Volume 1 – Arco 1

Capítulo 17: Organizando e Executando de Ideias

Yoichi bateu as mãos na mesa: Como você ainda não pensou em nada?!

— Eu ainda estou organizando as ideias, porra. — Dei um gole em meu café.

Ah, se você contribuir para derrubar o reinado do Makyu, sua reputação pode voltar aos trilhos.

— Reinado? — perguntou Yoichi.

— Você já estava ano passado na escola, então com certeza sabe dos Monsters, certo? — disse Yukari.

Uhh, sim — falou Yoichi.

— Ao que parece, o Makyu e a Horikita dominaram a escola de novo — respondeu Yukari.

— É aí onde sua reputação pode aumentar, Yoichi — disse.

Ah.

— Quanto a pesquisa sobre a Horikita, você achou algo?

— Não. Parece que encobriram a maior parte dos seus registros — disse Yoichi.

Espera, se for assim, eles…

— Cobrir os registros dela só a torna uma possível arma secreta que pode nos atacar de surpresa — disse Yukari.

Ela havia chegado no mesmo raciocínio que eu.

Mhm — concordei.

— É verdade — disse Yoichi.

Enquanto estávamos organizados o que faríamos, uma ideia veio à minha mente.

— O mandante por trás do Makyu e da Horikita já deve ter os contado de quando usei escutas, então vou ter que usar outro método para vencê-los.

— Qual? — perguntou Yukari.

— Estou aberto a sugestões — respondi.

— Mas como o “cabeça” parece que quer fazer um showzinho, ele vai receber um show.

— Enquanto eu e Yoichi cuidamos dos Monsters, você pretende ir atrás do “cabeça”, não é? — disse Yukari.

Ui, está com o raciocínio a milhão hoje, hein?

— O Cappuccino me deixou acordada — disse Yukari.

Faz sentido.

— Ei, eu não sou um suicida — disse Yoichi.

? — Yukari olhou para ele, com um olhar de dúvida.

— Posso até ajudar em retaguarda, mas em combate físico, eu não tenho chance alguma.

— Usa a porra do seu cérebro, animal burro do caralho — xinguei.

Yukari e Yoichi olharam para mim, surpresos com a minha reação.

— Você sequer pode acompanhar a minha velocidade, e parece que o Makyu pode. Então, você não vai lutar sozinho.

Peguei a xícara de café: Yukari, você é esperta o suficiente pra lidar com a Horikita, sem falar que será muito divertido para você. Quanto a você, Yoichi, o Gyomen vai te ajudar.

? — Yoichi estava ainda mais surpreso.

Pode ser impressão minha o que vou dizer agora, mas por um breve momento, pela minha visão periférica, parece que pude ver a Yukari sorrindo por poucos segundos.

— O Gyomen, qual sua relação com ele e como funciona sua invisibilidade? — perguntei.

— Por que você está dizendo isso em voz alta?! — gritou Yoichi.

— Achei que era óbvio — Dei um gole no café — Nosso acordo dizia que eu o ofereceria proteção, tanto de seus segredos quanto coisas físicas, não protegendo os que são próximos a você.

— Vamos, me diga tudo sobre ele — sorri.

— Me recuso — disse Yoichi.

— Eu entendo a amizade que você tem com ele, Yoichi. E parece que você não quer expô-lo a problemas, certo? — disse Yukari.

— Sim.

— Mas sem querer pressioná-lo, eu e o Alger podemos resolver tudo isso em um piscar de olhos, mas ele está tendo piedade de querer fazer todo o preconceito em cima de você acabar.

— O que quer dizer com isso? — perguntou Yoichi.

— O que eu quero dizer é que se você não colaborar, eu e o Alger resolvemos isso em um segundo, minha influência social sobe novamente e com um estalar de dedos, ordeno todos a te destruírem.

Nessa hora, parecia que Yoichi havia ficado pálido.

Ele arregalou seus olhos, seu olhar era de puro medo; seu queixo havia caído; ele estava com uma expressão de horror esculpida em seu rosto.

— Eu já fiz isso antes, então não tenho problemas em fazer isso de novo.

Uau, eu não esperava isso vindo a Yukari.

Além dela antecipar uma possível traição, ela usou isso como uma arma surpresa, botando Yoichi contra a parede, eu sequer usei a minha autoridade sobre o Yoichi.

Assim como Yoichi, meu queixo estava caído, mas diferente do seu rosto horrorizado, eu estava surpreso.

Ela deve ter feito essa antecipação logo depois que o Yoichi aceitou o acordo na frente de todos.

— Não vamos descartar o fato de que o único motivo de você não ter sido morto na base da porrada por ninguém da escola é por minha causa e do Alger, já que você aceitou ser o peão dele em troca de proteção.

Agora mesmo, ela estava mostrando um dos seus lados que seria raro de se ver.

Me arrepiei.

