Volume 1 – Arco 2
Capítulo 31: Preço Certo
Às 9:10, como prometido, foi depositado 900.000.000 Ienes para Hiyori, junto de 70.000 em espécie para Hiyori.
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— Relaxar nessas fontes é sem dúvidas, muito bom. Queria tomar banho aqui todos os dias.
— Não se apegue tanto a uma parte do passeio, Horikita — disse Hiyori, com seu tom sério e firme de sempre.
— Eu sei disso — disse.
Hiyori olha para as outras: Todas, levantem. Os cinquenta minutos de banho já terminaram.
Todas elas disseram: Certo!
Murmurei comigo mesma enquanto saia da fonte e ia para o vestiário.
— Aaaaahhh! — gritou uma garota.
Meus olhos se arregalaram; meu queixo caiu e minhas sobrancelhas se levantaram como nunca antes.
— O que está acontecendo?! — gritou Hiyori ao entrar no vestiário.
O rosto calmo dela se transformou em um de espanto, assim como o de todas aqui, incluindo a mim.
— Os Yukatas! Eles sumiram! — gritei.
— Quem fez isso?! — gritou Hiyori.
— Não sabemos! — gritou outra garota.
— Eles sumiram do nada! — gritei junto à garota.
Hiyori fechou seus olhos e respirou fundo.
Ela saiu do vestiário e quando voltou, estava apenas de toalha; Hiyori colocou o par de pantufas que recebemos junto dos Yukatas.
Hiyori olhou para trás: O que estão esperando? Peguem suas toalhas e sigam-me.
Fizemos como nos foi ordenado; seguimos Hiyori após ela sair do vestiário, até ela parar de frente para uma mesa.
Havia uma jovem Akane sentada na cadeira, tomando uma xícara de café enquanto assistia algo em seu celular.
— Com licença, você tem um minuto? — perguntou Hiyori.
— Hm? — Ela ergueu a cabeça — Ah, sim. Mas… porquê vocês estão só de toalha?
— Nossos Yukatas foram roubados — disse Hiyori.
— Roubaram? Como exatamente, se as únicas pessoas aqui são vocês, eu, Honsing os garo… — Ela parecia ter percebido algo.
— Hm? O que foi? — perguntou Hiyori.
— Não… Eles não realmente fariam isso. Eles não são pessoas ruins, né?
— O que quer dizer com isso? — perguntou Hiyori.
— Antes de vocês irem para as fontes, eu vi o Alger e alguns garotos em um corredor planejando “pregar uma peça” nas garotas com os Yukatas delas — respondeu a Akane.
— Por que não os impediu?! — gritei.
— Não achei que eles estavam falando sério, então eu passei reto sem nem dar bola! — Ela abaixou a cabeça após suspirar — Minhas sinceras desculpas, eu irei providenciar novos Yukatas para vocês.
— Não, está tudo bem — falou Hiyori, colocando a mão na cabeça da Akane.
Ela ergueu a cabeça, nos olhando: E-Eh?
— Como assim “está tudo bem”?! — disse uma garota.
— Quero que me leve ao Alger para que possamos resolver tudo isso. E você também virá conosco, afinal, precisamos de você como nossa testemunha — disse Hiyori para a Akane.
— E-Eu?
— Sim — disse Hiyori enquanto estendia sua mão para ela.
— Tudo bem. — Ela após tomar seu café em um gole só, apertou a mão de Hiyori e se levantou.
Hiyori se virou e saiu andando: Sigam-me!
Nós junto da Akane, seguimos Hiyori, até o dormitório masculino; Hiyori bateu três vezes na porta.
Makyu abriu a porta: Hm? O que foi, Hiyori?
Makyu, com seu rosto fechado, piscou algumas vezes e coçou os olhos; os outros garotos estavam tão surpresos quanto ele enquanto nos olhavam.
Seus olhares eram de confusão, surpresa e, é claro, desejos profanos.
— Isso é real?
— Não brinca!
Eles diziam entre si.
— Por que vocês estão aqui só de toalha? — disse Makyu.
Infelizmente, nossas toalhas não são grandes o suficiente para cobrirem até as coxas, então era impossível evitar os olhares dos garotos.
— O Alger está? Gostaríamos de ter uma palavrinha com ele — respondeu Hiyori.
— Todas estão querendo falar com o Alger? Até mesmo a Akane, que nos recebeu? — falou Payman.
— Sim, algum problema? — Hiyori lançou um olhar frio em Payman.
— Ne…nhum. — Payman olhou para o lado.
Makyu suspirou: Não, ele saiu um pouco antes das dezoito horas.
— Sendo assim… — Hiyori entrou no dormitório, empurrando Makyu — Gostaríamos de conversar com vocês, garotos.
