Prodigy Brasileira

Autor(a): Matheus Marroni


Volume 1

Capítulo 15 - Ataque Selvagem

A vila onde Mats e Guildor repousaram durante sua viagem de volta para Inorram estava completamente destruída. Ao chegarem, eles se depararam com um cenário de caos e desolação. As ruas estavam cheias de destroços, casas estavam em chamas e os poucos guardas que antes protegiam a vila estavam caídos no chão. A atmosfera era de tristeza e desespero, com alguns poucos moradores tentando salvar o que restava de suas casas e pertences. O som de choro e lamentos ecoava por toda a vila. Era evidente que um ataque violento havia ocorrido ali, deixando um rastro de destruição. Mats e Guildor sentiram uma mistura de tristeza e raiva ao presenciarem a devastação que havia sido causada. Eles então agiram  para ajudar os sobreviventes e buscar respostas sobre o que havia acontecido.

Rapidamente Guildor foi ajudar as pessoas que estavam embaixo dos destroços, devido a sua força conseguiu com facilidade, Mats usou seus sentidos apurados para ajudar a quem estava inconsciente e não fazia barulho, ambos ajudaram muito, cuidaram dos ferimentos e prestaram primeiros socorros a quem podia, Guildor então foi ajudando a retirar os destroços de uma casa grande, para abrigar a todos, Mats percorreu em todo entorno da vila em busca de alguma pista de quem teria feito aquilo, e se havia alguma outra ameaça. Perto da floresta densa, Mats ouviu um casal de crianças em cima de uma arvore chorando, a escalou e as encontrou assustadas.

— Está tudo bem agora — disse Mats estendendo a mão — Vamos descer e voltar a vila.

Porém as crianças se esconderam com medo de algo abaixando a cabeça.

— Não podemos sair daqui, ele vai nos ouvir — disse uma delas.

Mats olhou em volta, mas não conseguia ver nada — eu acabei de vir da vila, e subi até aqui, não tinha ninguém por perto, confiem em mim, estão seguros.

As crianças então aos poucos foram se aproximando de Mats, que os colocou um em suas costas e o outro menor segurou em seus braços, descendo a árvore. Assim que chegou no solo, ouviu uns passos entre o os matos, e então um grande lobo pulou em sua frente, era enorme, fora do comum. Com medo as crianças agarraram Mats com mais força.

“Então era disso que estavam com medo, e tinham razão em ter” pensou ele.

— Preciso que me soltem e fiquem atrás de mim, não deixarei que chegue perto de vocês, assim que eu pular nele, vocês correm naquela direção — disse Mats apontando para a direção da vila — vou atraí-lo para outro lado.

Mas as crianças apertaram ainda mais forte, estavam morrendo de medo. “Não sei pelo que passaram até chegarem aqui, não posso culpá-los, e ainda foi eu que desci eles de onde se sentiam seguros” pensou ele.

— Tudo bem... confiem em mim.

Mats sacou uma de suas adagas e apontou em direção ao lobo. O gigante lobo carnívoro que era uma criatura imponente e assustadora, tinha um tamanho descomunal, com cerca de 3 metros de altura quando estava em pé, e tinha os membros da frente maiores que os de trás, parecendo um lobisomem, por sua postura meio humanoide. Seu corpo era coberto por uma pelagem espessa e escura, que o ajudava a se camuflar na floresta. Seus olhos eram amarelos e brilhantes, transmitindo uma sensação de ferocidade e selvageria, em sua boca escorria sangue, suas presas eram afiadas e poderosas, capazes de dilacerar a carne de suas presas com facilidade. Suas garras eram longas e curvas, perfeitas para agarrar e rasgar suas vítimas. O lobo carnívoro possuía uma musculatura poderosa, o que o tornava ágil e veloz. Sua agilidade combinada com sua força o tornava um adversário formidável. Ele emitia um rosnado gutural e ameaçador, deixando claro que estava pronto para atacar e defender seu território. Mats sabia que enfrentar essa criatura seria um desafio, ainda mais com um braço apenas, mas estava determinado a proteger as crianças custasse o que custar.

O lobo então partiu ferozmente para cima de Mats, pulando com suas garras, Mats rapidamente saltou em cima das costas do lobo que bateu na árvore atras deles, pegou impulso e pulou para longe, mas o lobo era muito rápido, assim que olhou para trás, o lobo estava com sua pata esticada para tentar um arranhão, rapidamente colocou sua adaga entre eles parando as garras do lobo.

