Peace Out Brasileira

Autor(a): John C.


Volume 1

Capítulo 20: Desespero! O medo de ser destruída!

Espaço: Casa do Spark

Tempo: Domingo de manhã.

— Aaaahhhhhhh, por que, por que?! Por que está acontecendo isso comigo agora?! — disse Mansy.

— Mas o que está acontecendo? Por que você está nervosa desse jeito? — disse Spark, tentou acalma-la.

— Rapaz, eu estou muito ferrada! Ferrada de verdade!! Isso não era para estar acontecendo!

— Acalme-se! Ao invés de se desesperar, por que não fala para nós o motivo do seu desespero para que talvez possamos ajuda-la? — disse Talita.

— Não posso! Infelizmente, por questões de segurança, é melhor que vocês continuem vivendo na ignorância, pois percebo que cometi erros ao ter vindo até aqui e vocês terem reparado a minha presença também. Não era para ser assim!

Mansidão se desesperou ao perceber que não conseguia sair daquele lugar. Em sua mente, estavam sendo disparadas várias perguntas ao mesmo tempo, porém, sem nenhuma resposta coerente para o seu problema.

Spark, Talita e Luiza só conseguiram observar o desespero da criatura, pois a mesma diz que não é possível contar a eles o que de fato está ocorrendo, por questões de segurança.

Demon, que estava deitado no chão e machucado da luta anterior, começou a rir ao perceber o desespero de Mansidão. Mansy, nota que Demon estava rindo e imediatamente a faz ter ideia de leva-lo para outro local e conversar sobre o ocorrido.

Sem perder tempo, Mansy pegou o corpo de Demon, arremessou para uma longa distância e passou a acompanhar a sua trajetória para ter uma conversa a sós. Spark, Talita e Luiza ficam para trás, surpresos com o que havia acabado de ocorrer. Luiza resolveu perguntar para Spark:

— Diga-me Spark, estes eventos extraordinários ocorrem com frequência por aqui?

— Na verdade, essa é a primeira vez que vejo algo do tipo. O Demon ter aparecido por aqui também é algo fora do comum, mas essa aí, é uma novidade para mim.

— O que pretende fazer a respeito? Devemos segui-los para obter mais informações?

— Creio que seja desnecessário Luíza. Os dois parecem querer discutir algo entre eles e que provavelmente, não entenderíamos ainda que estivéssemos presentes na discussão.

— Sim... Acredito que tens a razão.

— Fala sério, de onde essas criaturas estão aparecendo? Até parece maldição. — disse Talita.

— Isso te aborrece Talita? — disse Spark.

— Sim Spark. Perceba que eles trazem consigo situações que fogem do normal. Este Demon ter aparecido já era algo estranho, mas esta outra também ter aparecido, parece até que combinaram alguma coisa...

— Tu aparentas calmo diante desta situação toda Spark. Como consegues?

— Bom, existe a possibilidade de isto ser um sonho também!

— Provarei neste momento que esta teoria é invalida Spark. — disse Luiza, beliscou o braço de Spark.

— Aaai!! Por que fez isso Luiza?

— Em um sonho, não haveria uma reação imediata de dor diante de minhas ações para contigo. Isto significa que estás consciente e acordado.

— Caramba, então essa loucura toda está acontecendo de verdade?

— É deveras impressionante vossa capacidade de ignorar os fatos Spark...

— Em todo o caso, é melhor voltarmos para dentro de casa. Ficar aqui fora criando suposições desta situação não é nada proveitoso. Vamos! — disse Talita.

 

Espaço: Em algum lugar distante na floresta.

Demon aterrissou ao chão e continuou gargalhando incansavelmente. Mansy se incomoda com a situação e acredita que isto possa ser um poder ou habilidade do próprio. Nestas condições, decidiu interroga-lo de forma agressiva:

— Desprezível, seu miserável! Se isto for alguma espécie de brincadeira sua ou habilidade, desfaça agora mesmo! Do contrário, serei obrigada a finalizar a sua vida neste exato momento!

— Hahahahahahahahaha, como você é muito burra! A justiça tarda, mas não falha! Você merece passar por isso mesmo, hahahahahaha.

— Maldito! Eu preciso voltar aos céus antes da reunião virtuosa que ocorre em todo o ciclo temporal dos recompensados. Me faça voltar até lá ou não terei pena de você!

— Sua idiota! Acha mesmo que eu tenho capacidades de te levar até os céus?! Você veio até aqui porque você quis, e agora, sofrerá as consequências de seu ato impensado, imbecil!

