Volume 1 – Arco 2

Capítulo 30: Processo e... Contato Anônimo?

Depois do Honsing ter me humilhado daquele jeito, não pude me dar ao luxo de dormir. Tive que fazer os “preparamentos” para algo especial.
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Entrei em um vestiário que, diferente dos outros, não tinha nenhum indicativo de “Feminino” ou “Masculino”. Continuei andando até me deparar com uma mulher dentro de uma das fontes termais.

Essa mulher que tinha seus cabelos pretos molhados e estava de costas para a entrada do vestiário, parecia estar assistindo o Sol nascer.

Mas ela exalta uma aura intimidadora.

Eu me aproximei dela e parei próximo a ela. Havia um celular com a tela virada para cima próximo a mulher.

— Está aproveitando, Hiyori?

— Esta fonte não está ligada, então a água está fria. Mas quero que me responda uma pergunta.

? Uma pergunta? — disse.

Hiyori me olhou por cima do ombro: Como você sabe da existência desta fonte termal mista, Alger?

— Quando se anda bastante por um lugar, você acaba descobrindo coisas que sequer sabia que existiam. Mas aparentemente, tirando eu e você, ninguém sabe dessa fonte — respondi.

— Sim, você está certo. Tirando eu e você, mais ninguém conhece a existência desta fonte e, devem ter escondido-a para evitar que algo grave acontecesse — disse Hiyori, de braços cruzados na fonte.

— Mas… como você sabe o meu número, Alger?

Sorri maliciosamente: Eu tenho os meus truques, Hiyori.

Hm. Sendo assim, porque me chamou aqui às seis da manhã?

— Porque eu tenho uma proposta interessante para fazer a você — disse, tirando um celular do bolso.

— O quê? Pretende me filmar nua e ameaçar vazar essa gravação para todo mundo? Se esse é o caso, então pode ir esquece…

— Não é nada disso — falei.

Hiyori pareceu confusa depois de me ouvir negando.

Hmmm. Então, qual seria essa sua “proposta”? — disse Hiyori.

Me agachei; sussurrei algo para ela enquanto colocava o celular no chão.

Hiyori me lançou um olhar de superioridade.

— Você não vai sair ganhando nada com isso, Alger — falou Hiyori, sorrindo.

— Não, eu já ganhei.

— Não. Infelizmente, não é assim que as coisas funcionam, querido Alger — disse Hiyori.

“Querido”?

Hiyori repentinamente me puxou pela a gola para dentro da fonte.

Coloquei as mãos; os joelhos e os dedos dos pés no chão, os pressionando com força contra o solo.

Ei, Alger. Essa água pode até estar gelada, mas lhe garanto que caso fique ao meu lado, eu faço você e ela ficarem quentes e bem agitados rapidinho só com a minha presença~ — disse Hiyori.

Nossos rostos estavam quase colados um no outro e ela olhava para mim e sorria de forma sedutora.

— Muito obrigado pela hospitalidade da oferta, mas eu recuso. — Um sorriso vitorioso se abriu no meu rosto enquanto eu fazia um rápido movimento com a mão.

Ela me soltou; me levantei com as mãos nos bolsos do Yukata e Hiyori se levantou junto.

Olhando de cima a baixo, tudo que eu via era uma bela jovem mulher, não. Uma bela dama que mesmo nua, continuava cheia de elegância.

Seu cabelo preto molhado fazia a água escorrer pelo seu belo corpo.

Seus seios eram grandes, provavelmente o tamanho do seu busto deve ser 100 centímetros; sua cintura era fina; seu quadril era largo, combinando com suas coxas que eram grossas.

Mas apesar disso, ela cobria seus mamilos com seu antebraço e com sua outra mão, Hiyori cobria sua, errrvulva, ou como a maioria conhece, sua boceta.

— Você é realmente um homem difícil, não é, Alger Reder? — Hiyori mordia seu lábio inferior.

Hm? — Fiquei confuso com sua frase.

— Na vida, existem vários tipos de peixes. Alguns grandes e outros pequenos, mas caso algum homem tenha sorte ou seja um “bom pescador”, conseguirá um grande. Do contrário, um pequeno.

