Raifurori Brasileira

Autor(a): NekoYasha


Volume 1

Capítulo 31: O Depravado É Nossa Salvação

— Lady Sophia! — Noah gritou ao ver a mestra no chão, com armadura danificada e a espada reduzida pela metade.

— Tsc… Eu só estava descansando — ela brincou enquanto usava a espada como apoio para ficar de pé. — Achei que elas fossem inimigos. — Apontou o pedaço de arma na direção das empregadas da casa Soul Za.

— Elas estão do nosso lado!

— Entendo… Ehhh? — gritou surpresa ao ver o jovem ao lado de Noah. 

Agarrada no ombro dele, estava uma loli de cabelos brancos usando um sobretudo azul por cima de um biquíni curto — o sobretudo foi dado por Sophia durante a estadia em sua mansão.

— Ela recupera a mana mais rápido se ficar perto de mim.

— Essa roupa…

— Explicações depois! Olhem, a besta vai atacar! — Amélia apontou para o monstro preparando-se para incinerar a vila.

— Como paramos ela? — Kurone perguntou enquanto dava tiros inúteis na besta.

— Não paramos, temos que fugir! — gritou Ana. Fazia pouco tempo desde a luta contra a loli kamikaze, a bruxa estava exausta.

Que a benção daquilo que é mais sagrado restaure, guarde e nos dê proteção contra investidas adversas dos seres demoníacos, derrame sobre nós vossa eterna misericórdia… [Sacred Wall].

A luz amarelada cobriu todo o terreno e levantou-se, criando um escudo mágico em frente à entrada da vila.

— UUOOOOOHHHHHH!

As chamas do monstro bateram contra a barreira sagrada e se dispersaram — não causaram nem mesmo um aranhão!

— Kurone!!! — A garota acenou para o jovem.

Várias sacerdotisas ajoelhadas faziam preces, e essas preces eram direcionadas para o cajado na mão de Inri — onde se transformvam em energia mágica e fortaleciam a barreira. Aquela incrível parede mágica foi erguida pelas sacerdotisas da igreja de Cecily.

— Não vai durar por muito tempo, por isso façam logo o que têm de fazer.

— C-certo…

O cajado peculiar na mão de Inri chamou a atenção do jovem por um momento. Era feito de madeira seca com um livro de capa preta no centro. Poderia ser essa a arma lendária de Inri, uma reencarnada?

— Brain! O plano!

— Deixa eu pensar… Aquela coisa só vai parar quando saciar a fome…

— O que jogamos para ela comer?

— Crianças.

— Não vai rolar… Tem que ter outro jeito!

— Por que crianças? — perguntou Rory.

— Na verdade, aquela coisa devora mana e não pessoas propriamente. Ela prefere crianças, pois o fluxo de mana no corpo é maior. Para ser bem específica: o fluxo é desorganizado. Esse fluxo diminuí quando se tornam adultos.

Era como os ossos. Kurone lembrou de quando o professor explicou que crianças tinham mais de setenta ossos comparados aos adultos, mas esses ossos se dissolviam quando elas se tornavam adultos.

— Então ela não devora crianças… Mas quando drena toda a mana elas morrem.

Era uma regra daquele mundo: sem mana, sem vida. Pensando dessa maneira, havia uma chance de alimentar a criatura.

— Você está louco? — Rory beliscou o pescoço de Kurone.

Como de praxe, a garotinha lia a mente do jovem sem perguntar antes — deveria tomar cuidado com os fetiches quando estivesse ao lado dela, mas isso era uma preocupação para outro momento.

— Aquela criatura é como você, só que com menos mana… Se eu der mana até ela ficar satisfeita…

— Você viu o tamanho daquilo? Você vai morrer antes de…

— Mas…

— Tem que ter outro jeito… Não é nada por relacionado a você, é por minha própria segurança.

— Pfff!

— O que foi isso, que nojento.

— É que é a primeira vez que você se preocupa comigo.

— Calado. Eu não me preocupei… Já disse, se você morrer eu não vou ter mana.

— Se você diz… Sua loli tsundere.

— Quem você está chamando de "tsundere"? Eu nem mesmo sei o que significa, mas do jeito que você falou não deve ser algo bom. Nojento.

— Ehhh… Com licença, se esqueceram? Tem uma besta gigante tentando nos matar bem ali. — Amélia, de rosto corado, chamou a atenção da dupla que sussurava entre si.

— Desculpe, desculpe. Eu já me decidi.

— Hã?

— Vou tentar saciar aquela coisa.

— Ficou louco! — gritou Sophia.

— Não seja idiota, você vai acabar morto. — Rory falou em tom frio, mas no caso dela, era o tom habitual.

