Volume 1
Capítulo 14: Negociações Paralelas
Por pouco, o beco escolhido por Esther não era totalmente privado de iluminação. A lua, porém, não ajudava mesmo em todo seu resplendor alcançado pela fase cheia. A estreita faixa de espaço permitia a passagem de pouca luz, obrigando-a a pensar numa melhor abordagem para o problema. No momento, o primeiro da lista interminável.
Dessa forma, sem pensar muito, ela guiou Luca para o interior da passagem estreita mergulhada na escuridão, sendo exceção somente poucos cantos iluminados pelo luar. Ela foi em seguida, notando o estalar de algo seco sob os pés.
Incapaz de ver muito adiante, Esther perguntou ao menino: — O que você vê aí na frente, garoto?
Quase no mesmo instante da pergunta, ela notou que Luca havia parado o que, consequentemente, também parou a fiel pouco antes dele.
— É sem saída — disse ele em tom baixo, olhando-a por cima do ombro.
— Vamos parar por aqui mesmo então, não vamos voltar pra rua agora. — Ela encostou-se na parede de tijolos e deslizou por ela, atingindo o chão com certa leveza. — Senta aí.
Luca o fez sem muito questionar. O já citado problema da luminosidade tornou-se uma barreira para ambos, ainda mais para Esther, que desejava manter clara vista do menino.
Ela então trouxe as pernas para mais perto do corpo e, com os braços, empilhou folhas secas e lascas de madeira que caíram dos telhados acima. Unidos num montinho, bastou o estalar de dedos para ele se incandescer depois da faísca produzida pela cultista.
Os olhos do garoto foram sugados para o brilho das chamas, refletidos por eles na mesma intensidade que queimavam. Esther sorriu de canto involuntariamente, levada pelo momento.
— Sabe, isso me lembra outro momento de muito tempo atrás. — Ela começou, ganhando a atenção de Luca. — Era inverno e eu não tinha nada além dum palito de fósforo mixuruca.
Sem nem mesmo perceber, as próprias írises azuis foram atraídas para as labaredas fugazes. As memórias fluíam como o oceano de seus olhos, agora tomados por uma calorosa chama.
— Heh, se eu tivesse isso comigo naquela época, tudo seria mais fácil. Tudo mesmo, não só acender um foguinho de noite.
— Faria algo ruim?
— Bem... eu. — Diante o olhar do menino, ela não conseguiu mentir. — Olha, talvez eu faria. Só talvez! Mas você não deve perder a cabeça em coisas desse tipo. Imagine coisas maiores!
— Tipo roubar um banco?
— Não! Tá doido, pivete? Tô falando de coisas boas!
— Hm... fazer churrasco então?
Esther ficou surpresa com a sugestão, pois esperava qualquer outra coisa mais... exótica.
— É, churrasco! Com certeza é mais responsável e gostoso do que assaltar algum banco.
— Não parece tão legal. Se eu tivesse a sua magia, usaria pra achar meus pais.
A inevitável curiosidade pressionou a garganta da cultista, privada de qualquer resposta imediata. Os olhos se desencontraram outra vez, visto a necessidade de tempo para pensar na maneira mais sutil de perguntar. Ansiava pela verdade, porém, temia perder todo o avanço feito do riacho até ali.
Dessa forma, preferiu outro caminho.
— Com poderes ou não, tenho certeza que você vai encontrar eles. — Ela se aproximou do menino sem desencostar-se do lado oposto da parede. — Até lá, posso ser sua “parça”, huh? O que acha?
— “Parça”? Tipo parceiro?
— Isso aí, moleque!
— Eu topo!
Para selar a proposta, Esther estendeu o punho cerrado para Luca, que não hesitou em completar o “toca aqui” oferecido por ela. Os olhos puderam se reencontrar e, ali, nascia algo da necessidade de ambos. Uma novidade, mas, principalmente, alguém.
— Aí, quer ver uma coisa legal?
— Claro!