Por que ela está agindo assim tão do nada?

— O que quer dizer com isso, Hiyori Tsukishiro? — perguntei.

— Mesmo com um mulherão na sua frente, você ainda tem olhos para peixes pequenos, como a Yukari e a Horikita, quando há um peixe grande esperando para ser pescado — respondeu Hiyori.

— É isso que está em sua mente agora, não é mesmo, Alger? — disse Hiyori, com um sorriso sedutor no rosto.

A água gelada afetou o cérebro dela?

— Não importa o quão bela, bonita ou até mesmo “gostosa” você seja. — Sorri de forma fria — Nada do que você faz, nem mesmo sua sedução, vai funcionar comigo, Hiyori.

Awww, que pena. Não vou conseguir tirar nem mesmo uma casquinha sua? — Hiyori novamente mordeu os lábios enquanto lentamente, revelava seus mamilos para mim.

— Não — respondi com um rosto e tom de voz sério.

— Por mais que você esteja negando, o “Alger Reder” que eu conheço, sem perceber, está se tornando um dos meus tipos favoritos de homens. — Hiyori lambia os lábios.

Oh? O que aconteceu? Você não era uma mulher difícil de se conquistar, Hiyori? — disse.

— Eu sou uma mulher extremamente difícil de se conquistar, mas quando vejo um homem frio e manipulador que nem você, eu não resisto~

— Diga o que e o quanto quiser, não me importo. Mas o motivo de eu agir tão diferente com a Yukari, não é porque ela é “bonita” ou coisa do tipo — falei.

— Qual é esse tal “motivo” então, meu querido Alger? — perguntou Hiyori.

— O motivo pelo qual eu trato a Yukari tão diferente é…

Rapidamente, várias memórias em  flashes vinham à minha mente.

Som de disparos; várias coisas desmoronando; uma poça de sangue no chão. Mas em uma dessas memórias, eu estava caído no chão enquanto a Yukari, estava apontando uma arma para mim.

— Bem diferente.

Hm? Diferente? O que quer dizer com isso? — disse Hiyori.

Me virei e saí andando: Deixa pra lá, só faz o que eu tô mandando.

Parei atrás de uma porta do vestiário e tirei outro celular do bolso e assim que o liguei…

Exatamente como previ, está em modo de gravação, pensei.

Olhei na direção da fonte e Hiyori estava confusa, com o celular que eu havia deixado no chão em mãos, sem entender nada.

Parei a gravação e a excluí; saí da de trás da parede com o celular de Hiyori em mãos.

— Por acaso, está procurando por isso? — Mostrei o celular com a tela virada para Hiyori.

Ela ficou ainda mais confusa.

— Quando foi que você?!

— Quando eu troquei seu celular com este que está no chão? Simples. — Cruzei os braços — Foi depois de você ter quase me beijado e eu ter recusado sua oferta.

?! — Hiyori rapidamente olhou para o celular em suas mãos e depois para o dela, em minha posse.

Ela foi totalmente pega de surpresa.

— Naquele momento, eu rapidamente peguei o celular com uma mão e o enfiei para dentro da manga do meu Yukata. — Um largo sorriso se abriu no meu rosto.

— E pelo visto você estava gravando tudo para usar contra mim depois, não é?!

— Você é realmente muito astuto, Alger Reder, só me faz ficar com mais tesão. — Hiyori sorriu — Vai ter que tomar a responsabilidade por isso.

?

Hiyori tirou a mão da frente de sua “boceta” e, com o dedo do meio e anelar, a abriu na minha frente; um fio de algum líquido transparente saia de sua vagina e caia no chão.

— Olha só o que você fez comigo~
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Enquanto segurava uma xícara de café preto, eu estava andando até parar em uma varanda do local e olhar para o céu, admirando o nascer do Sol enquanto tomo meu café.

De repente, ouvi passos vindo rapidamente em minha direção.

— Senhor Honsing! Senhor Honsing! — gritou uma voz feminina.

Olhei por cima do ombro: Hm?

Era Akane, a recepcionista.

Ela parou do meu lado, ofegante e tremendo.

— O que houve? — perguntei.

