Volume 1
Capítulo 25: Está realmente nevando
Fora do quarto, um vento gelado assobiava pelas frestas da janela velha, anunciando a chegada de um frio quase cortante, próximo de zero graus. Mas lá dentro... o pequeno quarto deles fervia de calor.
Era compacto, mas convidativo. As paredes, recém-pintadas num tom suave, substituindo o antigo lilás desbotado. A cama — foi trocada, a última, mais velha, não aguentou as brincadeiras do casal, estava coberta por lençóis amassados e quentes de lembranças recentes.
Nas últimas semanas, Mia encheu o espaço com pequenos detalhes: almofadas coloridas, cortinas novas e enfeites que, juntos, davam ao quarto uma sensação de lar.
No ar, um aroma sutil de macadâmia flutuava, vindo do creme que Mia aplicava na pele, misturando-se ao perfume natural dos corpos entrelaçados, ao calor da pele.
Seus corpos se encontravam e se separavam num ritmo intenso, provocando sons que fariam corar até o mais desapegado dos monges.
O rosto de Mia estava pintado de satisfação pura enquanto cavalgava Miguel, que logo a deixou por baixo, depois de lado, depois...
Mas não vamos entrar em muitos detalhes.
Estavam na famosa “fase de lua de mel”.
Na verdade, essa fase já se arrastava demais, parecia até não ter fim.
Some isso ao fato de Mia ter guardado tanto desejo por cem anos!
Depois da primeira vez deles, a represa simplesmente estourou.
Miguel, mesmo com seu corpo aprimorado pelo Primordium, sentia o cansaço bater depois de tantas vezes. Ele segurava Mia com força, quase com medo que ela evaporasse, que tudo fosse apenas um sonho.
O telefone de Mia vibrou novamente, sua tela lotada de notificações e chamadas perdidas.
Ela pegou o aparelho, deslizou o dedo e...
— MIA SUA—
A voz de Victoria explodiu. Mas Mia desligou rápido, evitando uma saraivada de xingamentos que Victoria soltaria.
— Hehehe — Mia riu, meio desafiadora. — Tenho que compensar o tempo perdido, né? Humpf!
Miguel sorriu, mordendo o canto da boca dela.
— Você disse que ia me devorar todos os dias. E está cumprindo, hein?
— Claro! — respondeu ela, devolvendo a mordida, beijando-o da boca até a clavícula. — Melhor você aguentar, senão...
— Senão o quê? — Miguel entrelaçou os dedos nos dela, girando-a para ficar por cima. — Acha que não dou conta? Eu também vou te devorar completamente, Mia.
Ela corou, morrendo de vergonha, mesmo assim os olhos brilharam.
— E se enjoar?
— Besteira. Como daria pra enjoar disso? Muito menos de você, minha Mia.
— Sua?
— Minha.
— Hehehe… — Mia cruzou as pernas na cintura dele, puxando-o mais para perto, como se quisesse reivindicar cada milímetro. — E você é meu!
— Hm.
Estavam prestes a começar a oitava… talvez a nona rodada daquela manhã, quando a porta foi escancarada com um estrondo.
— Não te falei, Sam? — Victoria entrou como se fosse dona do quarto, Samira logo atrás. De braços cruzados e um olhar provocador, fitou o casal sem o menor pudor. — E aí, Mia… o café da manhã tá bom? Quanto leite já tomou?
— Hehehe, será que a gente pode se juntar? — Samira mostrou a língua, maliciosa.
Miguel congelou por um instante, surpreso com a invasão descarada.
Mia, vermelha até as orelhas, empurrou-o para o chão e se enrolou no edredom que já estava largado no canto.
Ele, porém, recuperou a calma num piscar de olhos. Um sorriso cínico surgiu em seus lábios enquanto se levantava, sem o menor esforço para esconder a nudez.
Victoria e Samira travaram no lugar. Até Vic — sempre tão ousada — arregalou os olhos, observando cada detalhe com atenção indecente.
