Príncipe de Olpheia Brasileira

Autor(a): Rhai C. Almeida


Volume 1

Capítulo 28: Amizades em Tempos de Guerra

CONVENTO DE BASSALIS


Crianças nascidas no luxo, embaladas em berços dourados, raramente se preocupavam com títulos — eles eram herdados no nascimento, um direito de nascença tão certo quanto o sol nascente. Olpheia, com suas vastas propriedades de terras e reinos, agora exercia domínio sobre todos. Não importava a classe social, a educação, nem o poder; aos olhos da Igreja e sob a vigilância de Deus, todos eram iguais. No entanto, ideais tão elevados não se aplicavam a um jovem príncipe.

Dois anos atrás, em um dia calmo de primavera, Raygan estava sentado no telhado do convento de Bassalis, onde as cordas dos sinos balançavam nos mesmos intervalos sob as mãos dos zeladores. Seu olhar vagou preguiçosamente pelos jardins — até que uma visão peculiar chamou sua atenção. Houve agitação entre as noviças do lado de fora, com movimentos frenéticos perto de uma carruagem recém-estacionada. Ela carregava uma coruja prateada, suas asas bem abertas, empoleirada em adornos delicados. Os olhos de Raygan se estreitaram enquanto ele observava um homem sair do veículo, estendendo a mão para ajudar uma mulher ao seu lado.

E então, ele viu os cabelos tão brancos quanto neve recém-caída, cintilando na luz do sol como o reflexo de um lago de inverno. Sua respiração ficou presa na garganta. Uma bruxa branca! Assim como as lendas! O coração de Raygan disparou com excitação repentina, mas ele rapidamente percebeu que não era só ela. De dentro da carruagem, uma mão pequena e frágil surgiu para agarrar a da mulher. Seus olhos se fixaram na figura delicada de uma criança, envolta em um véu que escondia suas feições. Ele não conseguia distinguir o rosto dela, mas algo em sua fragilidade o cativou.

Deslizando pelas escadas que cercavam o convento, Raygan os seguiu silenciosamente, a curiosidade alimentando cada passo. A família foi recebida pela matriarca, a chefe de todas as meninas do convento. Sua voz era calorosa, mas autoritária e firme para disciplinar.

— A jovem deseja se tornar uma sacerdotisa? —  a velha perguntou, seu traje, o hábito religioso tradicional, lançando um olhar para a garota tímida.

— Sim — a mãe respondeu suavemente. — Desde que viu a procissão de moças com ramos em Ariuch, ela não parou de falar sobre isso. O que ela deve fazer?

— Tornar-se uma freira e uma sacerdotisa requer a mesma devoção e esforço — começou a velha. —, mas a menina deve entender que freiras se dedicam ao trabalho humanitário, cuidando dos necessitados tanto de corpo, como de alma. Sacerdotisas, no entanto, são treinadas para enfrentar as provações do mundo, desde cuidar dos feridos em campos de batalha até servir como curandeiras do império e espalhar a palavra do Senhor.

— Então, ela será treinada para viajar pelo império? — hesitou a mãe, um leve traço de preocupação surgindo em sua feição.

— A jovem crescerá e será uma bela dama, atraindo muitos olhares, o que poderá ser um problema.

— Você não precisa se preocupar — o homem interrompeu num pequeno sorriso. — O irmão dela garantirá que nenhum mal aconteça à sua irmãzinha.

— Um cavalheiro. — A matriarca sorriu. — Nesse caso, ela deve primeiro ser educada em etiqueta, e quando atingir a idade apropriada, seus estudos formais no sacerdócio podem começar.

— E quando será isso? — pressionou a mãe.

— Uma vez que seu corpo reconhecer que ela é uma mulher. Todas as meninas aqui passam por orientação espiritual primeiro, e o treinamento começa assim que elas atingem a maturidade. Requer responsabilidade, disciplina e, acima de tudo, amor pela obra do nosso Deus.

