Primordium Brasileira

Autor(a): Lucas Lima


Volume 1

Capítulo 8: Lembranças dolorosas

O ar pesava — denso de cinzas, fumaça e desespero.

O cenário parecia saído direto de um filme pós-apocalíptico: ruínas desoladas, estruturas desmoronadas, labaredas consumindo os restos do concreto e o cheiro acre de morte pairando sobre tudo.

A cidade, ou o que restava dela, era um túmulo a céu aberto.

O vento uivava entre as rachaduras dos prédios em colapso, carregando o estalar do fogo e os sons ociosos do fim — um prédio que cedia aqui, um ferro retorcendo ali, e ao longe, ecos que pareciam gemidos de almas presas entre os escombros.

Dois dias haviam se passado desde o fim do conflito no Aquífero Alter do Chão.

Uma vitória amarga.

Os brasileiros haviam conseguido repelir as forças norte-americanas, mas a custo alto demais: quase 70% do território destruído em bombardeios massivos. O que restou foi devastação e poeira.

Miguel se separara de sua mãe para participar das buscas por sobreviventes. Sara, por sua vez, havia se juntado à linha de frente da força rebelde, defendendo o que ainda restava da fronteira.

Ele estava sozinho agora.

Vasculhava uma zona crítica, onde prédios desabavam a cada novo tremor, onde a vida parecia improvável. O ambiente era instável, e o ar denso demais até para respirar direito.

Mas ele mantinha os sentidos no limite.

Quase ativando aquela habilidade do Primordium.

Cada som, cada vibração, era captado.

Mesmo sabendo que isso o drenaria mais rápido.

Foi quando ouviu algo.

Não um pedido de socorro. Não gritos.

Era um som abafado, quase engolido pelos escombros.

Suspiros. Gemidos. Fracos. Arrastados.

Alguém à beira da morte.

Miguel se lançou na direção do som, correndo por sobre concreto rachado e aço retorcido.

Parou diante de um monte de destroços. A princípio, nada — só entulho.

Mas ele confiava nos próprios sentidos.

Fechou os olhos. Respirou fundo.

E ativou aquilo.

Kaihōtai.

A mudança foi imediata.

A pele ficou mais pálida. As veias ao redor dos olhos saltaram, se multiplicando em padrões anômalos. O branco ocular foi tomado por um véu avermelhado, e as pupilas, antes negras, tornaram-se carmesim.

E então ele ouviu.

Com clareza.

O som vinha debaixo — mais próximo do que imaginava.

Sem hesitar, começou a escavar.

Usou cada fibra do corpo, cada fragmento de energia que lhe restava.

Pedra por pedra, concreto por concreto.

Cada remoção deixava seus braços mais rasgados, suas mãos em carne viva. O sangue escorria livremente, misturando-se à poeira e à lama e, ao mesmo tempo, cada machucado se fechava numa velocidade aterrorizante.

Não parou.

Nem por um segundo.

Até que, finalmente, o último pedregulho cedeu.

E ali, em meio ao entulho, ela estava.

Cabelos longos e dourados, colados à pele pelo sangue, pela lama e pela sujeira.

O rosto pálido, os lábios rachados. As roupas — o que restava delas — tingidas por um vermelho escurecido, emaranhado na poeira.

Ela mal conseguia manter os olhos abertos.

Mas mesmo assim… olhava para ele.

Olhos verdes, enevoados pela dor e pela exaustão, mas ainda vivos.

Ainda ali.

Um milagre.

Aquela garota estava viva.

♦♦♦

Quando abriu os olhos, Miguel sentiu como se um buraco negro tivesse devorado seu peito.

Mia não estava ali.

Nenhuma presença dela no quarto, nenhum vestígio, nenhum som.

Ela tinha saído — provavelmente ido comprar algo para comerem.

Agora, acordado, tudo era vazio.

