Raifurori Brasileira

Autor(a): NekoYasha


Volume 2

Capítulo 69: Defendendo Eragon

Crack! O martelo investiu com tudo, destruindo todas as construções próximas, enquanto transformava o ar em uma lâmina mortal que atacava diretamente a alma do oponente.

A demônia apenas deslizava para esquivar dos ataques estrondosos do martelo prateado e dos cortes ferozes do machado dourado. Além disso, o homem enorme de cabelos grisalhos também dava chutes ocasionalmente, na esperança de atingir o estômago da inimiga.

Porém, as duas armas e os chutes do reitor não eram nada comparados ao poder da mão aberta de Azazel van Elsie. Ela não tinha armas, e nem precisava, suas mãos eram o suficiente para partir o adversário ao meio se estivesse próxima o suficiente.

— Hã? Já chegou no seu limite? Vai explodir? É tão precoce assim? — a demônia disse em seu tom obsceno.

O homem desmaterializou suas duas armas brancas, mas o rosto sério mostrava que em nenhum momento a ideia de desistir se passou por sua cabeça. Ele elevou as duas mãos o mais alto que pôde e gritou:

— Esse será o seu fim, demônio!!! 

Uma quantidade insana de partículas azuis se reuniram ao redor dele, dissipando a neblina ao seu redor. A luz continuou a se expandir até dar forma a um objeto enorme.

— Eu o chamo de Mjolnir, não é muito criativo, mas garanto que ele consegue causar um estrago.

— Haha! É tão grande e grosso!

O objeto segurado pelas duas mãos grandes era um martelo de aproximadamente três metros. Todo o corpo era de madeira e a cabeça de pedra tinha um formato quadrado. De fato, era uma arma semelhante àquela do deus nórdico.

Apenas o mover da arma agitava os ventos ao redor, os músculos do homem estavam se esforçando para segurá-lo, mas ele manteve sua expressão imutável, olhando fixamente para a demônia.

— Eu não serei gentil — ele disse uma piada à altura de Azazel.

— Então você também sabe brincar! — A oponente avançou sem hesitar e percorreu a distância entre seus corpos em instantes.

Plac! Dessa vez a arma não quebrou, mas também não foi o suficiente para causar dano em Elsie. No máximo, quebrou a unha da mão que ela usou para se defender.

— AAAAHHHH! — O homem forçou o martelo para baixo, tentando esmagar a mulher mascarada, porém o corpo dela se recusava a ir, criando uma enorme cratera na praça.

— Sim! Sim! Que divertido! Parece que terei que usar 30% do meu poder contra você.

Elsie fez um movimento brusco com o braço que se defendia do martelo e arremessou a arma e o usuário para o alto. Ela não deu tempo para ele aterrissar, avançando com tudo para cima do corpo no ar.

O reitor também não se sentiu intimidado ao ser arremessado. O homem brandiu o martelo e o usou como um estabilizador. Por sorte, tinha afinidade com magia do tipo vento, apesar de não dominar a [Levitação], poderia se manter flutuando por alguns minutos.

Ao perceber a oponente se aproximando, investiu com força, criando também uma cratera no ar. Como efeito colateral, mais da neblina branca e dos insetos anormais foram extintos.

— Eu farei você me mostrar toda a sua força.

— Vamos com calma — ela respondeu, bloqueando o ataque capaz de destruir um exército com um único dedo. Se não estivesse no céu, teria deixado a praça em ruínas —, mulheres não gostam de homens apressados. Tudo em seu devido tempo, estou ainda avaliando meu companheiro.

— Vá pro inferno! 

Quando balançou a mão, apontando para Elsie, duas alabardas de dois metros, surgidas do nada, avançaram em direção à demônia.

— E de onde você acha que eu vim? — ela respondeu enquanto explodia as armas com um simples estalar de dedos. — Umm…? Por que o sorriso? Gostou do que falei? Soou legal?

— Eu não tenho um bom senso de humor para piadas sujas, mas estou feliz, pois fiz você usar magia.

O tempo limite chegou e o reitor aterrissou em um telhado. Sua oponente, no entanto, continuou no ar, como se mostrasse a extensão do poder dos demônios.

— Vão! — Ele ordenou às alabardas materializadas novamente. Nunca pensou que, um dia, as Armas Lendárias roubadas de outros reencarnados fossem úteis. O martelo prateado e o machado dourado também foram invocados, flutuando ao lado do homem.

Ele brandiu mais uma vez o Mjolnir. Seria um único ataque com o poder de cinco Armas Lendárias!


Diferente do reitor, Rhyan Gotjail não tinha um escudo natural que o protegia dos insetos incômodos, sua afinidade com a magia de vento não era o suficiente para isso.