O sorriso dele se ampliou ao se aproximar. Vic foi a primeira a tentar recuar, como se finalmente tivesse percebido o perigo, mas já era tarde. Miguel agarrou as duas pela cabeça e apertou.
— Ai!
— Ai!
As duas se contorceram, reclamando, até que ele as empurrou porta afora.
Suspirando, voltou-se para Mia.
Ela deixou escapar uma risadinha, os ombros tremendo. Logo, o riso contagiou os dois.
Mia então saltou da cama e o beijou, como se quisesse compensar a interrupção.
Depois de se vestirem, saíram juntos do quarto.
♦♦♦
Recentemente, Miguel havia desenvolvido um vício: café gelado com chocolate — uma descoberta que Victoria tinha trazido para eles alguns dias atrás.
Ele se recostou na cadeira alta, no balcão improvisado que separava a cozinha da sala, degustando sua nova bebida favorita enquanto brincava com Karin que flutuava e vibrava como se estivesse contente.
A kitnet, antes bagunçada e com cheiro de mofo, agora tinha outra cara.
As paredes ganharam uma cor clara que refletia a luz suave das lâmpadas de filamento expostas, misturando-se a pequenas tiras holográficas que projetavam padrões sutis de ondas na superfície.
O balcão tinha uma fileira de canecas diferentes — todas escolhidas por Mia — e a bancada estava ocupada por uma cafeteira automática com visor holográfico, ao lado de potes translúcidos com grãos coloridos. Almofadas, mantas e plantas artificiais fluorescentes completavam o toque aconchegante.
Foi então que Miguel percebeu o quanto Victoria olhava ao redor.
— O que foi? — ele perguntou, erguendo uma sobrancelha.
— Nada, não. — Ela deu uma risadinha. — É que aqui realmente virou um ninho de amor de vocês, hein?
Miguel corou levemente. Mia, do outro lado do balcão, sorria enquanto finalizava o café da manhã.
Na sala, Samira estava de bruços no sofá, pernas balançando no ar. A saia creme subia a cada movimento, revelando a calcinha vermelha e parte generosa das nádegas. Vestia só uma jaquetinha azul-bebê aberta, que mais delineava do que cobria a silhueta. A pele levemente bronzeada revelava tatuagens espalhadas pela lombar e cintura.
Miguel não desviou o olhar. Caminhou até ela, e, como se percebesse, Samira se virou, mastigando devagar os cereais que tirava direto da caixa. O olhar dela tinha uma provocação aberta, e o sorriso, de desafio.
Ele retribuiu com um sorriso contido, quase educado, antes de tirar o moletom branco e jogá-lo sobre ela.
— Vai acabar doente assim.
Samira fez beicinho, mas pegou o casaco. Espreguiçou-se como um gato, levantando primeiro a bunda e depois o tronco, antes de vesti-lo.
— Como ficou? — perguntou, girando na frente dele.
— Fofa.
— Hehe. Agora tô quentinha e... com o seu cheiro.
Ela deu um passo à frente. Estava perto o suficiente para que ele sentisse o hálito quente, doce de chocolate.
— Quer conferir minha temperatura para ver como estou bem? — disse num tom carregado.
Miguel encostou a mão na testa dela.
— Trinta e oito e meio. Febre alta.
— O quê?! — Ela recuou meio segundo, depois voltou com força, pisando no pé dele. — Mentiroso!
Ele riu.
— Só não quero te ver doente.
— É só você me esquentar — murmurou, desviando os olhos.
— Se for uma boa menina, posso fazer isso.
Samira sorriu meio envergonhada, mas havia algo no olhar dela — um brilho que Miguel não conseguiu traduzir, e que lhe deixou um pressentimento ruim.
— Quer dar uma volta? — ela perguntou de repente.
Ele franziu. Que mudança brusca.
Além disso, eles não estavam só esperando Mia preparar o café. Vic e Samira não estavam ali à toa, Victoria já tinha dito que precisava comunicar algo importante a eles.
— Uma volta?
