Prodigy Brasileira

Autor(a): Matheus Marroni


Volume 1

Capítulo 16- Medidas Necessárias!

Guildor se encontrou com Lana, no salão principal, e contou tudo que havia ocorrido na reunião.

— Meu Deus, um Lobo? Um gigante Guardião? E Os Brutamontes? — Perguntou ela.

— Pois é, até que deu tudo certo, foi bom descobrirmos um pouco de como é lá fora. Vamos nos preparar, hoje à noite vamos precisamos tomar algumas medidas.

— E o quais desses citados deixou Mats daquele jeito?

— O Lobo, ele estava com duas crianças no colo e ainda teve que enfrentar a besta.

— Mats se sacrificando? Depois lhe darei os parabéns por ter acabado com o Lobo.

— Tecnicamente foi eu que acabei com ele hahaha. Brincadeiras à parte, Mats foi bem demais, ele está forte, já consegue se virar sozinho.

— Deve conseguir mesmo.

— E por aqui, alguma novidade?

— Nada demais, ser rainha é bem chato mesmo, ainda bem que me convenceram a não ser.

— Nem me fale, fazia tempo que não me sentia leve. Vou ver a todos, nos reunimos no jantar para discutir o que precisamos fazer e contar mais detalhes da reunião.

— Certo, tudo bem.

Guildor foi e cumprimentou a todos os outros jovens, verificou como andava o reino, e falou com a população que saudou sua volta em segurança, o povo estava feliz e seguro, o que deixou Guildor em paz.

No jantar todos se reuniram na grande mesa do salão principal, Mats e Guildor contaram todas as aventuras que passaram, as pessoas que tinham conhecido, Guildor estava muita entusiasmado em contar isso, e os demais muito curiosos e surpresos de tudo que contavam, com muita curiosidade, contaram sobre os outros reinos, e sobre a reunião e a decisão do conselho em relação aos Brutamontes.

— Tem mais uma coisa, enquanto Guildor descansava fui observar a vila, e fui surpreendido por Zariel, parece ser guardiã do reino de Solara, estava com o rei Athos, mas ela agiu bem diferente quando estava sozinha no beco e me viu, ela me chamou de prodígio antes de sumir na minha frente, já na reunião fingiu que não me conhecia na frente de todos — contou Mats

— Ah é, tem isso, Mats quase arrumou confusão com todos os outros reinos ao interrogar Zariel — disse Guildor bebendo uma taça de vinho.

— Será a mesma que veio perguntar de vocês aqui?

— Aniya me contou, talvez seja.

— O que? Que estranho como ela saberia da profecia? — questionou Robin.

— E tem mais, quando ela sumiu, voltei imediatamente para ver Guildor, ao olhar pela janela do quarto dele, vi de longe uma pessoa me encarando em cima de um telhado, e de repente foi embora.

— E como era essa pessoa? — perguntou Lana.

— Eu não sei, não consegui o ver, estava muito escuro e longe, mas tinha olhos escarlates, eu até pensei que seria alguém que fosse estar na reunião mais tarde, mas observei a todos e ninguém possuía aqueles olhos.

— Isso é um problema, um local com os maiores reinos do mundo, trancados a sete chaves, e tinha simplesmente alguém que não foi convidado lá? — disse Mavie.

— Isso é muito estranho mesmo, sabemos que não podemos confiar em ninguém, a não ser em Allub — disse Robin.

— E no novo amigão de Guildor, o Guardião — disse Corbin tirando a tensão, fazendo todos rirem.

— Você, dizer, Guardião, amigo, ser, ele — respondeu Guildor o imitando e dando risada. — Vocês podem zoar, mas aquele cara é muito forte, e tenho certeza que será de grande ajuda no futuro.

— Voltando ao assunto, sinto que fomos convidados, apenas para saberem sobre quem estava no comando aqui e como éramos — disse Mats.

— Entendi — respondeu Lana.

— Agora vamos falar do mais importante — disse Guildor.

— Os Brutamontes! — disse Jay-Jay.

— Sim, estamos por conta e precisamos ir ao resgate, segurei Mats até agora, esperando irmos à reunião e ver o que os demais reinos fariam sobre isso, mas como é responsabilidade nossa, e não teremos punições, vamos seguir. — completou Guildor.

— É fato que estão os mantendo vivo, seu objetivo era e continua sendo nós. Estão usando de armadilha para nos atrair. — disse Corbin.