— Não vou. Eu prometo.

— Do que nos vale sua promessa? — Brain provocou.

— Para vocês nada.

— Quê?

— Mas eu prometi isso a Rory, minha irmãzinha. Definitivamente eu vou cumprir isso, pois uma promessa entre irmãos é sagrada!

— Ah… Me parece mais coisa de pervertido. — Brain brincou, tentando se recuperar da resposta inesperada de Kurone.

— Eu não sou siscon, lolicon e muito menos um pervertido!

— Diga isso para o meu chicote.

— Eh?

— E teve aquela vez que me… viu… pelada! — Ana gritou enquanto escondia o rosto no chapéu. "É hora pra isso!? Leia o clima, bruxa maluca!"

— Ehh?

— Não posso discordar, você tocou os meus peitos naquele beco. — Noah apontou para o jovem.

"Parou, parou!"

— É-é verdade! É um pervertido que pega outro homem escondido! — Inri brincou.

"De onde diabos você tirou essa!?"

— Eu já disse que sou mulher! — Amélia gritou irritada.

"Não tá ajudando."

— Então a nossa salvação é um pervertido? Que lastimável… — Linda entrou na provocação.

— Parem com isso, eu não sou pervertido!

— Ummmmm… — Rory olhou fixamente para o jovem em pânico.

— Por favor, não acredite neles! — implorou enquanto chorava.

— Com licença, é realmente hora para brincar? — Gyl, a única de fora do grupo, apontou para o monstro que se aproximava.

— Certo… Desculpe. Como eu passo pela barreira?

— Considerando seus condicionantes, só precisa atravessar. — Inri respondeu despreocupada.

— Então lá vou eu…

— Ei idiota…

— Uh?

— Se você morrer… Eu vou ficar com esse sobretudo, é bem confortável.

— Tsc. Você é horrível no papel de tsundere.

— Pare de me chamar disso, senão eu vou te incinerar, seu peitófilo.

— Então você acreditou nelas!

Relutantemente, Kurone saiu da proteção criada por Inri com lágrimas nos olhos.

— Porra, ele é maior do que eu pensei… — murmurou enquanto se aproximava da criatura negra.

O monstro parou por um momento ao ver o jovem. Era como se estivesse maravilhado com ele.

— Você é o humano com a aura irregular… — A fera falou em tom grave.

"Então ele sabe falar..."

— S-sim.

— Consegue me entender?

— Acho que sim…

— O que é você exatamente…

Apenas Kurone e Rory podiam entender o monstro devido à habilidade compartilhada de [Tradução Universal], para os outros, a voz do monstro soava mais ou menos como "****∆∆∆**∆∆∆".

— O que você faz aqui?

— É-é mana que você quer, não é?

— Sim.

— Então estou a-aqui! Pegue o quanto de mana quiser!

— Muahahaha! Que humano interessante. — A fera se aproximou ainda mais. — Nenhum humano deveria ter essa quantidade de mana. Você também sabe a língua da era dos deuses como aquele humano chamado Edward. O que é você?

— Meu nome é Kurone Nakano, e eu sou…

"Pense em uma apresentação legal…"

— … O lolicon slayer!

— ******* ∆∆∆∆∆∆? — O monstro tentou pronunciar, mas não conseguiu.

Uma fera de outro mundo jamais conseguiria reproduzir frases do inglês — nem mesmo o próprio Kurone conseguia pronunciar corretamente.

— Então, Kurone Nakano, o lôlęčoín suläyyah, eu vou drenar a sua mana e depois incinerar esse vilarejo pela traição do humano Edward.

A Besta Negra abriu a bocarra e a colocou em frente ao jovem. A boca era insanamente maior que ele. Uma luz arroxeada começou a drenar a energia vital do jovem. O corpo de ambos começou a reluzir uma luz tão intensa que foi capaz de rachar a barreira sagrada.

— Isso! Isso! Delicioso! — A voz grave ecoou pelo ar.

— Eu jamais provei uma mana como a sua!

— Mais! Mais! Me dê mais!

"Isso soou bem obsceno…"

— Mais! — A besta abriu a boca até o limite.

— Droga, o bafo é quem vai me matar!

Mesmo diante daquela monstruosidade, o jovem não sentiu medo. Tudo que sentia, naquele momento, eram cócegas percorrendo o corpo.

— Ei, já está satisfeito?

— Arrrrghhh!

— Ei! Você vai explodir!

Quando tentou correr, era tarde demais. O monstro e Kurone explodiram em uma luz arroxeada, quebrando a barreira sagrada de vez.

— Kurone! — Todos gritaram ao ver o jovem desaparecendo na explosão.

Tudo que restou na planície foi fumaça!



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