Essa era a desvantagem de ter compatibilidade com mais de um Tipo Mágico: ele tinha apenas status médios nos quatro elementos. Naquele momento, só conseguia levitar devido à ajuda de Fran, que era especialista em magia de vento avançada. A garota dava apoio de um beco escuro, para não ser notada pelo Duque do Inferno.

Bang! O tiro da AWM atirou no demônio de terno. O adversário era rápido, mas Rhyan conseguia acompanhá-lo. Eles aparentavam ter o mesmo nível de poder, porém nunca se podia subestimar um Duque, o jovem ruivo sabia disso.

— Você está me atrapalhando. — O oponente, Belphegor dé Halls, disse em tom calmo.

Ambos estavam distantes um do outro, flutuando pelo ar infestado de gafanhotos metálicos, mas apenas o jovem era alvo dos bichos.

Bang! Bang! Bang! Rhyan atirou sem misericórdia, mirando na máscara branca do demônio. Não havia como saber se era verdade, mas escutara que a única maneira de acabar com um Duque do Inferno era quebrando a máscara. Como faria isso? Ele perguntou certa vez, mas ninguém sabia a resposta, afinal se tivessem realmente visto um Duque, não estariam lá para contar aquelas asneiras. 

Mesmo dizendo "Pare de mentiras", lá estava Rhyan Gotjail, tentando desesperadamente atingir a máscara do adversário. O jovem percebeu que sua companheira estava cansando, pois a altitude da [Levitação] diminuiu gradualmente.

— Não tenho tempo para perder com você. — Assim dizendo, Belphegor moveu a mão, como se fosse usar magia no jovem ruivo, mas nada aconteceu. 

Ele olhou para a mão estendida, confuso. A magia falhou? O Duque do Inferno não tinha mana suficiente para terminar o feitiço? Rhyan pensou em rir, porém…

— Mestre Gotjail!

O corpo do garoto foi arremessado repentinamente, o deixando tonto. Ao olhar para o local onde estava anteriormente, percebeu o motivo pelo qual Fran o tirou de lá rapidamente: um enxame daqueles gafanhotos metálicos teriam o atingido se demorasse mais um segundo. Os insetos anormais não pararam, ao perceber que erraram o alvo, se posicionaram para mais uma investida. 

— Droga, ele tá controlando os insetos!

Bang! Rhyan tentou eliminar os animais vindos em sua direção enquanto era jogado de um lado para o outro por sua companheira. Aquela batalha se assemelhava a um jogo em que os personagens eram Rhyan e a nuvem de insetos e os jogadores, Fran — escondida nas sombras — e o Duque Belphegor. A jogadora Fran estava em desvantagem, pois sua mana se esvaía rapidamente ao usar a [Levitação], mas ela se esforçou para manipular o corpo do companheiro enquanto ele atirava impiedosamente com a AWM.


— Onde ela está!? — Após alguns minutos, Halls gritou irritado ao perceber o que estava acontecendo. Havia um terceiro controlando o corpo de seu adversário, se ele o encontrasse, seria o fim daquela luta incômoda e perigosa.

Para o Duque, um demônio covarde, a segurança vinha em primeiro lugar. Por sorte, sua melhor magia era um tipo de [Levitação] avançada, o [Controle da Gravidade], por isso ele podia controlar a Praga de Tutemés sem ter os arbítrios necessários.

Claro, ninguém além de Satiel, seu guarda-costas, sabia disso. Todos admiravam Halls, o único demônio que conseguia controlar a indomável nuvem de gafanhotos, por isso ele ganhou uma cadeira entre os 20 membros do Conselho, enganando eles com seu poder conveniente de mover qualquer objeto conforme sua vontade. No fim, o demônio era fraco, por isso evitava lutas corpo a corpo, ele levaria vantagem contra oponentes brutamontes, arremessando objetos neles, mas o seu oponente também era um lutador a distância.

— Encontrei! — Ele deixou uma voz baixa sair da máscara ao sentir a presença de alguém em um beco escuro. — Morre! — O Duque apontou para o local e uma leva de dez gafanhotos se deslocou.

— Ei, sai daí, escrava idiota! — o jovem gritou ao perceber as intenções de Belphegor.

Bang! Bang! 

— Argh! — Ele tentou interceptar os insetos indo na direção da companheira, mas Halls se aproveitou de sua guarda baixa e atingiu suas costas com três gafanhotos.

Segundo as lendas conhecidas pelo demônio, os chifres daqueles insetos eram como ferrões, após atingir o adversário, o animal morria, mas injetava uma toxina dolorosa no corpo da vítima.



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