Raifurori Brasileira

Autor(a): NekoYasha


Volume 3

Capítulo 164: Auxílio Da Máscara Infernal

— Você não cansa de fugir, desgraçado!? — bravejou o Arquiduque saltando pelas grandes construções do Distrito Comercial Han.

Naquela luta, Kurone tinha a vantagem de correr por toda a ilha, contanto que não saísse dela. Sua grande vantagem era aquela mana de origem desconhecida vindo do seu interior, ele a transformava em mais estamina, para assim continuar correndo.

Seu objetivo era cansar Asmodeus, o garoto tinha ciência que não era o mais honroso dos planos, mas honra não o ajudaria a derrotar um Arquiduque do Inferno. 

Ele viu a força destrutiva do demônio logo no início da batalha, quando Asmodeus quase lhe acertou um chute. Não havia mana naquele golpe dele, mas uma cratera gigante foi aberta no pátio da grande torre que estavam anteriormente.

Kurone desistiu de correr pelo chão, devido a um grande número de garotas artificiais vagando por lá, e decidiu seguir por cima das construções, assim como fizera em Eragon, enquanto perseguia o supervisor.

Ele finalmente parou ao saltar no topo do maior prédio dali, aparentemente era um local que vendia roupas, como hakamas, kosodes e quimonos. O Arquiduque logo chegaria ali também com os seus chutes devastadores, porém o garoto estava preparado.

Assim que viu a figura do demônio de cabelos alaranjados espetados, Kurone materializou sua Boito .20 e atirou sem piedade. 

Pow! A explosão do chumbo sendo expelido pela espingarda de canos cerrados reverberou por toda ilha, mas àquela altura todos sabiam que o Arquiduque havia entrado em combate com alguém, era impossível não notar o rastro de destruição deixado por todo local que eles passavam. 

O demônio de cabelos alaranjados era de uma raça chamada idaten, e pelo pouco que Lao Shi sabia e contou-o, era uma raça que tinha uma velocidade insana. Apesar de ter sua movimentação reduzida pela falta de mana, Asmodeus continuava com sua velocidade anormal, Kurone só conseguia competir com ele devido ao seu Orbe Vermelho Rank D flutuando ao lado do seu ombro.

O tiro efetuado pelo jovem foi em direção ao demônio, porém ele esquivou como um raio e aterrissou no topo da construção explodindo o chão.

— Tá ferrado, agora não tem mais pra onde você correr, trouxa! — falou Asmodeus estalando todos os dedos com um aperto firme da outra mão.

— E quem disse que eu tô querendo fugir? — respondeu Kurone com a sua voz um pouco ofegante. Era mais devido ao cansaço que a ansiedade por estar prestes a lutar seriamente contra o Arquiduque.

Ele só esteve fugindo até aquele momento para dar tempo a Lou Souen de encontrar Lou Xhien e fugir da ilha. Não queria perder, mas se isso acontecesse, era bom que nenhuma das pessoas que gostava estivessem naquele local.

O garoto desmaterializou sua escopeta de canos cerrados. Aquela arma consumia muita mana, e Annie não explicara o quanto ainda conseguia usar daquela energia vital emanando do fundo da sua alma. 

Os dois inimigos se encararam por alguns momentos, os cabelos alaranjados do Arquiduque e os brancos de Kurone balançavam conforme o vento alterava sua força.

— Eu juro que, se alguma coisa tiver acontecido com a Lothus, eu vou até os confins da porra desse mundo pra matar cada um dos seus amigos! — berrou Asmodeus saltando em direção a Kurone.

Para evitar ser destruído pela força esmagadora do chute do Arquiduque, Kurone rolou pelo terraço daquela construção e chegou ao outro lado. Outra explosão ecoou pelo céu e, quando se encararam novamente, a posição havia mudado.

[Não dá para esquivar para sempre.]

“Eu sei! Mas não sei que negócio é esse, sempre que vou atacar, sinto como se ele fosse me destruir só de eu tocar nele.”

[É essa intenção assassina dele.]

Kurone engoliu em seco. Se Lao Shi não tivesse lhe ajudado, como seria aquela batalha? Ele não teria nem metade do poder que possuía atualmente e, mesmo se conseguisse de alguma forma, não teria a Barreira d’Água avançada para desativar a entrada de mana daquela ilha.

[Mas não podemos ficar com medo, temos que atacar.]

“Tem razão. Nie, direcione a mana que temos atualmente para fortalecer meus braços e pernas. Vamo quebrar a cara desse desgraçado agora!”

[É assim que eu gosto de ver. Pega ele, Kurone!]

Ele lançou um olhar sério para o Arquiduque. Apesar daquele demônio correr tanto pela ilha, não havia quase gotas de suor descendo pelo seu rosto, como esperado de um membro do Conselho do Inferno. O garoto sentiu o corpo tremendo um pouco, mas engoliu aquele medo e assumiu a pose marcial ensinada por Lao Shi.

Nenhum dos dois portava arma, então seria uma luta de mãos limpas.

