Volume 1
Capítulo 14: O lobo carmesim
O som da tesoura cortando o silêncio era quase meditativo.
Tique
Tique
Tique
— Era assim que elas faziam? — perguntou Mia, com a voz baixa, o hálito quente contra a nuca de Miguel.
Estavam os dois sobre o colchão fino da cama. O apartamento emprestado por Victória era velho, com paredes meio descascadas e chão de madeira que estalava quando se andava descalço, mas havia um certo conforto ali — talvez pelo calor do ambiente, ou só pelo fato de estarem juntos.
Lá fora, a noite já tomava conta da cidade; os ruídos da rua vinham abafados pelas janelas fechadas, e a brisa fria da noite contrastava com o aconchego que sentiam ali dentro.
Miguel estava sentado de pernas cruzadas, costas eretas, olhando fixamente para o nada. Mia ajoelhada atrás dele, com o corpo colado às suas costas, separava delicadamente uma mecha do cabelo dele e a cortava com uma tesoura pequena.
Ele sentia o toque suave das mãos dela, o hálito morno roçando sua pele, e apesar de tudo parecer tão humano, Miguel quase esquecia que Mia era uma androide. Ou talvez só não ligasse mais.
— Hm.
Miguel assentiu por reflexo, aliviado ao perceber que o leve movimento da cabeça não atrapalhou Mia. Ela pegou outra mecha do cabelo dele e a cortou com cuidado.
Ele sentia a ponta metálica deslizar entre os fios, sentia também a presença dela — real, quente, reconfortante. Mas havia algo nele que resistia. Um incômodo sutil, como se estivesse traindo algo que nem sabia nomear.
— Mia... você...
Ele hesitou. Queria expressar algo, mas não queria soar ingrato ou rude. Como dizer aquilo sem feri-la?
Mas Mia, como se lesse seus pensamentos, falou antes:
— Não se preocupe. Estou fazendo isso porque sempre tive vontade de cortar seu cabelo assim. Nunca pensei em substituir sua mãe... ou a Teresa.
Miguel sorriu, um pouco sem graça. Às vezes esquecia o quanto Mia era sensível. E o quanto ela o conhecia.
— Eu nunca te perguntei, mas... o quanto você sabe sobre mim?
Mia fez uma pausa. Depois de cortar mais uma mecha, ela o olhou de cima, sorrindo com ternura. As covinhas suaves, os olhos semicerrados, o brilho azul dos fios caindo pelo ombro... Miguel desviou o olhar, tímido.
Talvez eu nunca me acostume.
Mia é... a garota mais linda que já vi.
— Os diários da sua mãe — respondeu ela. — Ela os deixou junto com seus dados. Escreveu sobre todos os dias que passou com você.
Miguel ficou surpreso. Ele se lembrava dos momentos em que via sua mãe escrever em cadernos, todos os dias, por anos. Mas não imaginava que ela estivesse registrando tudo.
Ele fechou os olhos.
Considerando a caligrafia dela... talvez...
Fez um cálculo mental.
Seis mil duzentas e oito páginas.
— À primeira vista minha mãe parece meio doida, né? — comentou, rindo e mostrando a língua.
Mia respondeu mordendo de leve seu ombro.
— Isso só mostra o quanto ela te ama.
Miguel riu, repetindo um “eu sei, eu sei” em tom baixo.
— Antes era ela quem cortava seu cabelo. Depois a Teresa assumiu — disse Mia, rindo ao lembrar. — Ela até escreveu que nas primeiras vezes a Teresa deixou seu cabelo um caos.
Miguel soltou uma gargalhada abafada.
— É... ela deixava mesmo. Parecia que usava um estilete enferrujado em vez de uma tesoura...
Mas depois a risada foi sumindo, e algo mais denso tomou conta.
Ele percebeu.
Se sentia mais leve.
Desde que acordou, no mês passado, sequer conseguia mencionar o nome de Teresa sem sentir um nó na garganta. Agora... estava falando sobre ela. Lembrando com carinho. E conseguia sorrir.
Perceber isso o atingiu com força.
Uma tristeza discreta.