— Nosso plano vai ser cair nela, mas, sinto em quebrar o entusiasmo de vocês, iremos eu, Lana e Mats — respondeu Guildor.

— O que? Temos que ir todos! — Reclamou Mavie.

— É verdade, não tem sentido enfrentar alguém forte e um reino inteiro em 3, se somos 9! — Completou Jay-Jay.

— Gente, se sairmos os 9 quem cuidará do reino? — respondeu Aniya.

— Robin ficará na liderança do reino, os demais mantenha o trabalho de vocês, estamos recebendo visitas e parece que temos um alvo nas costas, todos querem Inorram, e a nós prodígios, por isso o mais importante é manter o reino forte e a população segura — disse Mats.

— Faz sentido — respondeu Corbin.

— Além do mais, que será uma armadilha, não só para nós atrair até lá, mas também pode ser para nos tirar daqui — disse Lana.

— Mesmo assim acho perigoso ir só os três, eles são muito fortes, tem um exército trogloditas que só sabem guerrear... — Ia dizendo Jay-Jay nervoso até ser abraçado por sua irmã.

— Nós 3 somos mais do que suficientes — disse ela o acalmando.

— Não deixaremos nada acontecer com sua irmã Jay-Jay, não que alguém seja capaz disso, mas tem minha palavra de que voltaremos bem.

— Vocês parecem seguros disso, então me tranquiliza — disse Minev.

— Ficaremos bem, partiremos em 5 dias quando Mats estiver totalmente recuperado.

— Eu estou pronto.

— Em 5 dias... — finalizou Guildor.

Ambos saíram do salão para seus cômodos e afazeres. O inverno estava no fim, já não tinha mais tanta neve caindo em Inorram, Guildor observou todo o reino pela janela e agradeceu aos céus. “Estamos indo, aguentem!” pensou ele.

Todos continuavam cumprindo suas funções e treinando diariamente, estavam mais conectados e responsáveis, seus poderes estava aflorando em uma velocidade impressionante. Começaram os preparativos para o resgate, dos líderes e outras pessoas e criaturas escravizadas. Estudaram os mapas do Plano, e da região do reino do Brutamontes, procurando possíveis entradas e pontos que poderiam usar para se esconderem, Inorram ficava um pouco ao norte dos Brutamontes, um dia e meio até lá, ao Sul. Pelo mapa que estudaram, seria uma jornada tranquila, com alguns vilarejos no caminho, mas no geral era uma rota fácil, plana, e sem muitos desafios. Passaram os 5 dias até o momento de partirem.

— Vão com cuidado, observem tudo e qualquer perigo retornem! ­ Disse Aniya.

— Sim, estaremos esperando a volta de vocês — disse Minev.

— Você está preparada, lembre-se de se controlar e não perder a cabeça durante as provocações, sabe que eles farão isso — disse Robin abraçando Lana.

— Pode deixar, eu tenho o melhor treinador e psicólogo — respondeu ela o dando um beijo.

“Você já se recuperou mesmo? Não vai fazer alguma idiotice” comunicou Minev a Mats por pensamentos, “Eu os trarei de volta, fique tranquila”, “eu sei que vai, eu te amo seu bobão, volte bem”, “eu também te amo mané”.

— Se vocês não voltarem eu serei o novo rei! — Disse Corbin.

— Vixi, então para o bem do reino iremos voltar até mais rápido — brincou Guildor.

Os demais prodígios ficaram profundamente emocionados ao se despedirem de Guildor, Lana e Mats, que estavam partindo para a batalha contra Monghar e seus Brutamontes. Havia uma atmosfera carregada de emoção e tensão, pois todos sabiam que essa seria uma missão perigosa e desafiadora. Todos se reuniram em um círculo, abraçando-se e expressando seu apoio e encorajamento aos três que estavam partindo.

Houve momentos de silêncio solene, onde as palavras não eram necessárias, apenas o abraço apertado e o olhar cheio de emoção transmitiam todo o amor e confiança que os prodígios tinham por Guildor, Lana e Mats. Lágrimas escorriam pelos rostos, misturando-se com sorrisos de determinação e coragem.

Cada prodígio encontrou suas próprias palavras de incentivo e confiança para transmitir aos três. Alguns falaram sobre a importância da missão e como eles acreditavam na capacidade de Guildor, Lana e Mats de superar qualquer desafio. Outros mencionaram a amizade e o vínculo que compartilhavam, prometendo estar sempre ao lado deles, mesmo à distância.