Raygan, ouvindo das sombras, mal conseguia conter seu desdém. Responsabilidade e disciplina! Ele zombou. Quando aquela freira já havia considerado essas virtudes quando abriu as pernas para o padre? Seus lábios se curvaram em um sorriso de escárnio enquanto observava a família, tão contente em sua crença ingênua de que estavam fazendo o certo pela garota. Que tolice!

Ainda que sua mente estivesse agitada de raiva e desdém, os olhos de Raygan se voltaram para a criança — e, para sua surpresa, ela estava olhando para ele.

Ele congelou, acreditando estar escondido, protegido com segurança atrás do pilar de pedra do corredor externo do convento. Mas lá estava ela, seus olhos curiosos presos aos dele, seu cabelo velado sob o tecido fino que dançava com o sopro gentil do vento. Por um instante, ele viu algo de si na garota — uma vida ditada por adultos, escolhas feitas sem que ela dissesse. Quem se importava se esse caminho fosse o que ela queria? Como ele, ela não tinha escolha, nenhuma liberdade para escapar da prisão em que ambos se encontravam.

Independentemente dos pensamentos que giravam em sua mente jovem, Raygan não conseguia se livrar da lembrança daquele dia, em especial, da expressão aterrorizada da mesma menina, agora mais crescida, quando ele atingiu o sobrinho da condessa com um castiçal.

— Aygnar? — A voz de Daemis rompeu o silêncio de Raygan, trazendo-o de volta ao presente.

O momento imerso em suas memórias durou apenas alguns segundos, mas para Raygan, pareceu horas.

— Se eu fosse um nobre, o que você faria? — perguntou de repente, cruzando os olhos com Daemis. — Você me insultaria por ter uma vida e uma educação melhores do que a sua? Nada do que diga é relevante para mim, nem o que você pensa. — Seu aperto aumentou em volta do livro em sua mão. — Eu não sou uma pessoa que você ficaria feliz em chamar de amigo.

Daemis estudou o rosto de Raygan. A arrogância se foi, assim como a indiferença. Em seu lugar, uma rara honestidade — uma vulnerabilidade relevada por um descuido, algo Raygan não pretendia mostrar. 

Mas, por quê?

— Você não se importa em não ter amigos? — questionou Daemis, sua voz tranquila, mas investigativa.

O silêncio se estendeu por mais tempo.

— Não — disse, seco; tão seguro de si momentos antes, mas aparentava estar incerto.

E Daemis coçou a cabeça, pensativo. — Isso é… uma pena.

Raygan o obse  rvou de canto, sua atenção ainda meio focada no livro em suas mãos. — O quê?

— Bem, eu quero ser seu amigo. — Sorriu. — Você não é como os outros garotos que conheci. Você é um pouco estranho, mas é um tipo bom de estranho!

Raygan bufou — uma pitada de sarcasmo habitual.

— E o que isso quer dizer?

— Isso significa… —  Ele se deixou intimidar — , que terei que me esforçar mais para ganhar sua confiança.

Raygan o encarou, descrente e arqueando as sobrancelhas. Não importava quantas vezes ele o rejeitasse, havia uma persistência desconcertante e inquietante.

— Por que você não consegue entender que eu não quero a sua amizade? Por que você está tão determinado a forçar isso? — Raygan estalou, sua frustração transbordando.

— Porque ninguém merece ficar sozinho, nem mesmo alguém que pensa que merece.

O menino piscou, as palavras atingindo-o mais do que ele queria. Entretanto, antes que pudesse encontrar uma resposta, Daemis continuou, seu tom gentil, quase reconfortante:

— O senhor Halcan sempre diz que pedir ajuda não o torna fraco — expôs, confiante. — Eu acho que, se você deixar, eu poderia lhe mostrar que ter amigos pode ser tão gratificante quanto ler mil livros em um dia.