Mats não conseguia espaço para atacar e nem escapar, ficou desviando como podia, mantendo as crianças longe do alcance do lobo, até que o lobo o derrubou sentado no chão e imediatamente pulou para cima dele, Mats que estava com a criança em seus braços, a jogou com toda a força para o alto, e foi atingido em seu braço direito por uma de suas garras, fazendo um corte profundo, com a outra mão segurando a adaga, parou os dentes e presas do animal que o tentava abocanhar sem pensar.

— Aguenta firme — disse Mats para a criança que estava em suas costas.

Então deu uma joelhada na parte de baixo da boca do lobo com sua perna esquerda, e logo em seguida um chute com a direita, o tirando de cima, se levantou para frente, jogou a adaga para cima, colocou suas mãos nas laterais da cabeça do lobo, e deu um pulo virando de cabeça para baixo, e no processo acertou a adaga que havia jogado para cima, com seu calcanhar, que voou em direção a criança que estava no ar, a prendando pela roupa na arvore, Mats ficou em pé em cima do Lobo, sacou a outra adaga, girou-a em sua mão e enfincou na lateral do pescoço do lobo, que no reflexo deu um pulo deixando Mats no ar e o acertou com violência o arremessando alguns metros, no meio do ar Mats puxou a criança que estava em suas costas para frente e a abraçou protegendo antes do impacto em um arvore que acabou rachada, o lobo sangrando pelo pescoço com a adaga enfincada, pareceu que não ia parar, Mats levantou enxugando sua boca que estava sangrando, e com dores pulou até a criança presa na arvore, a retirou de lá, depois seguiu no rumo da vila, com o lobo o perseguindo incansavelmente. Após desviar de alguns golpes, o lobo pulou enquanto Mats estava correndo, que percebeu o animal se aproximando e então pulou girando seu corpo acertando um chute giratório na cara do lobo o jogando em umas das casas destruídas.

Guildor e os demais que estavam na casa maior, ouviram o barulho e saíram para ver o que era.

— Guildor! — gritou Mats jogando as duas crianças na direção de Guildor.

Guildor as pegou no ar, Mats então olhou para a criatura que já estava correndo em sua direção — Agora igualamos o jogo — disse Mats com seus braços livres.

Segurou a adaga com uma das mãos, e deslizou para de baixo do lobo, se protegendo com ela das garras do animal, e com isso, enquanto deslizava, puxou a adaga enfincada no pescoço, rasgando todo o animal até o abdômen, rolou para sair debaixo do animal, que não cedia mesmo estando todo ferido, rasgado e jorrando sangue, ele pulou mais uma vez para tentar agarrar Mats e o acertou na perna, causando mais um ferimento profundo, quando ia dar mais um ataque com Mats no chão.

— PUNHO DE FEEEEERROO! — Gritou Guildor acertando um soco que esmagou a cabeça do lobo no chão, rachando o solo e tremendo tudo a sua volta, seu punho estava revestido pelos seus Summons.

— Você está bem? —perguntou Guildor estendendo a mão para Mats.

— Belo golpe — disse Mats segurando a mão de Guildor e levantando.

— E ainda tinha um lobo desse por aqui...

— Como assim?

— Não foi esse lobo que causou tudo isso, foram os Brutamontes.

— O que?

— Vieram atrás de crianças e homens para aumentar seus exércitos e escravos.

Mats, abaixou a cabeça, pensativo e com raiva, estava com ferimentos graves no braço e em uma de suas pernas, além de outros pequenos cortes no corpo.

— Temos que dar um jeito neles, e tem que ser logo, por eles, por nossos pais e por Inorram.

Enquanto disse isso, as duas crianças vieram correndo e abraçaram a perna de Mats.

— Obrigado tio maneiro — disse a menina.

— É, obrigado tio, você é muito forte, você é nosso super herói — disse o menino.

Mats amoleceu, sua raiva foi amenizada por um sentimento que ele não entendia o que era, mas o deixou tranquilo, abriu um leve sorriso, e os acariciou na cabeça.

— Vamos dar um jeito de fazer algo provisório com esses cortes, partimos amanhã cedo e Aniya cuidará de você em Inorram.

Enquanto a luta contra o lobo acontecia, Guildor tinha ouvido dos moradores e tudo que tinha acontecido, então havia contado sua história, disse para irem para Inorram, pelo menos até resolverem as coisas com os Brutamontes, seriam bem acolhidos e devidamente tratados.

Na madrugada, já partiram para Inorram, queriam chegar ainda a luz do dia, provavelmente logo no começo da tarde estariam lá, se tudo corresse bem, Mats estava todo enfaixado, com curativos, Guildor invocou Coti e Cotê para ajudarem a carregar as pessoas e cargas, tinham alguns cavalos que ficaram no vilarejo que também carregaram as pessoas, eram poucas, mais mulheres e idosos, e as duas crianças que conseguiram se esconder dos Brutamontes.