Hiyori olhou para nós: Venham, meninas.
Entramos no dormitório e Makyu fechou a porta.
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O meu plano que eu disse para Akane é de última hora, mas por enquanto ser..
— Você acha essa sua atitude certa por acaso!?
— Abri a porta; Hiyori estava com o dedo apontado na cara de Makyu e ele a confrontando, com o dedo apontado na cara dela.
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Assim que entramos, Makyu fechou a porta e olhou para nós, com seriedade em seus olhos.
— O que querem falar conosco? — perguntou Makyu.
— Nossos Yukatas sumiram e, ouvimos que o Alger junto de alguns garotos, estavam planejando “pregar uma peça” envolvendo Yukatas — respondeu Hiyori.
O olhar dela era mais frio que um cubo de gelo e mais penetrante que uma faca.
— Entendi… Mas se esse é o problema, vocês deveriam estar resolvendo isso com o Alger e os outros — disse Makyu.
— Ele está certo, afinal, não fizemos nada com vocês — falou Payman.
— Infelizmente, a pessoa que disse ter visto isso só conseguiu identificar o Alger — falou Hiyori.
— Então, vim perguntar diretamente a vocês — O olhar dela se tornou mais frio — Quem foi?
Somente com seu olhar, Hiyori estava conseguindo botar pressão nos garotos; eles ficaram em silêncio, trocando olhares entre si de dúvidas e de “Foi você?”
Vendo esse momento, eu definitivamente não iria querer estar na pele deles.
— Nós não fizemos nada e eu posso te garantir isso — falou Makyu.
— Ah, é mesmo? E como você quer me assegurar de algo que qualquer um de vocês pode ter combinado com o Alger? — disse Hiyori.
— Hoje, com exceção do Alger, nenhum de nós saiu deste dormitório — falou Makyu enquanto os garotos acenavam com a cabeça, concordando.
— E você espera que realmente vamos acreditar no que diz? — disse Hiyori.
Makyu olhou para mim com um olhar de “Me ajuda”
— Eu não desconfio de você, Makyu. Mas… — Cerrei meus punhos — Realmente, não dá pra acreditar no que você diz…
— A-Até você, Horikita? — Makyu estava com uma expressão de choque em seu rosto.
Olhei pro chão: Me desculpa.
Hiyori colocou a mão na minha cabeça: Não precisa se desculpar, você tem todo o direito de não acreditar nele.
— Tch. Então, por que não tenta achar os culpados aqui? — perguntou Makyu enquanto se aproximava de Hiyori.
Ele ficou frente a frente com ela, servindo como um “escudo” para o resto dos garotos.
— Eu já te disse, a pessoa que nos disse ter visto isso não conseguiu identificar os outros garotos, somente o Alger — respondeu Hiyori.
— E você acha que isso te dá a liberdade de entrar aqui sem mais nem menos e nos ameaçar com um olhar frio, sem ao menos ter provas?! — gritou Makyu.
— Abaixe seu tom de voz comigo, pois em momento algum eu levantei o meu contra você. — Hiyori o encarou com frieza nos olhos.
— Fale assim comigo de novo quando souber conversar sem ameaçar os outros com o olhar — disse Makyu.
— “Ameaçar com o olhar”? Hohoh. Muito bem então, se coloque na nossa situação: você estava relaxando no seu banho quente e de repente, quando vai se trocar, suas roupas somem.
— Isso é fácil, era só pedir novos Yukatas — falou Makyu.
— Agora, se imagine na mesma situação, mas você é uma mulher e que após isso, ficou sabendo que dois colegas seus, homens, planejaram tudo isso, com o intuito de ser uma “brincadeira”.
— Está dizendo que essa é a justificativa da sua arrogância, professora? É sério isso? — disse Makyu.
Hiyori apontou o dedo na cara de Makyu: O arrogante aqui é você que mesmo comigo explicando, sequer tenta entender o nosso lado!
Seu rosto frio se transformou em um de completa raiva.
— Nós aqui, mulheres, somos quem estamos se fudendo nessa “brincadeira” sem graça e você me vem com essa de “Essa é a justificativa da sua arrogância?”, “Sério isso?”. É sério isso?!
— Escuta aqui! Pelo menos não sou eu quem veio aqui de peito estufado confrontar todo mundo e envolver todos nisso! — Makyu apontou o dedo na cara de Hiyori.
Já entendi.
Alger causou toda essa distração para nos colocar uns contra os outros enquanto fazer algo por baixo dos panos, mas… o que? perguntei para mim mesma em pensamentos.
— O que você falou dos meus peitos?! — disse Hiyori.
