-la a se mover conforme a minha vontade, porém nada aconteceu. A pedra e a katana cobriam meus braços quase sempre que eu desejava, mas usar minha própria magia era complicado. Ela era escassa, meu reservatório era inferior ao de um Sombra. A outra aura dentro de mim era um mistério, ela basicamente não interagia com nada. Nunca percebi um mínimo movimento dela. Ela apenas estava ali, existindo, como se nada mais fosse real. 

 

Tentei puxar a mana novamente. Repeti esse processo inúmeras vezes, a imagem de uma aura cobrindo o meu braço direito cada vez mais nítida em minha mente. Até que uma parcela minúscula escapou da minha aura e a porta da academia se abriu. Bruno entrou. Ele usava um uniforme de treino azul e carregava uma mochila preta. Áki veio em seguida, sua blusa amarela combinava com os seus olhos, e sua calça verde parecia ser feita para treinar. Amara entrou atrás de Áki, seus olhos vermelhos escuro investigativos varreram a academia, até que me encontraram. Ela deu um leve sorriso e veio andando até mim.

 

— Muito dedicado, de fato. Alatar não chegou?

 

— Obrigado, Amara. E não, ninguém chegou ainda. 

 

Cumprimentei Bruno e Áki, que foram se aquecer em cantos separados, e a porta abriu-se novamente. Desta vez, uma bela menina de olhos verdes e cabelo loiro entrou. Ela estava usando a calça legging de treino e uma blusa preta sem manga. Seus olhos emanavam uma calma surreal, como se ela fosse capaz de afastar qualquer outra emoção que tentasse assumir o controle. Ellie falou com Amara no meio do tatame e veio até mim, largando sua mochila cuidadosamente ao meu lado. Nossos olhares se encontraram, e eu pude sentir meu coração quase sair pela boca. 

 

— Você andou treinando? — perguntou Ellie, enquanto começava a alongar do meu lado.

 

— Consegue perceber minha energia? — falei, inclinando a cabeça para encontrar o olhar dela. 

 

— Não, você tem mais músculos que a última vez. E está um pouco mais alto… — Ela parou de alongar e ficou de pé. Minhas bochechas queimavam. — Quer me mostrar o que aprendeu? 

 

— Acredito que ainda não seja o momento, mentora. Você me derrubaria facilmente. 

 

— Eu sei disso. — Ellie deu um sorriso de canto e um olhar sedutor. — Eu te colocaria no chão de novo se eu quisesse. 

 

— De que maneira você está falando? — falei, saindo da posição de meditação. 

 

— Interprete da maneira que quiser. — Ela andou para o centro do tatame, me deixando com um gosto de curiosidade e excitação.

 

Amara veio de fininho para o meu lado e se sentou. 

 

— Eu sei que você conhece ele há bastante tempo e pra você deve ser normal, mas seu amigo é incrível. — Ela apontou para Bruno, que criava uma lança de algo a partir do chão quase sem nenhuma imperfeição. 

 

— Ainda me impressiona, ele é muito forte.

 

— Está entre os top vinte na Academia. 

 

Senti meu queixo cair, mas resolvi perguntar.

 

— Então tem gente bem mais forte do que ele?

 

— Sim! Praticamente todos eles querem entrar no torneio do ano que vem. Me pergunto como serão os representantes dos reis… As apresentações são sempre divertidas, com aquelas pitadinhas de demonstração de força.

 

Ponderei por um momento. Eu sabia que iria ter responsabilidades se aceitasse a proposta de Lotier, bem como representá-lo em missões ou ser seu guerreiro de batalha, mas essa apresentação…

 

— Como assim? Os reis se reúnem lá ou coisa do tipo?

 

— Exato! Cada rei presente leva seu escolhido, e, quase sempre, eles decidem demonstrar o quão fortes são seus discípulos. Acho que é para mostrar a diferença entre eles, os sangues nomeados e algumas famílias nobres, como se fosse para impor superioridade de poder. Quem sabe o que essas pessoas fazem por trás da lei, não é?