— É, ué. Uma voltinha. Bora? — Samira insistiu. — E tô bem quentinha agora.
Miguel suspirou internamente.
— Claro. Vamos.
— Eba! — O agarrou. — Mia! Vou roubar Miguel rapidinho, tá?
Mia piscou algumas vezes, mas acenou com um sorriso caloroso.
— Cuida bem dela, Miguel.
— Hm.
— ... — Victoria apenas assistiu o casal saindo enquanto bebia seu café com leite.
♦♦♦
Andaram em silêncio por alguns minutos, braços entrelaçados, cruzando ruas estreitas onde letreiros de neon e hologramas publicitários estouravam flashes de luz artificial sobre a calçada molhada. O ar cheirava a ozônio e fumaça de escapamento, misturado ao perfume sintético que escapava de um difusor automático em algum canto.
Atravessaram um beco estreito, o ruído da cidade abafado pelo eco distante de um trem cortando o céu.
Foi ali que ela parou, virou-se e perguntou:
— Quer comer minha buceta?
— Claro.
A resposta veio seca, crua, sem hesitar. Samira congelou por um instante. Um tremor rápido percorreu seus ombros antes que ela forçasse um sorriso torto.
— Sério? — a voz quase um sussurro.
Miguel desviou o olhar por um momento, avaliando o cenário. Paredes descascadas, manchas escuras pelo concreto, um cheiro ácido no ar. No fim do beco, um letreiro rosa piscava: um motel com fachada de vidro, prometendo “suítes premium” em letras douradas holográficas.
— Ali. — Ele apontou. — Parece ter umas suítes decentes.
Ela hesitou por um instante, mas acabou assentindo.
— Vamos.
Ele apertou a mão dela e sorriu — não com afeto, neutro, como se desconhecesse qualquer emoção.
Conduziu-a pelo corredor de entrada do motel até o quarto de temática egípcia, onde dourados exagerados refletiam a luz quente e sombras se projetavam sobre paredes decoradas com hieróglifos falsos.
Assim que a porta fechou, Miguel tirou a camiseta num movimento automático.
— Não tá cansado? Você tava macetando a Mia agorinha... — a voz dela tremeu, quase escapando pela metade. Samira coçava o braço, evitando olhar para ele.
— Algo tão bom assim, eu posso fazer o dia todo. — Ele respondeu sem mudar o tom.
— ... é mesmo? Essa energia toda também vem do Primordium? — a pergunta saiu ainda mais baixa.
— É claro. Nenhum homem aguentaria transar mais de dez vezes por dia todos os dias. Mas isso importa?
Miguel tirou as botas e as deixou de lado, mas não continuou a se despir. Aproximou-se dela, tocou-lhe o rosto— estava gelado.
— Tá com frio? Vou aumentar a temperatura.
Ele se virou para o painel holográfico, mas sentiu dedos frágeis segurarem seu braço.
— O que foi?
Desde o beco, ela não o encarava nos olhos.
— N-nada... só tô com frio mesmo. — disse, forçando um sorriso. — Vai lá.
Enquanto ele ajustava o aquecedor, Samira começou a se despir lentamente. Primeiro tirou as botas, mantendo as meias listradas. Depois, com um toque quase hesitante, baixou a saia, revelando uma calcinha vermelha que contrastava com sua pele. A jaquetinha azul caiu de seus ombros, seguida pelo top preto e sutiã.
Ela não olhou para Miguel nenhuma vez. Seu corpo esguio tremia de maneira quase imperceptível, mas constante. Não era o frio.
Quando finalmente tirou a última peça de roupa, Miguel avançou.
Agarrou-a pela cintura e a empurrou para a cama, segurando seu rosto com uma mistura desconfortante de força e cuidado, forçando-a a encará-lo.
♦♦♦
Miguel e Mia caminhavam lado a lado, quase colados, explorando mais um recanto perdido da cidade. O concreto sob seus pés estava gasto, manchado por décadas de chuva ácida e fuligem. Entre prédios reformados às pressas e painéis de neon piscando em tons suaves, o vento noturno carregava o cheiro distante de espetinhos e fritura.
