Raifurori Brasileira

Autor(a): NekoYasha


Volume 1

Capítulo 30: Maids, Reencontros, Lolis e Biquínis

— Arf, Arf! Aparentemente, velhos como nós, não temos chance alguma contra os jovens de hoje...

— Tsc!

Edgar e Orcus recuaram alguns passos para saírem do alcance do chicote de Brain.

Edward orientou a empregada a cuidar dos dois homens enquanto ele levava o sacrifício — sete crianças — para a Besta Negra, a fim de acalmar a fúria dela.

Outra carruagem se preparava para sair, nela estavam doze garotas — entre elas Rory — acorrentadas, que seriam vítimas dos fetiches do marquês em breve.

— Ahhh! — Edgar saltou novamente em direção a Brain.

A empregada esquivou graciosamente da investida e atacou com o cabo do chicote. Orcus não perdeu chance e tentou atacar, mas foi atingido pelos pés finos da garota.

Um antigo aventureiro e um guarda estavam apanhando — e feio! — de uma empregada segurando nada mais que um chicote negro. Os homens estavam ofegantes enquanto a garota não aparentava nenhum indício de cansaço.

— Apenas deixem o mestre Edward entregar o sacrifício — disse em tom calmo. — Se ele não entregar, a Besta Negra pode destruir a vila.

— Mas elas são apenas crianças inocentes! — gritou Orcus. — E uma delas é a princesa!

— Mas esses sacrifícios são necessários, fazem parte do contrato entre o marquês e a besta.

— Tsc!

— Nós podemos até não conseguir salvar aquelas que serão entregues a besta, mas vamos salvar as que estão em nossa frente. — Edgar apontou a espada longa para a carruagem com crianças aprisionadas.

Apesar das palavras e postura séria, era questão de tempo até ele cair de cansaço, considerando a idade. Sangue escorria pelas feridas criadas pelo chicote, eram superficiais, mas ardiam muito!

— Faço de suas palavras as minhas! — Orcus ficou ao lado do mordomo.

— Entendo… Carla! — Brain chamou a empregada de tapa-olho. — Leve as crianças para o "abatedouro" do mestre Edward.

— Sim, senhora!

— Então… Se querem salvar aquelas crianças, terão que passar por mim e ainda alcançar a Carla.

A empregada nada acostumada com condução levou — com dificuldade — a carruagem para a saída do esconderijo subterrâneo.

A nível de curiosidade, o "abatedouro", naquele momento, era uma pequena casa escondida na floresta, repleta de instrumentos sexuais — todos de acordo com os fetiches de Edward. Originalmente, o "abatedouro" era o porão da casa Soul Za, local onde Kurone foi interrogado, mas esse foi destruído por Rory.

— Senhor Orcus, vá atrás da carruagem!

— Eu não vou deixar!

Brain usou o chicote para prender os pés de Orcus e o derrubar. Se aproveitando da brecha, Edgar atacou com a espada e cortou o chicote longo ao meio.

A empregada ágil deu um salto para trás e recuou a arma com metade do tamanho original.

— Que pena… Era o meu favorito.

— Agora é a sua vez! — Edgar gritou, reduzindo a distância entre seu corpo e o da garota.

— Esse não é apenas um chicote comum!

O cabo da arma foi puxado e mostrou ser um pequeno punhal, Brain o arremessou em direção ao mordomo que estava a três metros. Não havia como evitar o ataque surpresa! Sem outra opção, Edgar moveu o corpo o máis rápido permitido por sua idade, a fim de receber todo o dano no ombro esquerdo.

Mesmo sendo um homem de meia-idade, o mordomo era dono de um físico esbelto, fruto de sua época como aventureiro.

— Argh! — gritou enquanto caía.

— Senhor Edgar! — gritou Orcus, ainda tentando tirar o pedaço de chicote enrolado nos pés.

— Em respeito a nosso tempo de trabalho juntos, acabarei com isso rapidamente. — Brain falou calmamente enquanto se aproximava.

A empregada pegou a espada derrubada por Edgar e apontou para a garganta do mordomo.