Uma pontada de culpa.
Mas... também havia alívio.
Ele sabia que aquilo era parte do luto sendo superado — e também reflexo do afeto que sentia por Mia, que crescia sem pedir licença.
Ainda assim... era difícil.
A mente dele era afiada, organizada, lógica. Às vezes fria. Mas esse mesmo traço o afastava de algo essencial: o direito de sentir.
Era como se houvesse uma voz lá dentro dizendo que tudo poderia ser superado com tempo e razão.
Mas ele queria sentir.
Queria permitir a dor, o arrependimento, o luto.
Não como fraqueza, mas como parte do que o tornava humano.
— Desde que li essas partes... eu sempre tive vontade de fazer o mesmo — disse Mia, sua voz uma oitava mais baixa, chamando Miguel de volta à realidade.
Ele respirou fundo, sentindo o calor dela atrás de si.
E pela primeira vez em muito tempo, estava em paz.
♦♦♦
Assim que Miguel e Mia se aproximaram da entrada do Bar do Juca, na Zona Central, Miguel parou de repente. Ficou estático por alguns segundos, o olhar fixo no prédio — mais especificamente no terceiro andar.
— Miguel? O que foi? — Mia o observava com atenção.
Ele permaneceu em silêncio por alguns segundos, franzindo o cenho.
— Que estranho... o que é isso...?
— Hm?
Miguel inspirou devagar, tentando organizar os pensamentos.
— Mia, você já deve saber que indivíduos com o Primordium conseguem sentir e distinguir seus semelhantes por meio da Emissão Psiôntica Primordial.
— Hm-hum — Mia assentiu. — Nos registros, a tia era capaz de detectar pessoas ou animais com Primordium a quase um quilômetro de distância... se esses não estivessem ocultando o sinal psiôntico.
Miguel sorriu de canto.
Aquela sensibilidade — uma espécie de radar vivo — foi a primeira habilidade que Sara o havia ensinado. A origem exata ainda era desconhecida. Sua mãe dizia que talvez uma espécie ancestral, muito anterior à humanidade, tivesse desenvolvido essa percepção psiôntica como forma de manter comunidades conectadas. Mas, no fim, tudo era especulação.
O que se sabia com certeza é que a habilidade podia ser treinada. Era possível tanto aumentar o alcance quanto aprender a esconder a própria emissão — algo vital em suas fugas, anos atrás. Afinal, seus caçadores também possuíam o Primordium.
Miguel havia treinado duro. No entanto, apesar de conseguir ocultar perfeitamente seu sinal psiôntico, seu alcance de sensibilidade máximo ainda era limitado a cem metros — um décimo do que sua mãe alcançava.
Mas agora...
Havia algo ali.
Um sinal.
— Espera... tem alguém com o Primordium lá dentro? — perguntou Mia, alarmada.
Miguel não respondeu de imediato. Em vez disso, fechou os olhos e se concentrou, imergindo na sensação que vibrava à margem de sua consciência.
Ondas psiônticas funcionavam de forma semelhante às de rádio, perceptíveis apenas por aqueles que também possuíam o Primordium. E como ondas, cada emissão possuía uma assinatura única — uma espécie de digital espiritual.
Além da assinatura, existiam dois fatores que moldavam a percepção do sinal:
Intensidade, que determinava o alcance e o volume da emissão.
Estado, que refletia o tom emocional transmitido junto ao sinal — não exatamente uma emoção definida, mas uma sensação instintiva.
Só que o que Miguel estava captando não seguia esse padrão.
— Não... — murmurou. — Não é o Primordium.
Mia o observava em silêncio, confusa.
Miguel estreitou ainda mais a mente, puxando a percepção psiôntica até o limite. A dor surgiu atrás dos olhos, como uma pressão afiada na base do crânio.
E então... ele viu.
Uma silhueta humana, difusa e instável, quase se dissolvendo em si mesma. A forma não parecia estar escondendo o sinal psiôntico — era mais como se não tivesse força para gerar um completamente.
E havia a cor.
O Primordium adaptava as percepções psiônticas ao cérebro humano, traduzindo sensações abstratas em cores, formas e direções.
