Prodigy Brasileira

Autor(a): Matheus Marroni


Volume 1

Capítulo 14 - Mats, Inorram

Continuando a jornada, em direção ao leste, chegaram a uma planície aberta. Nesse trecho, a viagem foi mais tranquila, com estradas largas e poucos obstáculos. Eles puderam cavalgar em um ritmo mais rápido, reduzindo o tempo de viagem.

No segundo dia da viagem, Mats e Guildor passaram a noite em uma estalagem em um vilarejo menor que o outro, este não tinha um bar, eles decidiram descansar e se recuperar do cansaço, encontraram um ambiente acolhedor e confortável, com quartos limpos e bem equipados. Eles aproveitaram para tomar um banho quente, desfrutar de uma refeição saborosa e relaxar em camas confortáveis. Foi uma noite tranquila e revigorante, que permitiu que eles recarregassem as energias para o próximo dia de viagem.

— Devemos chegar na vila hoje, estamos perto, por volta de meio dia estaremos lá — disse Mats.

— Finalmente, o que será que vou ter que falar lá? Nunca participei de algo assim.

Por fim, eles chegaram as mediações da vila onde ocorreria a reunião do Conselho, no caminho Mats já conseguia ouvir e ver alguns guardas bem escondidos. A defesa das mediações da vila da reunião era bastante sólida e estrategicamente planejada. A vila era cercada por uma muralha alta e imponente, que servia como proteção contra possíveis invasões. Essa muralha era construída com materiais resistentes e possuía torres de vigia em pontos estratégicos, permitindo uma visão ampla dos arredores.

Além da muralha, a vila contava com um sistema de segurança avançado. Havia guardas posicionados em pontos estratégicos ao redor da vila, garantindo a vigilância constante. Os soldados de defesa eram altamente treinados e dedicados à proteção do local. Eles possuíam habilidades de combate avançadas e estavam preparados para lidar com diferentes situações de emergência. Além disso, eles contavam com equipamentos de alta qualidade, como armaduras e armas, que os ajudavam a enfrentar qualquer ameaça.

Os soldados eram recrutados com base em critérios rigorosos, como força física, habilidades de combate e lealdade aos reinos. Eles passavam por um treinamento intensivo, que incluía técnicas de luta, estratégias de defesa e trabalho em equipe. Durante o treinamento, eles aprendiam a utilizar suas habilidades de forma eficiente e a trabalhar em conjunto para proteger a vila.

Os soldados também recebiam treinamento em técnicas de defesa pessoal e proteção de civis. Eles estavam preparados para agir em situações de emergência, como ataques surpresa ou resgate de reféns. Além disso, eles eram instruídos a agir com respeito e em conformidade com as leis e valores do Plano, garantindo a segurança e o bem-estar de todos.

A entrada da vila era controlada por portões fortificados, que só podiam ser abertos com autorização. Havia também um sistema de identificação e verificação de visitantes, garantindo que apenas pessoas autorizadas pudessem entrar na vila. Isso ajudava a manter a segurança e evitar possíveis infiltrados.

Dentro da vila, havia também um sistema de alarme e comunicação eficiente. Em caso de emergência, os líderes e guardas podiam acionar o alarme, alertando todos sobre a situação, e permitia a rápida transmissão de informações entre os líderes e os guardas, facilitando a coordenação e a tomada de decisões.

No meio do caminho havia um posto avançado da guarda, que pediu a carta para eles, as mostraram e foram liberados para passar. Até chegar na vila, eles passaram e foram revistados e conferido seu convite mais três vezes.

Ao adentrarem nas muralhas, veem a vila, era um local especialmente designado para a reunião, sem população residindo lá, a não ser mercadores oficiais de cada reino que iam junto com os oficiais.

As reuniões eram realizadas em um edifício fechado. A sala possuía os assentos exclusivos para cada reino. Havia uma grande mesa de madeira especial, no centro da sala, em formato de um círculo quase completo, e no centro, dentro do círculo, havia uma outra mesa, para quem você falar ou sugerir algo. Nas extremidades da sala, havia grandes janelas com cortinas pesadas, que podiam ser abertas para permitir a entrada de luz natural e uma vista panorâmica da vila.

