Peace Out Brasileira

Autor(a): John C.


Volume 1

Capítulo 19: Mais um obstáculo! A virtude da Mansidão!

ESPAÇO: Casa do Spark

Tempo: Domingo de manhã.

Amanhece na casa de Spark. O garoto acorda calmamente em seu sofá e se depara com Luiza, que o observa atentamente.

O garoto se assusta por um momento, até que a garota começa a falar:

— Imagino se o sofá é deveras um lugar melhor para descansar o corpo durante o seu período de sono. — disse Luiza, continuou a observar Spark.

— Luiza! Você me deu um susto! O que está fazendo aqui logo pela manhã?

— Peço perdão se assustastes com minha presença ou aparência, porém, vim no intuito de convida-los para um almoço em minha casa.

— Almoço? Poxa vida, seria legal Luiza..., mas por que você veio logo pela manhã e assim de surpresa? Poderia ter avisado ontem que iria vir, assim eu não teria tomado esse susto.

— Compreendo, tu não me parece ser o tipo de indivíduo que aprecia este tipo de surpresas... — disse Luiza, levantou-se e seguiu até a cozinha na presença de Talita.

— Surpresas? Que surpre... — disse Spark, interrompeu sua fala pois reparou algo de diferente em Luíza.

Spark se levantou do sofá e reparou que Luíza estava utilizando uma camisa preta, porém, com o desenho do raio de seu herói preferido, o Capitão Spark. O garoto pareceu confuso por um momento, tentou achar lógica do porque a Luíza tinha uma roupa assim, mas, falhou em tirar suas próprias conclusões.

Talita, que estava na cozinha preparando o café-da-manhã, reparou que Spark havia acordado e foi imediatamente anunciar a ele a novidade para aquela manhã.

— Bom dia Spark! Dormiu bem? Desculpe de não ter te falado mais cedo, mas Luíza disse ontem em particular que viria para cá pela manhã. Eu não achei que ela viria tão cedo assim, por isso resolvi deixar como uma surpresa, hehehe.

— Tudo bem ela ter vindo mais cedo Talita, mas, a Luiza está usando uma camisa com o símbolo do Capitão Spark nela... Eu não sabia que você era fã do Capitão Spark Luíza.

— Desconheço este personagem Capitão Spark. No entanto, fui informada de que isto é deveras importante para sua pessoa. Como forma de demonstrar gratidão pela diversão proporcionada do dia de ontem, resolvi subitamente presenteá-los. Espero que aprecie a surpresa.

Luíza se moveu até ficar de frente para Spark, seguida por Talita que a acompanhou para mostra-lo a surpresa.

Talita e Luíza estavam utilizando camisas com o símbolo do Capitão Spark. Spark, ficou imediatamente surpreso e chocado com a homenagem, pois, não haviam outras pessoas além dele que vestissem essa camisa com este símbolo.

Uma forte emoção surge em Spark. O sentimento de gratidão e por perceber que estava na presença de pessoas que o aceitavam, o fez derramar lágrimas de felicidade. Talita e Luíza percebem a felicidade do garoto e decidem abraça-lo em conjunto.

Diante de tal cena, Spark decidiu pronunciar:

— Eu agradeço pela surpresa Luíza. Realmente, isso foi bem legal da sua parte, pois ainda que você não entenda o porque gosto de vestir essa camisa, ver vocês usando me faz me sentir acolhido, como se eu tivesse amigos que compartilham de um mesmo sentimento...

— Fico deveras satisfeita em presenciar vossa reação Spark. No entanto, devo ressaltar de que esta ideia não foi unicamente minha, mas houve participação de Talita na elaboração da mesma.

— É verdade Talita? Isso foi ideia sua também?

— Na verdade eu apenas colaborei com a ideia do presente Spark. Luiza foi quem se deu o trabalho de fazer, porém, ela fez a surpresa em tempo recorde, porque foi o que eu a sugeri ontem.

— Assim que cheguei em casa, comecei os preparativos para conseguir colocar o símbolo nas roupas. Achei apropriado, pois ontem no momento da brincadeira, nos unimos para lutar contra as forças do mau que assim foram criadas no momento. Por esta razão, achei coerente combinarmos nossas roupas como símbolo de nossa união.

