Rei dos Melhores Brasileira

Autor(a): Eme


Volume 1

Capítulo 54: Estrategista

 

O barulho da floresta era o mesmo de sempre, os pequenos animais, insetos, regiam a música do local e o céu estrelado era uma das poucas vantagens presentes naquele lugar fantasmagórico, a ausência de luzes da cidade fazia com que os pontos brilhantes do teto celeste se tornassem um abajur noturno, algo que não conseguia dissipar a escuridão, mas essencial para que tudo não fosse dominado pela noite.

Last Fairy caminhava entre as árvores sobre a grama alta, observando a mensagem do aplicativo.

Aviso!

Uma partida vai ser iniciada neste local!

Tempo de início: 2min

Deseja participar?!

Sim ou Não

“Esse cenário sugere um jogo de sobrevivência ou eliminação”, imaginou ela, ao confirmar sua participação.

Com o passar do tempo, o aplicativo bipou, iniciando a partida.

Bem-vindo!

Monte o quebra-cabeça!

Vencem os que conseguirem antes do tempo acabar!

Ah! Seu inimigo vai querer bananas!

Tempo Restante: 1h20min

Boa Sorte!

“Caçar vários objetos em uma floresta com interferência de monstros... e... Bananas?!” Fairy leu atentamente os comandos da partida.

Úh! Úh! Áh! Áh! Áh!

A criatura guinchou na escuridão da floresta.

“Os últimos acontecimentos devem ter afetado meu raciocínio.” Respirou fundo para reaver sua concentração, seus oponentes eram óbvios.

O macaco caiu de forma silenciosa, alguns metros adiante, saltando da árvore com a perícia de um acrobata, as pernas curtas, braços longos e pelos vermelhos o diferenciavam na pouca luminosidade do local, sua estatura e porte físico era semelhante ao chimpanzé comum, contudo, o detalhe das presas enormes na boca larga era sua maior anormalidade.

Úh! Úh! Áh!

Grunhiu o monstro amassando o chão com força.

— Ok... um macaco-vampiro... que fofo! — relatou irônica, preparando-se para o combate.

Fairy concentrou a energia mágica nas mãos e a criatura partiu para o ataque, seus disparos eram facilmente desviados pelos saltos e esquivas do monstro primata, ele diminuiu a distância até onde achou necessário e saltou para atingi-la, estendendo suas garras.

— Hoje não! — decretou ela, movimentando as mãos e prendendo o macaco em globo de energia.

O primata se debatia enquanto era pressionado pelas paredes esféricas que iam encolhendo. Ergueu-o no máximo que pôde, em seguida, desfez a prisão. A criatura girou caindo suavemente sobre as patas, porém, não houve tempo para um contra-ataque, o disparo dela foi certeiro entre os olhos do macaco, a energia atravessou sua cabeça como o tiro de rifle de um exímio caçador.

Com fim do embate vem os espólios, mas estava ausente de qualquer peça do quebra-cabeça.

— Fala sério?! Lutar com monstros e procurar as peças?! Esse jogo tá de sacanagem! — protestou ela, após vasculhar o corpo do monstro.

Fairy sentiu o movimento sobre sua cabeça, rapidamente, criou uma barreira de energia que sustentou o ataque feroz de outro macaco-vampiro.

O golpe exercido no seu escudo arrancou um leve gemido de dor, suas barreiras eram formadas por energia mágica e controlados com sua habilidade Psíquica, impactos fortes faziam sua cabeça doer de imediato.  

O macaco ágil e esperto percebeu isso, logo após o golpe, girou no chão e atacou novamente.

Fairy tentou bloquear, mas a criatura investiu com o ombro para acertá-la, lançando-a de costas na árvore, o baque intenso a fez perder o ar por um instante e cair sentada no chão.

A criatura percebeu sua ação displicente e pulou para atravessá-la com suas presas longas.

— Há! Vai achando... seu verme! — bramiu ela, juntando a palma das mãos.

Com movimento rápido, Fairy impulsionou o ar para frente e, como resposta, sua barreira lançou a criatura para trás. Em seguida, começou seus disparos de energia, cada acerto era uma parte do monstro arrancada, poucos segundos depois, o macaco-vampiro estava totalmente esquartejado.