A fiel então pegou vinhas secas e as esmigalhou entre os dedos. No intermédio da ação, liberou suas chamas de forma suave, tão rápido quanto o sopro que deu na sequência da abertura da mão.
Da palma aberta, os fragmentos voaram com a lufada de ar. Incandescentes “vagalumes” de fogo pairavam pela escuridão, desbravando-a na efêmera jornada existencial provida a eles. Eram dezenas, quase centenas destes pequenos flocos alaranjados, belos e fugazes.
— I-Isso é...!
— Maneiro, né não?
— Demais! — Os olhos do garoto brilhavam junto às últimas brasas cintilantes.
— Sabia que você ia gostar.
“Ha! E ainda disseram que eu não era boa com crianças!”
— Tem mais?
— Não posso, caso contrário vamos ficar sem combustível pra nossa... — No meio da fala, sons abafados de passos próximos tornaram-se evidentes, como se marchassem em direção a eles. —... fogueira.
Em reação instintiva ao ver duas sombras a caminho da entrada do corredor, Esther chutou a fogueira e se colocou na frente do garoto.
— Shhh! — Ela assoprou antes que ele pudesse dizer qualquer coisa.
A tentativa de subterfúgio, porém, não obteve sucesso. As sombras revelaram-se silhuetas que manteram-se na entrada do corredor, como se de guarda para alguém. Do canto direito, surgiu a terceira sombra, esta acompanhada pelo irônico soar de lentos aplausos.
Esther recuou o máximo que pode, sempre a frente da criança. Contudo, não restavam dúvidas: eles estavam encurralados. A terceira silhueta, iluminada pelo luar, foi imediatamente reconhecida pela pirotécnica.
— Você? Qual é a sua? Foi a Emma que te mandou?!
— Relaxa aí, pô, desse jeito você me magoa. — Gileon gesticulou freneticamente até acalmar a fiel. — Sou um investidor nato, não me vendo tão facilmente a causa dos outros, seja lá qual for a dela.
— Ela...
— Na verdade, pouco me importa a relação entre vocês duas, eu procurei você por outra razão — disse ele, apontando para a pilha de cinzas no chão ladrilhado. — Esses seus poderes não são coisas comuns aqui nesse lado da fronteira, são raridade, ou seja, caros. Muito caros.
— E daí?
— E daí que alguém com o seu potencial sendo jogado para escanteio aqui na rua é um desperdício imenso! Quase um sacrilégio! Por isso, vim aqui propor um acordo que vai beneficiar a nós dois.
— Desembucha logo, ô engomadinho. Conheço esse teu tipo, se acha superior aos outros por ter boa lábia, dinheiro e status? Já lidei com muitos como você, e tenho a impressão de que essa não vai ser a última vez.
Gileon bufou, mas não perdeu a compostura.
— Olha aqui, moça... eu só estou tentando me ajudar a te ajudar, ok? Tô cagando pro que você acha de mim. Também odeio gente sabichona como você, que pensa saber de tudo só de olhar pra alguém. Mas não estou aqui pra jogar conversa fora, tô aqui pelos negócios.
— Adianta.
— Estou reunindo um grupo de pessoas pra uma missão tão lucrativa quanto perigosa. Se eu conseguir realizar essa missão sem muitos custos, terei o sucesso que desejo.
— E você me quer nisso? O que eu ganho?
— Sabe, já conheci muitas pessoas determinadas a recomeçar. Acredite, praticamente todos nós aqui abandonamos nosso passado em busca de algo novo, uma nova vida da qual pudéssemos chamar de valiosa e justa. Mas você, você é diferente. Suspeita, eu diria, mas não me importo. O que quero dizer é que, agora, você não tem nada a perder, mas está tentando criar laços com esse lugar, uma nova vida.
Ela olhou para Luca, ainda escondido atrás dela. Estalou a língua em frustração por ter de admitir que Gileon havia lido-a como um livro aberto. No entanto, não desejava mais prender-se à tais conclusões. Com o desaparecimento das nuvens escuras, os pensamentos ficavam tão claros quanto a palidez lunar.