 

Amara tinha me dado uma boa informação. Me senti cada vez mais tentado a enviar aquele pássaro assustador para o rei. Mas ainda assim eu queria ter certeza. Aceitar missões exclusivas, ir a eventos importantes, treinar com o próprio rei e seu servo exigiria mais do que eu podia dar no momento. Fora que Miguel estaria na minha cola, e eu não queria me envolver com nenhuma família real. Senti o ódio atingir meu coração com a lembrança do príncipe, o medo que eu sentira na hora veio na mesma intensidade, mas controlei a respiração e resolvi depositar essa raiva em algum dos bonecos de madeira. Meu objetivo principal ainda era ficar tão forte a ponto de poder caçar um minotauro, mas eu me esquecera completamente do jogo por inteiro. Encapuzados, Ritualista, família real de Miguel… Eram todos problemas que faziam minhas mãos formigarem e traziam um gosto amargo para a minha boca, como se eu fosse insignificante perante a tudo. Reprimindo uma tentativa falha de evitar todos esses pensamentos, eu me pus de pé. 

 

— Vou treinar com os bonecos de madeira. — falei sem olhar para Amara e andei até o boneco mais próximo.

 

Encarei ele por um tempo e soltei o ar enquanto fechava os olhos, meu coração ainda acelerado pelos pensamentos que falhei em reprimir. Cerrei minha mandíbula, apertei meus punhos, mas escolhi despejar a frustração. Eu precisava. Posicionei minhas pernas e coloquei o braço esquerdo ao lado de minha cintura. Usei a mão direita para medir a distância de ação e afundei um soco no peitoral, logo outro no rosto e finalizei com um chute alto na cabeça. Repeti a série de movimentos que eu praticara com meu pai, em cada tentativa eu corrigia um erro da minha técnica e melhorava meu equilíbrio, fazendo meus golpes mais fortes e eficientes. Segurei o punho do boneco com meu braço esquerdo e o prendi entre meu bíceps e o antebraço do braço direito, aplicando-lhe uma queda que causou um leve estrondo no chão. Apliquei meu joelho sobre a barriga dele e logo montei, prendendo os braços em uma imobilização; assim como Ellie fizera comigo. Demoraria dominar cada detalhe dos movimentos, mas era algo que eu precisava iniciar o quanto antes. Um pensamento que ligava a palavra dominação a Ellie passou pela minha cabeça e um escárnio escapou pelos meus lábios, acompanhado de uma mordida. 

 

— Eu diria que para você é fácil, jovem Kai. Era mais divertido quando os bonecos eram vivos. — Uma voz familiar veio da porta, e todos olharam. 

 

Era Gerould, o homem que foi o meu guarda depois do ataque. O mesmo também é responsável pelo meu trauma em relação aos bonecos de madeira. Ele vestia um manto azul com bordas douradas, seus cabelos marrom alaranjado tinham mais mechas brancas que a última vez, seus olhos prateados mantinham a coragem e a determinação estampada, enquanto sua barba grisalha cobria quase o pescoço inteiro. Desta vez, ele estava sem os cajados raros e a poção azul brilhante. Com um largo sorriso exausto, ele disse: 

 

— O Alatar se encontra, caros alunos? 

 

— Ainda não chegou. Estamos esperando por ele também. — respondeu Bruno.  

 

 — Então logo ele vai estar. 

 

Gerould andou calmamente até mim, enquanto os outros voltavam às suas atividades. Áki cobria seu arco com uma leve camada de fogo, pelo que pude perceber aquilo exigia muita concentração, pois sua feição estava séria, como se estivesse se esforçando para algo. Bruno e Amara duelavam com bastões de maneira, pareciam estar se divertindo. Ellie repetia uma série de movimentos vagamente com a espada de bambu, tão lenta que eu podia perceber cada detalhe do que ela estava fazendo. 

 

 — Você ficou mais forte, hein? Sua foto no jornal ficou assustadora…  — disse Gerould com um tom debochado enquanto abafava uma risada. 

 

 — Eu treinei com bonecos de madeira injustos, sabe, era o mínimo.  — respondi, dando um leve sorriso.  — O que te traz aqui, meu velho guarda? Ataz também veio? 

 

 — Velho… Seu vocabulário permanece deplorável. Ataz está no reino sete com a Rainha Alyssa, eu vim apenas para me certificar que Alatar receba a devida proposta.

