Peace Out Brasileira

Autor(a): John C.


Volume 1

Capítulo 5: Encontros inesperados!

 

 Tempo: Quinta-feira, de manhã.

Espaço: Casa em meio a floresta.

Após a confusão criada anteriormente, a criatura leva o garoto desmaiado até a sua casa, que até o presente momento, sabia o local dela e todos os locais daquele ambiente. Ele estudou o ambiente para adquirir conhecimentos não apenas geográficos, mas também como formas de buscar alternativas de ambientes hostis que poderiam lhe fornecer formas eficientes de conseguir aquilo que ele desejava. Sua vontade era deixar o garoto cheio do sentimento de ira.

Era óbvio que esse era o seu maior objetivo, pois ele pôde ter a experiência do que é sentir este sentimento de ira, pois reverberava em todas as células de seu corpo e lhe retornava toda a glória e poder que até antes, não foi lhe fornecida por razões das suas condições do desafio imposto por Luxúria. Mas esse sentimento era diferente. Essa força conquistada era diferente da força que emanava de sua divisão territorial de HELLYIOIS.

Isso o fez acreditar que havia ficado muito mais forte do que era antes. Por isso, tornou-se algo almejado e cortejado pela criatura. Ter essa sensação novamente e exibir-se em sua glória e força novamente, tornou-se um objetivo.

Ao chegar na casa do garoto, a criatura o deixou deitado no sofá. Arrastou uma poltrona velha para perto do sofá onde o garoto repousa e o observava atentamente enquanto vários pensamentos passam pela sua cabeça naquele momento:

"Eu estou no meu auge! Sinto todas as células e fibras do meu corpo vibrar com toda a intensidade e isso é excelente! Pelo visto, o desafio proposto será mais fácil do que eu imaginei... Graças a aqueles dois idiotas, consegui esta minha... Forma."

"É muito bom estar assim, talvez, eu esteja mais forte do que era antes. Sinto uma raiva borbulhar dentro de mim, sinto que posso fazer qualquer coisa. De qualquer forma, esse conector é valioso demais para conquistar meus planos. Preciso me aproximar dele para ganhar confiança e observa-lo de perto para identificar mais gatilhos emocionais de raiva que ele possa ter."

O garoto permaneceu desacordado por umas 2 horas. Finalmente, acorda e se depara com a criatura de novo:

— Aaaahhh! Você de novo?! O que você quer comigo?!

— Acalme-se. Não tem a necessidade de ficar eufórico. Até porque, acabaram contigo. Ficar alterado agora vai piorar a sua situação e a minha.

— Meu corpo está todo dolorido. Você fez alguma coisa comigo?

— Eu? Não. Quem fez foi aqueles dois amigos que lhe meteram o sarrafo. Eu só lhe trouxe até aqui.

— O que você quer comigo Demônio da Floresta? Por que você anda me perseguindo dessa forma?

— De novo esse nomezinho rebaixante. Eu não sou um Demônio.

— O que você é então...? Tu és o capeta?!

— Não!! Eu não sou o capeta!!

— Mas afinal de contas, o que você é então? Com certeza não é humano.

Ira antes de se revelar e dizer quem ele é, pensou em poucos instantes, sobre as possibilidades de reações que revelar a sua identidade de forma tão repentina e bruta poderia lhe causar. Uma delas era a destruição do seu plano de aproximação e uso de seu conector como uma válvula de poder. Dito isso, ele preferiu não revelar a sua identidade:

— Vocês me chamaram de Demônio da Floresta, me chamaram de capeta também. É sério que vocês não têm nenhum outro nome interessante para dar a algo desconhecido?

— Pera aí. Você está me falando que então você não é um Demon... – disse o garoto, repentinamente interrompeu sua fala para observa-lo melhor.

