Que Haja Luz Brasileira

Autor(a): L. P. Reis


Volume 3

Capítulo 34: Que assim seja!

Passando velozmente pelas montanhas vulcânicas de Elysium, duas figuras divinas se enfrentavam em uma disputa intensa. Hermes, o mensageiro dos deuses, corria em alta velocidade em direção ao Olimpo, determinado a chegar até seu pai. Porém, o titã Jápeto bloqueava cada investida do bem-aventurado, criando poderosos choques que ecoavam por toda a dimensão.

Jápeto possuía longos cabelos brancos que se assemelhavam a traços congelados ao percorrerem o interior da dimensão em alta velocidade. Em seus pulsos, ostentava braceletes dourados que o auxiliavam em seus ataques. Sua vestimenta era simples, mas não o impedia de se movimentar quase tão rápido quanto Hermes.

— Você é uma vergonha para os lutadores de velocidade, garoto! O que você andou fazendo durante todo o tempo que estive selado? — Provocou a sombra, tentando abalar o ânimo do filho de Zeus.

No entanto, Hermes não se deixava abater pelas palavras de Jápeto.

— Vamos ver do que você é capaz a partir de agora, velhote! — Exclamou, explodindo em um movimento tão rápido quanto um raio lançado pelo próprio Zeus. O confronto entre os dois estava repleto de tensão e expectativa.

Enquanto isso, outra batalha feroz acontecia em outro local de Elysium. Deméter, a bem-aventurada protetora das estações, lutava contra uma sombra implacável. A sombra desferia golpes poderosos contra a deusa, cujo corpo estava coberto de sangue. O líquido escarlate se misturava com a água que a sombra controlava, criando uma cena impactante.

— Levante-se, sua inútil! É isso que uma grande bem-aventurada pode proporcionar em uma luta? — Zombou a sombra, sua voz estremecendo o corpo de Deméter. A protetora das estações lutava para resistir aos ataques implacáveis da sombra, buscando uma maneira de reverter a situação e retomar o controle da batalha.

Seus olhos, totalmente brancos, contrastavam com os cabelos escuros, tão sombrios quanto a própria escuridão. Vestindo um traje marcante de coloração lilás, o vapor emanava de seu corpo, conferindo uma aura misteriosa e poderosa. Mnemósine possuía uma força implacável, capaz de derrotar Deméter em uma velocidade absurda, antes mesmo que a bem-aventurada pudesse reagir.

— Não me subestime, Mnemósine! — Foram as únicas palavras que Deméter conseguiu proferir, enquanto a água simulada pela bem-aventurada começava a perder vitalidade durante a luta. A sombra da titânide se aproximava, submergindo a deusa da estação em uma sufocante bolha de água, querendo ceifar sua vida.

Enquanto Deméter lutava pela sobrevivência, suas plantas e a água simulada começavam a perder vigor, mostrando os efeitos avassaladores da sombra. A bem-aventurada se encontrava à beira da exaustão, delirando perante a visão terrível, ao mesmo tempo em que a risada abafada de Mnemósine ecoava ao fundo.

Quando a protetora das estações acreditou que seria vencida pelas mãos da titânide, surpreendentemente, se viu solta, tossindo água incessantemente enquanto caía ao chão. A seu lado, havia uma poça de sangue e uma mão decepada, não era a sua, mas sim a mão direita de Mnemósine, que momentos antes a havia segurado pelo pescoço. E, ali, ao lado de Deméter, estava Athena, com sua imponente armadura dourada, empunhando escudo e lança, pronta para proteger sua aliada.

— Por que você não luta contra alguém como eu? Sua covarde! — A voz da bem-aventurada, protetora da sabedoria de toda Elysium, ecoou por todo aquele espaço enquanto Mnemósine recuava para trás, sentindo uma dor tremenda em seu pulso esquerdo. Ela usou o fogo em sua mão para estancar o sangramento que estava sendo derramado no chão. Ao se virar para Deméter, a filha de Zeus perguntou preocupada.