Os dentes tremiam, involuntários, enquanto as lágrimas caíam livres pelo rosto. Tentou conter o choro — só conseguiu soluçar mais alto.

Cobriu o rosto, não por vergonha, mas porque não sabia o mais que fazer.

A dor queimava por dentro, crua, densa, paralisante.

Por quê...?

Por quê...?

Por que eu tive que ficar preso naquela merda de lugar?!

Porra! Porra! Porra! Porra! Porra!

Queria gritar.

Queria socar a parede até sangrar.

Queria sair correndo até os pés se rasgarem no asfalto.

Queria alguma coisa.

Qualquer coisa que arrancasse aquilo de dentro dele.

No chuveiro, encarava o nada. Talvez o ladrilho. Talvez a água descendo pelo ralo.

O vapor tomava o ar, mas ele só sentia frio.

Fechou os olhos. Inspirou.

Tentou sorrir.

Outro suspiro.

Chorar não resolve porra nenhuma.

Ela já estava morta.

Suspirou.

Tentou de novo.

Dessa vez, conseguiu sorrir — fraco, torto, mais dor do que alívio.

Talvez ele nunca superasse. Mas a levaria com ele — sempre.

Você iria pedir pra eu seguir em frente...

Tá difícil sem você. Sem a mamãe. Sem o velhote. Sem o pessoal.

Mas...

Mia...

Estava ao lado dele.

Elas eram diferentes.

Mas Mia se importava muito com ele. E ele não podia deixar que ela carregasse aquele peso sozinha.

Ele ainda precisava encontrar a mãe. Ainda precisava lutar.

Seguir em frente.

Era o que Teresa iria querer para ele.

♦♦♦

— Será que a gente vai ganhar jaquetas personalizadas, tipo as da Luna e da Victoria?

— Você tá bem animada, hein, Mia — Miguel riu, balançando a cabeça. — Por acaso entrar pra uma gangue fazia parte de um sonho?

— Hehe... — Ela só conseguiu rir, visivelmente empolgada. — Claro que não, meu sonho é ter um monte de be—

Contudo, subitamente congelou.

— O que foi?

— N-nada, não!

Rapidamente balançou a cabeça e apressou o passo, escondendo o rosto. Ele pôde apenas ver que as orelhas dela estavam muito avermelhadas.

Miguel ficou desconfiado, mas optou por deixar pra lá.

— Mia, espera! — Miguel puxou-a pelo braço, impedindo que um motoboy desgovernado — costurando entre os pedestres na calçada — a atropelasse.

— Foi mal! — ela disse, assustada.

— Vem. É por aqui. — Miguel apontou para um beco estreito, depois de conferir a localização no celular que Victoria deixara com eles na noite anterior.

Ao atravessarem a viela, chegaram ao ponto marcado no GPS.

Dentre os estabelecimentos dali o destino deles era impossível de ignorar.

O letreiro neon pulsava em tons vibrantes de laranja, iluminando a entrada do “Karaokê Vênus”.

A fachada exibia um grafite provocante: duas beldades asiáticas com bustos gloriosamente realçados e desnudos, cinturas marcadas, e apenas uma névoa alaranjada cobrindo as virilhas.

As figuras estavam de cada lado da porta.

À esquerda, uma delas segurava um microfone e apontava para frente com um sorriso convidativo.

À direita, a outra estava deitada de bruços sobre um sofá de couro branco, pernas dobradas, expressão entregue.

O mural era exuberante, sensual e absurdamente bem executado — um verdadeiro convite visual.

— Isso parece um puteiro — Mia resmungou, semicerrando os olhos.

Miguel a olhou de lado.

Não era comum Mia soltar algo tão direto — ela costumava ser mais formal, contida.

Mas talvez estivesse apenas se adaptando, se soltando aos poucos nessa nova realidade.

Ele deu um sorriso leve.

— Bem, vamos entrar.

As portas se abriram com um rangido suave.