Aquilo que, geralmente, era interpretado como um ciano translúcido, com variações sutis conforme o estado emocional, agora aparecia... cinzento.
Um cinza opaco, morto, como algo queimado por dentro.
— Está vindo do terceiro andar... — murmurou Miguel, abrindo os olhos, ainda voltado para o bar.
Mia tocou de leve seu braço.
— Miguel, você está bem?
— Hm.
Ele piscou, sentindo a dor de cabeça se dissipar aos poucos. Ainda não sabia o que era aquilo, mas uma coisa era certa: apesar de emitir um sinal similar o sinal psiôntico do Primordium, definitivamente não era o Primordium.
Eles prosseguiram.
— Aquela não é a menina que estava bem perto de você mais cedo? — perguntou Mia, cutucando-o com o cotovelo.
Miguel assentiu com um sorriso torto.
— O nome dela é Samira.
Samira estava na entrada do bar, acenando para eles com um sorriso animado. Maquiagem leve no rosto além de piercings nas orelhas. Usava um top preto curto, deixando à mostra a barriga lisa. Por cima, vestia um jaquetão de couro também preto, com bordados estilosos nas mangas. O casaco tinha capuz, vários bolsos com zíperes, e Miguel apostava que nas costas estaria estampado o lobo da Crimson Wolf.
O resto do visual seguia o mesmo tom: shortinho de couro sintético, meias-calças grafite e botas brancas de design luxuoso, destoando do estilo utilitário urbano do resto da roupa.
— Ela não tá com frio? Tá fazendo quatro graus — resmungou Mia.
Miguel captou algo estranho no tom. Um toque de rivalidade? Ou talvez só impressão dele. De qualquer forma, riu. Porque...
Mia também não estava vestida de forma muito diferente.
Camiseta branca com uma caveirinha fofa estampada, jaqueta jeans preta com as mangas dobradas até os antebraços, shortinho branco que cobria pouco mais que o necessário, e nos pés, tênis pretos com detalhes brancos.
No fim das contas... elas estavam quase no mesmo estilo.
— Hmmm... por que ela parece tão apaixonada por você?
— Intuição feminina?
Mia respondeu mostrando a língua, provocativa.
Miguel soltou uma risada curta.
— Talvez seja o efeito da ponte suspensa... e alguns fatores psicológicos.
— Ponte suspensa? O que aconteceu?
— Depois eu te explico direito. Mas, resumindo... ela tava distraída, no mundo dela, e eu a assustei sem querer. Samira estava na beirada de um heliporto, num prédio bem alto. O susto a fez escorregar, mas consegui segurá-la a tempo.
— Nossa... que situação... inusitada. E os “fatores psicológicos” ?
Miguel ponderou por um momento.
— Por enquanto é só uma leitura superficial, mas... acho que ela talvez tenha depressão profunda, impulsividade e carência afetiva.
Disse com a voz firme, sem exagerar no tom, apenas transmitindo o que observou.
Conhecera Samira há poucas horas, mas pelo comportamento dela — e pela conversa rápida que tiveram — meio que montou um esboço.
Mia ficou em silêncio por alguns segundos. Quando Miguel a olhou de novo, percebeu que ela observava Samira com um olhar diferente. Mais atento. Quase cuidadoso.
— Ei, não precisa ficar tão séria assim. Como eu disse, é só uma leitura superficial. Posso estar completamente errado.
Mia assentiu com a cabeça.
Logo eles a alcançaram na entrada.
— Você é a Mia, né? Prazer. — disse Samira, os olhos grandes fixos em Mia, parecendo avaliá-la com genuíno interesse. Como era comum entre brasileiras, a abraçou de forma natural, mesmo sendo o primeiro encontro entre elas.
Os saltos das botas deixavam Samira alguns centímetros mais alta que Mia.
— Hm. E você é a Samira, certo? — respondeu Mia com um sorriso leve, sem parecer minimamente incomodada com o gesto íntimo.
Apesar da troca parecer normal, Miguel sentiu uma sutil mudança no ar. Havia algo no olhar delas…
— Esse corte ficou muito bom — comentou Samira, lançando um sorriso para Miguel.
