Volume 1 – Arco 1

Capítulo 5: Você Gosta de Magia?

Chegou um momento que não deu para continuar fingindo que era apena um bebê normal, sua fala era bem melhor que de outras crianças, não falava mama ou papa, ou qualquer coisa semelhante, conseguia falar “pai” e “mãe” corretamente, sua língua não embolava como outras crianças.

Todos realmente ficaram chocados a cada nova descoberta, a da vez era que a pequena princesa, com seus três anos, já aprendera a ler.

Claro, Elia tentava enrolar, tropeçando em algumas palavras para realmente parecer que ela ainda estava aprendendo, e não que sabia ler muito bem e até em outros idiomas, tinha que ser uma criança prodígio, não uma pessoa adulta.

Tudo isso era motivo de orgulho de sua mãe e seu pai, empolgados em como a criança real era inteligente.

Infelizmente seus dois irmãos não puderam acompanhar totalmente sua evolução, afinal estavam na escola de magia, uma escola que ainda não tinha idade nem sequer motivos para frequentar, não tinha magia afinal, ao menos não ainda.

E com o tempo seu próprio pai se mostrou distante também, apesar de ter lhe acompanhado todo o primeiro ano, Ricardo era um rei e tinha coisas para cuidar fora dar atenção a sua pequena princesa, como ele gostava de chamar, a própria Elengaria tinha assuntos reais para tratar, quem mais acabava ficando com ela, fora as servas, era Ana Beal e Leopolda.

Leopolda mesmo ainda tendo certa antipatia pela bebê começou a gostar de ensinar-lhe leitura, talvez por ser filha de um estudioso tinha esse prazer por educar, e agora ela sentia-se mais perto da sua sobrinha por assim dizer, talvez o melhor fosse enteada mas Elia a chamava de “Tia” e Leopolda gostou disso, ou talvez só não ligasse.

Mesmo que agora parecesse fria e sem coração, Leopolda por muito tempo quis ser professora, por isso ensinou pessoalmente não só seu filho como o de sua amiga Ana Bael, e agora ensinava a filha prodígio da rainha.

Quando soube que a rainha de fato estava grávida refletiu seu relacionamento com Ricardo, sabia quando chegou que sua função e de Ana era apenas gerar um filho, não pensou que se casaria por amor jamais, mas também nunca pensou que seria uma segunda ou quem sabe terceira opção de alguém e quando foi chamada para ser uma das consortes do rei… De fato ficou nervosa.

Não por ser uma segunda, mas por finalmente cair-lhe a ficha que nunca teria amor, afinal como poderia competir com a bondosa Elengaria e a animada Ana Bael? Era simplesmente impossível competir com as duas com sua personalidade simples e séria. Já tinha aceitado seu lugar de apenas gerar herdeiros.

Mas Ricardo se mostrou um homem diferente.

Não apenas resolveu conversar com as duas para saber o que elas realmente esperavam daquilo, não sabia o que Ana Bael tinha respondido, mas sua resposta lembra até hoje, foi simples e séria como sua personalidade.

Respeito.

Foi tudo que pediu ao rei, queria ser tratada como uma esposa no minimo e não como uma égua parideira, nunca iria substituir Eleganria, o amor deles era surreal, mas queria ao menos ter seu respeito como a mulher que era.

Suspirou afastando aquelas lembranças quando Elia reclamou de estar cansada de ler, mesmo que fosse prodígio, ainda era uma criança, precisava ir com calma com ela:

— Certo, o que quer comer? — Perguntou tirando os óculos que usava.

— Maçã!

O pouco que convivia com Eliassandra percebeu que ela não comia tanta bobagem como crianças comuns, até já tinha visto Elengaria oferecer e a criança apenas recusar, parecia quase um velho no corpo de uma criança pequena. Pegou uma das maçãs, cortando em cubinhos e colocando num prato para a criança.

