Reino da Verdade Brasileira

Autor(a): Lucas Baldi


Volume 1

Capítulo 12.5: Uma gota de poder

O crepitar das chamas e os gritos infames eram a melhor canção para alegrar minha noite. Cada corpo humano mordido implorava por piedade de joelhos perante a grande criatura branca que os devorava sem o mínimo de dó. 

Uma euforia, um amor. A aldeia ardia em chamas. Era uma pena que tentaram fugir desesperados. De braços abertos, eu dancei no meio deles. No meio do que consideravam um caos. 

Era tão… satisfatório. Oh… Eu queria mais disso.

A enorme criatura branca rasgou as pernas de um dos últimos homens presentes e segurou o outro pelo pescoço. Esse Laiky filho da puta parecia não ter ideia do que realmente viemos fazer aqui, mas ao menos me poupou o trabalho de, bem… 

— Onde está Lumi Kai? Karin. Kanro Kai — disse ele, mas o homem já sufocava nas garras afiadas do ser. — Responda!

Um crack. Um crânio no chão, um corpo jogado.

— Você deve ter merda no lugar do cérebro — resmunguei, esforçando para encarar o olho vermelho sob o lutar. — Como vamos interrogar as pessoas se você mata todos? Porra, pensa-

— Silêncio, escória — A pupila dele nunca esteve tão pequena. 

— Você não acha que-

Um passo.

Próximo a nós, um rato de Karin tremia enquanto segurava sua arma. Uniforme de um guarda da cidade, exatamente como o Grannus descreveu. 

Uma energia de nível Penumbra, não servia nem para sobreviver em uma simples floresta. As calças do rapaz estavam úmidas, seus olhos arregalados enquanto ele engasgava com as próprias palavras.

— Não tente nada, Laiky — Sinalizei para que esperasse. — Kairy, não é? Soube que enviou Lumi Kai para a missão no Bosque das Vozes. É uma pena que o urso não tenha o matado — Dei um leve passo na direção do rapaz e ele se assustou. — Oh, calma. Não pretendo matá-lo — O medroso encarou o Laiky. — Não posso dizer o mesmo dele.

— Co-co-como sabe da mi-mi-missão? Lu-lu- 

— Sim, estamos… buscando algumas informações dele. Preciso que você complete uma missão para mim — Lágrimas pularam do rosto do guarda. — Hahaha. Você é patético. Tem uma essência nesse frasco — Tirei-o do manto. — Preciso que entregue ao Rei Enguerrand quando ele chegar na cidade — O guarda se horrorizou quando notou estar pisando em entranhas e cabeças. — Não se preocupe com isso, rapaz, está tudo bem.

— Sua-sua máscara é-

— Sim, eu sou um Ritualista. Mas agora há cavaleiros reais na cidade, por isso você fará essa missão para mim. Não estou certo?

— Sim-sim, senhor!

— Ótimo! Laiky — Um tremor veio com seu passo. — Limpe a bagunça que fez, já sei para onde devemos ir para nos livrar do garoto.



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