Uma névoa roxa escapou por entre as frestas, com um cheiro artificial de tutti-frutti.

Lá dentro, o ambiente era escuro, iluminado por três totens de led que projetavam imagens abstratas em movimento — cores derretidas, vibrantes, escorrendo umas sobre as outras como tinta digital viva. A luz se espalhava pelo salão em ondas hipnóticas, enquanto os bastões de led nas laterais das paredes e teto pulsavam em tons de roxo, rosa e azul-claro.

A fumaça violeta era exalada por pequenas aberturas próximas ao chão, espalhadas em pontos estratégicos — criava uma atmosfera densa, misteriosa, quase hipnótica.

Tudo ali parecia envolto em segredo. Havia algo de sedutor naquela penumbra...

Painéis holográficos e banners digitais cobriam as paredes grafitadas, piscando com animações cintilantes, quase pulsando ao ritmo da música abafada que vinha do fundo do salão.

Logo na entrada, um atendente os fitava atrás de um balcão de madeira envelhecida. Parecia alguns anos mais velho que Miguel, com as laterais da cabeça raspadas e um moicano verde espetado que o tornavam impossível de esquecer. Piercings decoravam o nariz, a boca e as orelhas.

Assim que os viu, acenou com empolgação.

— Yo! Miguel e... — O olhar dele travou em Mia, completamente estupefato.

— Hm? — Mia franziu o cenho, desconfiada. Deu um passo lateral, se escondendo parcialmente atrás de Miguel.

Miguel soltou uma risada sem graça. Estava acostumado com isso. Mia sempre causava esse tipo de reação. A mesma coisa aconteceu quando foram capturados pelos capangas da Luna no outro dia — todo mundo ficou de queixo caído quando tiraram o capacete dela.

— Olá — ele acenou. — A Luna está?

O rapaz piscou como se estivesse acordando, claramente envergonhado, e coçou a bochecha.

— Não, ela saiu. Pediu pra eu cuidar do lugar até voltar.

— E a Victoria?

— Também não. Vic quase nunca dá as caras por aqui.

Miguel ficou um pouco confuso. Victoria os mandou pra ali justamente pra encontrar Luna, mas nenhuma das duas estava. Então por que os mandar pra cá?

— Tudo bem, voltamos depois. Aliás... foi mal, mas qual é o seu nome mesmo?

O rapaz abriu um sorriso largo e bateu com o polegar no peito nu por baixo da jaqueta de couro.

— Ed. Ah, relaxa, não precisam se apresentar. A Vic já falou de vocês pra geral. Miguel e Mia, certo?

Eles assentiram. Mia já não parecia na defensiva — acenou com um leve sorriso. Ed congelou de novo por um segundo, mas dessa vez se recompôs rápido, ainda que com o rosto visivelmente corado.

— Ah, espera aí! A Luna e a Vic não tão, mas o Pietro tá. E ele tava esperando por vocês.

Pietro?

Miguel não fazia ideia de quem era, mas provavelmente era um membro da Crimson Wolf.

Ed fez sinal para que esperassem e desapareceu pelos corredores dos fundos.

Enquanto o casal aguardava, a porta da entrada se abriu. Quatro pessoas entraram no estabelecimento: uma mulher e três homens.

O grupo se aproximou com calma e parou logo atrás de Miguel e Mia, como se estivesse em uma fila.

A mulher lançou um olhar rápido para os dois — breve curiosidade em Miguel, um pouco mais de atenção para Mia.

— Que casal bonito — disse, com um tom casual demais.

Miguel não havia dado atenção quando o grupo entrou, mas já que a mulher puxou conversa, parecia educado responder. Estava prestes a soltar um “obrigado” quando seu olhar, por puro reflexo traidor, desceu para o decote da mulher.

Duas colinas perfeitamente redondas espremidas num vestido preto absurdamente curto. Silicone, claro — mas ainda assim, de um apelo hipnótico. Ela era mais do que bonita; exalava provocação. Pele bronzeada, cabelos loiros curtos, um visual muito provocante.