Elia se apressou em comer com suas mãos pequenas e curiosas, não era muito chegada a doces realmente, desde sua vida passada, nunca foi acostumada então foi algo que por muito tempo evitou, e nessa vida ainda parecia se contentar com o simples, aproveitando apenas as frutas que lhe eram dadas.

Viver numa guerra por muitos anos ensinou a sobreviver com o mínimo e também valorizar aquilo que tinha, por isso nunca foi vista desperdiçando comida, nem mesmo quando estava aprendendo a comer fazia questão de comer tudo que podia, descobriu que preferia sabores azedos e salgados e não doces.

Talvez pelo paladar ainda ser muito infantil sentisse os sabores melhores, mas gostava daquilo, de fato os sabores eram maravilhosos:

— Será que a Elengaria dormirá hoje em casa?

Era uma pergunta recorrente, já que muitas vezes Elen chegava e sua filha já estava dormindo, o que deixava a princesa aos cuidados de suas servas, Elia não reclamava, gostava, e entendia que sua mãe seria meio ausente assim como seu pai, até mesmo Leopolda ficava ausente em alguns dias pois tinha a própria escola para administrar.

Até mesmo Ana Bael era um tipo de soldada e às vezes ficava ausente, mas isso não era ruim para a pequena Elia, na verdade gostava de ficar sozinha com seus próprios pensamentos, mesmo que algumas pessoas não entendessem porque, afinal que imaginaria que aquela criança era na verdade uma mulher adulta?

Mas acima de tudo, Elia tinha que se concentrar em expulsar as impurezas de seu corpo e isso precisava de tempo em solidão, era algo complicado que aprendeu na sua vida passada.

Pessoas não nascidas eram chamadas aquelas que nasceram sem magia, o que em seu antigo reino era raro, aqui é raro ter magia, por isso perderam a guerra, entre cinco pessoas, uma era feiticeiro, e não pareciam se importar em serem magos, que eram estudiosos da magia, e talvez nem tivessem tempo pela guerra.

E agora ela estava ali, comendo maçã e pensando na sua situação atual, aprendeu que um não nascido era assim pela quantidade de impurezas em suas vias de mana que impediam de sentir a mana ao redor e absorve-la, mas não era impossível de resolver: Além do método manual de se concentrar e expulsar do corpo, mas isso acabava sujando seu berço e roupas.

Mas tinha um método ainda mais rápido com uma poção, sabia da existência dela mas sequer sabia como fazer, e pela pouca idade mesmo que soubesse ler não iria ter liberdade de ficar sozinha na biblioteca tempo o suficiente para fazer sua pesquisa:

— Ok, vamos lá fora brincar. — A voz de Leopolda trouxe Eliassandra de volta ao mundo real.

— Que? Não! Sol!

— Sim, sol, afinal você é criança e precisa brincar ao ar livre.

Mesmo contra os protestos da pequena criança, Leopolda pegou o livro dela para guardar, Elia estava emburrada, mesmo enquanto estava sendo carregada para fora do castelo enorme.

Não queria ir lá fora, achava uma perda de tempo ter que socializar e brincar com outras crianças, elas eram bobas! Claro que eram afinal eram crianças e ela que era mais velha:

— Tia, qual tipo de magia você tem? — Já que iriam fazer todo aquele caminho ao menos queria conversar um pouco.

Leopolda se surpreendeu com a pergunta, mas sorriu minimamente com aquilo:

— Qual acha que eu tenho?

Elia pensou um pouco, se fosse chutar pela personalidade, Leopolda seria elemental de gelo, mas não podia ser isso não é?

— Anjo?

Sabia o termo certo, mas tinha que se fingir de boba, tinha apenas três anos para eles, precisava manter aquilo por mais tempo:

— Bom chute, de fato, sou da magia celestial assim como Ferrer, seu irmão mais velho. — Tinha um certo orgulho nas palavras.

E quem não teria orgulho de Ferrer? Ele era um bom filho, um bom irmão e um bom aluno, até Elia tinha orgulho do próprio irmão.