Yukari sorria: Se eu decidir não te proteger, eles até podem avançar contra Alger, mas perderão. M…

Interrompi a Yukari: Se você continuar com essa atitude desobediente, eu não vejo problemas em descartá-lo, peão.

— E aí todos vão te massacrar — disse Yukari, em um tom baixo de voz.

— Então colabore conosco, okay? Peão — disse Yukari, sorrindo gentilmente.

— Mas não se esqueça que não depende só da Yukari para que você seja massacrado, só de eu cansá-lo de o proteger, eles podem ir atrás de você e massacrá-lo fora da escola — sorri.

— Afinal, já escreveram mensagens de que te matariam, não é mesmo? — disse Yukari.

Yoichi estava imóvel, sem dizer uma única palavra.

Coloquei minha mão sob seu ombro: Ei, eu não vou contar que foi você quem me deu as informações dele para mim, e também, é só você cumprir com sua parte do acordo que eu cumpro com a minha.

Tch. T-Tudo bem, eu falo…

Por parte da Yukari, ela havia conseguido fazê-lo ceder.

Honestamente, fico feliz de ter a Yukari como aliada, já que agora, eu sinto um pouco de medo vindo dela.
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Suspiros e mais suspiros, falas aqui e ali; ar quente saindo de nossas bocas; haviam xícaras vazias sob a mesa; a noite estava estrelada, com um clima agradável.

Como dito por Yoichi, ele havia nos contato boa parte do que ele sabia sobre o Gyomen.

Claro, havia tido uma pressão por mim e pela Yukari. Mais por ela do que minha.

— Q-Querem que eu conte mais alguma coisa? Porque isso é tudo que eu sei.

Nah, é o suficiente. Como prometido, não contarei que você nos deu essas informações. — Olhei para Yukari, que parecia animada.

— Parece animada.

Ah, é que toda essa situação parece divertida — disse Yukari, me dando um sorriso gentil.

Estranhamente, aquela sensação de medo sumiu e foi preenchida com uma sensação… estranha?

Que merda é essa?

Parece que esse sorriso foi como um tiro certeiro no meu coração.

Yukari, que estava com a cabeça apoiada na mão, a inclina: Gostou do meu rosto, foi?

?! Não, de onde tirou essa merda?

Ei, calma aí, foi só uma pergunta, não precisa ficar nervoso — disse Yukari, sorrindo.

— Sem querer atrapalhar a conversa de vocês, mas estamos aqui para pensar em um plano ou ver o Alger te paquerando, Yukari? — falou Yoichi.

Tch. Deixando essa merda de lado, antes de entrarmos em ação, preciso testar algo.

— O que? — perguntou Yukari.

Sorri.

Pela posição da lua, chuto que agora é 22:30, ou próximo disso. Com essa atmosfera agradável, contei a eles dois testes que eu queria fazer.

1: Se Yukari ainda tinha um mínimo poder de influência sobre as pessoas.
2: Saber se Horikita está escondida nas sombras atuando ou apenas assistindo.

Depois de contar a eles o meu plano, aconteceram três coisas que não contarei, ao menos não agora. O dia seguinte chegou.

Eu havia pedido para a Yukari ser a primeira a entrar na escola, ir a sala do presidente e depois para o telhado e pouco tempo depois, eu e Yoichi também entramos na escola.
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— Foi você quem me chamou, Yukari? — falou uma voz, que era muito familiar para mim.

— Sim. Desculpa se você estranhou — disse Yukari.

Heh, tudo bem. Só foi meio estranho receber uma ligação de um número desconhecido — falou a voz.

— Que coisa, não? — disse Yukari, com alto tom de voz.

Yukari e essa pessoa que estava com ela estavam rindo.

Ai, Ai. Mas porquê você me chamou, Yukari?

— Bom, eu te chamei, mas não era eu quem queria conversar com você — disse Yukari.

?

— A pessoa que queria conversar com você… — A porta à minha frente se abriu — Era ele.

A luz do sol batia no meu rosto.

Com dois passos, eu já estava no telhado. Yukari fechou a porta atrás de mim e ficou como vigia na porta, enquanto a pessoa que estava rindo com Yukari olhava para mim.

Seus olhos estavam arregalados; sua boca aberta e seus lábios trêmulos.

— Oi, Gyomen. — Esse era quem estava com Yukari no telhado.

— Alger?! O que você está fazendo aqui?! Eu vim ter uma conversa com a Yukari! — gritou Gyomen.

Com as mãos nos bolsos, fui andando até Gyomen, enquanto ele dava alguns passos para trás: Você não a escutou?

Parei na sua frente.

— Sou eu quem quer conversar com você.

Ele me empurrou e correu em direção a grade, olhando para as pessoas lá embaixo, que estavam entrando na escola.

Ei! Socorro! O Alger e a Yukari estão aqui! Monsters! Eu os achei! — gritava Gyomen.

Mas ninguém olhava para ele.

Dei alguns passos; coloquei a mão em seu ombro.

— Eles não vão olhar para você e muito menos escutá-lo — disse.