— Você está bem? Consegue permanecer na luta? — Deméter tossiu toda a água que havia começado a entrar em seus pulmões e apenas balançou a cabeça para Athena, indicando que estava bem. Em um gesto impressionante, ela fez todas as plantas que estavam quase morrendo voltarem à vida, restaurando seu poder:

— Estou bem. Você já terminou a missão que Zeus te passou?

— Podia simplesmente dizer obrigado por ter te salvado antes de me cobrar de qualquer coisa — Athena respondeu, reafirmando sua postura segura e destemida — Deixei a garota com Ginko, por mais bizarro que ele seja, ele é o melhor para que consigamos atingir os nossos objetivos. —

— Muito bem, vamos acabar com essa bastarda então! — Disse Deméter, demonstrando sua força ao puxar várias raízes que estavam naquela terra por milênios e apontando todas para a sombra, pronta para enfrentar o confronto.

Enquanto isso, em outro lugar de Elysium, uma poça de sangue formava-se no solo. O líquido escuro escorria pelas pedras, adentrava no solo e nas rochas, e, onde havia se formado uma pequena poça, podia-se ver o rosto de Afrodite. A bem-aventurada, no entanto, não estava deitada no chão ferida ou morta; ela estava observando seu reflexo naquela imagem avermelhada, contemplando-se como há muito tempo não fazia.

Porém, se o sangue não pertencia a Afrodite, pertencia a uma sombra, e lá estava o corpo morto de Téia, onde o líquido vermelho escorria para o lado da bem-aventurada. A protetora da beleza balançava seu cabelo naquela poça de sangue, e, como dito anteriormente, sua fisionomia não tinha nada de especial à primeira vista. No entanto, sempre que via seu rosto espelhado em poças de sangue, Afrodite se apaixonava por sua própria imagem, o que lhe concedia força renovada.

Bem próximo da batalha de Afrodite, Hades e Hiperião travavam suas lutas em um embate que poderia ser colocado como o mais equilibrado até então, não por causa dos poderes do bem-aventurado do submundo, mas pela extrema preocupação com seu irmão mais novo.

Enquanto tudo em Hades remetia às trevas e à escuridão, Hiperião era levado para a própria luz. Seus olhos eram amarelos, e sua armadura era alaranjada, com apenas um protetor de pescoço. Ele ostentava um cinto enorme que circundava toda a sua cintura, e uma espada alaranjada refletia seu brilho, enquanto seus cabelos brancos emanavam uma energia elemental, tornando-se algo brilhante.

— Saia da minha frente agora, Hiperião! — Bradou Hades em direção ao titã, que tentava segurá-lo, pois a presença dele naquela luta simbolizava duas desonras para os bem-aventurados do Olimpo.

A primeira desonra era que o titã que deveria lutar contra Hades não era Hiperião, mas Érebo, e a segunda era que, se ele não estava lutando contra Érebo, era claro que Zeus não lutaria contra Cronos.

Nas praias de Elysium, o barulho das ondas do mar havia desaparecido completamente, pois todo o oceano à vista estava congelado. Poseidon se encontrava em seu próprio território, desfrutando de uma das grandes vantagens em seu duelo, mas, ao mesmo tempo, incapaz de usar todo o seu poder em potencial. Como Hades, ele sentia a afronta das sombras ao colocar Crio para lutar contra ele, em vez de Ocean.

— Vocês acham que estão em vantagem escondendo Ocean de mim? Depois que acabar com você e ajudar meu irmão, irei atrás dele pessoalmente para acabar com a raça dele mais uma vez! —

A expressão de Poseidon exibia uma raiva sem igual. Poucas coisas conseguiam tirar o bem-aventurado do centro, e uma delas era a afronta, enquanto ele preparava seu tridente para disparar mais um canhão de água contra a sombra.

— Poseidon, Poseidon, Poseidon… fica frio aí. Você realmente acredita que está em pé de igualdade com os poderes de Ocean? Fique feliz por eu ser seu adversário — A voz de Crio era como o crepitar de gelo em um dia onde o sol parece não querer dar as caras.