Ela tirou seu celular do bolso do Yukata e virou a tela para mim. Havia um vídeo o qual ela deu play.

Arregalei os olhos; a xícara caiu da minha mão, causando um alto som de algo se estilhaçando enquanto eu, não só com a mão, mas também os olhos trêmulos após assistir a esse vídeo.

C…Como?! Gritei em pensamentos.

— O-O quê?!

— Eu não sei quem fez isso ou o ajudou a fazer isso, mas claramente a pessoa que gravou esse vídeo está do lado do Alger — disse Akane.

No vídeo, mostrava que enquanto ela dava um tapa, eu havia dado um soco no Alger e pisando em sua cabeça, o humilhando, com um leve sorriso maligno no rosto.

Eu sequer lembro de ter feito essa expressão.

— Você tem algum palpite de quem pode ter gravado isso? — Olhei para baixo — Tch.

Os estilhaços da xícara estavam espalhados enquanto o café, havia virado uma poça no chão.

— Infelizmente, não. Mas olhe isso.

Olhei novamente para seu celular, havia uma mensagem de um contato anônimo que dizia:

“O vídeo acima que você viu será vazado para os alunos, professores, funcionários deste SPA; hotel e, o vazamento não ocorrerá somente no segundo ano. Ele irá se estender para os primeiros e terceiros anos.

Caso o dono do hotel, Honsing, não queira isso, sugiro que deposite 900.000.000 nesta conta do QR Code abaixo. Do contrário, ambos os agressores serão denunciados e processados por agressão a um de menor, tendo que responder por esse crime e pagar 50.000.000.000 Ienes.

Por ora, irei querer apenas 70.000 Ienes em dinheiro vivo. No entanto, você terá que dar o mesmo valor três vezes. A primeira às 7:10 da manhã, a segunda ao meio-dia em ponto, e a terceira às 20:30 da noite.

Você tem até às 9:50 para acessar QR Code abaixo e depositar 900.000.000 Ienes. Se algum dos dois contar algo para outra pessoa, vocês terão que pagar o triplo do valor do processo”

Olhei o horário no celular dela e já são 7:10.

— E agora, Honsing, o que vamos fazer?! Eu não tenho todo esse dinheiro! — gritou Akane, com desespero em seu olhar.

— Eu não quero ser processada por alguém que eu sei lá quem caralhos é! Se isso acontecer, eu perder o meu negócio! — disse a Akane, com os olhos marejados.

— Sendo assim, você precisará pagar essa quantia. Fique tranquila — disse uma voz familiar.

Olhei na direção da voz e era a Hiyori!

Ela estava de braços cruzados, nos penetrando com um olhar frio.

— Espera. Como você sabe deste caso, se nós que estamos envolvidos, só o descobrimos agora? — perguntei.

Hiyori se aproximou de nós: Apesar de parecer alguém com um intelecto elevado, a verdade é que você é burro.

— Você…

— Isso mesmo, Honsing. — Ela tirou seu celular do bolso — Eu sou o “Contato Anônimo” que essa garota disse.

A mesma conversa que eu li no celular de Akane estava no de Hiyori.

— Por acaso… você está me traindo, Hiyori?

— Diferente do que pensa, nunca estive do seu lado e, não estou do lado de outra pessoa. Estou fazendo isso apenas pelo dinheiro. — Ela guardou o celular no bolso da Kimono Jacket.

— Sua vagabunda… — A peguei pela gola e colei nossos rostos — Então desde o início, você esteve participando deste “Grande Jogo” somente pelo dinheiro? É isso que quer me dizer?

— Perguntar algo assim em um tom ameaçador de voz não o ajudará em nada — disse Hiyori e, com suas sobrancelhas franzidas, um leve sorriso de superioridade se abriu no seu rosto.

Inconscientemente, meus olhos se focaram nos peitos de Hiyori, que estavam um pouco expostos.

Sorri maliciosamente.

— Por que ao invés de continuarmos com isso, você vem me visitar no meu dormitório hoje a noite, te pago uma boa grana e esquecemos tudo isso? Afinal, eu sou rico — Passei a mão no rosto de Hiyori.