O coração de Raygan deu um pulo. Sua mente correu, lutando para afastar as palavras com as quais, de alguma forma, seu coração queria concordar. Era medo? Medo de estar perto das pessoas? Em confiar nelas? De ser traído, descartado, humilhado como ele já foi? Nada parecia certo. Nada parecia certo! No entanto, em uma resposta crua que surpreendeu até ele, falou:

— Eu gostaria de ver você tentar.

Não foi a reação que Daemis esperava, mas foi muito melhor do que xingamentos, ou a rejeição fria a que ele estava acostumado.

— Então espere e verá. — Daemis sorriu, covinhas aparecendo em suas bochechas, que Raygan, com um suspiro resignado, escolheu ignorar.

A manhã aflorava como tantas outras, mas o palácio, como toda a capital de Olpheia, estava envolta em uma cortina de cinza pálido, reflexo do clima que permeou a temporada, marcada pela estreia da princesa. Entre os comércios, os jornais impressos eram repassados para os fofoqueiros de cada esquina, e as manchetes não tratavam de outra coisa senão das futuras alianças que se formariam no tempo apropriado.

O brilho da joia do império ofuscou os olhos dos jovens nobres. A verdadeira questão é: esses senhores estarão preparados para enfrentar a ira do nosso soberano, caso ousem tentar roubá-la de seu tesouro?

Na butique de Marie-Charlotte, os dedos da jovem senhora deslizavam distraidamente pelo papel recém-impresso, seus olhos capturando as palavras que exaltavam os olhares apaixonados dos nobres rapazes. Eles teriam, segundo o texto, seus corações roubados pela beleza celestial da princesa.

Uma leve curva desdenhosa ergueu seus lábios. — Um anjo, ela repetia em sua mente, soando vazioe, num gesto impaciente, lançou o jornal sobre o balcão e voltou sua atenção aos tecidos finos que acabara de adquirir.

Embora Marielotte não fosse uma devota da linhagem de Elard, seus pensamentos se concentraram nos tempos de guerra, nas batalhas constantes em Lorist, onde Olpheia parecia tão impaciente quanto os jornalistas em divulgar notícias extravagantes.

Por outro lado, na sala onde o Conselho se reunia, as distintas vozes se misturavam e rompiam nas paredes brancas do salão em tons de raiva e descontentamento. À mesa, entre os rostos marcados pelos anos, o Parlamento e membros da Igreja estavam presentes.

— Majestade, precisamos reagir! — bradou um velho de barba grisalha, seus olhos faiscando pela frustração. — Não podemos permitir que Balmont continue a brincar com nossos soldados!

— Sim, é verdade — concordou outro, enquanto suas palavras se fundiam à corrente de murmúrios. — Precisamos defender Lorist! Os relatórios de Kaleid mostram que eles se aproximam cada vez mais da costa de Jighal, e seu domínio sobre os poços de mineração de Elfrid é apenas uma questão de tempo.

Levi, sentado à margem, cruzou os braços e lançou um olhar cético à sala.

— Eles não seriam tolos de repetir a mesma estratégia — disse, sua voz cortante. — O ataque de dez anos atrás foi uma atitude covarde. Eles sabiam que nossas forças estariam enfraquecidas durante a festividade em toda a capital e arredores. Invadir Fordwel não é mais uma opção, considerando que o senhor Harley aumentou o número de batedores nos principais pontos de acesso do porto.

— Bastardos! — exclamou o mais jovens entre eles, sua mão batendo com força na madeira refinada. — Como puderam atacar nossa rainha em um momento de tamanha fragilidade?

Todos ali estavam cientes das condições de Saône no dia da invasão. Conseguiram imaginá-la se movendo apressada, se esgueirando pelas câmaras secretas, com as pernas trêmulas de fraqueza, enquanto carregava Raygan em seus braços, um bebê indefeso, lutando por sua vida desde o início.

