One Shot

Epílogo

   A vida no ensino médio passou num piscar de olhos.

   Fazia quase exatamente um ano desde que Misaki havia falecido.

   Durante esse tempo, Mizuki havia passado para o terceiro ano e se formado recentemente no ensino médio sem problemas.

   E agora...

“Misaki-san, completei dezoito anos em segurança.”

   De pé diante do túmulo de Misaki, com as mãos juntas em prece, Mizuki esboçou um sorriso gentil.

   Em seu aniversário, um ano antes, Misaki havia prometido: “Com certeza comemorarei seu aniversário novamente no ano que vem.”

   Embora não pudesse cumprir a promessa, Mizuki foi visitar seu túmulo pouco antes do aniversário de um ano para, pelo menos, dar notícias.

   Enquanto segurava as mãos, Mizuki pensou consigo mesmo:

     O tempo realmente voa.

   No dia em que assistiu à carta em vídeo de Misaki, jurou fazer o seu melhor neste mundo.

   Mas as pessoas não mudam tão facilmente. Antes que ele percebesse, o ensino médio havia acabado e, em abril, ele seria um estudante universitário em uma universidade local. Se ele havia crescido em algum aspecto no último ano... essa questão o preocupava sinceramente.

   Ainda assim, não era como se ele não tivesse feito nada no último ano.

   Por exemplo — sim! Assim que chegou ao terceiro ano, ele fez dois amigos na turma. Eles tinham o mesmo gosto para filmes, e a conversa surgiu naturalmente.

   Se ele conseguisse continuar construindo relacionamentos assim, talvez não preocupasse mais Misaki ou sua mãe.

   Ele compartilhou tudo isso com Misaki em frente ao túmulo dela. “E eu também fiz o meu melhor como membro do comitê da biblioteca.”

   Voltando-se para o túmulo, Mizuki falou com orgulho.

   Se ele fosse embora, não haveria ninguém para fazer o trabalho de bastidores na biblioteca. Era por isso que Mizuki passara o ano constantemente transmitindo o que sabia.

   O plantão administrativo era intenso, mas como acontecia apenas uma vez por semana, ele havia organizado um novo turno mensal apenas para as tarefas de bastidores.

   Mizuki temia que houvesse muita resistência, mas, surpreendentemente, ninguém se opôs. O rodízio de bastidores havia começado em maio do ano passado. Como supervisor sênior, Mizuki transmitiu sua experiência aos calouros.

   No início, ele ficou nervoso ao conversar com eles, mas, com o tempo, achou surpreendentemente divertido. Em pouco tempo, ele estava até mesmo conversando informalmente com eles. Essa mudança o surpreendeu, e ele tinha que agradecer a Misaki por ajudá-lo a crescer.

   A função de supervisor terminou no final de janeiro, quando as aulas passaram a ter frequência gratuita. O trabalho que ele e Misaki haviam compartilhado agora estava passado com segurança para a próxima geração.

“Misaki-san. Eu me saí bem?”

   Ele olhou para o túmulo e falou com a parceira que não estava mais lá.

   Claro, nenhuma resposta veio. Mizuki era o único ali. E, no entanto, de alguma forma... ele pensou ter ouvido um baixo “Bom trabalho!”

“Então, volto na semana que vem para o seu memorial.”

   Com um sorriso em direção ao túmulo, Mizuki deixou o cemitério.

   Ele poderia ter ido direto para casa, mas seus pés o levaram para outro lugar — para o parque onde, um ano atrás, ele e Misaki haviam olhado as estrelas juntos pela última vez.

   Ele se sentou sozinho no banco onde haviam conversado e olhou para o céu. Ainda era pouco antes do meio-dia, então, naturalmente, não havia estrelas à vista. Mas contemplar o céu azul claro o fez sentir como se seu coração também estivesse se clareando.

   Nesse momento, seu telefone vibrou no bolso do paletó.

“...Hm? Uma mensagem?”

   Ele o pegou — era um novo e-mail. Talvez de um de seus amigos? Sem pensar muito, Mizuki abriu sua caixa de entrada.

   E lá, na linha do remetente, estava...

“Misaki... san?”

   Ele quase deixou o telefone cair com o choque. Fazendo malabarismos com a mensagem por um segundo, ele finalmente conseguiu segurá-la com força, tentando acalmar o coração acelerado enquanto abria a mensagem.

 

“Feliz aniversário! E parabéns pela formatura do ensino médio!

Você provavelmente vai para a faculdade, certo? A vida universitária começa em abril, hein~ Que emocionante! Estou com inveja!

Então, já que estou com inveja, tenho uma tarefa de casa para você. Aproveite a vida universitária ao máximo — viva-a por nós dois!

Estarei rezando para que sua vida no campus seja cheia de sorrisos!”

 

   Enquanto lia a mensagem, parecia que a voz de Misaki estava falando com ele.

   Então, ele a leu várias vezes, preenchendo seu coração com a voz dela.

   Olhando atentamente, viu que a mensagem estava programada para ser enviada no aniversário dele — um ano atrás.

   Ela deve ter pensado em uma maneira de cumprir a promessa logo depois que se separaram e preparou o e-mail.

   O fato de ela ter valorizado a promessa deles tão profundamente — mesmo até o fim — encheu Mizuki de uma alegria avassaladora.

   E mais do que tudo—

“Nunca imaginei que você cumpriria sua promessa desse jeito...”

   Ele olhou para o céu e soltou uma risada suave.

   Ela havia dito: “Não importa o formato”, afinal — mas usar um e-mail agendado? Ela realmente o conquistou.

   Então Mizuki percebeu que havia mais na mensagem. Curioso, ele rolou a tela até o final.

 

“Estarei torcendo por você daqui. Você consegue, Mizuki-kun!”

 

   A última linha estava cheia de carinho e um amor brincalhão.

“...Eu realmente não consigo te vencer, né?”

   Exatamente como quando viu o vídeo dela um ano atrás.

   Ele sabia — não importava o que fizesse, nunca conseguiria vencer Misaki. Ela sempre o tinha na palma da mão, sempre o fazia admitir o quanto a amava.

   Mas hoje, não era só isso.

“Você consegue, Mizuki-kun!”

   Ela encerrou a mensagem de vídeo com as mesmas palavras. Uma frase mágica que o impulsionou.

“—Deixe comigo.”

   Esta era a última tarefa dela para ele. Então ele se certificaria de viver uma vida universitária tão plena e incrível que a chocaria, mesmo no céu.

   E de agora em diante, ele viveria com tudo o que tinha — para que Misaki e seus pais pudessem se orgulhar dele.

   Guardando o celular, ele se levantou do banco.

   Com os olhos fixos à frente, Mizuki deu o primeiro passo o futuro.

 

 

 

-DelValle: E é agora que você passa realmente a entender o título da obra… Man, eu não devo ter palavras, esplendidamente doloroso, esta obra me deu o que pensar sabe, marcou e caiu. Lembrarei a mim mesmo a gratidão por ter um coração saudável para bater.

-Almeranto: E com isso, essa obra-prima termina. Ler essa obra foi um mar de emoções, sinceramente. Mesmo sendo bem curtinha, tendo apenas 5 capítulos (Prólogo e Epílogo inclusos), foi maravilhoso de se assistir. Nunca me esquecerei dessa história, é para ficar gravada na alma.

-DelValle: Falou e disse. Até mais leitorada.

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