 

 — A missão, suponho. 

 

 — Então você… Bem, é claro que ele falaria. Agora, algo mais importante… Você acha que está realmente mais forte?  — Ele olhou para o boneco de madeira no chão e depois para os demais. O velho estufou o peito e deu um sorriso malicioso, sua aura transbordava e chamava a atenção dos outros. 

 

 — Eu sei que eu estou, Velho.  — falei, um sorriso se formando no meu olhar determinado. 

 

Uma aura branca tomou conta do boneco de madeira no chão, as luzes da sala começaram a piscar, e os estalos da madeira se movendo ecoaram por todo o ambiente. Bruno e Amara olharam um tanto assustados e apontaram as armas para cá, Áki imediatamente apontou uma flecha para o meu amigo vivo que se levantava. Ellie apenas deu um passo para trás, sua expressão quase inalterada; exceto uma leve arqueada em sua sobrancelha. Segurei uma risada e nossos olhares se encontraram, ela me deu língua  — a mesma língua que eu  queria em minha boca novamente — e eu voltei minha atenção para o boneco da madeira brilhante. Ele parecia muito mais forte agora. 

 

 — A grande revanche eu diria. Ataz não apostou com você apostou? 

 

 — Vai pra sua posição, moleque. 

 

Eu e o boneco nos posicionamos no tatame, ambos estávamos em postura defensiva enquanto  — figuradamente  — nos encarávamos. Deixei meus músculos relaxarem, eu sabia como ele podia lutar. Claro que Gerould havia caprichado na quantidade de magia, e eu pude ver de fato agora. A mana circulava pela madeira de um jeito incomum, como se o encantamento que ele usou estivesse ali no centro do boneco fazendo a energia circular e movimentando o objeto outrora inanimado. Eu conhecia pouco de feitiços e encantamentos, mas me interessava muito. Com minha capacidade de ver mana e auras eu deveria ler e me informar mais, dado que eu poderia usar isso para impedir e prevenir ataques. Se Spectro estivesse fora da pedra, eu pediria para ele lembrar disso, mas parecia que a tarefa ia sobrar para mim. Eu adoraria passar mais tempo analisando e entendendo como o poder dele funciona, mas o foco aqui era a violência física. E todo mundo olhava. Uma fina linha ligava ele ao meu antigo guarda-costas. Se eu cortasse isso de alguma maneira? 

 

Agachei e, em um movimento lento, me impulsionei para frente. O boneco ergueu a perna para defender o chute que eu nem havia pensado em dar e a porta se abriu, tirando a atenção de todos nós. Um homem alto, com o porte físico musculoso, cabelo castanho avermelhado com pontas azuis e olhos de três cores variadas entrou segurando um pergaminho. Seu cachecol azul balançava pelo vento vindo de trás, sua calça de couro marrom combinava com sua blusa preta. Ele demorou o olhar sério em cada um e deu um leve sorriso quando me encontrou. Então, Alatar disse:

 

 — Que bom que estão aqui. Se preparem para sair até hoje a noite.  — Seu olhar percorreu a todos novamente, o que trouxe uma feição surpresa a quase todos.

 

 — Como assim? Tipo, um treino especial?  — Amara disse, confusa.

 

 — Temos uma missão!



Tive uma longa conversa detalhada com a minha mãe de como eu devia me comportar. Ela ficou preocupada, com um leve medo que eu fosse, mas me deixou ir no final. Me despedi de Emy, que ficou curiosa e me fez prometer que eu contaria a história da missão quando eu voltasse. Fiquei um bom tempo abraçado com a mulher da minha vida e recebi um beijo na testa, suas mãos em meus ombros e seus olhos preocupados fizeram meu peito apertar. 

 

 — Vá com cuidado, filho.  — Sua voz doce acalmou o meu coração. 

