Peace Out Brasileira

Autor(a): John C.


Volume 1

Capítulo 18: Calmaria no coração! A felicidade do garoto!

Espaço: Casa do Spark

Tempo: Sábado de noite.

Após a ida de Luiza, Spark e Talita retornam para a casa. O garoto aproveita a situação para dar uma limpada em sua casa, enquanto Talita, estava na cozinha e preparava uma janta. Demon, saiu do galho da árvore e dirigiu até o sofá da casa, tomou sua forma inofensiva e passou a descansar novamente.

O ambiente era de calmaria. Não haviam quaisquer sinais de conflito por parte do garoto, da garota e da criatura. Spark, ao reparar o silêncio, nota como essa situação para ele era diferente do que passou anteriormente por todo esse tempo. Não era interessante para ele que o ambiente estivesse em silêncio, pois o lembrava de sua solidão, mas nessa situação, o silêncio estava pacífico.

Talita, que estava cozinhando, nota a felicidade no rosto de Spark. Ao notar, resolveu conversar com o garoto:

— Vejo que está feliz Spark. O que anda passando em sua cabeça neste momento?

— Eu apenas reparei como vocês fazem uma grande diferença em minha vida. Sei que não somos íntimos e nos conhecemos a pouco tempo, mas fico contente em ter a companhia de vocês.

— Spark, me diga uma coisa... Você esteve sozinho todo esse tempo? Digo, você não tinha ninguém que ficava aqui com você?

— Se eu disser que não, eu estaria mentindo. O motivo pelo qual a minha casa é funcional até hoje, é graças a ajuda do Pastor Elizeu que me ajuda a consertar as coisas de casa quando param de funcionar. Também já cheguei a receber algumas pessoas aqui em casa quando precisavam de uma moradia, mas nunca cheguei a ficar próximo de alguém.

— Sabe Talita, eu realmente imaginava que viveria a minha vida assim, sem amigos próximos, no silêncio do dia e recebendo ajudas de vez em quando. Posso dizer que até me acostumei com este estilo de vida, de forma que se tornou natural ficar sozinho.

— Mas ao receber vocês por aqui, percebo que fico muito mais feliz com a presença de vocês ao meu lado. Sei que, podemos ter visões diferentes das coisas, e que temos nossas diferenças... Porém, eu fico contente em poder viver isso, pois aprendo muito mais com vocês por perto, do que aprendo sozinho.

— Eu acho que entendo o que quer dizer. Eu mesma não gosto de ficar sozinha. Não por que eu não posso ficar sozinha, apenas, não gosto. É muito diferente a experiência de alguém solitário com uma pessoa que tem pelo menos uma companhia ao seu lado. Por essa razão, escolhi compartilhar a moradia com alguém, porque mesmo fora de casa, ainda teria companhia de alguém por perto. — disse Talita, sentou na cadeira.

— A minha família nunca foi muito carinhosa. Talvez, sou eu que esperava mais carinho e participação de meus pais em nossas atividades, tanto em família, quanto individuais. Mesmo não tendo esse carinho por parte de meus pais, nossas criadas cuidaram muito bem de nós, e me ensinaram, como é importante a união e compaixão com o nosso próximo.

— É mesmo, você disse que tem criadas. Elas são legais? — disse Spark.

— Sim, elas são sim! Uma se chama Juliete e a outra se chama Martícia. Juliete era a responsável pela limpeza da casa enquanto Martícia era a nossa cozinheira. As duas trabalharam para nós por muito tempo, e por fazerem um bom trabalho, meus pais acabaram “adotando” elas para morar conosco.

— Adotaram elas? Então elas fazem parte da sua família?

— Tecnicamente sim! Apesar não termos relações de sangue, Juliete e Martícia moram conosco e as consideramos parte da família. Fico feliz que elas estiveram conosco, pois pude aprender a limpar a casa e a cozinhar com elas, além de receber atenção para outros projetos meus.

— Projetos? O que você tem planejado para o seu futuro Talita?

— Eu quero ter uma grande família! Rodeada de filhos e familiares. Isso é o que eu mais quero para o meu futuro!