Esta pequena pausa em sua fala, lhe deu tempo para pensar em vários nomes e definir um nome para o que estava vendo. Porém, com o interromper de sua frase, a criatura logo começou a falar:

— Demon... Demon... Está aí um nome interessante. Não é rebaixante como Demônio e soa mais familiar e íntimo do que o próprio. Gostei desse.

— O que? Você não gosta de ser chamado de Demônio, mas quer chamado de Demon?

— É isso aí. Me chame de Demon a partir de hoje.

— Tá legal. O que você quer comigo Demon? Por que está me seguindo?

— Reparei que você é uma pessoa muito solitária, e isso não é muito bom. Por isso, decidi me aproximar de você — disse Demon — Até porque eu preciso estar por perto para acionar o seu sentimento de raiva quando eu precisar. — pensou Demon.

— Mas isso do nada? Quer dizer, você me conhece de algum lugar? Eu sempre vivi sozinho por aqui então você aparecer do nada para querer me conhecer é um tanto estranho.

— É estranho querer se tornar amigo de uma pessoa?

— É estranho você se aproximar de alguém que não tem nada a lhe oferecer. Se for dinheiro que você quer, eu não tenho.

— Eu não sei o que é esse tal de dinheiro, mas você pode ficar com ele. Não me interesso por isso. Aliás, já que você me deu um nome, terá que me dizer o seu, e assim, estaremos devidamente introduzidos um ao outro.

— Meu nome? Me chamo Joe Hirose Ducke. Hirose por parte de mãe e Ducke por parte do meu pai, mas se não quiser me chamar assim, pode me chamar de Spark!

— Spark. O que significa esse nome afinal?

— Para os que falam inglês, é apenas faísca, mas para mim, significa muito mais que isso. — disse Spark, seguiu em direção ao quarto, passou a procurar por algumas coisas.

Ao fundo, ouve barulhos de mexidas e impactos no chão. Logo o garoto volta com alguns livrinhos em mãos.

— Do que se trata essas coisas?

— Essas são as histórias do Capitão Spark! São histórias feitas pelo meu pai que chegam de vez em quando no meu correio, contando histórias de aventuras novas em que ele passa. É muito divertido e aprendo muito com o Capitão Spark.

— Você pelo visto admira muito esse cara para colocar parte do nome dele como seu apelido. — disse Demon, totalmente desinteressado.

— Ah sim! Eu sempre aprendo alguma coisa com ele ou com as aventuras dele. Tento sempre extrair aprendizado porque sei que essa é uma forma que o meu pai tem para me ensinar o que é certo e errado à distância.

— Seu pai está contigo então?

— Não... Ele precisou ir para uma cidade distante para poder trabalhar e poder trazer sustento para mim. Mas não vamos ficar falando disso agora se não eu vou ficar triste pensando nisso.

— Acho que cheguei a escutar de sua boca que sente orgulho de seus pais. Não deveria ser motivo para ficar triste.

— Eu sei que não, mas a ausência dele me faz falta. As vezes tenho tantas dúvidas sobre as situações que eu passo, minhas vitórias, minhas derrotas. Gostaria de poder compartilhar com ele e ter uma aproximação, pois mesmo ele não estando aqui, quero poder me tornar alguém que ele possa olhar e sentir orgulho de me ter como um filho.

— E a sua mãe? Cadê ela?

— Ah, a minha mãe... – disse Spark, interrompido com um bater em sua porta da frente.

— Você chamou alguém pra cá?

— Não.

Spark ficou com um pouco de receio de atender a porta, pois da última vez que fez isso, deparou-se com esta criatura que está sentada em sua poltrona da sala. Poderia ser alguma outra criatura do tipo, foi o que ele pensou naquele momento. Mesmo com receio, Spark tomou coragem e foi em direção da porta para atender quem estivesse por lá.

Ao abrir a porta, Spark se depara com uma garota muito bela. É deveras algo espantoso para o garoto Spark, pois nunca uma mulher aproximou-se de sua humilde casa.  Ela estava radiante, com um vestido longo e branco, como se estivesse prestes a se casar. Ela observa o garoto e sorri de forma tão gentil:

– Olá, tudo bem? Você é o dono desta casa? — disse a garota, entusiasmada.