— Vai deixar de ser escroto e começar a lutar como homem, filho da mãe? — provocou o Arquiduque assumindo uma posição de batalha menos graciosa que a de Kurone.

Enfim, os dois jovens avançaram e impactaram no meio do terraço. Kurone sentiu o seu braço ardendo quando o bateu contra o do demônio. Se não fosse pelos músculos melhorados graças à mana do seu corpo, ele teria quebrado aquele membro apenas naquele impacto.

O Arquiduque sorriu, mostrando seus dentes afiados como os de um tubarão. Rapidamente, o demônio atacou com a mão livre, obrigando o jovem de cabelos brancos a recuar.

Kurone sentiu uma corrente de ar violenta passando perto de seu rosto ao desviar do soco de Asmodeus, porém ele ignorou aquele temor de quase ter o crânio esmagado e forçou o corpo a girar, desferindo um chute potente no rosto do inimigo.  

Mas Asmodeus foi rápido o suficiente para segurar seu pé e o arremessar pelo chão. Kurone rolou e rolou até impactar no parapeito de concreto do terraço.

Rapidamente, o jovem de cabelos brancos devido à mana incomum levantou batendo a poeira da roupa. Com exceção das botas marrons, ele usava um traje costurado por Lou Xhien totalmente branco, ficando amarelado devido à terra dali — e ele combinava com o cabelo esbranquiçado.

As roupas do Arquiduque não demonstravam manchas, afinal eram pretas. A única peça de outra cor em seu corpo era a sua Máscara Infernal. Diferente dos membros do Conselho que Kurone vira até aquele momento, a máscara de Asmodeus cobria apenas uma parte do seu rosto, a região dos olhos e da testa, deixando o seu nariz e dentes afiados à mostra.

Certamente a máscara dele também estava com poderes limitados devido à falta de mana, mas ainda assim, estava o ajudando naquela batalha.

“Será que não rola uma ajudinha sua também?”, pensou o garoto em um suspiro, com inveja daquele demônio. Ele sabia que a sua Máscara Infernal não apareceria, ela desapareceu desde ele começou o treinamento com Lao Shi.

Kurone quase desistia da ideia e preparava-se para voltar ao combate quando viu pequenas partículas azuladas aparecendo em seu campo de visão. Finalmente, ele sentiu algo esquentando o seu rosto suado e um poder incomum percorrendo o seu corpo.

[Não acredito!]

“Parece que ela resolveu mostrar pra um adversário quem é a melhor máscara aqui.”

O jovem de cabelos brancos formou um largo sorriso ao perceber que aquela máscara finalmente apareceu para lhe ajudar, no entanto não tinha como o Arquiduque saber disso, afinal aquele objeto no rosto de Kurone ocultava sua face completamente.

Em contraste com a expressão feliz no rosto do oponente, Asmodeus fez uma expressão azeda ao ver aquela relíquia do jovem.

— Filho da mãe, não vai dizer que você tava envolvido na morte do Duque Leviathan… — comentou o demônio um pouco irritado, mas logo ignorou aquilo e montou sua posição de combate mais uma vez.

Kurone ficou um pouco confuso com o que o Arquiduque falou, mas também montou sua guarda. Eles eram pessoas inteligentes, apesar da aparência de delinquentes brigões, e sempre pensavam bem antes de entrarem em confronto.

O primeiro a avançar foi Kurone, correndo rapidamente pelas bordas do terraço e dando alguns pulos para se exibir, ele sempre sentia muita energia percorrendo o seu corpo quando estava com a máscara, e aquela energia o deixava animado, era obrigado a movimentar todo o corpo para aliviar aquela queimação.

Os dois jovens mascarados impactaram no meio do terraço novamente, porém dessa vez foram mais selvagens e começaram a trocar socos rápidos e furiosos. Ao se afastarem novamente, a pele exposta deles estava repleta de hematomas.

Kurone segurou o ombro esquerdo, pois levou cerca de dez golpes consecutivos ali, mas como aquele ombro fazia parte do seu membro artificial, ele curou-a rapidamente.

Asmodeus não tinha aquela vantagem, ele só podia serrar os dentes em raiva por conta do chute feroz que o jovem de cabelos brancos deu em sua canela direita.

Balançando a cabeça em fúria, o Arquiduque avançou mais uma vez gritando, aquela batalha em turnos estavam ficando cada vez mais demorada quando eles impactavam no centro.

Ombro bateu contra ombro e os dois jovens forçaram o corpo, trocando alguns socos em seguida. Asmodeus tentou quebrar o pé de Kurone com uma pisada destruidora quando estavam bem próximos, mas o jovem aproveitou a brecha e acertou um soco potente na parte desprotegida do seu rosto.

No entanto, o golpe não foi parado e a pisada provocou um estrondo ao tocar o chão.

— Você é burro, desgraçaaaaa!!? — gritou Kurone enquanto afundava com o Arquiduque na cratera criada pelo golpe do demônio.

A batalha fez Asmodeus esquecer-se de que estavam no topo da maior construção do Distrito Comercial Han. Os jovens gritaram conforme caíam para o andar inferior, que tinha uma distância razoável até o terraço.



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