— O que quer dizer com isso?! Você está querendo me convencer de que isto não é obra sua?

— Para o seu azar, eu não estou em condições de lhe retribuir todo o favor que me fizeste neste conflito aleatório. Como se não bastasse, ainda vem pedir minha ajuda? Hahahahahaha, quero que você se ferre!

— Está falando muito para alguém todo estropiado! Talvez você esteja mesmo querendo um pouco mais da lição que aprendeste! — disse Mansy, apertou o pescoço de Demon.

— Que irônico... A representante da virtude Mansidão está cheia de Ira no coração. Me matar não resolverá o seu problema, na verdade, só vai piorar, pois você estará sozinha e desamparada. Eu pelo menos, me divertirei até o último segundo com a sua estupidez, hahahaha.

Mansidão lentamente interrompe o aperto no pescoço de Demon. De fato, Mansidão estava muito confusa e não possuía desejo de acabar com a vida dele naquele momento. Sua abordagem agressiva não funcionou.

Diante desta situação, resolveu fazer uma abordagem mais sincera e amigável, na expectativa de receber o auxílio necessário e respostas para suas dúvidas.

— Eu não finalizarei a sua vida agora. Se me ajudar a resolver esse meu problema, te deixarei em paz, que tal?

— Me deixar em paz? Você não precisa me deixar em paz! Desde que vim até aqui, estava ciente dos problemas que isso iria me causar. Mesmo assim, eu decidi vir até aqui. Meus objetivos são maiores do que simplesmente aturar uma virtude pessoalmente me enchendo a paciência!

— Olha só, eu só vim até aqui porque recebi uma mensagem registrada do alto-escalão, que você veio até a Terra para causar o inferno na vida de um ser humano! Isso não é nem um pouco justo e até você sabe disso!

— Justo? Quem é você para falar de justiça?! Você recebe esta mensagem e automaticamente veio até aqui por espontânea vontade! Se você não está conseguindo retornar aos céus, é muito provável que a sua conexão aos céus foi cortada por razão de que não era missão sua estar aqui!

— Você agora sofrerá as consequências de ter sido egoísta e ter vindo até aqui sem a autorização de um alto-escalão ou de seu responsável! Nesta situação, você pode até ser destruída por desobediência... Será hilário quando isso ocorrer, hahahahahaha — disse Demon.

— Não, por favor! Eu não quero ser destruída!! É verdade, agora que parei para pensar, eu não deveria ter vindo até aqui. Achei absurda a ideia de que você tomou a liberdade de vir atormentar a vida de um ser humano aqui na Terra... Você sabe muito bem o tanto de valor que o ser humano tem para o Criador!

— Eu sei melhor do que você sobre isso. Sou o responsável por aplicar as punições a eles quando aparecem em meu território. Você, só presencia aqueles que foram bons e os recompensam enquanto passam seus tempos por lá. Mas eu? Eu me encarrego de todos os métodos violentos para aqueles que seguiram o caminho da carne.

— Ainda assim, sei o meu lugar. Se estou aqui, é porque tenho permissão para estar aqui! Não venha me falar de devoção e justiça, quando a primeira coisa que passou pela sua cabeça, é agir por conta própria!

— Se eu estou aqui, é porque recebi uma mensagem do alto-escalão para estar aqui. Não acho que estive enganada de estar aqui, ou pelo menos, não achei que estivesse... Isso pouco me importa agora, pois preciso retornar aos céus para tomar conta dos meus afazeres por lá. Se colaborar comigo, lhe deixarei em paz. Parece uma troca justa, não?

— Não me interessa em lhe ajudar... Além de ser um problema seu, seu trabalho, sua forma de operar e responsáveis são completamente diferentes das minhas formas de operar. Sei que virá destruição a você, pois já vi isso ocorrer apenas uma vez desde quando o Criador assim fez este universo.

— Como você pode dizer isso com tanta certeza? E se você estiver enganado? E se eu for perdoada? Pare de criar suposições só porque lhe é conveniente me ver neste estado de desgraça!

— O pecado Orgulho, foi destruído uma vez.

— O que?

— Este Orgulho atual, é o segundo Orgulho. O primeiro foi destruído porque resolveu vir até a Terra para causar badernas por conta própria. Seu destino não será diferente dele.