A princesa sorriu animada, então ela era uma curandeira, o que não era ruim, era uma surpresa tão agradável, mas era difícil enxergar ela curando e sendo amorosa com as pessoas, ela deveria ser daquelas que era sempre séria, deve ser algo engraçado de ver.

Os corredores do castelo real sempre tinham criados andando de lá pra cá, trabalhando sempre, alguns cumprimentavam a Lady verbalmente, a saudando, outros apenas com uma leve reverência ou manear de cabeça. Não demorou muito para chegarem onde queriam, era um jardim quase particular onde apenas crianças ficavam, filhos de alguns nobres estavam ali, tal qual filhos de alguns empregados de renome e alguns generais, não eram tantas, talvez oito crianças no máximo.

Não lembrava o nome de todas, mas tinha uma em especial que nunca iria esquecer: Daphne, a filha do duque que era melhor amigo de seu pai. Daphne era uma garota magrela e mais baixa do que as meninas da sua idade, tinha quase o tamanho de Elia com seus já completos seis anos, os cabelos eram loiros meio apagados, a pele também era de um branco que não parecia muito saudável.

Mas o que não deixava Elia esquecer daquela criança era o quanto ela falava. Deuses quanto falava!

Assim que viu Eliassandra, Daphne abriu um sorriso de orelha a orelha, se levantando meio desengonçada para receber sua amiga mais nova:

— Princesa! Achei que não viria hoje! — Ela sorriu com seus dentinhos tortos.

A verdade era que Daphne não era uma criança bonita, mas com sua experiência de adulta tinha uma certeza: Daphne seria uma garota linda quando crescesse, só precisava se cuidar mais, fora o cabelo de um loiro meio apagado, se ela comesse melhor e tirasse aquela cor não saudável da sua pele, com toda certeza seria linda.

Lady Leopolda colocou Elia no chão, de fato, Daphne tinha o mesmo tamanho que ela, deveria comer mais:

— Oi senhorita. — Elia cumprimentou na sua indiferença de sempre.

Não que alguém ainda não estivesse acostumado com seu jeito, ela sempre tinha um olhar indiferente que ela sempre tinha para qualquer pessoa que não fosse da sua familia, sempre era assim:

— Por que me chama assim?

— Por que me chama de princesa? — Elia rapidamente rebateu começando a andar para passar por ela e se sentar num banco qualquer enquanto outras crianças riam e corriam. Daphne seguiu sua melhor amiga, segundo ela mesma, para se sentar ao seu lado.

— Então como foi a aula?

— Legal.

As respostas sempre eram apáticas, mas Daphne parecia gostar daquilo, sem emoções demais e sempre muito calma e sem explosões:

— Hoje eu fiz mais uma vez o teste de magia, parece que eu realmente não serei capaz de usar magia.

— Você gosta de magia? — Elia perguntou rapidamente.

Aquela pergunta surpreendeu Daphne, que encarou a amiga mais nova que ainda não a encarava, ao contrario, olhava outras crianças brincarem:

— Acho que sim?

— Então talvez você não deva ter magia se você “acha” que gosta dela. — Respondeu.

— Que? Por que?

— Nada. — Elia só cortou o assunto e se levantou. — Quer brincar? Podemos fazer um castelo de areia.

Elia era assim, falava algo muito inteligente para uma criança de três anos, e logo mudava de assunto e sugeria alguma atividade que era tipicamente infantil. Não deu muita opção para a loira, logo estava marchando em direção à caixa de areia que ninguém estava brincando.

Daphne olhou ao redor, mas não tinha nenhum baldinho ou pazinha para brincarem com isso, Eliassandra suspirou, precisava daquelas coisas, então apenas se virou para ir atrás disso onde os brinquedos normalmente estavam, deixando Daphne sozinha, infelizmente a mercê de outras crianças da mesma idade, mas mais altas que ela.