— Tá bom... exagerei — admitiu ela, não precisava ter reduzido a criatura ao uma poça gosmenta de carne, mas por algum motivo estava muito irritada.

Úh! Úh! Áh! Áh!

Outros três macacos sugiram, dessa vez, de lados diferentes, cercando-a.

— Venham! Não vou ter piedade! — gritou ela, as chamas azuis surgiram ao redor.

Fairy criou vários globos de energia flamejante. Contudo, não duraram muito.

Clin!

O aplicativo bipou.

O jogador usou 100% da Energia Mágica!

— Não... impossível...

Fairy não acreditou naquilo, jamais poderia cometer o erro tão pífio de esgotar sua energia.

Em desespero, puxou o celular e tentou clicar na tela, mas seus oponentes não eram tolos, sequer deram tempo para isso.

O macaco segurou-a pelo pé e arremessou seu corpo no chão, subindo e descendo em pancadas. Assim que largou, os outro pularam diversas vezes sobre ela, como se amassassem um inseto.

Inevitavelmente, recebeu uma sequência abrasadora de chutes e socos, golpes vieram de todos os lados. Com satisfação, os macacos cessaram para observar o estado crítico da sua vítima.

Fairy buscava recompor sua mente zonza, começando a sentir o sangue na garganta, vários ossos quebrados, pernas e braços dilacerados. Aos poucos, tentou se arrastar na direção da sua chave.

O celular caiu por perto, só precisava de um clique.

Os macacos-vampiros observavam-na rastejar no chão, seguindo em direção ao objeto, se divertiam. Em uma luta, o que mais amavam era zombar de seus oponentes.

Úh! Úh! Áh! Áh!

Grunhiam e batiam palmas, incentivando seu esforço para alcançar o tesouro brilhante, quando sua mão chegou a um centímetro do objetivo, um deles pegou lançando nas mãos do companheiro.

Os monstros começaram a arremessar o celular de um lado para o outro, passando bem próximo dela, deixando acreditar que a qualquer momento errariam e sua vítima recuperaria seu valioso item.

“Idiota! Não se anda com tesouros por aí! Devem ser escondidos!”, pensou um deles. Afinal, se achava um especialista em proteger raridades.

Úh! Úh!

Guinchou furioso um dos macacos-vampiros, sua vítima deitou no chão, encarando o céu.

“Vou morrer assim?! Depois de tudo?!”, pensou Fairy.

— Talvez... podia ter ficado..., talvez... aceitado seu pedido — resmungou ela, de olho nas poucas estrelas no teto.

***

Last Fairy suspirava sentada no chão, ao lado do museu destruído, aquele que certa vez foi seu lugar preferido no planeta.

“Em que momento me tornei tão patética?!”, pensou ela, olhando o homem que salvou sua vida desacordado. Não era para menos, liberou uma quantidade absurda de energia mágica.

Diferente das outras, golpes da classe Psíquica não afetava somente o corpo, atingiam também a mente. Com isso, qualquer um com baixa resistência não ficava muito tempo de pé contra esse tipo de oponente, ainda mais depois do golpe direto de um psíquico de alto nível.

Para Fairy, aquilo provava uma coisa, o jogador não mentiu, ser derrubado daquele jeito era a amostra concreta que estava diante de um novato. 

— Machuquei alguém que pedi ajuda — resmungou ela, fitando o jogador. — Isso não me faz diferente daquela pessoa.

O instante de fúria destruiu seu lugar favorito, além disso, feriu alguém que não tinha culpa dos seus traumas. Por sorte, Dark Onyx não quebrou nenhum osso, mas ficou cheio de esfoliações nas costas, pernas e braços, além do hematoma sério na cabeça, podia não acordar nunca mais, isso ia depender do grau que sua mente foi afetada.

— Me perdoa?! — pediu ela, abraçando suas pernas. — Fiz os primeiros socorros, mas não consigo fazer mais que isso.

“Falou realmente a verdade sobre seu nível ser baixo.” Pensava no motivo que a mantinha naquele lugar. “Mas... tem algo errado com ele”

— Tudo bem...

A resposta dele a assustou, não percebeu que havia recuperado a consciência.

— É só prometer que não vai me jogar em nenhuma parede.