 

Prendi firme a katana em minha cintura, vesti meu casaco cinza, a pulseira de Emy, guardei a pedra no bolso da minha calça preta, equipei-me com a armadura e coloquei uma garrafa de água na bolsa. O Voin de Lotier em meu ombro estava afastando as crianças da viela. Consegui conter minha ansiedade da missão no caminho para fora dos portões, quando passei pelos guardas e vi que todos já estavam lá. E que era noite de lua cheia. Bruno, Amara, Ellie e Áki estavam em volta da carruagem de madeira escura. Os cavalos de komodo tinham crinas vermelhas arrepiadas, como se estivessem energizadas, olhos ferozes e dentes afiados. Demorei a me aproximar, mesmo quando Áki disse que eram herbívoros. Eles estavam bem equipados. Bruno vestia o traje de batalha azul da Academia de Defesa, uma espada reta e uma bolsa marrom. Áki tinha o arco preso em suas costas, usava um sobretudo preto que destacava sua blusa e calça cinzas. Amara vestiu uma calça grossa escura e um casaco vermelho, seu bastão e lança presos em suas costas. Ellie estava com um casaco verde que destacava seus olhos, uma espada branca em sua cintura, botas marrons e uma calça preta. 

 

 — Nada dele? 

 

 — Ainda não. — respondeu Bruno.

 

 — Estou animada, mesmo que ele não tenha dito nada sobre.  — disse Amara, um sorriso se formou no canto de sua boca.

 

 — É uma ótima oportunidade para treinar.  — disse Áki, seu olhar focado no céu.

 

De repente outra pessoa chegou. Vestindo braceletes, ombreiras e caneleiras vermelhas como a armadura incompleta de um samurai, Alice chegou andando com sua espada amarrada em sua cintura. Seus olhos vermelhos e afiados encontraram os meus, e pude perceber uma carranca quase inexistente se formando em seu rosto. Atrás dela estava Alatar, carregando o mesmo pergaminho de hoje cedo. Alice e eu nos posicionamos entre os outros e viramos para Alatar. Ellie passou o dedo pela minha mão, e por um momento considerei segurar a dela. 

 

 — Vou falar rápido. Nosso destino é a vila Endvir. O grupo comandado pelo Dilúculo Rona Riley e o Fulgor Sairon Watanabe, ambos de Tera, está lá. Um Voin chegou recentemente com a informação de monstros incomuns e problemas com o líder local. Tera, como de costume, paga bem, mas a missão tende a ter muitas complicações. Se realmente quiserem se arriscar, ter a experiência de presenciar uma dungeon ou uma alfory, entrem na carroça, não impedirei vocês. Mas estejam preparados. 

 

O grupo entrou na carroça sem hesitar — isso trouxe um sorriso ao líder —, deixando apenas eu e Alatar do lado de fora, na estrada escura. Ponderei, meu corpo travou quando pus meu pé dentro da carroça. Era uma missão. Meu Deus. Uma missão com um cavaleiro real.  

 

 — O que me diz?  — perguntou ele e eu me virei, a curiosidade estava estampada em seus olhos.

 

Respirei fundo e coloquei no rosto um olhar calmo, no qual eu tinha dúvida se poderia manter. Essa era a minha chance, eu precisava tentar. Trazer tudo que aprendi no time de coleta…

 

 — Estou pronto, cavaleiro real.  — respondi, sem ter certeza se eu realmente estava, e Alatar me lançou um olhar de aprovação. 

 

Subi na carruagem e me sentei. Era relativamente espaçosa e os bancos eram vermelhos e fofos. No chão havia um tapete azul, que combinava com o teto, e nas laterais havia duas janelas. O grupo se preparava para dormir em seus assentos macios e conversava. A viagem ia ser longa, supus. Os cavalos começaram a andar, as árvores correram com pressa para trás, mas eu não podia perder tempo.

 

Eu queria apenas conversar e tentar dormir, ficar com a Ellie falando de como a missão podia ser legal, porém eu sabia que minha vida ficaria em risco novamente. Minha mãe precisava de mim, Emy me amava muito… e Kanro me aguardava. Eu queria mais do que tudo ficar forte para dar segurança a eles. 

 

Encolhi as pernas e relaxei os meus braços. Encontrei minha mana quando entrei no estado de meditação, afastei o som das rodas amassando a terra e da conversa dos meus companheiros e suspirei. A missão já havia começado, cada segundo aqui valia ouro. 

 

Em um ritmo lento, eu movi a mana pela minha aura.

 



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