— É um plano bem legal Talita.

— E você Spark? O que você deseja?

— Eu quero me reencontrar com o meu pai! Quero poder vê-lo novamente para poder abraça-lo e dizer o quanto eu o amo! Meu pai só não está aqui comigo hoje, porque precisou trabalhar para me trazer sustento. Ele vive se sacrificando por mim e por isso, quero poder agradecê-lo um dia!

— Que legal Spark! Com certeza, um dia você irá encontra-lo.

— Eu torço para que sim, hahahaha.

— Receio que a janta ficou pronta. Quer jantar agora Spark?

— Sim, por favor! — disse Spark, esboçou um sorriso sincero.

A refeição é servida na casa do garoto. Demon, permaneceu no sofá e pensava, sobre a possibilidade desta nova companhia, se tornar uma aliada em seus planos.

Espaço: Templo das Criações

Inveja e Luxúria estavam se preparando para o grande esperado encontro. Luxúria, começou a vestir o seu disfarce, do qual, constituía-se de um terno do mais fino material e conforto. Inveja, estava trabalhando em um item para entregar aos desafiantes. Luxúria, ao observar que Inveja não estava se aprontando, resolveu confrontar:

— Você pretende se apresentar nua para os desafiantes? Pare de perder tempo e vista seu disfarce! — disse Luxúria, encarava de forma agressiva.

— Pra que a pressa Lulu? Você sabe que existe um tempo para que possamos chama-los até aqui. Apressar as coisas não vai apressar este tempo. Além do mais, estou finalizando um item para eles, só para garantir que daremos recursos o suficiente para não recebermos punições futuras.

— Mas que merda de apelido é esse? Pare imediatamente com essa audácia de apelidos. Não estamos aqui para nos divertirmos e nem para ficarmos à vontade. Leve isso a sério, pois isto envolve sua participação também!

— Não precisa se estressar Lulu! Aliás, você tem o costume de ignorar os detalhes deste desafio. Sei que pretende matar Ira para conseguir o seu carguinho de Representar Maior, porém você se esquece que este plano envolve um humano? O que aconteceria se permitíssemos que o humano morra durante as missões?

— O humano não precisa morrer para matarmos Ira. Você sabe que as condições de força dele provém do humano, mas para isso, o seu conector precisa sentir a ira em seu coração para que sua força venha à tona. Teremos várias oportunidades para atacarmos Ira enquanto ele não estiver com sua força...

— Sei disso, porém, você esquece que o colocaremos em uma situação de risco? Por isso, resolvi fazer um dispositivo de tele transporte para que possam retornar até aqui. Claro, que se utilizarem disso, perderão o desafio e obviamente, te tornarás o vencedor. Mas isso, apenas ocorrerá se Ira vier a desistir do seu objetivo também...

— Hohohahahaha, mas é claro! Ira, ao se deparar com o que o aguarda, na primeira oportunidade, desistirá! Sobre o humano, farei questão de por meus olhos encima dele. Até porque, ao retirarmos o conector de perto de Ira, também seria benéfico ao plano...

— Se bem que, acredito que o bem-estar e a vida do seu conector, também está nas mãos de Ira. Colocar o seu conector em estado de perigo, é adicionar ainda mais peso para Ira carregar e se responsabilizar. É... Acho que essa idéia é melhor ainda! — disse Luxúria, levantou seus braços para cima para contemplar sua ideia.

— Sei que quer ganhar a todo custo, mas não pretendo me ferrar por culpa sua. Este é um item que preparei para eles. Agora, que tal começar a pensar sobre o que você vai falar quando eles estiverem por aqui? — disse Inveja, mostrou o item que estava preparando em suas mãos.

— O que tenho para preparar? Eu já sei exatamente o que falar, pois tive muito tempo para pensar desde quando surgimos com a ideia deste plano... Agora, pare de perder tempo e vá vestir o seu disfarce. Já está quase na hora de chamarmos Ira e seu conector para o que realmente interessa.

— Posso te adiantar uma coisa... Eu já preparei uma surpresa para Ira... Uma hora dessas, essa surpresa já está sabendo o que fazer... Hohohahahahaha — disse Luxúria.