Fairy assentiu, assim que o viu abrir os olhos.

Os dois se entreolharam por poucos segundos.

— Agora sei que não entrou em coma permanente... — disse Fairy, levantando-se, tentando não encarar seus olhos. — Nos separamos aqui.

— Espera... fica... eu... — Ele tentou levantar, mas não conseguiu.

— Acho que o nosso encontro foi um erro. — Clicou na tela do celular. — Obrigada, por me salvar.

— Espera... não vai... — pediu ele, mais uma vez.

Ela limpou os olhos novamente.

— Confia em mim, só dou azar pra quem fica por perto.

Last Fairy clicou na tela. Por cinco segundos, os olhos verdes tristes encararam os negros confusos dele. Em seguida, ela sumiu.

***

Fairy escolheu um círculo azul aleatoriamente no mapa, seu foco era apenas sair rápido do lugar com aquele jogador misterioso. Por mais que tivesse falado a verdade, havia algo nas ações deles incompatíveis com o fato de ser novato. Contudo, começava a rever se foi a melhor escolha.

O monstro puxou sua presa pelo cabelo, deixando seus olhos fixos no rosto da vítima, a desistência dela era uma afronta, se não queria brincar, não servia mais.

Úuuh! Áaah!

Rugiu furioso, mas não houve reação. Infelizmente, era o sinal do fim da diversão.

O macaco-vampiro abriu a boca, exibindo suas presas gigantes, se preparou para saborear sua carne.

Fairy fechou os olhos, aturdida pelo inevitável naquele momento.

Shiiiibum!

A explosão estourou a cabeça do macaco-vampiro que segurava Fairy. Rapidamente, as duas feras restantes tentaram encontrar o novo oponente, mas era tarde.

Um deles foi atingindo com o poderoso soco na cabeça, em seguida, miolos se espalharam no local, do outro lado, o terceiro macaco caiu, com a flecha que acertou no peito.

— Você está bem?! — perguntou gentilmente a voz feminina, fazendo-a abrir os olhos.

Fairy encarou a garota de cabelos pretos, curtos e desgrenhados, os olhos castanhos, pequenos e puxados brilhavam em seu rosto redondo, uma perfeita asiática, exibia um sorriso largo, estendendo a mão para ajudá-la a levantar.

— Sim... obri... obri... — Sua voz envergonhada não deixou terminar seu agradecimento.

— Ah! Não precisa agradecer — disse ela, puxando-a do chão rapidamente. — Toma isso! Vamos, se cura! Outros macacos virão.

A garota entregou o celular não mãos de Fairy. Com um clique, conseguiu finalmente o que queria.

Clin!

O jogador utilizou...

… 08 pedras de restauração...

Energia Mágica 100% restaurada!

… 04 pedras de Saúde...

Energia Física 100% restaurada!

… custo de 260 medalhas!

Fairy utilizou parte dos seus recursos, mais do que deveria em um círculo daqueles, mas era o resultado da sua imprudência de não levar em consideração a energia que gastou no seu “pequeno” descontrole no museu.

— Pronta! Novinha em folha! — comemorou a jogadora, ao seu lado.

Fairy assentiu batendo a poeira das suas roupas, o barulho da floresta a fez preparar novas esferas de energia para atacar.

— Não! — gritou a garota, abaixando as mãos dela. — São aliados.

 Dois jogadores saiam das sombras das árvores, o mais alto com os cabelos loiros segurava uma arma de artilharia pesada, uma espécie de metralhadora giratória de pequeno porte, o outro era magro de cabelos escuros, que desciam ondulados até a altura dos ombros, mantinha um arco estendido com flecha de energia azul brilhando, pronta para o disparo.

— Este é Lumière — apresentou ela, apontando para o loiro da metralhadora.

O jogador fez uma leve saudação com as mãos.

— Aquele é Himmel — falou, indicando o arqueiro.

“Uma Lutadora e dois Atiradores”, deduzia suas classes, as roupas sujas de sangue deles demonstravam que a batalha contra os macacos estava intensa.

— Eu sou Bai Long! — falava com empolgação —, mas pode me chamar só de Bai!

A garota sustentou seu largo sorriso, esperando ela se apresentar.