Miguel tentou desviar o olhar, mas falhou. Aquilo era quase uma armadilha óptica, e o pior: parecia proposital. O vestido mostrava só o suficiente — e ainda deixava visíveis os piercings nos mamilos. Um detalhe cruel. Um chamariz projetado para derreter neurônios.

No fim das contas... ele ainda era um garoto de 17 anos.

Quer dizer... 117.

Vamos... deixar os detalhes de lado.

Mia beliscou seu braço. A cara emburrada, o bico nos lábios e as bochechas infladas diziam tudo.

Miguel ficou paralisado de vergonha. Tentou manter uma expressão estoica, como se nada tivesse acontecido. Como se aqueles seios não tivessem se impresso direto no HD interno.

A mulher riu suavemente. Soava como uma súcubo zombando de um mortal inocente.

Um dos homens se adiantou. O maior do grupo. Careca, largo, com um olhar que parecia sempre prestes a partir alguém no meio. Usava uma regata cinza.

— Ei, seu verme, pra onde acha que tá olhando?! Hein?!

Merda.

Miguel pensou que o cara fosse o namorado. Já ia pedir desculpas quando outro se manifestou — o menor do grupo, pouca coisa maior que Mia. Tinha cabelo bem penteado, pele cuidada e um rosto de modelo. Estilo completamente oposto ao brutamontes, com roupas bem ajustadas e elegantes.

— Vai, desembucha, pivete! — disse ele, com um sorriso cínico.

Ok... esse é o... irmão? Amante? O que tá acontecendo aqui?

Miguel sentiu uma gota de suor escorrer pela nuca. Não sentia medo de verdade, mas não queria começar um banho de sangue por uma besteira.

O terceiro homem permaneceu em silêncio. Tinha um visual comum, mas seus olhos fuzilavam Miguel.

A mulher gargalhou. Um som suave. Em seguida, virou-se para os homens com um olhar frio.

— Calem a boca. Não assustem o garoto.

Imediatamente, todos abaixaram a cabeça e recuaram. Até o brutamontes.

Ela se virou novamente para eles, agora sorrindo com doçura, como se nada tivesse acontecido.

— Nunca vi vocês por aqui — disse, com a voz melodiosa. Quase parecia ignorar o fato de que Miguel havia acabado de secar seu decote. Talvez fosse exatamente isso que ela queria: ver ele desconcertado.

Pelo tom, parecia uma frequentadora habitual.

— Chegamos ontem na cidade — respondeu Miguel.

Mia acenou ao lado, simpática.

— Oh, e já vieram curtir a Vênus? Hehe... esse lugar tá ficando cada vez mais famoso.

Ela puxou a bolsa branca que trazia a tiracolo, abriu-a casualmente e começou a remexer. Tirou de dentro um saquinho plástico transparente. Miguel e Mia ignoraram os vibradores e camisinhas que também estavam lá dentro — a mulher não parecia se importar nem um pouco com o que mostrava.

— Toma — disse, oferecendo o saquinho. — Um pedido de desculpa por esses três. São ciumentos demais.

Miguel hesitou, mas Mia pegou. Levantou o pacotinho na luz: dentro, bolinhas multicoloridas, parecendo mini esferas de vidro, presas por um lacinho de cetim.

— O que é isso? — perguntou.

A mulher arqueou uma sobrancelha, surpresa.

— Ora... Aurora Phase.

Isso era Aurora Phase?

Miguel e Mia se entreolharam, sem saber exatamente o que pensar.

— Hehe, vocês são tão fofos — comentou a mulher.

— Obrigada... eu acho — Mia disse, antes de guardar o pacote em sua mochila rosa.

— Bem... desculpa por... — Miguel começou, mas travou. Ele não era assim, tímido, mas essa mulher de alguma forma conseguia fazer ele ficar acanhado.