— Não nesse sentido, idiota! — disse Makyu.
— Você me chama de idiota enquanto o insensível a antipático aqui é você! — gritou Hiyori.
— Fui eu quem começou a gritar?! — gritou Makyu.
— Sim! Agora vai se fazer de vítima e dizer que a primeira pessoa a alterar o tom de voz não foi você?! — gritou Hiyori.
Eles estavam gritando tão alto que parecia que o dormitório tremia. A sala à medida que eles falavam, ficava mais quente.
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— Foi isso o que aconteceu, Honsing. Eles começaram a discutir pelo Alger e alguns garotos terem sumido com os Yukatas das garotas — explicou a Akane.
— Entendi. — Me aproximei de Hiyori e Makyu, ainda discutindo.
Com um empurrão, os afastei um do outro com um empurrão: Já chega!
Olhei para Hiyori: Eu sei que você está brava com toda essa situação, mas discutir não vai resolver esse problema.
— O mesmo vale para você, Makyu. — Olhei para ele — Entendo que esteja bravo por estarem acusando todos aqui sem provas, mas continuar com isso não vai resolver em nada.
— Ele está certo. Além do mais, já que não dá para identificar os que estão envolvidos nisso, vamos perguntar diretamente ao Alger. — Payman sorriu — Assim, vamos resolver tudo isso.
— Perguntar o que diretamente a mim? — disse uma voz.
O rosto de Payman mudou para um sério: Falando no diabo.
Me virei para trás; Alger estava atrás de mim, com um rosto calmo, vestindo com seu Yukata e Kimono Jacket.
Suas mãos estavam por dentro das mangas.
— Uhh, aconteceu algo, pessoal? Vocês parecem só o pó da rabiola — disse Alger, entrando no dormitório.
— É claro que aconteceu, seu idiota! — gritou Horikita.
— Isso mesmo! Que história é essa de roubar o Yukata das garotas?! — gritou Makyu.
— Eles não perdoaram nem você, hein, Yukari — disse Alger.
Yukari olhou para os lados, com as bochechas vermelhas.
Ele foi andando até a Hiyori e sorriu para ela: E aí.
— Oi. — Ela disse, sorrindo.
O quê… O que está acontecendo entre esses dois? Eles nunca agiram assim antes.
De uma das mangas, ele tirou um celular e entregou para a Hiyori, ela pegou.
O que foi isso? Por que ele entregou um celular a ela?
Makyu pegou Alger pela a gola: Ei! Que merda toda é essa que você está fazendo?! Eu te fiz uma pergunta!
— Hm? — Alger levantou uma sobrancelha.
Makyu ergueu o punho fechado
— Que história é essa de roubar os Yukatas das garotas, hã?! É melhor entregar seus cúmplices também, do contrário, você vai levar uma surra sozinho de todos aqui, seu merda! — disse Makyu.
— Ei, ei, espera aí. Eu não sou o “inimigo mútuo” nem de vocês e muito menos das garotas. Como pode ver, a professora já sabe disso — falou Alger.
— O que quer dizer com isso, Alger Reder? — perguntei.
— Hiyori, se importa de explicar para eles? — disse Alger.
— Tudo bem. — Hiyori limpou a garganta — Alguém roubou os nossos Yukatas, isso é verdade, também está óbvio de que a pessoa que nos contou sobre o Alger tramar isso foi a garota desse SPA.
— Tá… E daí? Isso todos já perceberam — falou Horikita.
— Sim, eu sei. Mas algo que não parecem ter percebido é que a pessoa que tramou tudo isso planejou me deixar com raiva o suficiente para juntar todas as garotas e vir confrontá-los, meninos. Assim, nós ficaremos uns contra os outros.
— Alger… seu merd… — Makyu lança um soco no rosto de Alger.
— Pare — ordenou Hiyori.
O punho de Makyu ficou a poucos centímetros de encostar no rosto de Alger, mas ele sequer havia piscado.
— Por que me parou? — perguntou Makyu.
— Porque a pessoa que planejou tudo isso não foi o Alger, mas sim… — Hiyori apontou para mim — Ele.
Imediatamente, os olhares de todos se voltaram contra mim.
— E-Ei! Isso não tem graça, Hiyori! Você sabe que assim como esse SPA, eu valorizo e preservo a segurança dos seus alunos e a sua também! — Olhei para o Marcelo no canto do dormitório.
— C-Certo, Marcelo?!
Marcelo, assim como os outros, estava quieto, me julgando com os olhos.
Como? Como? COMO?!
Mas como ela sabe disso?!
— Tch. Vocês vão mesmo acreditar em uma acusação tão falsa assim, sem nem mesmo terem provas?! — gritei.