Spark fica extremamente nervoso, pois era a primeira vez que ele se depara e começa a conversar com uma mulher bonita.

— Oi... Tudo bem sim... E contigo? Ahn, na verdade essa casa é do meu pai. Mas como eu moro sozinho por aqui, podemos dizer que sim?

— Você mora sozinho? E não é perigoso morar sozinho?

— Não! Na verdade, por aqui é muito pacífico. Quase nunca ocorre algum delito. Normalmente se acontece algo é ali na vila onde podem ocorrer algumas discussões entre os moradores, mas por aqui, não.

— Entendi. Bem, me convida para entrar na sua casa?

— Você... Você quer entrar na minha casa? É uma casa bem humilde, não tem muitos atrativos.

— Está tudo bem! Eu gosto de lugares humildes!

Spark fica desacreditado diante de tal cena, tudo estava fluindo perfeitamente bem. Isto o deu coragem para convidar a nova garota para a sua casa.

— Está certo! Pode entrar, fique à vontade — disse Spark, abriu a sua porta para a passagem da garota.

Naquele breve momento, Spark esqueceu que em sua sala estava instalado a criatura de aparência estranha. Com certeza causaria um choque em qualquer um que entrasse em sua casa. Porém, ele percebeu isso somente quando a garota havia acabado de entrar em sua casa, o que tornou a situação inusitada e carente de criatividade.

A garota repara na criatura que estava assentada em uma poltrona e a criatura a encara friamente e sem reações. Ambos trocaram olhares por um tempo, até Spark perceber a situação constrangedora e resolver se manifestar a respeito:

— Então, veja bem, ele é...

— Que fantasia legal você está vestindo! Foi você que fez? — disse a garota.

— Fantasia?! — pensou Spark.

— Fantasia, o que é uma fantasia? — disse Demon.

A situação ficou estranha e um silêncio ficou no ambiente. Para quebrar o silêncio, garota se manifesta.

— Então, aqui é a sua humilde casa? É um local aconchegante e tem um clima bem familiar. Gostei daqui!

— Ah, que bom que gostou... Hehe.

— Desculpe aparecer do nada aqui na sua casa. Eu sei que esse encontro é muito repentino, mas deixe-me explicar a minha vinda até aqui. Posso me sentar?

— Claro! Fique à vontade.

A garota se sentou na parte esquerda do sofá enquanto Spark se dirige a parte direita. Demon ficou na poltrona olhando friamente para os dois. A garota então, começou a falar:

— Muito bem. O motivo da minha vinda até aqui é que eu estou à procura de um lugar para morar, pois meus pais me instruíram que para conseguir entender a responsabilidade de uma vida adulta, eu precisaria arrumar uma moradia para compreender os deveres de manter um lar limpo, apresentável e convidativo para os outros da família. Porém, busco por um lugar calmo e seguro e estou disposta até a dividir teto com alguém para conseguir essa moradia.

— Eu acho que compreendo a parte das responsabilidades do lar, mas como percebe, eu moro sozinho. Aqui não tem muita coisa para se fazer que não seja as tarefas de limpeza da casa que eu mesmo faço.

— Sozinho? Achei que morava junto com ele. — disse a garota, apontou para Demon.

— Não, nada disso! Ele apareceu hoje aqui em casa e o recebi aqui em casa, mas ele não mora aqui!

— Eu ainda não moro aqui. 

— Entendi. Vocês são como uns conhecidos?

— Conhecidos? É... acho que dá para falar que somos conhecidos neste momento.

— E então? O que me diz sobre me deixar morar aqui com você? Prometo que respeitarei o seu lar e farei as tarefas de limpeza da casa, para me servir de aprendizado e ganhar a sua confiança em minha pessoa! O que acha disso? — disse a garota, entusiasmada.

 



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