Daphne não era conhecida por sua popularidade e as outras crianças conheciam isso, conheciam bem. Não demorou para um pequeno grupo se aproximar de Daphne com sorrisos zombeteiros:

— Eu soube que a senhorita Daphne não vai poder fazer magia nunca. — Uma garota de ar arrogante zombou.

Os nobres normalmente eram assim e seus filhos não era diferentes, todos tinham aquele ar de arrogância mesmo que sequer morassem no palácio, ainda se sentiam no direito de serem desrespeitosos e rudes com Daphne que realmente vivia ali, mas a criança era muito bem educada por seus pais e sequer pareceu afetada, apenas sorriu minimamente:

— Pois é. — Foi a única resposta que Daphne deu.

Logo desviava o olhar focando em qualquer outra coisa que não fosse nas crianças a sua frente, estava com receio, não gostava de ser intimidada, mas era constantemente por conta daquelas crianças que eram maiores, não mais velhas, que ela:

— Tadinho do seu papai, tem uma filha tão inútil. — Aquilo definitivamente era coisa que os pais dessas crianças diriam.

Que triste que adultos se importam ao ponto de destilar ódio e comentários  ruins para uma criança tão pequena não é? Mas isso era algo que Daphne já estava se acostumando aos poucos com aquele tratamento tão ruim que recebia:

— Se sua mãe não tivesse morrido, ele com toda certeza iria tentar ter outro filho e te jogar fora. — A garota continuava falando.

Daphne cerrava os punhos claramente desconfortável mas tentava manter o sorriso mesmo vacilante, mas estava se contendo para não chorar, era difícil para uma criança de apenas seis anos se conter assim. Tentou abrir a boca para falar, mas logo a garota que lhe intimidava gritou de dor.:

— Acertei. — Eliassandra, a princesa, estava ali, com um baldinho nas mãos, mas o outro tinha acertado a garota mais alta.

Por mais que Elia fosse uma criança, ela ainda tinha uma mente de adulta, e sabia que jogar daquele modo iria machucar a outra criança, que agora estava chorando:

— Elia! — Lady Leopolda entrou no parquinho para segurar Elia.

Não tinha visto muito, mas era difícil  não entender o que tinha acontecido quando Elia apenas encarava sua tia sem qualquer remorso:

— Eu joguei o balde na cabeça dela. — Falou simplesmente, como se não fosse nada.

A criança que antes mexia com Daphne chorava enquanto a princesa sequer mostrava sinais de arrependimento, e de fato não se arrependia de nada, e não parecia muito afim de se desculpar por qualquer coisa:

— Eliassandra…

— Qual meu castigo? Não vou pedir desculpas.

Deixou  aquilo claro antes que Lady Leopolda exigisse, não estava muito afim de tal coisa, apenas encarava a mais velha esperando que lhe desse seu castigo:

— Senhorita Eliassandra por favor se retire do parquinho, senhora pode chamar os pais dessa jovem dama? — Leopolda não sabia o que fazer naquela situação.

Nem seu filho nem o filho de Ana Bael tiveram aquele comportamento, como iria explicar aquilo para o rei e a rainha? Especialmente pela garota se recusar a se desculpar por ter sido feito de propósito, isso com toda certeza daria dor de cabeça aos dois pais.

***

Demorou dois dias para que os dois monarcas voltarem ao abraço de sua família, mas voltaram, e durante os dois dias que se seguiram após o incidente Eliassandra ficou praticamente isolada das outras crianças, apenas estudando sem brincar nem nada.

O que para Elia era maravilhoso.

Ficou sozinha no seu canto durante dois dias praticando sua meditação para expulsar as impurezas de seu corpo, mas agora estava com uma nova determinação: Ajudar Daphne. Queria que ela pudesse usar magia se assim quisesse, ou quem sabe virar uma maga, um tipo de feiticeiro com magias tiradas de anos e anos de estudo.

