Raifurori Brasileira

Autor(a): NekoYasha


Volume 2

Capítulo 52: Amazonas Aladas

"Craaack!" 

O som doentio de algo duro colidindo com vidro ecoou pelo ar. Era inacreditável, mas a besta fez uma rachadura no céu.

Foi questão de instantes para que a rachadura desaparecesse, porém, a erupção na cabeça do monstro continuava lá.

— Viuuu? Nyão precisam se alarmyar!

— Mas que porra tá acontecendo ali!? — gritou Orcus, duvidando do que seus olhos viam.

Calmya! A cidade é protegida por umya barreira myágica. A barreira é alimentada pela mesmya fonte de myagia que faz a ilha toda flutuar.

Kurone só pôde ficar impressionado com a explicação. "Então tem algo que faz essa ilha flutuar…" Em sua cabeça, ele imaginara que, assim como a maior parte das coisas naquele mundo, não havia explicação para a cidade flutuar. "Achei que ela flutuava porque sim, e ponto, mas existe um mínimo de lógica aqui."

Porém, uma dúvida ainda o incomodava: como foram para lá em cima? Como transportaram a cocheira e três pessoas inconscientes, sendo que uma delas não podia ser tocada?

O jovem simplesmente fechou os olhos e deu de ombros. O que aconteceu, aconteceu, por mais inacreditável que tenha sido. Ele abordaria Kawaii em um momento oportuno. Quantas perguntas já se acumularam?

— Tem certeza que aquela coisa não vai nos atacar?

— Você é muito preocupado, Orc, a barreira sempre protegeu Eragon. Myas a melhor parte já vai começar.

O guarda medroso voltou a atenção para o local apontado pelos dedos finos da semi-humana. Kurone fez o mesmo ao escutar Orcus praguejando algo.

— Q-quem são?

Vendo o olhar surpreso do garoto, Kawaii estufou o peito pequeno e anunciou arrogantemente:

— Tsc, tsc. Vocês estão subestimyando Eragon. Aquele monstrinho nyão é de nyada. Veja, aquelas são Amyazonas Aladas, da minhya guarda pessoal.

No local indicado, cinco garotas em armaduras prateadas se alongavam de maneira relaxada. Como elas conseguiam se alongar naquelas armaduras pesadas? Não era algo a se questionar nessa altura do campeonato. Ele vira a luta de Sophia contra o orc. Aparentemente, ainda não haviam inventado a gravidade naquele mundo, ou a que existia estava com bugs.

Após três minutos de calistenia, as amazonas pegaram as lâminas deixadas no chão e lançaram um olhar afiado para a besta que continuava sua tentativa vil de invasão.

"Voooosh!"

— Uooh! — O jovem deu um salto para trás ao ver o movimento inesperado.

De trás das armaduras prateadas, pares de asas brotaram repentinamente. Provavelmente, aquelas vestimentas, com aberturas específicas para as asas, foram feitas exclusivamente para aquelas guerreiras.

Penas voaram quando as cinco garotas levantaram voo, roubando a atenção dos moradores montando barracas para o festival.

— Vamos acabar com isso em um ataque múltiplo! — gritou a primeira garota, aparentemente a líder.

Seguindo a ordem da amazona na frente, as outras pararam no ar e estenderam a mão até onde os braços permitiam.

"Vooosh!"

As lanças de um metro foram arremessadas como tridentes, e, sem falha, adentraram as escamas da besta.

— Aquele Bolder vai virar jantar de Amyazona

"Então aquilo é um Bolder", pensou, ao relembrar da conversa com Noah enquanto iam à capital. A empregada falou um pouco sobre os mosntros daquele mundo, e entre eles estava o Bolder, um dragão gigante.

Segundo Noah, Bolders, apesar de serem bestas demoníacas de classe D, eram dóceis e se alimentavam de mana. Eles não atacariam a menos que alguém provocasse.

A propósito, as classes de monstros iam de F a SSS. Ou seja, aquele monstro rank D ainda era perigoso.

"Gwraaaaaar!" O grito sofrêgo da besta trouxe o jovem de volta à realidade. Após o último rugido, o monstro despencou. Como não havia terra, o corpo sem vida continuou caindo por muitos e muitos metros até esbarrar no chão. Nem mesmo a pele grossa sobreviveria àquela queda, mesmo na gravidade desbalanceada daquele mundo.

Sem se dar ao trabalho de verificar a morte do monstro, as amazonas viraram as costas e pousaram perto de Kawaii.

Nyah! Fazendo um bom trabalho como sempre.

— Só fiz minha obrigação, senhora Kawaii. — A voz firme da garota respondeu à garotinha energética.