— Este símbolo do raio no peito é de um super-herói que eu admiro Luiza. Ele se chama Capitão Spark e por isso, até carrego o nome dele como meu apelido. O símbolo dele para mim, simboliza esperança, força e persistência. Acho que acrescentar união no símbolo também faz parte de seu significado.

— Quero agradecer pelo carinho Luiza. Sua surpresa realmente me fez mais feliz no dia de hoje! — disse Spark, sorriu de felicidade.

Demon, que ainda estava em sua forma inofensiva, agradeceu por não ter retornado a sua forma comum, porque com certeza, estaria sofrendo graves consequências em seu corpo devido a felicidade que o garoto esboçava.

Ao sentarem a mesa, começaram a tomar café e a conversar sobre diversos assuntos. Foi um tempo prazeroso para Spark, Talita e Luíza. Demon, decidiu sair fora da casa, pois nenhum daqueles assuntos era do seu interesse para continuar ouvindo toda a conversa pela sala.

Ao sair da casa, notou uma frequência diferente no ar. Mesmo em sua forma inofensiva, Demon possuía capacidade sensoriais aguçadas, o que o permitia ficar atento no ambiente ao seu redor e até a uma certa distância. Esta frequência era diferente de um dia comum. 

Demon olhou para cima e notou que as nuvens estavam separadas de forma estranha. Um objeto que brilhava sobre a luz do sol descia com tremenda força em direção da Terra. Demon nada pode fazer pois estava intrigado com tal evento.

Esta figura caia com cada vez mais velocidade sobre a Terra. É percebido que esta figura estava caindo em direção de Demon, o que o fez derramar suor de preocupação, achando que se tratava de alguma punição enviada diretamente pelo Criador dos céus até ele em Terra. Com esta linha de raciocínio, Demon decide simplesmente esperar pelo objeto ou figura atingi-lo, aceitou quaisquer eminentes punições dos céus.

A figura finalmente aterrissa na Terra e em frente de Demon.

Sua aterrissagem foi leve ao levar em consideração a velocidade que caia. Contudo, causou uma forte onda de choque, o que ocasionou uma grande ventania ao local. Talita, Spark e Luíza, notaram a forte ventania de dentro da cozinha, porém, acharam que se tratava apenas de um forte vento repentino e decidiram não averiguar naquele momento.

A figura era de uma criatura com face de um gato, corpo branco e estava em chamas. Demon no primeiro momento, não reconhece esta criatura, apenas pôde se admirar com a sua presença. A criatura então, começou a falar:

— Que coisa feia... Você acha que pode me enganar ao se disfarçar de um felino diante de mim ser desprezível?

— Disfarçar? Do que você está falando e quem é você afinal?

— Desfaça desta forma fraca sua e volte ao seu normal! Quero lhe ensinar boas lições de forma justa!

— Heh, você fala como se me conhecesse de algum lugar, mas já que deseja desta forma, que assim seja... — disse Demon, retornou à sua forma comum.

— Ahhh eu te conheço sim e sua existência me dá nojo! Sabendo então que você veio até a Terra para causar discórdia e dor para um ser humano, o faz ganhar ainda mais o meu desprezo sobre ti!

— Do que está falando? Você ousa falar disso, mas sabe muito pouco do que de fato se trata... Faça o favor de não se intrometer se não quiser que eu me torne um inimigo declarado seu.

— É inútil vossa declaração, pois, eu declaro diante de ti a minha inimizade! Prepare-se para receber o seu castigo por ter tomado a iniciativa de vir pessoalmente causar caos na vida de um ser humano!

A criatura rapidamente avançou para cima de Demon e acertou um soco diretamente em sua face. Com a força do golpe aplicado, o corpo de Demon foi arremessado diante das árvores que estavam ao redor, destruindo-as pelo impacto de seu corpo arremessado.

Demon, percebeu que seu oponente era deveras forte e que sua forma comum não seria párea para a força desta criatura. Nesta situação, decidiu concentrar e levar a sério a luta que havia dada por iniciada.

