Que Haja Luz Brasileira

Volume 5

Capítulo 153: O que você está pensando em fazer? - Parte 02

De volta ao campo de batalha, assim que a poeira da explosão começou a assentar, o som ofegante de Gael e Tifão dominou o ambiente. No entanto, o sorriso estampado no rosto da sombra era ainda mais impressionante do que toda a destruição que haviam provocado:

— Você… você é o oponente que eu sempre busquei… você me deu a luta que eu sempre quis… por isso… depois que eu lhe matar… jamais te esquecerei…

Gael avança com a agilidade de um predador mais uma vez. Suas patas gigantes de energia elemental, envoltas em chamas e vento, se lançam contra Tifão. Ele desfere uma patada poderosa, coberta de fogo, que atinge o flanco da sombra com tanta força que o calor se espalha pelo campo de batalha através do vapor. Tifão bate suas asas e se ergue no ar, tentando escapar da pressão, mas Silva é rápido demais, não lhe dando chances de escapar.

Gael gira no ar. Suas pernas, envoltas de chamas crepitantes, desferem o segundo ataque, acertando as costelas de Tifão e jogando-o de volta ao chão. A sombra, agora no solo, responde rapidamente. Ele usa a força das suas pernas e lança uma das serpentes que emergem delas. A criatura serpenteia pelo ar e atinge Silva no peito, fazendo-o recuar.

O garoto, recuperando-se rapidamente, não perde tempo. Ele avança com sua cauda de energia elemental, envolta de chamas púrpura. Silva acerta o ombro de Tifão com um impacto feroz, queimando a carne e fazendo a energia da sombra oscilar por um momento. Mas o filho de Tártaro, com um rugido furioso, bate as asas e se ergue novamente. Ele se lança em um ataque aéreo, utilizando a eletricidade que ainda corre pelo seu corpo. Com um chute carregado de energia, ele atinge Gael no flanco enviando ondas elétricas por todo o corpo de do garoto, que cambaleia.

Mesmo sentindo os efeitos do ataque, Gael não cede. Ele gira sobre si mesmo e, com a precisão de uma besta com seu alvo em seu raio, desfere um chute elemental envolto em vento que atinge Tifão nas pernas, quase o fazendo tombar. Mas a sombra, determinada, não desiste. Ele aterrissa no chão com força, canalizando sua energia restante na terra. Com um movimento brusco, ele faz pilares de pedra emergirem do solo, o terceiro golpe, que atinge Gael pelas pernas, desestabilizando-o e criando uma abertura.

Mas antes que Tifão pudesse tirar proveito da situação, Gael usa sua última cartada. Com um rugido primal, ele concentra suas chamas em seu punho e lança seu ataque no peito de Tifão, criando uma explosão de fogo que o arremessa para trás, tirando o completamente da batalha.

Tifão, ofegante e com sua energia elemental quase esgotada, percebe que sua velocidade e força estão diminuindo:

— Se eu continuar nesse ritmo, eu não vou conseguir mais lhe acompanhar.

Suas asas tremem, seu corpo mal responde, mas então algo brilha em seus olhos. Ele olha para o Raio em sua mão direita e, com um sorriso que denota triunfo, murmura:

— Finalmente, o Raio está completo.

A arma cintila em sua mão, pronta para liberar seu poder, enquanto Tifão se prepara para o ataque final.

Quando Tifão, focado em liberar o poder do Raio, abriu sua guarda, seu único objetivo era finalizar Gael. Ele ergueu a arma, cujo brilho aumentava rapidamente, prestes a disparar. Só que, nesse exato momento, sem perceber, Hércules surgiu por trás com um salto impressionante. Usando toda a sua força descomunal, ele agarrou Tifão em um abraço esmagador, prendendo seu braço com tanta força que o imobilizou completamente, impedindo qualquer tentativa de ataque.

O impacto do abraço foi tão intenso que Tifão, tomado de surpresa, lutou para se soltar, mas os músculos de Hércules, tensos como rochas, o mantiveram firmemente preso. O Raio, ainda cintilando em sua mão, foi forçado a apontar para longe de Gael, sem chance de ser disparado contra seu alvo inicial. O bem-aventurado grunhiu, aplicando cada vez mais pressão, imobilizando a sombra em uma luta de pura força bruta.

Gael, imerso em sua fúria, não se importou se Hércules estava no caminho. Com um movimento explosivo, ele gerou uma mão gigantesca de energia elemental, formada por chamas e ventos furiosos, pronta para atravessar tudo que ficasse na sua frente.

Tifão, percebendo que a situação era crítica, entendeu que sua única chance de sobreviver e se soltar de Hércules seria usar o Raio. O tempo parecia desacelerar enquanto ele reunia toda a energia restante em sua mão direita. Com um rugido de determinação, Tifão liberou um choque elétrico colossal do Raio, criando uma explosão de eletricidade que se espalhou em todas as direções, cruzando entre ele e Hércules, rompendo o espaço ao redor com faíscas e relâmpagos.

O choque elétrico foi tão violento que parecia que a terra abaixo deles tremia. Faíscas atravessavam a energia elemental de Gael, mas seu estado era tão devastador que nem mesmo o poder do Raio conseguia lhe assustar. Apesar disso, Hércules, com os músculos tensos e olhos completamente brancos, resistia. Talvez por ser filho de Zeus, ou talvez porque o elemento da arma fosse o mesmo que ele dominava, o corpo de Hércules suportava a eletricidade que o envolveu. Mesmo à beira da inconsciência, seu corpo firme se recusava a ceder.

Ao fim do golpe crítico, Hércules, ainda segurando Tifão com toda a sua força, se manteve de pé, sua respiração pesada e irregular. Mesmo coberto por faíscas e sentindo o choque atravessar seu corpo, ele não soltou a sombra. Quase apagado, ele encontrou forças dentro de si para murmurar, com a voz vacilante:

— Ataque… agora!

E então o golpe veio.

Fim do capítulo!

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