Mas Elia não queria isso, humanos tinham vidas curtas, então terem poderes de nascença era mais prático pois assim a parte do aprendizado seria pulada, o que poderia levar anos, mas para si ainda era uma probabilidade pois tinha dez anos na frente de muitos outros humanos. Quem sabe…

Mas mesmo que ficasse sozinha expulsando suas impurezas, sujando as coisas com aquilo, o dia finalmente chegou, que seus pais chegaram, sabia que eles estavam falando com a tia Leopolda estava contando tudo que fez.

E Elengaria estava no minimo chocada, mas Ricardo estava sério e até mesmo apoiando a filha?

— E ela disse que não pediria desculpas por que a garota estava intimidando Daphne? E o que exatamente querem que eu faça? Puna ela? 

— Não pode estar falando sério… — Elengaria encarou o marido.

— Bem, acho que vocês tem que decidir isso sozinhos então estou indo. — Leopolda disse saindo de cena finalmente.

Não queria mesmo ficar naquele fogo cruzado que seriam dois pais discutindo a educação dos filhos, Elengaria poderia ter muitas coisas contrárias ao jeito que Ricardo queria conduzir sua filha:

— Você está dizendo que Elia não será punida?

— Por proteger sua amiga? Não acho que seja certo.

— Ela agrediu uma criança!

— Muito mais velha que ela, se fosse uma mais nova e ela estivesse sendo uma valentona eu entenderia, mas nessa situação…? Ela está certa.

— Nada justifica a violência, Ricardo!

Ricardo ficou calado, encarando sua esposa com um olhar firme até ela recuar um passo, finalmente percebendo o que falou:

— Eram circunstâncias diferentes.

Ricardo suspirou com aquilo, era difícil fazer sua mulher escutar outras opiniões fora a dela mesma, ela estava irritada com aquilo:

— Elia já está de castigo por dois dias segundo a Leopolda, então se te deixa melhor podemos deixá-la por mais cinco dias para completar uma semana. Mas não vou pedir para ela se desculpar.

Elengaria não parecia feliz, mas era um meio termo aceitavel entre os dois, sem desculpas e com uma punição:

— Pois bem, então será assim, mas você vai falar com ela e dizer que é errado bater em outras crianças assim.

— Mesmo se for para defender uma amiga?

Era uma pergunta séria, até onde Ricardo sabia, Elia tinha apenass defendido uma amiga, mas talvez fosse bom conversar com ela:

— Resolva como preferir, Elen, mas durma antes de tomar alguma atitude.

Ricardo não sabia mais como continuar essa conversa sem gerar uma discussão, sabia que Elia era um presente dos deuses para sua esposa e ambos estavam cansados, preferiu encerrar o assunto, deixando sua esposa no quarto sozinha enquanto ia até o quarto da filha.

Parou na frente do quarto da filha, pensando se deveria falar com ela, fazia dois dias que a criança estava em isolamento, se culpava por não ser presente na vida da pequena princesa, já não foi na dos outros dois filhos que cresceram com suas mães e agora Eliassandra.

Talvez devesse admitir que era mesmo um péssimo pai, mas precisava mudar, com seus outros dois filhos agora seria complicado pois os dois estavam numa escola longe, mas tentaria melhorar com eles também assim que voltassem.

Abriu levemente a porta do quarto de Elia, a encontrando deitada na sua cama grande demais para uma criança pequena, sorriu com aquilo, não era o momento de conversar, não ainda.

Fechou a porta deixando Elia sozinha ali no quarto, ela não estava dormindo mas fingiu, não queria falar com os pais agora, pois sabia que ficaria com raiva no momento que a mandassem pedir desculpas por aquele golpe, talvez devesse ter feito pior e feito a criança chata sangrar.

Amanhã seria um longo dia.

Consorte Lady Leopolda 

Curiosidade

Assim como Elengaria e Ricardo, o nome Leopolda foi inspirado numa monarca real: Dona Leopoldina, imperatriz brasileira

 



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