Volume 1
Capítulo 13: Cavaleiro Negro
A batalha estava tensa, mas antes que a situação se agravasse ainda mais, o som do toque de trombetas soou pelo ar, roubando a atenção até daqueles mais concentrados na batalha.
Próximos ao prédio da guilda, dois homens de amarelo montados em cavalos tocavam os instrumentos incessantemente. Atrás deles, mais quatro aproximaram-se – esses com bandeiras amareladas, estampadas com o mesmo brasão que ornava suas vestes, um tipo de avestruz e um javali.
Ainda mais atrás, seis soldados com armaduras mais pesadas aproximavam-se segurando lanças e, no fim, estava um cavaleiro diferente de todos. A armadura, completamente negra, pesava cerca de cinquenta quilos, mas o cavalo musculoso em que estava montado sequer se incomodava.
O olhar de todos da guilda voltaram-se para ele — não só deles, mas também o dos cinco guardas que ainda estavam vivos no campo de batalha.
Apenas um golpe do “chefão” foi o suficiente para eliminar metade dos homens. Kurone conseguiu sobreviver à última investida do monstro graças ao seu fortalecimento de corpo, concedido pela deusa.
Amélia desapareceu depois que a poeira baixou e Rory estava em cima do prédio da guilda, atirando como um sniper, mas seus tiros não surtiram efeito na carne dura do chefão.
A atenção da criatura, prestes a dar o golpe de misericórdia nos últimos guardas, também foi roubada pelo som das trombetas.
Os cavalos abriram caminho para o glorioso cavaleiro de armadura negra reluzente.
Um dos homens, do chão, entregou uma espada de mais de um metro a ele. Em um salto, o guerreiro desceu do cavalo. O cavaleiro negro segurou a arma como se não fosse nada e, com passos pesados, foi em direção ao monstro o observando.
Mesmo com o peso da armadura somado ao da espada, o homem andava normalmente, como se estivesse vestindo uma única peça de roupa de verão e segurasse um graveto como arma.
O orc fungou profundamente o nariz infestado de coriza, olhou em direção ao cavaleiro aproximando-se e para os homens aterrorizados no chão. Decidiu ignorar os guardas implorando pela vida e seguiu em direção ao oponente que julgou mais digno.
A luz do sol do meio-dia batia e reluzia na armadura recém-polida. O cavaleiro parou em frente ao monstro e apontou sua espada enorme — o orc fez o mesmo com a clava.
Ninguém se atrevia a desviar o olhar, estava para começar a maior batalha até o momento.
De um lado, o cavaleiro negro, com sua armadura pesando cerca de cinquenta quilos e espada de um metro, visando proteger os moradores que estavam no prédio da guilda e, ao mesmo tempo, vingar a morte de seus companheiros. Do outro, o “chefão” da horda, o orc gigante com sua clava ensanguentada, que tirou tantas vidas inocentes.
O objetivo dele? Matar os homens e violentar as mulheres.
O assovio do vento cessou.
Não existia nenhum outro som além dos passos dos inimigos a vários quilômetros de distância. O silêncio foi tão grande por um momento que podia se escutar o batimento cardíaco acelerado tanto dos moradores quanto dos guardas — ou talvez fosse apenas a impressão de Kurone?
Sem perder tempo, o orc avançou sobre o cavaleiro negro, dando início à batalha decisiva.