— “Terem” provas? Não, quem tem as provas é a Hiyori — disse Alger.
— O que…?
— Ele está certo — falou Hiyori.
— Sei que todos estão revoltados com o Honsing agora, mas por favor, não o linchem ainda! A Hiyori quer nos explicar o resto do plano do Honsing! — disse Alger.
Suas mãos estavam juntas, como se fosse rezar; seus olhos fechados de forma alegre e ele estava com um sorriso no rosto.
— Tá legal. — Makyu soltou ele.
— Muito obrigado, Makyu. — Ele olhou para a Hiyori — Bem, voltando…?
— Honsing, você por acaso se lembra do… áudio que você me mandou por “acidente”? — Pela primeira vez, eu vejo um leve sorriso se formar no rosto daquela mulher, e é assustador.
Sempre que via mulheres sorrindo, achava lindo. Assim como as outras, o sorriso de Hiyori é lindo, mas, por algum motivo, quando é ela quem sorri…
Tudo que eu sinto é… medo.
— D-Do que está falando? — Tentei manter a calma.
— Ah, já se esqueceu? Então deixe-me refrescar a sua memória. — Ela mostrou o celular — Você tinha me enviado um áudio no Instagram e depois deletou, dizendo que havia sido por “acidente”
— Para a sua sorte, infelizmente, eu fiz download do áudio antes de você apagar. Nesse áudio dizia que eu havia “informações” que seriam perigosas para você e então, junto da garota do SPA, combinaram algo entre vocês.
O sorriso de Hiyori aumentou.
— Ela pegaria todos os Yukatas do vestiário feminino, incluindo o meu, para que você pudesse excluir essa “informação” que eu tinha e nos jogarmos uns contra os outros.
— Então, depois que você excluísse essa “informação”, você apareceria como o “Herói da Pátria”, acabando com toda essa discussão. E ao que parece, você conseguiu, não é? — disse Hiyori.
Sorri: Sim, eu consegui excluir a “informação” que eu queria.
Do bolso, tirei o celular da Hiyori e pisei por cima, rachando a tela.
— Que pena, não é mesmo? Parece que você descobriu tudo, mas no final, eu ganhei! Hahahahah!
— Não, Honsing, é o contrário. Quem ganhou foi a Hiyori — disse Alger, em um tom calmo.
Olhei para ele, com um olhar de total descrença.
— Nani?
— “Nani?” ou “O quê?”, tanto faz como você prefira falar. No final, você perdeu — falou Alger.
— Eu perdi? E como exatamente eu perdi? — perguntei.
— O celular que você destruiu agora a pouco, não era da Hiyori, era um celular qualquer. O verdadeiro está com ela — respondeu Alger.
— Hã?! Isso é um blefe?!
— Não é não, Honsing, é a pura verdade. — Ela balançou o celular na ponta do dedo — Eu já sabia que você poderia tentar algo contra mim para excluir a “informação” que você queria, então…
Ela apontou para o Alger: Eu dei o meu celular para o Alger, troquei a capa com esse celular que você quebrou e pedi para ele ficar com o meu celular até que você aparecesse.
— E olha só, não é que deu certo? — Hiyori zombou de mim.
Alger acenava com a cabeça tudo que ela dizia, em concordância.
— O Alger pode parecer bobo e briguento, mas se ensinado bem, pode fazer coisas incríveis — disse Hiyori.
Ele olhou para ela: Eu não sou um cachorro, sabia disso?
— Oops, acho que pensei alto demais — falou Hiyori.
Ela me lançou um olhar de superioridade: Ou seja, o que você queria excluir na verdade continua comigo.
Ghr…! Sua vagabunda!
— Hiyori, sem querer ser chato, mas você até agora só falou. Onde estão as provas? — perguntou Makyu.
— É isso mesmo! Onde estão as provas, hein, Hiyori?! — gritei, em tom vitorioso.
— Por que você diz como se tivesse vencido? — disse Hiyori.
— Não perguntei isso! Quero saber onde estão as provas! — Um sorriso distorcido estava se formando no meu rosto.
Heh. Apesar dessa falatória toda, eles não têm nada, ou seja, tudo não passou de um grande blefe e, assim, consegui me livrar daquele vídeo e de levar um processo.
— Já que quer tanto as provas assim, então eu te mostro. Ou melhor, conto! — Ela ergueu o celular para o alto e pressionou a tela, dando play em um áudio.
Meu sorriso lentamente sumiu; meus olhos arregalaram.
Os olhares de ódio de todos que antes eram direcionados ao Alger Reder, agora estavam focando em seu novo alvo: Eu.
Meu plano, ele falhou… Agora, acabou tudo…