— UUUOOOOOOOHHHHH!

Um rugido seguido de um pequeno terremoto fez a garota hesitar por um momento, criando uma brecha para um chute do homem. O ataque criou uma distância entre ambos.

— Senhora Brain! — Uma empregada ensanguentada de cabelos roxos adentrou o local, ofegante.

— Por quê? — Brain encarou o teto com uma expressão confusa.

— A-ah! Senhor Edgar! — A empregada gritou ao ver o ex-companheiro de trabalho estancando o sagramento do ombro.

— Olá, Gyl…

— Gyl — Brain chamou a garota em um tom sério — por que a Besta Negra ainda está aqui…? Vocês já entregaram o sacrifício, não?

— É sobre isso que queria falar! O marquês Edward me empurrou da carruagem e fugiu com os sacrifícios!

— Quê!!! — Os três presentes gritaram em uníssono.

— Não podemos levar as crianças que temos aqui para o sacrifício!?

— Não dá… A Carla já levou elas para o "abatedouro". A essa altura, o Edward deve ter todas as crianças e está fugindo para outro país…

— Mas sem os sacrifícios vamos todos ser mortos e a vila será destruída!

— Fomos traídos pela ambição do senhor Edward… — Edgar comentou vendo a expressão de Brain, a empregada exemplar que não era abalada por nada… pelo menos, até aquele momento.

— Não podemos pegar novas crianças?

— Não dá… As pessoas da vila foram evacuadas.

— O que vamos fazer, então!? Eu não quero morrer! — A empregada, Gyl, gritou desesperada. — Vamos fugir?

— Não… Estamos presas aqui pelo contrato…

— Então…

— Só nos resta esperar…

— … Um milagre? — Uma voz vinda da entrada completou a frase de Brain.

— Senhor Kurone. — Edgar se surpreendeu ao ver ele entrando.

Ao lado do jovem em um manto branco estavam duas garotas: Amélia, a traídora e a empregada da casa Sophiette. Vendo a surpresa no rosto de todos, o jovem prosseguiu:

— Meu plano era chegar atirando em todo mundo, mas não tenho esse sangue-frio da Rory. No fim, foi até bom não ter feito isso, já que eu escutei tudo.

— Você está diferente… — Brain comentou em um tom desanimado.

— Será que é porquê estou cercado por duas lindas garotas? Argh! — O jovem tentou uma piada, mas parou com um soco de Amélia.

— Cof! Enfim, precisamos da ajuda de vocês… De todos vocês para impedirmos o Edward. Se querem sobreviver, então é melhor nos ajudar!

— É isso, senhora Brain! — gritou Gyl, entusiasmada. — Vamos ajudar eles!

— Ahh… Tudo bem, tudo bem, não temos escolha. Mas não vou confiar em outro humano novamente, se for para me trair, prefiro deixar a besta queimar tudo.

— Que terrível! — Noah comentou.

— Então, qual o plano? — Orcus, após se livrar do chicote, perguntou.

— Primeiro preciso de minha irmãzinha…

— É tarde demais, o Edward já deve ter ela…

— Quem diabos você tá chamando de irmãzinha? Tá querendo morrer? — Uma voz delinquente ecoou pelo ar.

— Caraca, aquela empregada me deu um trabalho. — A mulher que conduzia a carruagem suspirou.

A identidade da condutora era familiar a todos os presentes: Linda, a mestra de guilda. Apesar de alguns ferimentos e ematomas no rosto bonito, ainda dava para reconhecer aqueles seios fartos de longe.

A mestra de guilda estava do mesmo lado de Edgar e teve a função de esperar a carruagem carregando as crianças na floresta, só não imaginou que a empregada de tapa-olho resistiria tanto.

— É um prazer te ver novamente também, mas que roupa bizarra é essa?  — Kurone respondeu a loli de cabelos brancos ao lado de Linda.

— Uma piada e eu te mato. Procure logo minhas roupas, estão na cela ali.

A garotinha trajada em um biquíni estranho — assim como as outras — praguejou. Os fetiches de Edward eram realmente peculiares, porém o biquíni não combinava em uma tábua…



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