Logo que chegaram foram recebidos por um oficial que os levou até seus aposentos. Também lhes explicou o horário e como seria a reunião do Conselho.

Mats observou tudo, via todas as bandeiras dos reinos presentes, totalizando 8 reinos na reunião, incluindo Inorram. “Muitos reinos importantes aqui, o que impediria um ataque em larga escala, ou até algum informante ou agente duplo?” pensou ele.

Guildor estava animado, mas ao mesmo tempo queria descansar por 3 dias, estava cansado da viagem.

— Bom a reunião será a noite, vou descansar um pouco, não me deixe perder o horário.

— Tabom, vou dar uma volta e olhar o que tem por aí, deixe Coti e Cotê atentos.

— Tabom, não arranje encrenca.

“O reino de Cindur, o reino de Kainols, reino de Solara, reino de Avelorn, reino de Eldoria, reino de Arcadia e o reino de Mungander, só ouvia contos sobre eles, todos com seus grandes feitos e características, como será que são pessoalmente? Fumagi deve estar por aqui, ele é o guardião de Mungander” pensou Mats andando pelas ruas da cidade.

— Ei garoto, aqui é lugar de adultos, não de criancinhas — disse um comerciante botando a mão no ombro de Mats.

— É garoto, como entrou aqui? — perguntou um outro.

Mats apenas olhou para a mão do comerciante e depois olhou em seus olhos, o comerciante retirou a mão imediatamente e recuaram sentindo uma pressão no olhar de Mats. “Não valia a pena perder tempo com eles” pensou.

— Olha que gracinha que temos aqui — disse uma mulher surgindo das sombras de um beco escuro.

Sua roupa era elegante e sensual, uma roupa preta com decote, e uma gola de pelos por cima dos ombros, uma calça vermelha, e uma lança em suas costas, possuía cabelos loiros e estava com um coque.

— Ora, você é tímido? Me fale seu nome pelo menos — insistiu a mulher.

Mats a olhou e virou as costas, saiu andando, a ignorando, mas quando ele se deu conta, a lâmina da lança estava em seu ombro.

— Temos um menino mal por aqui, você vai mesmo me ignorar?

— Tire sua lâmina, estou ocupado.

— Ai que sexyyyyy, o garoto é sério e importante, além de lindo é metido, meu nome é Zariel, pode não querer falar comigo agora, mas sinto que vamos nos encontrar muito, PRODÍGIO.

Assim que ouviu isso, Mats virou rapidamente, mas ela já não estava mais lá. “Sumiu? Ela sabe da profecia? Guildor!”. Como um raio Mats apareceu em seus aposentos, abriu a porta e Guildor estava dormindo ainda, Mats aliviado olhou pela Janela e viu uma sombra com um capuz o observando de longe, em cima de um dos telhados, mas nem com sua visão conseguiu ver algum detalhe, apenas dois olhos escarlates, então a sombra sumiu, já estava anoitecendo, Mats não podia sair e tinha que acordar Guildor para reunião, fechou a janela e permaneceu em silêncio sobre o que havia ocorrido.

Ambos chegaram à sala de reuniões, estavam presentes dentro da sala apenas os reis e seus respectivos guardião ou guardiões, Mats olhou para o guardião de Mungander, mas não era Fumagi, era outra pessoa, também reconheceu a mulher do beco, Zariel, estava como guardiã do Rei de Solara. Todos olhavam para Guildor e Mats, que foram caminhando até o assento, onde Guildor se sentou.

— Com todos aqui presente, vamos dar início. Primeiramente lamentamos muito a morte das Matriarcas de Inorram, e pelo que sofreram, mas ficamos felizes de se reestruturarem de forma tão rápida — disse o Rei de Solara, Athos.

— Obrigado — respondeu Guildor.

— O novo Rei de Inorram é você garoto!? — Disse o Rei de Cindur, um homem velho.

— Deixa disso Rei Sejo, não há julgamentos aqui — respondeu Athos.