Aquela era o pontapé inicial necessário, a chance premiada para reescrever a história. E seus ambiciosos desejos recém-nascidos ansiavam por incentivo.
— Tá bom, digamos que você esteja certo, qual o contrato?
— É bem simples: você participa da missão, nós ganhamos e, em troca, te dou a oportunidade de ouro de entrar pro Grande Mercado. A função ainda temos de determinar, mas te garanto que seus bolsos irão se encher o bastante pra sair de corredores imundos e ir pra uma casinha modesta. E aí, como vai ser?
Luca podia não entender tão bem o assunto da conversa, mas compreendeu o momento decisivo em que Esther encontrava-se. Como forma de apoio inconsciente, ele levou a pequena mão até os dedos calejados da guerreira e apertou. Diferente do habitual, a resposta da fiel não demorou para sair.
— Onde eu assino?
Gileon nada disse, somente tirou um bilhete de papel do bolso do sobretudo e o entregou para a mulher. Adornado à mão e escrito da mesma forma, o bilhete até possuía um aroma delicado e característico.
— Compareça no “Salão Estratégico” amanhã de manhã, só entregar este convite para o guarda no portão principal do prédio branco enorme ali. Ele vai cuidar do resto. Ah, por favor, traga o menino também, adoro crianças!
— Só mais uma pergunta.
— Sim?
Esther hesitou, apesar da atitude anterior.
— Ela... ela vai estar lá, não vai?
No momento da pergunta, Gileon sorriu e deu de ombros.
— No mundo dos negócios, nada é garantido, senhorita Esther. — Ela observou enquanto Gileon lentamente desaparecia na noite com os dois capangas. Antes de ir, o acionista jogou tais palavras ao vento gelado da rua deserta: — Mas confie em mim, sei convencer até a mais teimosa das pessoas. Até breve!
E, assim, como se nada tivesse acontecido, a noite foi novamente engolida pelo silêncio e o brilho dominante das estrelas falsas.
— Há quanto tempo estamos esperando? — Alex perguntou, mas nenhum dos outros dois na sala deu a resposta. Provavelmente, se o fizessem, ficariam ainda mais frustrados.
Emma ainda se lembrava de todo trajeto que fez até a sala com perfeição. Da escadaria alva até o portão, do portão para o majestoso salão principal e, de lá, mais um lance de escadas e, por fim, a terceira porta do lado esquerdo. Para eles, com todas as confirmações da primeira vez, demorou cerca de dez minutos. Gileon, no entanto, conhecido como era, tomaria talvez metade do tempo até chegar ali.
A única janela do recinto não demonstrava muito além do céu estrelado. A lua rodava pelo céu junto aos olhares cansados do trio. Na verdade, podia-se dizer que o tédio era tal que até mesmo os vícios inquietos tornaram-se monótonos. Ainda assim, Emma insistia em bater o pé repetidas vezes contra o azulejo.
— Fala sério, vocês confiam mesmo naquele cara?
— Athert, não vamos começar com isso de novo... — Emma suplicou em tom arrastado.
— Eu tô falando sério! — Bateu na mesa de mármore pra chamar a atenção, e a conseguiu. — O cara primeiro quase nos matou na ponte e agora tá cheio de gracinha! Estamos nos envolvendo nas coisas erradas, jogando o jogo dele! Isso vai dar merda!
— E você tem alguma ideia melhor agora, gênio? Se quiser dar uma de herói e sair por aquela porta enfrentando a bandidagem com esse bastão aí, vá em frente. Essa chance é algo que não estou disposta a perder.
Visto a derrota direta para Emma, Athert jogou a visão para a ferreira, esperançoso.
— Alex... qual é, eu não posso ser o único sensato aqui.
— Foi mal, Athert, mas vou ficar com a Emma nessa. Não me parece o melhor plano também, mas é tudo o que temos agora.
Ele negou veementemente com a cabeça, incrédulo. O semblante nitidamente confuso torceu-se numa expressão indecifrável. Ele, então, pegou o cajado sobre a mesa e se levantou.