— Na verdade, sugiro que tenha cuidado com suas palavras e atitudes, Honsing — falou Hiyori.

— O que?

— Ou você quer ser processado por agressão verbal, tentativa de agressão física, ameaças, intimidação e tentativa de prostituição contra uma mulher? — disse Hiyori.

Tch.

— Não vejo motivos para nos preocuparmos com isso, afinal, estamos sozinhos aqui enquanto os outros, até mesmo o Alger, estão dormindo.

— Ainda não percebeu, não é? — Ela apontou para o bolso do Kimono Jacket — Meu celular está gravando o áudio, então qualquer movimento errado que você fizer, Honsing…

Ela segurou a risada: Os dois terão que arcar com dois processos com um valor maior que o atual.

Essa vagabunda…

— Ainda me perguntando como vocês conseguem dormir mesmo sabendo que agrediram um jovem. — Ela me lançou um olhar frio e penetrante — Seu lixo humano.

H-Hã?!

No momento que minha mão ficou trêmula e se afrouxou, Hiyori com uma mão, me empurrou para trás; larguei a gola de seu Yukata.

— O que foi? Não ouviu direito? Sendo assim, eu vou repetir. — Ela me agarrou pelo Kimono Jacket e juntou nossos rostos, me encarando com um olhar mais frio que um cubo de gelo.

Seu lixo humano. — Hiyori em seguida me afastou e lançou-me um tapa no rosto.

Caí deitado no chão.

E-Ela é forte!

Esse tapa foi tão forte que eu consigo sentir a minha bochecha queimando enquanto minha mandíbula, estava levemente deslocada.

— Sua… — Mexi o queixo, colocando a mandíbula no lugar.

— Não entendeu, Honsing? — Ela me olhou com um ar de superioridade — Qualquer coisa que você tentar fazer contra mim, só irá o levar para um processo e linchamento dos alunos.

Tch.

Merda, não há o que fazer. Estou preso em uma situação sem saídas. É até mesmo como se…

Eu estivesse preso dentro de uma gaiola, tentando desesperadamente sair enquanto Hiyori, segurava a gaiola, me encarando com uma expressão de frieza esculpida em seu rosto.

Tirei minha carteira do bolso: Só setenta, não é?

— Por ora, sim — disse Hiyori, de braços cruzados.

Tirei 7 notas de 10.000  da carteira e estendi para ela.

— Não quer tudo de uma vez?

— Se eu fizesse isso, não seria divertido. — Ela pegou o dinheiro da minha mão e o colocou no bolso.

Ela se virou e enquanto andava para longe, olhou por cima do ombro: Até o meio-dia, Honsing. Do contrário, você já sabe o que vai acontecer.

Cerrei meu punho, com força; meu rosto era de alguém bravo.

— Traidora. — Olhei para Akane ao meu lado.

Akane estava perplexa com o que acabou de ver, imóvel, sem acreditar no que tinha presenciado.

— Ela disse que não irá a envolver no pagamento dos setenta mil, mas ainda pode processá-lá.

H-Hã?

— Com esse vídeo, ela tem não só a mim, mas também você sob as mãos dela, já que mesmo com motivos, isso não tira o fato de que você ainda agrediu o Alger — disse enquanto olhava para a poça de café.

Olhei para Akane, sem ergueu a cabeça; ela também estava olhando para baixo, em silêncio.

— Você tem alguma ideia do que fazer então? Algum plano ou sei lá, qualquer coisa?

— Infelizmente não. Mas sei de algo.

Ela ergueu a cabeça: Hm?

— Se a Hiyori tem coragem de nos ameaçar e usar esse acontecimento para “benefício próprio”, isso só prova o quão perigosa e manipuladora ela é. — Fechei os olhos, tentando pensar em algo.

Assim que ergui a cabeça, ao abrir os olhos, um olhar de vingança havia surgido em meu rosto, junto de uma expressão séria.

— Eu tive um plano.

— T-Teve?

— É bem simples e sem muita arquitetura, mas serve — disse.

— E qual seria esse “plano”?

Aproximei meu rosto com o do dela e sussurrei em seu ouvido.



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