— Fizemos essa reunião para lhe dar boas-vindas, e dizer a vocês que sempre que precisarem de algo estaremos aqui, nosso objetivo é a paz e equilíbrio do Plano. Também queremos falar sobre os Brutamontes, não sei se sabem, mas no passado seu reino e o reino deles fizeram algum acordo e vocês os defenderam perante o conselho, a decisão foi que vocês se responsabilizariam por qualquer ato que ele fizessem, portanto não podemos intervir sobre o que houve recentemente, de acordo!?

— Sim, entendo, pode deixar que cuidaremos disso, mas também não interviam no que faremos em relação a eles.

— De acordo, mas também vou lhes lembrar que aqui é uma democracia, como são novos talvez não saibam, mas entre os reinos daqui, não se tem o intrometimento, a menos que seja pedido, ou discutido na reunião, cada um faz o que bem entender, desde que não prejudique inocentes ou aos outros.

— Então isso é só um meio de se ajudarem a ficar mais fortes, sem entrarem em guerra, e os menores ficarem por conta e sendo punidos?

— Como ousa... — ia dizendo a Rainha de Arcadia, Elisa, mas foi interrompida.

— Você ainda é muito jovem garoto, entendemos que está começando, o Plano possui muitos mistérios, e perigos iminentes, se fortalecemos juntos e nos damos apoio, todos foram convidados — interrompeu Athos.

— Entendi, não quis ofender Rainha Elisa — respondeu Guildor.

Continuaram a reunião sobre alguns assuntos menos importantes, sobre boatos de dragões, demônios e até vampiros e onde estavam atacando, mas como era boatos ninguém deu muita moral, disseram que iam contratar caçadores de recompensa para averiguar a situação. Já havia se passado quase 4 horas de discussão e então a reunião foi encerrada. Ambos os reis iam saindo.

— Espere aqui — disse Mats indo em direção a Athos e Zariel.

— Quem é você e porque me chamou de prodígio? — perguntou ele.

Athos se virou e olhou para Zariel. — Devo me preocupar?

— Não meu senhor! — respondeu ela se virando e caminhando.

— Mats a agarrou pelo braço — eu te fiz uma pergunta.

Mas assim que faz isso, todos os guardas presentes empunharam suas armas em direção a ele, que a soltou.

— Quem é você garoto, diga seu nome — ordenou Athos

— Meu nome... é Mats, Inorram.

Ela então se aproximou de seu ouvido e cochichou — agora quer minha atenção? Me ignorou no beco. Você não está em casa gatinho, melhor se comportar.

— Ele deve ter se confundido, não precisam se preocupar — disse ela para todos deixando a sala.

Todos embainharam suas armas e saíram da sala, deixando Mats e Guildor por último.

— Está apaixonado é? Ela é muito linda mesmo garanhão.

— Não enche, ela me encontrou ontem, me chamou de prodígio e sumiu.

— Interessante, aposto que assim como eu você também percebeu né?

— A aura e pressão desse lugar? O ódio e mentiras?

— E também a força de cada um, temos que se policiar mais, e manter nosso segredo, não devemos chamar tanta atenção.

— Disse o cara que os acusou de abandonar os mais fracos.

— Isso foi por querer, queria saber como reagiram a alguém apontando dedo.

Os dois seguiram rumo aos aposentos para descansarem, de longe Zariel os observou “Ah meu caro Mats, de Inorram, tão lindo e dominante, você será meu ainda” pensou abrindo um sorriso.

No outro dia, Guildor levantou mais tarde, Mats estava o esperando olhando pela janela.

— O que achou deles? — Perguntou Mats.

— Ah, parecem só se importar com eles mesmos, cada um por si, não estavam nem aí para o que os Brutamontes fizeram.

— As Matriarcas participavam disso, acha que elas eram iguais a eles?

— Você as conhece muito bem, sempre ajudaram a todos, até o Brutamontes. Elas deviam vir aqui só para saber quem estava precisando de ajuda ou ver se iam ajudar de alguma forma a quem precisasse.

— Você tem razão. Vamos partir.

— Vamos.

Os dois então iniciaram sua jornada de volta, seriam mais longos 3 dias cavalgando, e assim foi, passaram pelo vilarejo pelas planícies, pela floresta densa, e enfim chegaram à vila onde passariam a noite, a mesma que possuía um bar. Mas...

Estava toda destruída!



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