— Dane-se, não vou fazer parte disso.
Assim que alcançou a porta, porém, foi parado pelas palavras de Alex: — Tem certeza disso? Podemos não ser as melhores companhias, mas com certeza somos melhores do que os fantasmas, não é?
— Aff... — Contrariando a determinação demonstrada anteriormente, ele soltou o enésimo suspiro do dia.
— Deixa disso, cara. Vamos sair dessa rápido, pode confiar.
— Não é sobre isso.
— Vai ficar ou não?
Athert não falou. Não precisava de palavras para expressar a resposta. Hesitou na decisão, mas logo a relutância foi deixada de lado quando ele voltou para o assento, o rosto virado para baixo e os ombros encolhidos. A armeira, opostamente, sorriu de canto. Emma, todavia, não moveu um músculo e continuou a observar o horizonte espelhado.
A espera findou-se pouco depois da discussão com a chegada apressada de Gileon. Ele estava evidentemente cansado, com o suor correndo pelo rosto, mas não ousou perder o sorriso.
— E aí, galera! Foi mal o atraso, tive uma negociação de última hora e não podia faltar.
— Espero que valha a pena, velho. — Emma adiantou. — Não fiquei plantada aqui pra ouvir você tagarelar de novo sobre especiarias da floresta.
— Mas você tem que admitir, foi um papo muito interessante!
— Não, não foi. E anda logo com isso!
— Tá bom, tá bom! Vocês jovens precisam aprender a ter mais paciência, cruzes.
Tomou a última cadeira vaga para si, ajeitando-se nela como se familiar ao conforto resistência do móvel.
— Ah, muito bem! Vamos ao que interessa, afinal. — Do bolso do sobretudo, retirou três bilhetes e os colocou sobre a mesa próximos de si. — Vocês tem experiência com animais?
Emma teve a infeliz lembrança do Dragão Sabre nas dependências da fazenda Morgan de imediato.
— É, acho que sim. Mal conheci a fauna local e já odeio ela.
E enquanto Athert contentou-se em negar com um aceno da cabeça, Alex ergueu a mão e perguntou: — Cachorro conta?
Gileon mal teve forças para conter a risada que soltou.
— Ahahaha! Mil perdões por isso, nossa. É só que eu não esperava uma resposta assim. E, para a pergunta, não Alex, quis dizer animais selvagens, não domésticos.
— Da próxima vez especifique então, saco.
— Eu já me desculpei, minha parte eu fiz. De qualquer maneira, pelo visto só a Emma tem certo tato com o assunto. Isso me preocupa um pouco, mas vamos chegar lá. Bom, acontece que, nos limites da floresta, espreita uma criatura... no mínimo perspicaz.
“Por favor... não seja outro lagarto”, Emma suplicou em sua consciência.
— Então era esse o seu problema? Um bicho?
— Não é qualquer bicho, sacerdote. Mesmo você sendo da fronteira, deve saber que Ebenen é lar de seres extremamente perigosos e únicos. E, por acaso, um deles habita bem no meu quintal, e isso é péssimo pros negócios. Sabe quantas patrulhas e caravanas essa coisa já levou? Dezenas de homens, mulheres e, claro, produtos de alto valor para Luvy, nosso maior parceiro comercial. Se quisermos salvar vidas e negociações futuras, é de suma importância que essa besta seja morta.
— Não tá passando essa responsabilidade pra nós três, né?
— Lógico que não, até mesmo alguém otimista como eu não confiaria tal missão pra três jovens inexperientes. — A feição dos três torceu-se em mínima raiva. — Estou reunindo várias pessoas, caçadores de grande renome e outros executores. Bom... isso é muito, muito caro. Apesar dos ganhos que terei caso a missão seja um sucesso, meus bolsos estão começando a apertar. Não quero chegar ao ponto de oferecer favores, entendem?