Espaço: Casa do Spark

Tempo: Sábado de noite.

Neste horário, a casa de Spark se encontrava em silêncio. Talita, já havia entrado em seu quarto para dormir, enquanto Demon estava dormindo no sofá da sala e Spark, estava observando a foto de seus pais.

Em um instante, Demon acorda e repara que Spark estava olhando a foto de seus pais de novo. Incomodado com a situação, resolveu conversar diretamente com ele:

— Você disse que abria o seu baú apenas em uma sexta-feira a noite. Pelo visto, você mentiu, já que está segurando essa foto...

— Ah, oi Demon. Não, eu não menti. Não estou segurando essa foto de meus pais pelos mesmos motivos que eu segurava em uma sexta-feira a noite. Estive pensando em tudo o que aconteceu nesses dias... A sua chegada, a chegada de Talita e agora, a chegada da Luiza. Eu não me sinto mais sozinho.

— Por essa razão, resolvi olhar novamente a foto de meus pais. Achei que ao fazer isso, me traria novamente aquele sentimento de consolo, mas não, não sinto que esta foto esteja me consolando agora. Estou olhando para ela e me sentindo bem, pois agora, tenho a companhia de vocês comigo.

— Credo. Você está falando muito para alguém que está apenas segurando uma foto...

— A solidão te abre espaço para pensar, e pensar muito. Muitas vezes, os pensamentos não são bons. Porém, com vocês perto de mim, estive tendo menos tempo para pensar em coisas ruins e passei mais tempo tendo bons momentos com vocês ao meu redor. Me sinto extremamente grato por estar tendo essa experiência...

— Se é grato, agradeça a Deus por estar vivo até hoje e passar por isso. Não sei o que você viveu até então, mas se acha que isso é melhor do que antes, aproveite enquanto há tempo, pois nada é garantido, nem mesmo o amanhã... — disse Demon.

— Até que você fala umas coisas sábias Demon, apesar de parecer ranzinza a todo o momento.

— Que tal ser sábio agora em calar a boca e ir dormir? Sua falação está atrapalhando o meu sono.

— Pode dormir, eu vou ir dormir daqui a pouco.

“O que ele diz é verdade. Eu não sei o que me aguarda daqui para frente e não sei até quanto tempo isso tudo vai durar. Desejo que continuem ao meu lado por muito, muito tempo.”

“Hahahaha, Pai, Mãe, acho que consegui fazer bons amigos. Eu queria tanto, tanto poder apresentar para vocês... Eu sei que um dia irei. E quando esse dia chegar, vai ser o dia mais feliz da minha vida. Continuarei seguindo a minha vida por aqui e me comportando bem porque quero orgulha-los um dia. Aaahhh... como é bom continuar vivendo...” — pensou Spark.

Espaço: 4° Degrau do CYEYU

No 4° degrau dos céus, O ambiente era da mais pura calmaria e harmonia. Os recompensados se reuniam com muita alegria e paz. Neste ambiente, estavam as 7 virtudes. Seus nomes eram: Sabedoria, Justiça, Mansidão, Coragem, Humildade, Bondade e Persistência.

Assim como os pecados capitais, eram criaturas de cabeças de animais, que simbolizavam espiritualmente, em sua versão animal, vossas características e personalidades de vossas funções.

Aproximou do templo de Mansidão, um anjo de grau menor que carregava consigo, um pergaminho de mensagem. Pergaminhos de mensagens eram considerados importantes, pois era uma forma que seus superiores se comunicavam com os degraus inferiores.

Ao encontrar com Mansidão, o anjo ficou de joelhos e humildemente, entregou o pergaminho de mensagem para a criatura. Mansidão então, abriu o pergaminho e ficou horrorizada com o que acabou de ler. O conteúdo da mensagem a deixou determinada para resolver o problema o quanto antes.

— Este desprezível acha que pode sair de seu território para querer causar algazarras na vida de um ser humano vivo? Isso não vai ficar assim não! Irei imediatamente até a Terra resolver esse problema, antes que o Criador note alterações em nossos serviços!



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