Crio possuía a pele de seu corpo com escamas de dragão azuladas. Cinco chifres adornavam sua cabeça, dois de cada lado e um no centro. Seus olhos eram de um azul vívido, como se um gelo vivo percorresse dentro deles. Vestia uma armadura prateada, comum, mas eficiente em sua proteção.

Enquanto Crio provocava Poseidon, Hiperião zombava da forma como Hades agia em cada golpe com seu bidente:

— Se você não está conseguindo nem acertar um golpe em mim, quem dirá lutando contra Érebo? Concentre-se em mim! — Hiperião, afiado como uma luz, rapidamente cortou o ombro de Hades — Ou você morrerá aqui!

No salão do Olimpo, assim que todos desapareceram do palácio sem dar sinal algum, Zeus compreendeu o planejamento das sombras. No entanto, o som de uma voz muito familiar chamou sua atenção, e ao mesmo tempo, todas as tochas do palácio foram apagadas. Era uma voz que o bem-aventurado não ouvia desde antes de liderar seus irmãos na guerra final contra Cronos. Não era seu pai, mas alguém quase tão pior quanto ele:

— Como você está velhinho! — A voz disse tais palavras rindo da atual aparência de Zeus, menosprezando seu poder atual.

— Tifão! — Foi a única coisa que Zeus conseguiu falar com raios percorrendo todo o seu corpo.

— Há quanto tempo, Zeus? — Disse a sombra ainda em sua forma humanoide. Seus cabelos pretos desciam por todo o ombro. As asas escuras se curvavam fechadas enquanto ele ria da postura do bem-aventurado. Na cintura, um cinto dourado; nos pulsos, dois braceletes da mesma cor. Sua barba cobria todo o rosto e estava na altura do peito, trançada como a de Zeus, mas a do líder do Olimpo era branca, enquanto a dele era da cor dos cabelos — O que aconteceu com sua aparência, meu caro? Cronos judiou de você? Foi tão inútil sua última batalha contra nós que finalmente voltamos para tomar o que é nosso. E é claro, onde está aquela bem-aventurada que te ajudou a me derrotar da última vez? Tem certeza que vai conseguir me vencer sem a ajuda dela?

Zeus permaneceu em silêncio. As palavras de quem o criou ecoavam em sua mente, e foi por causa delas que ele pôde derrotar Tifão pela primeira vez:

— Lembre-se sempre de quem você é e lembre-se sempre da sua origem.

O bem-aventurado ouvia a voz de seu mestre em sua mente novamente. Fazia tempo que não se lembrava dos puxões de orelha que sofria durante os treinamentos. Trovejando e mandando raios por todos os lados do seu corpo, Zeus puxou seu Raio para perto de si e partiu para lutar contra Tifão mais uma vez, mas onde havia preocupação anteriormente, agora havia dado lugar à empolgação.

E no centro comercial, onde todos os negócios de Elysium ocorriam, o tempo estava parado. Alguém que aparentava ser um bem-aventurado adolescente estava cercado por 5 sombras, todas elas querendo sua cabeça.

— Mas isso está tudo errado. Era para vocês estarem lutando contra seus respectivos pares. Por que todos vocês vieram lutar contra mim? — O garoto ruivo com cabelos alaranjados colocou a mão no queixo, tentando entender o que tinha acontecido, questionando as sombras de forma sarcástica, debochando de seus poderes — Isso só pode ser coisa do Ismael. Vocês são imbecis demais para pensar em algo assim.

— Você fala demais para alguém que está prestes a perder a cabeça! Conseguimos te incapacitar de usar seu poder ao máximo, Vinícius! — A voz era de Cronos, mostrando estar centrado na batalha, querendo resolver a situação contra aquele guardião o mais rápido possível.

Junto com Cronos, Ceos, Érebo, Gaia e Ocean estavam ao seu apoio, e Lu Bu sabia que estava em uma situação pensada por eras. Havia caído exatamente na armadilha que Jonathan havia criado especialmente para ele.

— Se vocês querem morrer de um jeito tão rápido assim, que assim seja! — Vinícius apenas levantou sua mão direita e complementou dizendo — Desperte, Sarko!

Fim do capítulo!

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