— Nosso príncipe era apenas um recém-nascido… e ainda assim, ousaram… — murmurou um dos noviços, sua voz quase inaudível e com pesar. — Deus, tenha misericórdia. — Ele entrelaçou os dedos em prece.

As discussões fervilhavam pelo lugar, no entanto, o monarca optou pelo silêncio. Seus olhos vagaram pelo Conselho, seguida de uma calma inquietante que pairava sobre a sala. Rosalina, a única mulher presente, permanecia imóvel. Sua postura era impecável, digna de uma dama da alta sociedade, absorvendo a crescente tensão que se acumulava em seu entorno.

— Desde quando o nascimento do príncipe herdeiro, que até hoje se recusa a receber a bênção divina, é uma celebração que nos favorece? — perguntou um membro da Igreja, encerrando o tumulto.

Levi franziu o cenho, desconfiado.

— Explique-se.

O membro da Igreja manteve seu tom calmo, prosseguindo:

— Esse infortúnio é um sinal da ira divina. — O homem de vestes litúrgicas lançou um olhar breve para Elard. — Nossa rainha é filha de um homem influente para a Igreja, e ela faz o possível para manter a fé de nosso povo. Mas pergunto a vocês, caros senhores: onde está a vossa fé? — Ele fez uma pausa, deixando as palavras reverberar pelo ar pesado. — Devemos lembrar que o antigo soberano, e toda sua ascendência, evitou o clero por décadas, ignorando os conselhos de sua santidade, o Papa, que nos alertou sobre o dia em que os guerreiros das montanhas trariam caos. E após a morte trágica do príncipe Leion, não acredito que Olpheia possua a força para resistir. Precisamos, Majestade, que mostre sua força.

Elard, imóvel como uma estátua, pousou seus olhos cansados no clérigo. Seu rosto possuía uma máscara impenetrável — e indecifrável, mas o brilho predatório em seu olhar dizia mais do que qualquer palavra.

— Você enlouqueceu? — trovejou o conselheiro barbudo, golpeando a mesa com força. — Como ousa dirigir tais palavras ao nosso rei?

O representante religioso manteve-se sereno, seu semblante inalterado.

— A Igreja permanecerá equânime. Estamos do lado de Deus, e nenhuma morte nos traz alegria. O que estou tentando alertá-los, caros senhores — e senhora —, é que enquanto persistirmos nesse conflito, a paz jamais será alcançada. A diocese de Giorgya está em ruínas. É uma terra irremediavelmente corrompida pela maldade humana, e muito familiar aos costumes pagãos de Balmont.

— Giorgya fechou os portões para as cidades vizinhas e está planejando tornar-se uma cidade independente, mas o que importa? Eles não têm relevância para nós — comentou um homem de cabelos loiros e barba rala, membro do Conselho e colega de Henryk, que até então, não estava entre eles.

Territórios que escapavam ao controle de seus senhores eram um terreno fértil para alianças perigosas, algo que o império não podia se dar ao luxo de ignorar. Era assim que traidores surgiam, espalhando seu veneno como ervas daninhas, infestando a região em um piscar de olhos e gerando ainda mais problemas para o reino.

— Isso não é bom — disse o velho monge, Levi. — O senhor Harley saberia o que fazer. — Tateou a testa, preocupado. — Fordwel ainda é um ponto de fácil acesso devido à movimentação de mercadorias. Todos os dias, novos marinheiros chegam ao cais, mas não sabemos quem está carregando o brasão de Balmont.

— E o que faremos? — desdenhou o jovem, seus olhos semicerrados. — Giorgya está sob o baronato. Que o Barão de Damesthia resolva seus próprios problemas! Quanto a Fordwel, o marquês Harley permitiu que seus sentimentos dominassem sua mente após o incidente com Jighal. Somente um tolo defenderia aqueles traidores.