Ao ouvir essas palavras, Mansidão se desmontou por completo. A certeza de sua destruição a deixou em um estado de fragilidade e de ideias vazias. Demon, não conseguiu rir da situação, pois até mesmo para ele, a destruição se tratava de um assunto sério de ser considerado e pronunciado.

Demon, começou a se levantar lentamente devido aos ferimentos de seu corpo debilitado. Mansy se sente amargurada pela própria decisão tomada e busca por alternativas e formas de compensar o seu ato impensado.

— Ei, aonde você vai?

— Diferente de você, eu vou fazer o que eu preciso fazer e o que me foi permitido fazer.

— O que eu faço agora? Será que posso compensar isso de alguma forma?

— Não sei, isso é problema seu agora. Aproveite o seu tempo restante e vá fazer algo de útil para si mesma. Não vou me dar o trabalho de retribuir o favor que me fizeste, pois seria inútil pisar em alguém que tem certeza de sua derrota.

Demon passou a caminhar até em direção da casa de Spark enquanto Mansy, ficou para trás transtornada e sem objetivos em mente.

 

Espaço: Casa do Spark

 

Em sua casa, estavam reunidos Spark, Talita e Luiza, que estavam assentados no sofá e sem assuntos recorrentes. A porta da frente se abre lentamente e Demon aparece em sua forma inofensiva. Se assentou em seu espaço do sofá propriamente declarado, mas, todos passam a reparar que Demon estava machucado.

— Ei Demon! Você está bem? — disse Spark.

— Cale essa boca, não estou afim de conversa!

— Mas que gato folgado que tu és hein! Ele só está perguntando se você está bem e resolve trata-lo nesta estupidez? — disse Talita.

Demon permaneceu em silêncio e fingiu estar dormindo. Seu comportamento irrita Talita.

— Devo levar em consideração o fato deste ser se transformar em um felino de aparência comum? Será ele algum tipo de experimento científico elevado de proporções energéticas complexas? — disse Luiza.

— Verdade Demon, o que você é?

Demon permaneceu em silêncio novamente e fingiu estar dormindo para não ter que responder essa pergunta.

— Bom, não tem jeito então. Ele não quer conversar.

— Deixe-o. A propósito Spark, você gostou mesmo da surpresa das roupas?

— Claro que sim Talita! É muito legal estarmos combinando roupas!

— E se nós combinássemos nomes? Como um codinome só entre nós? Já que compartilhamos da mesma camisa, seria legal termos apelidos entre nós também!

— Poxa, isso seria demais! Mas... Eu gosto do nome Spark. Vou ter que mudar?

— Hmm... Acho que não Spark. Você disse uma vez que escolheu esse nome para homenagear o seu herói preferido, e acho que também, já me acostumei em te chamar de Spark.

— Eu o conheci por Spark. Seria deveras estranho mudar neste momento a primeira impressão que tive de ti sobre teu nome.

— Tá legal. E vocês? Tem um apelido que queiram ser chamadas?

— Já que estou usando a camisa com o símbolo do Capitão Spark, acho que pode me chamar de... Sparkita!

— Ahn?! Sparkita?

— Sim! Combinei o nome do Capitão Spark com o meu nome, Talita! Ficou bem legal, não acha?

— Ahhh sim! Ficou bem legal Tali... Quero dizer, Sparkita!

— É isso aí, esse é o espírito da coisa!

— E você Luiza?

— Após analisar a ideia de Talita, não acho que seria bom utilizar da mesma estratégia de apelido, uma vez que, o nome se tornaria algo em torno de “Sparkuiza” ou “Sparkiza”. Não me parece interessante a sonoridade deste nome.

— Realmente, ficaria estranho mesmo. Acho que ficar com o nome de Luiza também não é ruim, pois eu te conheci assim.

— Luiza já é um nome bonito. Não tem o porque alterar. — disse Sparkita.

— Me é agradável este nível de intimidade que atingimos. Fico deveras contente ao perceber que evoluímos juntos.

— Hehe, pois é né? — disse Spark.

Mansy abre a porta de vidro do lado da casa e se depara com todos sentados no sofá enquanto conversavam entre si. Desta vez, Mansidão estava sorrindo, radiante e confiante. Ela olha para Spark e começa a falar:

— Rapaz, eu decidi que irei te ajudar! E em troca, você me deixa morar aqui na sua casa, pode ser?

Todos ficam observando atentamente a presença de Mansidão e não acham palavras para dizer alguma coisa a respeito, já que este pedido, além de repentino, poderia gerar consequências a curto e longo prazo.



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