Rapidamente , Gyomen se vira com uma cotovelada no meu pescoço.

Bloqueie com o antebraço; com a outra mão, bati seu rosto contra a grade e o soquei duas vezes nas costas, o puxei pela blusa e o dei uma rasteira.

Ele caiu no chão, com uma marca vermelha da grade e com uma expressão de pânico esculpida em seu rosto.

Eu consegui bloquear sua cotovelada sem problemas e executar quatro ações em pouco tempo.

— O que você quer?! — gritou Gyomen.

— Primeiro, calma. Segundo, que me ouça. — Respirei fundo — Só preciso dessas duas coisas.

Estendi minha mão para Gyomen: Você acabou de sentir na pele que sou mais forte que você, então é melhor não tentar nenhuma gracinha.

Gyomen pegou na minha mão e eu o ajudei a se levantar.

— Serei objetivo, preciso da sua invisibilidade — disse.

U-Uh?! Invisibilidade?!

— Você lembra do que aconteceu durante o exame? — perguntei.

?!

— Não precisa se fazer de idiota, todos da escola sabem que houve uma trapaça durante a preparação do exame, mas eu joguei a culpa no Yoichi, não em você.

— O que quer dizer com isso? — disse Gyomen.

— O ponto é: eu poupei você. Mas como nada no mundo é de graça, essa piedade que dei a você seria retribuída em forma de favor.

Gyomen ficou em silêncio.

— Eu também tenho um poder, sabia disso?

— Você tem? — disse Gyomen.

— Sim. Por que acha que ninguém te escutou quando você gritou?

Gyomen estava com uma expressão de desconfiança em seu rosto.

— Quanto a Yukari, ela também tem um. As pessoas sequer podem nos ver. — Ele olhava por cima do meu ombro, na direção da Yukari.

— E o que acontece se eu não te ajudar? — perguntou Gyomen.

— Bom, nada. Mas tenho certeza que sua irmã ficaria decepcionada com você — disse, abrindo um sorriso em meu rosto.

Gyomen me agarrou pela gola.

Suas sobrancelhas estavam quase se encontrando; ele pressionava seus dentes de cima contra os de baixo; seus olhos estavam mais abertos.

— O que a minha irmã tem haver com isso, seu merda?! — disse Gyomen.

Seu olhar fervoroso colidia com o meu calmo.

Ah, nada. Só disse que ela ficaria desapontada com você.

— O que você sabe sobre ela?!

— Não muita coisa, tirando que vocês se amam muito. Mas, ei, eu a encontrei por mera coincidência! — disse.

— “Mera coincidência” é a minha bola! Tá me tirando?!

— Não. Enquanto eu estava no mercado, comprando ovos, a encontrei lá. Ela era tão parecida com você que era impossível não serem parentes — falei.

Na noite passada, três coisas haviam acontecido. Uma delas foi encontrar a irmã do Gyomen.

Sei que essa desculpa de ir comprar ovo é bem esfarrapada, mas deve servir.

— Não ouse encostar na minha irmã! — gritou Gyomen.

— Eu não vou. Na verdade, até pensei em ser amigo dela já que sua gentileza me encantou.

Ele apertava mais a gola do meu uniforme.

— Sabia que as pessoas quando querem puxar assunto, jogam seus problemas e coisas sobre a sua vida na conversa?

Gyomen continuava me encarando, com seu olhar furioso.

— Primeiro perguntei se ela era sua irmã, depois começamos a jogar conversa fora, contando nossos problemas. Eu vi essa oportunidade para tirar toda essa situação da escola dos meus ombros.

— Então, eu disse que queria acabar com esse reinado de merda dos Monsters, sua irmã botou fé em mim, mas pra isso, precisaria da sua ajuda.

Então foi por isso que ela pediu para ajudar um “garoto de preto”?! gritou Gyomen, em pensamentos.

— Depois, perguntei “O que aconteceria se ele não me ajudasse?” e ela respondeu: eu ficaria decepcionada, vendo ele deixando esses “Monsters” dominarem a escola — expliquei.

Gyomen rangeu os dentes e me soltou: Tch! O que você quer?

— Como você sabe, Yoichi é meu peão. Não vou te pedir ser um também, mas preciso da sua ajuda.

— Explica direito — disse Gyomen.

— A Queen foi sempre quem “governou” a escola e raramente ameaçava seus subordinados. Mas os Monsters, eles fazem o contrário, impondo o medo, não o respeito.

— Esquece. Eu não tenho chance alguma contra eles — disse Gyomen.

Ei, eu ainda não terminei. — Estralei o pescoço — Então, sendo o “Peão favorito da Rainha”, quero reivindicar o seu trono e dá-lo a ela.

Estendi minha mão: E para isso, eu preciso da sua ajuda. Está disposto a me ajudar a amassar esses merdas e, orgulhar a sua irmã?

Aqui dei meu “Ultimato”, tudo vai depender da minha sorte e se consegui o persuadir.



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