Ela parecia prestes a abraçá-lo também, mas se conteve.
Mia quase fez um bico, mas Miguel percebeu o leve desvio dos olhos — uma pontada de ciúmes contida. Ele riu e suspirou.
— Foi a Mia quem cortou mais cedo — disse ele.
Samira voltou os olhos para Mia.
— Que fofo.
Mia corou do pescoço às orelhas.
— Vamos, tá todo mundo esperando vocês.
O casal a seguiu até o terceiro andar, e no instante em que chegaram, Miguel o viu.
Noventa e dois…
É ele.
Parou por um segundo, ainda na escadaria. Os olhos calmos, mas intensos, fixos no rapaz que parecia apenas alguns anos mais velho que ele.
Fumava um cigarro com os cotovelos apoiados no parapeito do terceiro andar. À primeira vista parecia distraído, imerso no próprio mundo. Contudo, seus olhos se assemelhavam ao de um lobo.
O porte físico era semelhante ao de Miguel. A altura, também — cerca de 1,80m. O cabelo carmesim, puxado para trás num topete bem alinhado. A pele tão pálida que beirava o albino. Traços eslavos acentuados. O pescoço coberto por tatuagens que se estendiam pela clavícula. Vestia-se todo de preto, como se quisesse ser engolido pelas trevas.
O rosto fechado transmitia uma aura madura e imponente. Era a primeira vez que Miguel o via, mas já sentia o peso do respeito que ele carregava só pela presença.
E mais do que isso…
Esse cara é forte. Muito forte.
Bastou um olhar para que Miguel o classificasse com um alto grau de periculosidade. Uma leitura instintiva, subjetiva, baseada na sua experiência pessoal.
Na escala que costumava usar mentalmente — de 0 a 50, ameaça mínima; entre 60 e 70, atenção constante; acima de 80, ameaça séria — aquele sujeito batia nos noventa e dois.
Mas havia mais. Agora, mais próximo, Miguel teve certeza.
Era dele que vinha aquele sinal. A frequência psiôntica que ele havia captado mais cedo. E agora, diante dele, podia enxergar com mais clareza.
Como se sentisse o olhar de Miguel, o homem se virou e também o encarou com o mesmo olhar, profundo e calmo.
A troca durou apenas alguns segundos — imperceptível para a maioria. Um breve aceno de cabeça entre os dois. Nenhum sorriso de verdade, mas ambos pareciam carregar um esboço discreto nos lábios, como se compartilhassem algum entendimento mútuo.
Miguel então notou Victoria ao lado dele. Ela o fitava com aqueles mesmos olhos arco-íris de ontem — mas agora pareciam ainda mais cravados nele. Vidrados. Quase obcecados.
Essa guria é mesmo afiada...
Miguel tinha certeza de que ela notou a troca de olhares entre ele e o homem ao lado dela.
Notou também o quanto Victoria e o homem se pareciam nos traços. A conclusão foi imediata: aquele devia ser Victor, irmão mais velho dela — o líder da Crimson Wolf.
— Oi, Miguel!
Vic andou até ele em passos rápidos, parando tão perto que Miguel conseguiu sentir o frescor adocicado que vinha do hálito dela. Mais um centímetro, e seus lábios se encostariam. Miguel piscou, levemente surpreso com tamanha proximidade. Seu corpo, porém, não reagiu para fugir ou lutar. Não havia ameaça... mas, ainda assim, algo o incomodava.
Mia, ao lado, pareceu tão surpresa quanto ele. Seus olhos arregalados logo se estreitaram, mudando para um tom afiado, descontente.
Samira, por outro lado, embora surpresa, parecia curiosamente ansiosa para ver no que aquilo ia dar.
Então, Vic se ergueu na ponta dos pés, os cantos dos lábios curvados num sorriso travesso. Por uma fração de segundo, olhou para Mia e, logo em seguida...
Miguel a parou antes que o beijo fosse consumado.
Mais do que isso.
Miguel segurava os dois antebraços de Victoria — ainda atrás das costas dela.