Não importava quanto tempo passasse: sempre havia algo no horizonte que o surpreendia. O Brasil tinha mudado. Mudado de formas que, anos atrás, ele jamais teria imaginado.
— Como Samira está? — Mia perguntou com um sorriso enviesado, quase provocador. — Cuidou bem dela?
Miguel não sorriu. Apenas soltou um suspiro pesado, que se perdeu entre o barulho distante de motores e o chiado de anúncios holográficos.
— É bem pior do que a gente imaginava.
Mia parou por um instante. Os olhos se abriram de repente, os lábios tremeram como se fossem se mover, mas Miguel a puxou suavemente pelo braço, balançando a cabeça em silêncio, pedindo sem palavras que não se preocupasse demais.
— Talvez eu tenha pegado pesado com ela — confessou, a voz rouca, quase engolida pelo vento. — Mas deu pra ver que ela é forte. Então não preciso me preocupar tanto. É só que...
— O quê?
Ele respirou fundo. — Parece que acabei assumindo uma baita responsabilidade. Mais uma, hein... — Riu de si mesmo, baixo. — Sério, quantas coisas já caíram sobre nossas costas em tão pouco tempo? Nesse ritmo, vamos envelhecer dez anos em dez meses.
Mia riu junto, um som doce que destoava da paisagem dura ao redor.
— É mesmo. Hahaha! Esse mundo tá tão corrido. Mas vê se cuida bem dela. Samira é a que mais precisa de ajuda.
Miguel lembrou do que havia feito mais cedo e não pôde negar: Samira realmente precisava de ajuda. Mas ele se perguntou se tinha ido longe demais. O que fez com ela tinha sido cruel, frio. Se Mia soubesse, provavelmente lhe daria uma surra ali mesmo.
— Humpf. Você também tem que cuidar dela. Não jogue tudo pra cima de mim.
Mia gargalhou e se enroscou mais no braço dele, apertando-o como quem sela uma promessa.
— É claro que vou ajudar. Ela é minha preciosa amiga.
Miguel desviou o olhar para as luzes distantes da avenida, evitando prolongar o assunto. Não entrou em detalhes sobre o Motel. Deixaria que Samira mesma falasse — e sabia que mais cedo ou mais tarde ela iria fofocar sobre o ocorrido com as meninas. Quando Mia descobrisse, ele ia pagar caro. Ainda assim, não sentia culpa. Não havia espaço para isso.
No momento, só queria aproveitar a presença dela. Caminhar lado a lado, discutindo o futuro incerto em meio ao caos da cidade, como se o mundo ao redor pudesse esperar.
— Cezar, hein. O chefe da gangue mais forte de Neo Alvorada é por acaso tio do Hugo. — A voz de Miguel soou baixa, quase abafada pelo murmúrio urbano.
— É… — Mia respondeu, olhando para o reflexo deles na vitrine de uma loja de departamento. — Vic disse que com a força atual da Crimson Wolf, não temos chance. Nem com você.
— Estamos em uma situação bem delicada. — Miguel ajustou o passo, como se o peso da informação realmente lhe afetasse. — E o Mike? Conseguiu escapar de novo?
— Hm… infelizmente. — Ela mordeu o lábio por um segundo. — Rita o encontrou no local que Julia mencionou, mas... ela hesitou. Pra piorar, Rita ficou bem ferida. Mas é o coração dela que deve ter machucado mais… no final das contas, é o irmão dela.
Mia suspirou, desviando o olhar para o céu nublado.
— Mia… talvez a gente morra em breve. — Miguel disse com uma naturalidade que contrastava com o peso das palavras.
— Sim, eu sei. — respondeu Mia, sem qualquer traço de preocupação no rosto.
Ela apenas sorriu — aquele sorriso tranquilo, quase sereno — e apertou ainda mais os dedos entrelaçados aos dele. O calor da mão dela parecia ancorá-lo no momento.