Lindos fios dourados foram revelados quando ela retirou o elmo prateado. Os olhos azulados e a postura ereta passavam a impressão de uma verdadeira líder.

Atrás delas, estavam outras duas garotas, uma de aproximadamente 1,95 e a outra com 1,65 metros. E, por fim, atrás das três, outras duas sussurravam e riam de maneira nada discreta.

As cabeças de todas eram adornadas por cabelos dourados, cada um com tamanhos e estilos diferentes.

Nyah! Eu já te falei que nyão precisa ser tão formyal.

— Haha! O cara ali tava se borrando de medo do Bolder. — A gigante de 1,95 provocou Orcus.

O guarda franziu o cenho. Apenas isso. Estava claro como ele mudou desde que ele fora traído por Edward. O antigo Orcus berraria e apontaria uma espada para a mulher rude. Todos ficaram estranhos após aquele incidente!

Nyão vamos começar com o pé esquerdo. Já tivemos problemas demais. Esses são nossos convidados.

— Hã? Vai dizer que aquele moleque ali é o cara que derrotou a Besta Negra? — A amazona rude fez outro comentário. Era incrível como ela era semelhante a Orcus.

— Sim, ele mesmo! — Vendo a reação exagerada das cinco garotas, ela prosseguiu: — Esse é Kurone Nyakano, no lado esquerdo é o Orc e no direito… Ué? Cadê a garotinhya? Rory, espere!


Após a confusão na praça, que durou alguns minutos, as amazonas se desculparam pela companheira rude, e o grupo guiado por Kawaii se dirigiu à igreja. A garotinha disse que precisaria reportar ao "reitor" sobre o ataque do Bolder. A hospedaria teria que esperar. Eles podiam dormir mais um ou dois dias no instituto.

— Não me assusta mais daquele jeito! Achei que você tinha sido sequestrada por um lolicon! Argh!

— Não seja idiota. Inútil. Eu nunca seria sequestrada por um pervertido, simplesmente não queria mais esperar. Aquela mulher estava enchendo o saco.

— "Nunca seria sequestrada"? São palavras bem interessantes, vindas da pessoa que foi sequestrada pelo Edward.

— Tá querendo morrer? Eu fiz aquilo de propósito.

— Chegamos! — O grito felino interrompeu a discussão da dupla.

A catedral. Não era muito diferente das construções de Andeavor em tamanho, mas havia muitos detalhes. As colunas brancas eram verdadeiras obras de artes.

Seria desrespeito entrar com o manto da igreja de Cecily? Kurone não se importava, mas provavelmente arranjaria problemas com alguns fanáticos religiosos. De qualquer maneira, ele não teve tempo de trocar o manto pelo sobretudo azul dado por Sophia. 

— Eu vou falar com o reitor rapidinho e venho para mostrar a vocês onde está o tanque de guerra. Podem entrar e esperar em um dos bancos.

Kawaii apontou o interior da catedral e seguiu por uma escada para o segundo andar do prédio. Orcus foi o primeiro a entrar, em seguida loli e por fim…

Kurone parou antes de pôr o segundo pé no piso da igreja. O que era aquela sensação? Ele olhou para os lados, mas tudo que a visão captava eram as paredes brancas da construção.

— Ei idiota, o que fo…

Definitivamente algo estava errado. Em segundos, o mundo do jovem ficou cinza, literalmente! Rory, que provavelmente o insultaria mais uma vez congelou, com a boca ainda aberta. O mesmo acontecera com Orcus. 

"Que porra tá acontecendo aqui?" Porém, o garoto era uma exceção. O corpo dele ainda se movia livremente.

— Rory! Orcus! Conseguem me ouvir! 

Foi inútil. Nenhum deles respondeu. Os rostos imóveis nem piscavam. Kurone tentou beliscar o braço da loli arrogante… mas nada aconteceu. O que estava havendo?

— É muita ousadia entrar aqui com esse manto, aberração. — A voz misteriosa ecoou por todo o interior da catedral, causando um arrepio na espinha do jovem.

Descendo do alto, como um anjo, uma garota pousou ao lado de Kurone. Não havia outra palavra para descrever ela senão bela.

Os cabelos longos rosas se espalharam pelo ar. A única peça que a garota vestia era um yukata branco, adornado com flores vermelhas.

Após uma aterrissagem bela, ela voltou os olhos vermelhos para o jovem surpreso. A beldade estava a aproximadamente cinco metros dele.

— Então, aberração, você realmente veio. Foi mais rápido do que imaginei. Permita-me que me apresente. Sou a mais velha entre todas as deusas. Eu sou a deusa lunar, Annie, e você tem algo que me pertence. Caso não queira colaborar, coisas terríveis acontecerão…



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