— Last Fairy — retribuiu seu nome, timidamente.

— Caramba, loirinha! Tava com o pé na cova, hein?! — relatou Bai, aos risos. — Mas sorte que estávamos por aqui. Afinal... um rostinho bonito como seu não podia ser perdido assim, né?!

Fairy arregalou os olhos, tocando o próprio rosto, não estava coberto pelo lenço. Na verdade, sequer chegou no jogo com ele, havia esquecido no museu.

— O que foi? Devia ter algo aí? — indagou a jogadora asiática, curiosa.

— Não... eu... é... — Fairy não sabia como responder.

— Nossa aliança nesse jogo era para achar as peças! — esbravejou Lumière, exaltado. — E não para salvar jogadores desastrados.

 “Eu mereço ouvir essa”, pensou ela, estreitando os olhos na direção do atirador. “Fui salva de novo...”

— Cala a boca, idiota! — rebateu Bai Long.

Seu insulto o fez levantar a arma, correspondido por punhos erguidos, na mão esquerda dela a soqueira prateada reluzia envolvendo seus quatro dedos como anéis.

— Galera! O tempo e os monstros... — interviu Himmel, ficando entre eles, ambos recuaram trocando farpas. — Foco no jo...

Úh! Úh! Áh! Áh!

O grunhido das criaturas chamou a atenção de todos, as árvores sacudiam com os movimentos dos macacos ferozes.

— Merda! São muitos! — relatou Himmel, sua audição aguçada detectava seus oponentes. — Cerca de trinta deles e mais chegando.

— Vamos ter que abandonar o jogo! — sugeriu Lumière.

— Não! Já usei meu Escape hoje! — revelou Bai.

O RDM permitia que abandonasse uma única partida no dia, a regra conhecida entre os jogadores como Escape.

Fairy engoliu a própria saliva, desceu travando, a garganta estava seca.

— E agora?! — Bai levou as mãos à cabeça. — Não temos chance!

“Macacos sem as peças, uma contagem de tempo, a área do círculo.” Fairy avaliava os fatores do jogo.

— Nós podemos vencer! — bramiu Fairy, atraindo atenção dos jogadores.

Os olhos de Bai Long encaravam-na, esbanjando esperança.

— Eu... acho... eu... — vagueou ela, nervosa quando os três a fitaram ao mesmo tempo.

— Se você sabe alguma coisa... fala logo! — gritou Lumière, irritado.

— Deixa ela! — advertiu Bai, jogando um pedaço de galho seco nele. — Diga Fairy, com calma.

“Eu vou retribuir a ajuda”, pensou ela, ao encarar os olhos serenos da Lutadora.

— Estão se divertindo com a gente — começou ela, descrevendo sua análise. — Podemos usar isso!

— Como?! — protestou Himmel.

— Estragando a brincadeira! — rebateu Fairy. — Sigam o que eu disser... ok?!

Os três se entreolharam confusos, mas assentiram, dando a permissão para as ordens.

— Lutadora! Linha de frente! Se afaste dez metros! — mandou Fairy, apontando a direção. — Mas não ataque até eu falar.

— Pra já! — retribuiu Bai Long, com um sinal de continência, partindo para o local indicado.

***

Os monstros primatas pulavam de um galho para o outro, também avaliavam seus inimigos, não atacariam sem conhecer as armas do oponente, principalmente de um grupo que havia eliminado vários de seus companheiros. Contudo, um deles se afastou do bando, com certeza, alguém atingido pelo medo, era sempre assim, por mais que resistissem, caiam em desespero.

“Na selva não sobrevivem os mais fortes, mas sim, os mais espertos.” O pensamento comum entre os primatas.

A boca dos macacos-vampiros começou a salivar, finalmente, começariam a diversão.

***

A Lutadora seria o chamariz, responsável por atrair a atenção dos monstros sedentos, o que funcionou de imediato.

Os primatas desceram atacando ferozes, todos na direção da ovelha longe do rebanho.

Bai Long paralisou diante da quantidade absurda deles, seus olhos se voltaram para trás.

— Ainda não — Fairy fez o sinal com a cabeça, de que não era o momento de atacar.

Os macacos saltaram na direção da Lutadora, famintos pela presa fácil.