Ela sorriu, travessa.

— Por ficar encarando meus peitos?

— ...

— Hahaha, tudo bem. Pode olhar à vontade.

Foi quase um convite. Mas um frio percorreu a espinha de Miguel. Ele franziu o cenho e instintivamente entrou em guarda.

A mulher arregalou levemente os olhos, surpresa. Um brilho atravessou suas pupilas douradas.

— Oh... interessante.

Foi tudo que disse. Um enigma que ficou no ar. E então, voltou ao tom despreocupado de antes.

— Só toma cuidado. Meus amores são muito ciumentos.

Miguel relaxou os nervos, mas ainda permaneceu alerta.

— Seus... amores? — Mia perguntou, surpresa.

— É. Meus bebês — respondeu ela, sorrindo largamente enquanto acariciava os rostos dos homens que a cercavam.

Mia arregalou os olhos, assustada — ou talvez... admirada?

A mulher riu da expressão dela.

— Yo! Foi mal a demora!

Miguel reagiu como se tivesse levado um soco invisível. Virou-se abruptamente, a mão indo direto ao cabo da faca sob o casaco — um reflexo condicionado diante de uma ameaça súbita.

Mas a ameaça era...

Pequeno, magro, quase invisível na penumbra.

Cabelos lisos até a cintura, pele pálida, feições delicadas como porcelana. Blazer verde-musgo sobre uma camisa social branca. Calça jogger. Tênis claro.

Ele e Miguel se encararam por um instante que pareceu congelar o mundo ao redor.

Miguel: olhar frio, atento.

O outro: surpresa genuína.

— Que lindo — soltou Mia.

A figura se virou para ela. Miguel percebeu o esforço em conter a emoção.

— O que foi, Pietro? — perguntou Ed.

Pietro desviou o olhar, dando de ombros.

— Não é nada.

Miguel soltou o cabo da faca, sem tê-la sacado.

Esse cara... é perigoso, pensou.

— Você. — Pietro olhou para Miguel com um brilho gelado nos olhos. — Venha comigo.

Virou-se para Mia, sem sequer olhar: — Você fica aqui.

Mia cerrou os dentes, irritada.

— Como assim “fique aqui”? Quem você pensa que é para mandar em mim... e em Miguel?

Pietro manteve a expressão impassível, como se nem tivesse ouvido.

— Vic disse que seus dados foram corrompidos e que precisa de uma manutenção no sistema, certo?

Mia travou. Sim, era isso que tinha dito para Victoria na noite anterior — uma desculpa esfarrapada, mas que servia para usar as ferramentas da Crimson Wolf e atualizar seu sistema. Era preciso, afinal ela identificara a nova rede de internet, mas seu sistema não era compatível. Ter acesso a internet era fundamental para achar Sara e o Dr. Tiago.

— Ed não é o melhor em TI da equipe, mas como Jorge está ocupado em outro serviço e Mike ainda tá se recuperando do que seu namorado fez, Ed vai te ajudar no que precisar.

Pietro falava baixo, quase sussurrando, cada palavra parecia um segredo que não podia ser perdido.

— Eu e você vamos ajudar Luna a encontrar a irmã dela — voltou-se para Miguel. — Luna não é muito paciente, então já foi na frente. Podemos seguir ela pelo GPS. Estarei esperando lá fora.

Disse isso e saiu sem mais uma palavra, acenando apenas para a mulher loira antes de deixar o Karaokê Vênus.

— Mia, por enquanto vamos nos separar.

— ...Tá... — respondeu, relutante.

Miguel chamou Ed com a voz fria como aço, um brilho carmesim em meio as pupilas negras:

— Ed. Se fizer qualquer mal a Mia, eu mato você e todos da gangue.

Ed recuou, olhos arregalados, assentindo rapidamente. Parecia uma galinha bicando milho.

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