Prodigy Brasileira

Autor(a): Matheus Marroni


Volume 1

Capítulo 13 - O Aniversário

O aniversário do reino se aproximava, uma festa gigantesca foi organizada, as pessoas estavam felizes, alegres e empolgadas, o frio intenso era apagado com o calor da população.

— Amanhã é o aniversário do reino, o primeiro sem eles, e o primeiro nosso como os responsáveis — disse Guildor levantando a mão.

— Sim, mas acho que devemos ficar atentos, não sei se é bom fazer uma festa aberta assim — respondeu Mats.

— Sei que quer ir atrás dos Brutamontes, as coisas estão se encaminhando, assim que passarmos essa comemoração vamos atrás deles, mas no momento, tente aproveitar, faz tempo que não se diverte.

— Estarei ao seu lado o tempo todo Guildor, essa é minha função, meu Rei.

— Ah para com isso, rei é só um título, sabemos que todos nós somos iguais aqui, e até parece que sou fácil de ser derrubado, nem você conseguiria.

— Realmente, você é ridículo de forte, mas um rei não pode ficar exposto, não sabemos o que tem no mundo, crescemos em uma bolha, mas você viu aquele Monghar.

— Você tem razão, mas de qualquer forma, quero que se divirta.

— Eu já me divirto, cuidando de um cara que acha que não o derrubo.

Os dois deram risadas.

A festa de aniversário do reino de Inorram foi um evento grandioso e emocionante. O salão do castelo foi decorado com belas flores e tecidos coloridos, criando uma atmosfera festiva. Uma grande mesa foi montada no centro do salão, repleta de deliciosos pratos e sobremesas. Os novos líderes e a população do reino se reuniram para celebrar mais um ano de prosperidade e união.

Durante a festa, houve apresentações de música e dança, com artistas locais se apresentando no palco. As pessoas dançavam e se divertiam ao som das melodias animadas. Também foram realizados discursos emocionantes por parte dos prodígios, nos quais expressaram sua gratidão pela comunidade e reafirmaram seu compromisso em proteger e cuidar do reino.

Além disso, foram organizados jogos e competições para entreter os convidados. Houve corridas, tiro ao alvo, duelos. Essas competições foram muito aplaudidas e geraram grande entusiasmo entre os presentes.

A festa também contou com uma grande queima de fogos de artifício, iluminando o céu noturno com cores vibrantes e brilhantes. As explosões de luz e som foram um espetáculo à parte, enchendo os corações de todos com alegria e admiração.

Em um certo momento, todos se reuniram para cantar o hino do reino, expressando seu amor e orgulho por Inorram. Foi um momento de união e gratidão, em que todos puderam celebrar juntos as conquistas e a felicidade de pertencer a um reino tão especial, e tentarem esquecer o que haviam passado.

“Fazia tempo que não via eles se divertindo, é bom resgatar a esperança deles e da população” pensou Guildor em seu trono.

— Mavie pega leve nas bebidas! — gritou Aniya dando gargalhadas.

— hahahahaha estamos comemorando, viva o nosso reino, viva Inorram — respondeu Mavie levantando um caneco de cerveja.

— VIVA INORRAM! (todos gritaram).

— Agora vamos beber mais!

— hahaha você não tem jeito Mavie — gargalhava Minev.

Mats de prontidão olhava tudo que acontecia ao seu redor, observava todos os detalhes, atento e focado, sabia que poderia acontecer algo.

Até que Minev sentiu algo, “que sensação estranha, estou sentindo alguém com... má intenção, pensamento sombrio, mas tem muita gente aqui, não consigo distinguir de onde...essa não!” — MATS! — Gritou Minev.

Instantaneamente Mats ergueu a mão. — Apareça — disse Mats, segurando um dardo minúsculo.

O silencio tomou conta, todo mundo ficou olhando para Mats, uma das pessoas da festa andou em direção ao corredor do trono.