Miguel soltou um pouco de ar pelo nariz. Não era drama. Não era pessimismo. Apenas uma leitura clara da realidade. Ele conhecia seus limites, sabia que não estava em plena forma. Podia lutar, sim — mas não sem riscos. E agora havia um compromisso com a gangue, uma responsabilidade que não poderia simplesmente abandonar. Eram seus companheiros.
— Mas não foi sempre assim? — Mia quebrou o silêncio, olhando-o de lado.
Ele riu, breve.
— É, desde sempre.
Sim. Desde o dia que nasceu, não, até antes disso. Miguel sempre lutou contra a morte mesmo quando estava no útero de sua mãe. Agora não era muito diferente.
Ela riu junto, e por um instante parecia que aquela conversa pesada tinha se dissolvido no ar.
— Então, como sempre… vamos viver ao máximo cada instante, independentemente do final que nos aguarda.
Ele a olhou. Sim, ela realmente o entendia.
— Hm. — Foi tudo o que disse, mas bastou.
E como se o próprio mundo quisesse interromper aquele clima melancólico, algo chamou a atenção de Mia.
— Hahaha! Olha! Olha!
Mia saltitou a frente, dançando de forma boba, como se fosse uma criança.
— Está mesmo nevando no DF... ou melhor, Neo Alvorada.
Miguel estendeu a mão, sentindo os flocos delicados se desmancharem na ponta dos dedos. Era tão surreal quanto incrível.
Cem anos atrás o DF chegou a registrar 41°C. Agora, estava realmente nevando.
— Isso é tão... surpreendente! — Mia parecia radiante, brincando de capturar a neve.
Seus cabelos azulados dançavam no ar, os olhos brilhavam como estrelas cadentes. O moletom rosa-bebê balançava junto ao corpo, a touca branca com pompom aumentava seu charme angelical, e as botas brancas completavam o visual.
Além da neve, que parecia girar em torno dela como se obedecesse à sua presença, os tons de neon que cruzavam o céu davam ao momento uma aura onírica, quase como se Miguel estivesse sonhando.
Naquele instante, Mia era, indubitavelmente, o ser mais belo de toda a criação.
Ele permaneceu imóvel, como se qualquer gesto, mesmo o ato de respirar pudesse profanar aquele instante tão sagrado.
— Miguel? — Mia virou o rostinho para ele, os grandes olhos ftalocianina fixos nele. — O que foi?
Ela se aproximou, hesitante.
Ele respirou fundo.
— Mia...
— Sim?
— Case comigo.
Mia piscou várias vezes, sem reação. Os lábios tremeram e, antes que pudesse responder, lágrimas já escorriam pelo rosto, borrando a maquiagem.
— Você não quer?
— É claro que eu quero! Claro que eu quero! Claro que eu... — mas não conseguiu continuar.
— Sua chorona.
— Cala boca... eu tô tão feliz! Huhhh!
Miguel riu e puxou Mia para um abraço apertado.
Foi então que a viu.
Ali, diante dele, estava ela — cabelos de ouro branco ondulando como fios de luz, pele tão alva que parecia moldada pela própria aurora, e olhos verde Veronese que continham o frescor das florestas intocadas. E aquele sorriso... o mesmo sorriso etéreo, como se o tivesse recebido do próprio cosmo como uma benção em seu nascimento, um gesto capaz de suspender o próprio tempo.
Por um instante, a neve cessou sua dança, o ar pareceu conter o fôlego e o mundo inteiro se calou para assistir ao reencontro. Não havia vento, não havia som — apenas ela, olhando-o com ternura e assentindo, como se dissesse sem palavras que estava feliz.
Miguel sentiu o peito apertar e os olhos se encherem de lágrimas. Sorriu, mesmo enquanto chorava, sabendo que aquele instante era tão frágil quanto perfeito.
E assim, Teresa desapareceu, como um fragmento de eternidade dissolvendo-se no silêncio da neve.
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