— Nós somos a força de graça, já entendi. — Athert colocou os pés sobre a mesa, sem se importar. — Ouviram isso, pessoal? Estamos indo pra uma missão de risco de vida e não vamos receber nadica de nada!
— Qual é, gente! Vocês têm que entender o meu lado! Sem falar nas dívidas feitas por vocês comigo, é uma troca justa!
— Gileon... — Emma debruçou-se sobre a mesa, exalando uma aura invisível, porém de grande pressão. — Você não é o cara dos negócios? Isso não parece um acordo pra mim, parece uma cobrança.
— Tanto faz com o que isso parece, esse não é o ponto aqui!
— É minha vez de propor um acordo, então — disse a de cabelos escuros. — Nós podemos sim fazer isso pra você, mas queremos o tratamento dos caçadores convencionais. Não precisa nos pagar, só de bom equipamento e alguns dias de treino para pegarmos o jeito da coisa.
— Ahn?! Por que eu deveria? São vocês que estão me devendo, não eu a vocês!
— Somos mais úteis vivos do que mortos, besta. Sem falar que não estamos lhe devendo nada da ponte! Você nos tirou de lá só pra nos usar nessa missão e depois jogar fora, somos descartáveis pra você. Mas deixa eu te dizer uma coisa, senhor “acionista”, nós valorizamos e muito nossas vidas, por isso não vamos nos arriscar pelo seu lucro sem receber o mesmo tratamento, entendeu bem?
— Você sabe que eu posso muito bem obriga-los, né?
— E correr o risco de aumentar o cheque de pagamento dos seus soldados por uma missão extra? Pra cuidar de três jovens que você nem sabe do que são capazes? Não vai desejar mais dívidas pra si mesmo, vai?
— Está blefando.
— Será que estou mesmo? — Ela se jogou para trás na cadeira, completamente despreocupada. — O seu mercado é de riscos, Gileon. Vá em frente, chame os guardas e nos prenda. Vai perder o curandeiro que salvaria a vida de dezenas da sua tropa.
— É o que ela disse — complementou Athert para pressionar ainda mais o homem.
Inapto para conceber a verdade, Gileon viu-se contra a parede. Nem em seus sonhos mais alterados pelo álcool uma vez sonhou que se veria na situação geralmente imposta por ele aos outros. Ver-se no papel do encurralado pela primeira vez era desesperador, mas novo.
— Ugh... qual o preço?
— Preço?
— O preço de vocês, droga!
Os três se entreolharam, já prevendo a vitória.
— Já falei, um lugar pra treinar e equipamento bom, só isso. Vamos mostrar pra você o quão bons nós somos.
— É bom mesmo. — Ele então pegou os três bilhetes e os levou até o centro do móvel marmóreo com os dedos. — Caso contrário, vão se ver comigo. Hoje vocês podem descansar nessa sala, amanhã de manhã eu venho buscar vocês.
— Buscar? Pra o que?
— O “Salão Estratégico”. — Ao ver as expressões confusas dos jovens, Gileon bufou. — Vocês vão entender quando chegar a hora. Por enquanto, fiquem por aqui e não causem mais problemas pra mim, ok?
— Temos um acordo então?
— O que você acha? —E dessa forma, Gileon os deixou para trás.
No mesmo instante do bater da porta, os três suspiraram em coro, dominados pelo alívio.
— Puta merda, eu achei que não ia dar certo. — Athert ria de nervoso.
— Falei pra confiar, pô! Agora é esperar pra ver o que é esse tal “Salão Estratégico”. Qual o chute de vocês?
— Me faz pensar em algo militar, como um planejamento mesmo — supôs o sacerdote.
— Talvez seja uma espécie de reunião. Duvido que seremos os únicos.
— Seja o que for, estaremos lá.
— Ok..., mas o que fazemos até lá? Ele disse amanhã de manhã.
— Dormir, lógico. Não quero parecer um zumbi depois de tudo o que falei agora.
— Você tem um ponto.
E, após alguns minutos de conversa, os três foram, um a um, cedendo ao sono.