— Belos reflexos guardião! Eu sou Fumagi, e sou do reino de Mungander.

— Não interessa quem você é, está em nosso reino e ainda acha que pode atacar o rei, isso é um ato de guerra — disse Lana.

— É um ato de guerra se estivéssemos lidando com um rei de verdade, e não crianças que acham que podem ter um reino.

Nesse momento entraram alguns guardas de Fumagi que estavam escondidos no meio da população.

— Ora seus insolentes, nós vamos acabar com todos vocês agora — disse Mavie com dificuldades para ficar em pé.

— Gente calma, então você vem aqui achando que não estamos prontos, bom estamos em uma celebração, hoje é um dia feliz, vamos acabar rápido com isso, se você conseguir passar pelo meu guardião e simplesmente me tocar, o reino de Inorram é todo seu, e saímos em paz.

Todos que estavam ali olharam assustados para Guildor.

— COMBINADO REI! Eu também sou o Guardião do rei de Mungander, o melhor e mais forte soldado do reino, mas vamos deixar claro, não volte atrás da sua palavra.

— Mats, todo seu, vou ficar aqui comendo.

Mats deu um passo à frente, Fumagi começou a caminhar em sua direção, e logo após começou a correr, ele era muito rápido. Quando Mats foi pôr a mão em uma de suas adagas que estavam em uma bainha em suas costas, Fumagi arremessou uma bomba de fumaça que explodiu em Mats, então passou com facilidade.

“Ele é rápido” pensou Mats.

“O que? Isso é trapaça” pensou Jay-Jay

“Ele passou por Mats com essa facilidade?” pensaram Lana e Mavie.

“até parece...” pensou Minev.

Então Fumagi estendeu a mão para agarrar Guildor, que nem retirou seus olhos de sua comida, quando estava prestes a encostar no rei, em um piscar de olhos, uma adaga estava em seu pescoço, ele reagiu rapidamente recuando, mas teve um corte superficial fazendo o sangrar.

— Mais um passo e sua cabeça rolará antes que perceba! — Ameaçou Mats.

 “O que? Que velocidade é essa, quando ele apareceu aqui? Ele teletransporta? Quem é esse cara? Eu sou o mais rápido de todo o Plano”.

Todos presentes comemoram, e deram risadas, alguns não tinham nem entendido o que estava acontecendo devido a bebida, Fumagi e seus soldados estavam incrédulos, não sabiam como ou o que havia acontecido também.

— Agora saia do nosso reino e não volte por favor, se não mandarei esse cara fazer uma visita ao seu rei — disse Guildor.

— UHHHHH — a população vaiando Fumagi e seus homens.

— Vocês me pagarão Inorram, por essa vergonha e sua ameaça guardião! — Jurou Fumagi.

— Ta, ta, ta, ta agora sumam daqui fracotes — respondeu Minev.

Todos deram risadas. E assim terminou também a noite em festança, Inorram sorria novamente, toda a população estava alegre, os prodígios amadureceram e o reino estava ficando cada vez mais forte.

Passado o dia do aniversário do reino, todos se reuniram para o café da manhã no reino.

— Caraca, que dor de cabeça que estou — disse Mavie.

— Não precisamos nem falar o porquê né Mavie — retrucou Minev.

— Ontem foi um dia bom, fico feliz de todos estarmos bem — disse Guildor.

— Realmente, fazia tempo que não se divertíamos — completou Lana.

— Sim, é bom ter vocês, eu amo cada um de vocês — disse Corbin.

Todos se abraçaram e fortaleceram a união entre eles.

Com o novo reinado em Inorram, a maioria dos reinos adotou uma postura de espera e observação. Eles estavam interessados em ver como os prodígios lidariam com os desafios e responsabilidades de governar um reino. Alguns reinos enviaram emissários para Inorram, na esperança de estabelecer relações diplomáticas e entender melhor a situação.