Com o barulho de árvores caindo e de destruição, Spark, Talita e Luíza decidiram sair para fora de casa no intuito de averiguar o que se passava nas redondezas. Eles se depararam com a situação de luta entre Demon e esta nova criatura, que o atacava sem dó e piedade.

A criatura, no entanto, ao aplicar seus golpes encima de Demon, tentava tomar cuidado para não causar destruições no ambiente. Ao perceber isso, Demon utilizou do ambiente para amenizar potenciais golpes e desvia-los com mais facilidade.

Admirados com a visão desta luta, Spark resolveu chamar a atenção de Demon e a criatura, para que parassem esse confronto, que na visão dele, era desnecessário. Luíza estava surpresa com o acontecimento, sacou o seu caderninho de anotações e começou a anotar. Talita resolveu afastar Spark e Luíza de perto, com medo que algum escombro ou pedras podiam atingi-los por estarem perto da briga.

A criatura continuava tendo a vantagem consigo, desferiu vários golpes no corpo de Demon que o debilitava a cada golpe aplicado. Com tantos ferimentos em seu corpo, Demon começa a cuspir um sangue de coloração branca. Seu corpo estava vivo e mortal, porém, a composição de seu corpo era diferente e com isso, justificava a coloração de seu sangue ser branco.

Demon é arremessado para perto deles, com seu corpo cheio de ferimentos, porém, ainda consciente. Este fato o fez lembrar da luta que teve com Talita e do sentimento de incapacidade e fragilidade que o afligia. A criatura se aproxima do corpo deitado de Demon e das pessoas em sua volta e começa a falar:

— Bom dia para vocês! Desculpe se causei alguma inconveniência ou incômodo, não foi a minha intenção...

— Bom dia... Me diga, por que estava brigando com o Demon? — disse Spark.

— Demon? Esse é o nome que deram para esse desprezível? É, acho que é apropriado para o tipinho dele mesmo. Enfim, estava brigando com ele para ensina-lo uma lição valiosa, da qual, creio que ele já deve ter aprendido agora.

— Quem é você e por que veio até aqui? — disse Talita, estava séria.

— Verdade, nem me apresentei direito, não é? Me chamo Mansidão, mas podem me chamar de Mansy se quiserem!

— Mansy... Espera aí, você tem uma cara de gata! Seria você algum tipo de parente do Demon?

— Cara de gata, eu? Obrigada pelo elogio rapaz! Embora, para o seu bem, é melhor que certos tipos de perguntas não sejam respondidas... Neste caso, direi que sim e não. — disse Mansy, esboçou um sorriso.

— Então você estava brigando com o Demon para ensina-lo uma lição? Que lição é essa que ele tinha que aprender? — disse Spark.

— Rapaz, vejo que você é muito inocente com o que ocorre ao seu redor, mais saiba que para toda ação tem sua reação. Este desprezível esquece desta lição ao resolver vir até aqui para atrapalhar a cotidiana vida que vocês possuem..., mas fiquem despreocupados, pois sempre que eu ficar sabendo dos infortúnios dele, virei até aqui para aplica-lo outra lição!

— Agora se me dão licença, precisarei voltar de onde eu vim... Até mais rapaz e fique em paz! — disse Mansy, posou seu corpo em vertical e levantou sua cabeça para cima.

Houve um constrangedor silêncio enquanto Mansy permanecia em sua posição. Todos a observavam atentamente e percebiam, que havia algo de errado. Após um tempo, Mansy percebe que não conseguiu sair do mesmo lugar do qual havia preparado para sair. Isto a deixa extremamente confusa e tentou novamente, porém, sem sucesso.

Todos continuam a observar a criatura, como se ela quisesse voar dali ou ir para outro lugar específico. Suas tentativas foram todas frustradas. A expressão do rosto de Mansy se transforma subitamente em uma expressão de pavor.

— Por que não estou conseguindo subir?!! — disse Mansy, desesperou-se.

— Subir? Subir para onde, o que você está falando? — disse Spark.

— Você não entende!! Se eu não estou conseguindo subir, estou ferrada!!!



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