Raifurori Brasileira

Autor(a): NekoYasha


Volume 1

Capítulo 27.1: Não Se Deixa Um Demônio Esperando

O estrondo produzido a cada passada assustava os pássaros que repousavam nas copas das árvores. Aprums e strouths corriam para salvar a própria vida.

Os barulhos produzidos pelo monstro traziam em si um pandemônio sem igual. Animais, árvores e rochas eram destruídos pelas patas escamosas do quadrúpede. A criatura, conhecida nas lendas como a Besta Negra, um monstro classe Calamidade, seguia a trilha que levava até a vila Grain.

A monstruosidade negra media mais de cinquenta metros, possuía asas presas nas patas dianteiras e espinhos pela coluna. Era um monstro em todos os sentidos, tanto na força descomunal quanto na aparência amedrontadora.

A besta enorme era movida pela pura vontade de se alimentar. Mana, mana e mais mana. O doce aroma da essência da vida estava espalhado pelo ar, mas algo incomum chamava a atenção da monstruosidade. Estava distante, provavelmente na capital, mas, mesmo assim, a besta podia sentir o fluxo de mana naquele corpo tão pequeno. Era como se o próprio deus da mana estivesse entre os mortais, jorrando como uma fonte inesgotável.

A besta tentou desviar a atenção, mas era impossível ignorar aquele fluxo de mana. Um ser podia suportar uma quantidade tão imensa assim em um corpo pequeno?

Em seus milhões de anos, jamais presenciou nada como aquilo, nem mesmo entre os Duques do Inferno. Aquele ser era realmente um humano? Se fosse, seria melhor eliminá-lo, antes que cause problemas ao rei demônio com sua força. Claro, isso não era apenas uma desculpa para devorar aquela fonte ambulante de mana.

O ponto de encontro estava próximo: uma planície próxima à floresta da vila Grain. Foi naquele local também onde conheceu o humano chamado Edward e realizou o contrato.

Empregadas demônio, controle sobre orcs e dinheiro em troca de sacrifícios a cada dez anos e a alma de Edward no fim de sua vida. Foi uma troca equivalente. A criatura parou de frente à planície. Em breve Edward traria uma carroça com a melhor qualidade possível de humanos: crianças puras.

Humanos eram todos assim? Todos eram tão loucos a ponto de vender a própria alma em troca de realizar seus desejos obscuros como abusar de garotinhas humanas? Desperdiçar anos aprendendo linguagem da era dos deuses e magia negra para fazer um contrato. Realmente, nunca entenderia essa raça. Comparados a eles, os demônios certamente eram os seres mais racionais.

— UUOOOHHHHHHHHH!

O rugido da monstruosidade ecoou pela planície, floresta, vila e provavelmente todo o reino de Andeavor. Não era um simples grito, era um chamado. A hora de Edward acertar as contas com o demônio chegou, mas ele estava atrasado.

Precisava devorar as criancinhas e ir embora logo antes que seus instintos a fizessem correr até a capital para devorar aquela fonte ambulante de mana. Aquele humano era uma tentação para um ser que necessitava de mana a todo instante para continuar vivo.

Onde o humano Edward estava? Ele não sabia que não se devia deixar um demônio esperando? Precisaria cobrar pessoalmente e levar a alma dele como juros?

— UOOOOHHH! — A Besta Negra jorrou chamas na planície verde, extinguindo qualquer vida presente ali. Estava impaciente e aquela fonte de mana a estimulava ainda mais. O fogo incinerando toda a planície a acalmou por um momento, mas não esperaria mais Edward. 

Se demorasse mais algum segundo, iria começar um incêndio na vila e a devorar todos os moradores.



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