Depois de um longo dia estavam chegando a Inorram, Minev viu de longe na muralha e foi ao encontro deles, junto com Corbin e alguns robôs.

— Vocês estão bem? O que aconteceu? — perguntou Minev

— Estamos sim, você não viu como está o que fez isso nele — brincou Guildor — só o super-herói aqui que se machucou um pouco — disse batendo no braço de Mats que se contorceu de dor.

— Caramba, se vocês estão assim, a coisa foi feia — disse Corbin — Mats entre na minha armadura, já configurei para te levar até Aniya para cuidar dos ferimentos, já mandei o recado para ela através da rede dos robôs.

Mats então foi caminhando até a armadura, quando sentiu um puxão em seu sobretudo que estava rasgado do combate, eram as duas crianças, elas vieram a viagem inteira segurando nele, olharam com olhar de preocupadas e com medo, não queriam se separar dele.

— Ei, está tudo bem, aqui é seguro, prometo para vocês — disse ele se abaixando ao tamanho delas com dores. — Essa tia aqui, é mais forte do que eu, grudem nela, que ninguém ousará tocar em vocês — apontou para Minev.

— Uauuuuu — disseram as crianças com os olhos brilhando para Minev — Você ficará bem? Obrigada por nos salvar e não nos abandonar.

— Não se preocupem, amanhã já estarei 100%, não precisam agradecer.

— Vocês terão que me contar tudo no jantar hoje — disse Corbin com inveja.

— Contamos tudo Corbinho, não se preocupe, essas pessoas são de uma vila que nos recebeu muito bem, também foram atacados pelos brutamontes, quero que forneçam tudo o que precisarem e quiserem — disse Guildor.

— Claro meu Rei — disseram Corbin e Minev

— Hahaha eles estão só brincando — disse Guildor coçando a cabeça envergonhado.

Mats chegou até Aniya, que já estava esperando para o receber.

— Caramba carinha o que você aprontou — disse ela.

— Uma longa história... como estão as coisas por aqui?

— Tivemos bastante coisa até, mas nada parecido com isso, hoje recebemos uma visita, uma tal de Zariel apareceu perguntando de Guildor e de vo...

— Zariel?? O que ela queria? Não a deixaram entrar né?  — Interrompeu Mats assustado.

— Calma lá, não se meche se não fica difícil de te curar, não entrou no reino, Minev respondeu ela, mas não sentiu algo estranho vindo dela, seus pensamentos não tinham nada demais, só muito interesse em sua volta, e disse para voltar outro dia.

— Entendi.

— Mas de onde conhece ela, e porque se assustou?

— Longa história como disse... conto tudo no jantar, seria bom que todos soubessem de uma vez.

— Tudo bem, mas agora repouse, ficará aqui por mais algumas horas, tente relaxar e dormir.

— Tudo bem, obrigado Aniya. Tem outros chegando que precisam de você.

— Não se preocupe cuidaremos deles.

A central médica de Aniya, era um espaço mágico e encantado, projetado para fornecer cuidados médicos com o uso de poderes e plantas especiais. A sala era composta por diferentes áreas, cada uma com sua função específica, todas permeadas por uma atmosfera de magia e cura.

Na entrada da sala, havia uma recepção onde os pacientes eram recebidos. Nessa área, os pacientes eram cercados por plantas mágicas que emitem aromas suaves e calmantes, ajudando a aliviar a ansiedade e promover a cura.

Logo após a recepção, havia uma área de consultórios, onde Aniya e sua equipe utilizam seus poderes de cura para avaliar os pacientes. Nessa área, possuíam flores que emitiam luzes curativas. Esses seres auxiliavam Aniya na realização de exames preliminares, como a medição de energia vital dos pacientes.

Além dos consultórios, há uma área de tratamento, onde os pacientes recebem cuidados médicos mais intensivos. Nessa área, as camas eram feitas de materiais robóticos projetados por Corbin, que se adaptam ao corpo dos pacientes, proporcionando conforto e alívio da dor. Toda equipe médica utilizava seus poderes de cura e conhecimento para acelerar a recuperação dos pacientes, enquanto plantas mágicas ao redor emitem energias curativas.

Mats ficou numa espécie de incubadora gigante, era toda fechada, possuía uma máscara para sua respiração, no qual também era emitido gases que ajudavam na recuperação, tinham plantas com propriedades regenerativas cobrindo todo seu corpo, para ficar curado o quanto antes.



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