Os líderes do Plano, representados pelo Conselho do Plano, também acompanharam de perto os acontecimentos em Inorram. Eles estavam preocupados com a possibilidade de uma guerra entre os reinos e buscavam manter a paz e a estabilidade. O Conselho então convocou uma reunião para discutir a situação e tomar medidas para garantir a segurança e o bem-estar de todos os reinos.

Guildor e Mats estavam se preparando para ir na reunião, ninguém no Plano, sabia das reuniões e quando aconteciam, apenas quem recebesse a carta, informando a data e local, que mudava constantemente.

Dessa vez, a reunião seria em uma vila neutra, que cavalgando daria uns 3 dias de viagem de Inorram.

— Lana, deixo em suas mãos, eu e Mats, voltaremos assim que terminar — disse Guildor.

— Tudo bem, mas tem certeza que só irá vocês dois? E se aparecerem ladrões, os brutamontes, não sei... — respondeu Lana.

— Fique tranquila, indo apenas nós dois não chamaremos tanta atenção, e o reino ainda estará bem protegido.

— Tudo bem, tomem cuidado.

— Obrigado.

— Vamos Mats, em três dias chegaremos lá.

— Estou pronto te aguardando.

— Tomem cuidado — disse Aniya.

­— Não se preocupem — disse Guildor.

Então os dois começaram sua longa jornada, vestiram roupas simples para se disfarçarem e levaram seus trajes nas mochilas. Inorram ficava a oeste do continente, tiveram que cavalgar rumo ao Leste, onde a vila se encontrava, seria tudo novidade para eles, já que nunca saíram do reino, e conheciam só a região e vilarejos próximos de Inorram, estavam curiosos, e ansiosos para conhecer tudo que existia, animados pelo que encontrariam.

A parte inicial da viagem foi tranquila, passaram por estradas bem conservadas e cercadas por belas paisagens naturais, encontraram pequenos vilarejos no caminho, Guildor e Mats foram conversando sobre a reunião, e juntos descobrindo o mundo.

Após percorrerem uma distância considerável, já era fim do dia, eles chegaram a uma floresta densa, sabiam que seria melhor passarem a noite tranquila, então voltaram a vila mais próxima.

Mats e Guildor ficaram em uma estalagem para passar a noite e decidiram ir ao bar no andar de baixo.

Eles encontraram um ambiente animado, com música tocando e pessoas conversando e rindo. Havia uma grande variedade de bebidas disponíveis, desde cervejas locais até coquetéis exóticos. Os dois se sentaram em um canto e pediram suas bebidas favoritas. Enquanto desfrutavam delas, eles observaram as pessoas ao seu redor, notando a diversidade de pessoas e raças que frequentavam o bar. Alguns estavam contando histórias emocionantes de suas aventuras, enquanto outros estavam jogando cartas ou simplesmente desfrutando da companhia de amigos.

— Meu nobre, sirva mais duas canecas de hidromel para nós por favor — disse Guildor para um garçom.

— Está animado em Guildor — disse Mats.

— Após um bom tempo, não tenho responsabilidades do reino, e a um tempo ainda maior, não desfruto de uma bebida com meu parceiro hehe.

— Justo.

Guildor estava animado, e conforme foi bebendo, perdeu a vergonha e se envolveu em conversas com outros frequentadores do bar, ouvindo suas próprias histórias e experiências.

Mats mais centrado perguntou sobre a floresta que havia a frente. Muitos disseram que se seguissem o caminho central da floresta era tranquilo, principalmente de dia, mas não deveriam sair do caminho por nada, havia muitos contos de que pessoas ouviam barulhos e iam investigar o que era, e nunca mais foram vistos, outros diziam que a floresta era tão densa, que se perder ali era fatal, diziam que era como um labirinto vivo, com árvores que mudavam de lugar e caminhos que se desvaneciam, aqueles que se aventuravam a entrar na floresta sem um guia experiente corriam o risco de se perder para sempre pois nunca encontraria o caminho de volta, e além de animais e criaturas ferozes, havia um conto sobre o guardião da floresta, um ser místico, ele era um gigante de aparência assustadora, com poderes sobrenaturais, e a protegia de intrusos.