Levi lançou-lhe um olhar de relance, medindo cuidadosamente as palavras, pronunciando:

— Havia inocentes entre os rebeldes. — Sua voz era baixa, mas consistente, semelhante ao eco distante de uma verdade incômoda.

— Inocentes? — O jovem explodiu em resposta, sua expressão endurecendo com raiva crescente. — Todos eles são culpados! — Ele se inclinou para frente, os punhos cerrados com força, como se tentasse esmagar o próprio ar. — Mataram homens da nossa corte, ameaçaram nossas mulheres e crianças, e tiraram uma vida que era preciosa para todos nós. Eles mereceram o destino que lhes foi dado!

Seus olhos, indiferentes e frios como gelo à deriva, recaíram sobre o imperador. Ele falava com ousadia, como se estivesse acima dos próprios pensamentos do soberano, sem medo de qualquer retaliação.

— E quanto a essas alianças? — continuou, sua voz em desprezo. — Está sugerindo que entreguemos a joia do império nas mãos desses bárbaros?

— Não será necessário. — Rosalina, até então em silêncio, interrompeu:

— O duque Baylam, porta-voz de nosso rei, está em viagem para Leswen, em busca de uma aliança. Se bem-sucedido, nossa joia será parte do tesouro de Leswen, e em troca, ganharemos um poderoso aliado militar para a guerra iminente. Balmont não terá escolha a não ser se render. A menos que uma aliança com Balmont se torne… indispensável.

Uma avalanche de sussurros atravessou a sala, e o homem de pele morena, o único entre eles, atentou-se para a fala da condessa.

— Bem, sabemos que aquele bastardo tem um garoto e uma menina… Se tudo estiver fora de nosso controle, talvez a única opção seja formar uma aliança com Balmont — começou, mas sua sugestão foi abruptamente negada.

— Não — dissentiu Elard, seu tom irritado, farto com os falatórios incessantes. Ele se levantou de sua cadeira, seu corpo obscurecido pela luz da janela atrás dele. — Balmont selou seu destino há dez anos. Eles pagarão por seus pecados. — Seus olhos percorreram cada rosto que circulava a mesa. — Olpheia sairá vitoriosa, nem que eu tenha que matá-los com minhas mãos. Temos soldados habilidosos, homens bem treinados, futuros guerreiros prontos para lutar ao nosso lado. Em três meses, eu me apresentarei no campo de batalha.

A declaração provocou um alvoroço imediato. As vozes se ergueram em choque e numa cacofonia de incredulidade.

— Majestade?! — exclamou Levi, espelhando o sentimento de muitos. — Isso é…?!

Elard continuou, inabalável em sua ordem:

— Está decidido. Irei ao encontro dos comandantes de Balmont. Esta guerra nunca foi sobre terras, poder ou religião. — Seus olhos, agora cheios de uma fúria contida, se voltaram para o representante da Igreja. — Meu pai destruiu algo precioso para eles, e em troca, tomaram a vida do meu filho. Essa guerra sempre foi sobre vingança. E até segunda ordem, estão dispensados. Discutiremos este assunto quando todos os membros do Primeiro e Segundo Conselho, do Parlamento e os clérigos representantes da Igreja estiverem presentes.

Após o anúncio, houve silêncio. Ninguém ousou questionar.

Rosalina foi a primeira a se levantar, curvando a cabeça em deferência ao soberano. Um a um, os outros seguiram seu exemplo. Ela, mais que qualquer um na sala, entendia que Elard planejava manter sua família distante daquele conflito. Entretanto, ela se perguntava: por quanto tempo os “Ehnov's” poderiam escapar de suas responsabilidades?


Ilustração de Ayanna mais velha.

Ela está séria, determinada em cumprir seus deveres.

Existe uma diferença nas vestes sacerdotais femininas e dos hábitos religiosos das freiras. Neste contexto, ela está disfarçada de freira. Motivo? Um dia saberão.



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