Last Fairy juntou a palma das mãos, seu escudo de energia cercou Bai Long, antes da colisão com os monstros, em uma espécie de casulo. Contudo, os macacos-vampiros não cessaram, pelo contrário, chegavam acreditando que seus primeiros companheiros estavam saboreando sozinhos a deliciosa carne.

Uma mistura de macacos se retorciam na briga por espaço, espremiam-se na esperança de receber uma gota de sangue.

— Atirador de Elite! Agora! — mandou Fairy.

De imediato, Lumière atirou com sua metralhadora giratória, aglomerados daquela forma, eram um alvo fácil da sua Gatlin, os disparos vieram como uma chuva mortal.

— Bai Long! Agora! — gritou Fairy, abrindo as mãos.

Os macacos aglomerados no centro foram ejetados, o poderoso soco de Bai Long atingiu seus alvos com sua força explosiva, foi como erupção vulcânica, mas em vez de larva fervente, emergiu do meio deles um misto gosmento de carne e sangue.

As criaturas tentaram fugir retornando para mata, porém colidiram com a parede invisível. Em segundos, Last Fairy criou a barreira circular que os prendeu dentro da área estreita, dando a saída pelo alto e de onde vinham os tiros.

— Atirador Medieval! Elimine os que tentarem saltar a barreira! — determinou Fairy.

— Pode deixar! — disse Himmel, preparando seu arco.

Se pensar em agilidade na selva, macacos eram reis. Apesar da barreira, com ajuda das árvores conseguiam o impulso para saltar acima dela. Entretanto, Fairy poderia ter feito uma cúpula, fechado a parte de cima, porém, animais acuados são imprevisíveis, o melhor a fazer era deixar a opção clara de saída, uma falsa liberdade.

O primata usou o galho de impulso e saltou escapando da barreira, sua felicidade pela sobrevivência durou meio segundo, até a flecha brilhante atravessar sua cabeça.

Himmel não poderia matar em grande número como a metralhadora ensandecida de Lumière, mas para um arqueiro, um monstro solto no mapa era perfeito para seu tiro ao alvo. Até bem simples, o primata pulava para fora da chacina, seus ouvidos detectavam a posição do monstro e sua mira fazia o resto, era orgulhoso de seus acertos impecáveis.

— Bai Long! Acerte forte tudo que se mexer! Não baixe a guarda! Animais feridos são os mais difíceis de lidar! Deixe a retaguarda comigo! — orientou Fairy.

A Lutadora fez uma continência rápida, seus socos desmantelava os corpos dos primatas, ao redor dela as barreiras de Fairy impediam ataques diretos dos macacos raivosos, eram escudos que mudavam de posição a todo instante, com energia mágica no máximo, manter múltiplos escudos era brincadeira de criança para ela.  

   — Lumière! Cuidado com Bai! — continuou Fairy, com seus comandos. — Observe os passos dela e mire sempre na direção contrária.

— Ok — acatou ele.

— Himmel mire nos mais próximos, não perca tempo com os distantes, os pegaremos se retornarem — mandou ela.

— Aah! Tá bem... — lamuriou ele, alvos difíceis eram os que mais gostava.

Não demorou tanto, em alguns minutos, havia centenas de corpos primatas destroçados no chão. Ao longe, os que sobraram evitavam se aproximar, não havia graça em morrer daquele jeito, era hora de farejar novos oponentes, pois com aqueles jogadores não existia diversão.

“Na selva reconhecer um predador também era sinal de ser o mais esperto.” Outro pensamento comum dos primatas.

— Isso aí! Conseguimos! — comemorou Bai Long, abraçando seus aliados.

— Pensei que fosse morrer... — Himmel limpou as lágrimas de emoção.

— Tá bom! Mas tudo isso foi graças a ela — apontou Lumière, na direção da sua salvadora.

Last Fairy observava, sem demonstrar muita empolgação.

— Verdade, os comandos dela foram incríveis — constatou Himmel.

— Pelo amor de Deus, quem é você, garota?! — indagou Bai, impressionada.

— Ah... eu...

Fairy encarou o céu escuro novamente e, antes de responder, devolveu um sorriso tímido na direção deles.

— Sou uma Estrategista.



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