Dessa vez, foi Vic quem piscou surpresa, embora seus olhos arco-íris brilhassem ainda mais, como se refletissem uma alma em êxtase.
— Hehe... é como o Pietro disse, não dá pra te pegar desprevenido — comentou ela. — Como você ainda reagiu a isso? Eu tava tão perto!
Miguel sorriu amargamente enquanto a soltava. Vic fez uma careta, balançando os braços finos. Talvez ele tenha apertado demais. Foi um reflexo instintivo — não teve como medir a força. Ele a viu guardando de volta as adagas curvas, em formato de meia-lua, dentro da jaqueta.
— Na verdade, sua atuação foi perfeita.
— Uai... então por que você ainda conseguiu me parar?
Miguel soltou uma risada. Achou curioso o quanto ela parecia, ao mesmo tempo, chateada com o fracasso e animada por ele.
— Mesmo que sua atuação tenha sido perfeita, o corpo ainda dá sinais. Tensão na mandíbula, contração leve nos ombros, pupilas dilatadas — bem, no seu caso é difícil dizer por causa dessas lentes —, respiração, microexpressões faciais fugazes. A linguagem corporal. Mesmo que você treine até a perfeição pra ocultar suas intenções, o corpo ainda vai te trair no momento final. Porque o instinto vem antes da ação.
— ... e você conseguiu ver tudo isso em um segundo? — Victoria perguntou, franzindo o cenho. Agora, ela parecia realmente séria.
Miguel balançou a cabeça e sorriu, mostrando os dentes.
— É claro que não. É impossível perceber todas essas nuances conscientemente num intervalo tão curto. Mas, da mesma forma que seus instintos te traem no final, os meus também se ativam. A nível subconsciente, eu percebo essas nuances. Então meu instinto conecta o inconsciente ao consciente... e eu reajo.
— Ahhh...!!! Você... — Vic parecia perdida em meio às palavras. — Você é simplesmente maravilhoso. Hehehe, talvez eu acabe me apaixonando por você — completou, acariciando o peitoral dele com a ponta dos dedos.
Miguel ficou mudo. Estupefato com tal conclusão.
— Heh... você o dividiria comigo, né, Mia?
Victoria se voltou para Mia — que, curiosamente, agora parecia... satisfeita?
— ... quem sabe... — respondeu, com as bochechas coradas, fingindo desinteresse.
Mas Miguel conhecia bem. Se seu instinto podia ler o perigo de Victoria segundos antes, seu consciente podia ler o que Mia talvez estivesse sentindo.
Provavelmente, ela estava feliz em ver Victoria reconhecendo as habilidades dele. Em vez de ciúmes, foi desarmada — e inconscientemente passou a enxergar Vic como uma “companheira” que também sabia ver valor nele.
Então mais do que só testar as habilidades dele, ela ainda tinha mais essa camada de intenção? O quanto essa garota pensou a frente?
Miguel olhou para Vic de novo — e lá estavam aqueles olhos arco-íris o devorando mais uma vez.
"Eu sei o que você tá pensando. Hehehe."
Era isso que eles diziam.
E como se quisesse confirmar, ela até mostrou a língua antes de puxar Mia pela mão.
— Vem, Mia. Vamos nos juntar às outras. Meu mano quer falar com Mi a sós.
— Mi?
— Hehehe — foi tudo o que recebeu antes que Vic, Mia e Samira se afastassem.
Ele suspirou. E então percebeu: suas costas suavam frio.
Essa menina...
Setenta e oito, talvez...?
De todo modo, logo relaxou. Se voltou para Victor, que assistira a tudo. E parecia se divertir com o “show”.
Era hora de conhecer o tal líder da Crimson Wolf.
Apoie a Novel Mania
Chega de anúncios irritantes, agora a Novel Mania será mantida exclusivamente pelos leitores, ou seja, sem anúncios ou assinaturas pagas. Para continuarmos online e sem interrupções, precisamos do seu apoio! Sua contribuição nos ajuda a manter a qualidade e incentivar a equipe a continuar trazendos mais conteúdos.
Novas traduções
Novels originais
Experiência sem anúncios