Houve momentos de emoção intensa, onde as palavras se tornaram difíceis de serem pronunciadas. Abraços prolongados e olhares cheios de significado foram trocados, transmitindo todo o amor e apoio que os prodígios tinham uns pelos outros. As lágrimas fluíam livremente.

— Sempre estaremos juntos, nós iremos voltar! — Gritou Guildor.

Ambos montaram em seus cavalos, cada um tinha ganhado o seu, treinados para os acompanhar sempre e entender seus sinais, Mats e Guildor não os usaram pois achariam que não teriam problemas, então usaram cavalos comuns, mas esses não eram assim.

O cavalo de Guildor era um cavalo de guerra robusto, de pelagem castanha escura e musculatura poderosa. Ele era resistente e corajoso, pronto para enfrentar qualquer desafio ao lado dele. O cavalo tinha olhos alertas e determinados, transmitindo uma sensação de força.

O de Lana era uma égua de pelagem dourada, com uma crina ondulada que brilhava ao sol. Ela era graciosa e elegante, combinando perfeitamente com a personalidade de Lana. O cavalo tinha olhos expressivos e gentis, transmitindo uma sensação de calma e serenidade.

Já o de Mats era um imponente garanhão negro, com uma crina longa e sedosa. Ele era forte e ágil, perfeito para o acompanhar em suas aventuras. O cavalo tinha olhos brilhantes e inteligentes, transmitindo uma sensação de confiança e lealdade.

Partiram rumo ao Sul, passando por belas paisagens, com montanhas ao fundo onde apenas no pico conseguia se observar neve, indicando que o inverno estava indo embora. O fim do inverno era marcado por uma transição gradual para a primavera. À medida que os dias ficavam mais longos e as temperaturas começavam a subir, a paisagem do Plano se transformava. As árvores que antes estavam despidas de folhas começavam a brotar novos brotos verdes, trazendo vida e cor para os reinos. As flores desabrochavam em uma variedade de cores vibrantes, espalhando seu perfume pelo ar. Os campos e jardins ficavam repletos de vida, com pássaros cantando e animais saindo de suas tocas após o longo período de hibernação. Os rios e lagos começavam a descongelar, criando um ambiente propício para a vida aquática.

Já faziam aproximadamente  3 meses desde a invasão e a reestruturação do reino, os jovens passaram por muitas coisas e catástrofes, inúmeros desafios, não só físicos, mas desafios internos, lidar com luto e insegurança, assumir responsabilidades que nunca tiveram, tomar decisões que impactam na vida de todo um povo, tiveram que amadurecer de forma muita rápida, mas estavam de cabeça erguida, mostrando seu crescimento.

Passado o primeiro dia cavalgando, passaram por muitas vilas e vilarejos, conhecendo novas culturas e formas de viver, no entanto, conforme iam ficando mais perto do reino do Brutamontes a paisagem ia mudando, as gramas já não eram mais verdes, as poucas árvores que não foram derrubadas eram mais cinzas, as vilas saqueadas e destruídas, sem um sinal de vida, o caminho era mais largo, com menos vegetação e mais areia.

Ao chegar a noite, encontraram uma caverna rasa, onde decidiram acampar, Lana incendiou uma fogueira, e prepararam seus sacos de dormir, sabiam que estavam perto, que amanhã seria o grande dia, todos estavam tão ansiosos e não conseguiram dormir direito, Lana e Guildor haviam invocado seus Summon para ficarem em alerta ao lado deles, invocar um Summon, para fazer algum esforço, consumia uma energia que possuíam entre os prodígios e o Summon, a energia que os mantinham conectados, mas como não envolveria esforço de nenhuma das partes, conseguiram mantê-los invocados a noite toda sem cansar.

Pott havia ensinado um pouco a eles como funcionava seus vínculos. Desde que seus ovos surgiram aqui, eles sofriam e eram enfraquecidos, mas quando entraram em contato com os prodígios, de uma forma inexplicável surgiu o vínculo e foram absorvidos, os fazendo se sentir revigorados e com seus poderes aumentando novamente. Nem mesmo os Summons conseguiam explicar, mas acreditavam que por não ser deste mundo, não conseguiam ficar muito tempo invocados, e isso servia para os dois lados, os prodígios também iam ficando sem energia depois de um tempo, que variavam conforme o que estavam fazendo. Eles batizaram essa energia de forma simples, Vínculo, então, quando estavam desgastados e cansado, o vínculo ia enfraquecendo fazendo com que os Summons voltasse para os prodígios, por isso também tinha um limite a qual poderiam estar de distância.



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