Terminando a noite, pensaram que havia sido uma noite agradável e descontraída, onde eles puderam relaxar e se divertir antes de continuar sua jornada.

Logo pela manhã, saíram bem cedo rumo a floresta, sabiam que nesse ponto, deviam tomar cuidado. Algum tempo depois de entrarem, começaram a ouvir gritos vindo de entre as árvores.

— Acha que devemos fazer algo Mats?

Mats com sua visão aguçada percebeu que não passavam de ladrões tentando os atrair para uma emboscada. — Não, vamos seguir.

Logo depois que voltaram a cavalgar, algumas árvores tombaram no caminho a frente, outro grupo de ladrões cortaram as arvores para os prenderem ali.

— Não ouviram a pessoa gritando? Não iam ajudar? Não valem nada pelo visto, então vamos tomar o que vocês têm aí.

Foram cercados por cerca de 8 ladrões, Guildor olhou para o Mats e abriu um sorriso.

— Todos seu, afinal você tem que proteger seu rei né hehe — disse ele com preguiça de descer do cavalo.

Mats revirou o olho para cima, respirou fundo, desceu do cavalo, e em segundos já havia derrubado a todos, sem esforço. Mas ouviu algo.

— Guildor...

— O que foi?

— Tem algo vindo, e é grande.

Guildor desceu do cavalo e os amarrou em uma das árvores. Mats olhou para o meio da densa floresta, era tudo muito escuro, não passava quase nada dos raios solares, mas ele percebeu uma mão gigante de galhos e plantas vindo na direção de Guildor.

— Guildor! — Gritou Mats.

Guildor foi atingido em cheio e prensado contra as arvores, Mats não conseguia vê-lo, imediatamente outra mão o tentou acertar, mas com um pulo conseguiu desviar, então surgiu do meio das arvores um ser que parecia ser feito de galhos, tinha uns 4 metros de altura, com seu braço esmagando Guildor, só tinha um livre para atacar Mats.

“Seria esse o Guardião? Mas porque estaria nos atacando?” pensava Mats enquanto desviava dos ataques.

Porém seu braço se dividiu em vários galhos, ele conseguia retrair e esticar o braço, Mats sacou suas adagas e começou a cortar os que vinham em sua direção.

— Porque está nos atacando? — Gritou Mats.

— Vocês, não bem-vindo, destruir árvores, natureza! — resmungou o Guardião.

O guardião sentiu seu braço tremer, então foi jogado no chão, Guildor estava em sua forma colossal.

— Calma aí grandão, mim, não destruir nada, eles destruir — apontou Guildor para os ladrões inconscientes.

O guardião levantou devagar. — Eu, Guardião e protetor da floresta e natureza, destruir quem machucar árvores!

— Nós, estar, junto com você, nós pegar quem machucar árvores — tentava se comunicar Guildor gesticulando.

— Cara, você está passando vergonha, você sabe que ele nos entende, só não consegue falar de forma fluida... — caçoou Mats.

Guildor fez cara de bobo e ficou envergonhado, tentando disfarçar — Haha, eu sei, só estou entrando no personagem — disse ele coçando a cabeça.

— Vocês ajudar guardião?

— Sim, nós ajudamos, pegamos quem destruiu as arvores — respondeu Mats.

— Vocês amigo do guardião?

— Sim amigão, claro, somos seus amigos, conte conosco para cuidar da floresta quando precisar — respondeu Guildor acenando.

— Vocês, amigos, gratidão do guardião, ajudar vocês quando precisarem.

— Obrigado amigão, nós temos um longo caminho pela frente, vamos indo, se cuida — se despediu Guildor.

Ambos montaram em seus cavalos e partiram para Vila.



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