Peace Out Brasileira

Autor(a): John C.


Volume 1

Capítulo 2: Uma resolução ao problema

 

ESPAÇO: VÁCUO

Todos estavam admirados em ver o maior representante do CYEYU materializar-se por lá. Eles sabiam que ele era uma figura extremamente poderosa e capaz de ascender-se ao CYEYU e também à HELLYIOIS.

O representante logo começou a falar:

 — Parem imediatamente com essa insensatez! Vocês praticam esta ignorância com uma certa frequência e conseguiram incomodar aquele que não deve ser incomodado! — disse o Representante Maior em tonalidade séria e irritada.

— Espera aí, você está dizendo que estamos incomodando... — indagou Luxúria.

— Exatamente! O Soberano, o todo poderoso. Vocês claramente não se importam com a organização por aqui e suas ações já reverberaram até ele! Portanto, preparem-se para o encontro com o próprio! — disse o Representante Maior.

Um silêncio se apodera do local. Todos que estavam até então brigando entre si, paralisaram de pavor, pois se tratava de um encontro extraordinário e claramente, uma situação de perigo para todos os envolvidos. O Representante maior continuou em sua posição aguardando Deus. Enquanto isso, o silêncio permanecia cheio de encaradas e apreensão por parte dos envolvidos.

Até que o momento chega, e Deus, se manifesta em um corpo reluzente, iluminando todo o espaço do vácuo e sombreando toda a matéria que não recebia sua luz diretamente. Todos curvaram-se diante dele e o silêncio permanecia, até que Deus começa a falar:

– Já fazem 3500 anos desde a última vez que tivemos um encontro como esse. Eu estive tolerando toda essa forma de trabalho espurca e mau organizada de vocês. Como pretendem me explicar vossas incompetências?

– Devo tomar a iniciativa e explicar a situação toda Soberano. Estivemos em um conflito duradouro para poder decidir de forma eficaz o mais qualificado para tornar-se representante maior aqui de HELLYIOIS. Sabemos que se trata de uma posição de prestígio e responsabilidade para com a vossa soberania, tamanho prestígio que todos nós gostaríamos de servi-lo, e por isso, tornou-se algo desejado e cortejado por Ira e eu. — explicou Luxúria, com muito temor.  

– Os outros que se encontram além de nós dois, aceitaram as condições de nossa batalha pela decisão do título por reconhecerem e admitirem que são de pecados de baixo poder, por quantidade de pecadores que se encontram em suas divisões e ofícios. Contudo, estivemos batalhando todo esse tempo e não encontramos uma resolução ao nosso problema, pois somos motivados para exercermos tamanha responsabilidade para com o Soberano, que dedicamos de tempo e esforço para a tomada desta decisão. — continuou Luxúria, explicando a situação.

 — 3500 anos deveriam ter sido suficiente para tal tomada de decisão. É vergonhoso tê-los criado com inteligência, com força e poder para exercerem vossas funções com excelência, em cumprimento do mesmo propósito e missão em Hellyiois. Tornaram-se incapazes de decidirem entre si o Representante Maior para a entrega de informações periódicas.

— Por favor, tenha misericórdia de nossa incapacidade! — disseram, assim, todos os pecados capitais.

Vossas incapacidades cognitivas serão perdoadas se me apresentarem agora uma forma, para decidirem de uma só vez, quem será o representante maior de Hellyiois entre vocês!

Um silêncio permanece por um tempo, até que Luxúria se manifesta:

— Eu tenho uma ideia, mas há a necessidade da permissão do Senhor... — disse Luxúria, muito apreensivo.

Todos olham diretamente para o Luxúria, e Deus prossegue dizendo:

 Diga a todos aqui presentes a sua ideia e eu lhe responderei se haverá permissão!

— É de meu conhecimento de que o Senhor tem feito outras criações inteligentes e providas de entendimento e linguagem parecidas com a moralidade da qual nós possuímos e executamos em HELLYIOIS. Isto significa que o Senhor possui outros modelos planetários de criação cuja vida existente é capaz de raciocinar e desenvolver-se na medida da inteligência provida a eles. — disse Luxúria, prostrou-se diante da presença de Deus.

— Dito isso, sei que inteligência e o modelo de sociedade acarreta conflitos e esses conflitos possuem a necessidade de solução para não houver destruição massiva e a completa destruição de vossa criação. Sei disso, pois pude observar que em HELLYIOIS há vários tipos de formas de almas, que compõe outros modelos e formatos de criações do Senhor, significando então uma abrangência de possibilidades conflitantes que possivelmente possam ser resolvidas. 

— Minha ideia consiste em que Ira, passe a se tornar responsável para a resolução destes problemas, provando então o seu valor e responsabilidade para tornar-se um representante maior dentre nós. Porém, tenho conhecimento de que na atual situação, seria impossível, pois o plano em que habitamos não é um plano físico, o que necessitaria de uma ressurreição por parte do Ira. 

— Caso ele venha a morrer também, virá para cá, o que significaria que ele não conseguiu cumprir todos os requisitos e desafios que lhe aguardam, tornando-me então o representante maior dentre nós. Apesar deste fato, não quero entregar Ira de forma indefesa para a resolução destes conflitos, e por isso, necessitaria de um ser vivo e capaz de expressar emoções para que Ira possa ter acesso a sua fonte de poder aqui de HELLYIOIS enquanto vivo. Haveria a necessidade de utilizarmos de um ser humano para que o plano venha acontecer. 

Todos ficam admirados com a ideia de Luxúria. Ira o encara de forma desconfiada.

Você Luxúria, sabe que o ser humano é uma criação importante para mim. Por isso, haveriam de ser feitas restrições para que essa sua ideia venha a acontecer.

— Sei disso Senhor, e por isso deixo totalmente a seu critério sobre as restrições. Minha ideia consiste em apenas utilizar o ser humano como uma válvula de acesso para o poder de Ira, como um acesso e também um limitador, para que haja um desafio a ser cumprido, para que haja algo a ser admirado, para que ele possa provar para si mesmo e para todos nós presentes a sua excelência e competência para nos representar. — disse Luxúria, com fervor e confiança.

— Senhor, receio que utilizar-se de um ser humano como uma fonte de poder e não o recompensar de alguma forma possa ser dolorosa demais essa experiência. Trataremos e colocaremos em risco não apenas de vida, mas todo o estresse emocional que esse poderá passar. Deve haver alguma compensação por toda a tribulação que este ser humano possa vir passar com essa experiência. — disse o Representante Maior, preocupado.

Muito bem, estas serão as condições que colocarei nesta ideia. Não será permitido a destruição de seus bens materiais. Não será permitido agressões físicas ou qualquer coisa que se remeta a sua integridade física. Não será permitido danos emocionais irreversíveis. Não será permitido terceirizar qualquer tipo de agressão encima do ser humano. O que lhe será permitido é causar-lhe a emoção necessária para o acesso ao seu poder em meio de comunicação ou situação. Nessas condições, darei permissão para dar prosseguimento a sua ideia Luxúria.

— Muito bem Ira, está na hora de você me dizer se você é realmente capaz e motivado o suficiente para aceitar estes termos. Você sabe que não há outra forma de resolvermos isso no momento que não seja isso. Então, o que me diz? Vai aceitar?! — disse Luxúria, confiante e prepotente, olhou diretamente para Ira.

— Desgraçado! Você ousou fazer este desafio na frente do Senhor para me forçar a tomar uma decisão encima de uma ideia ridícula dessas. Mas eu não retrocederei, provarei a você a minha capacidade encima dessa sua ideia e você terá que me aceitar como o seu superior depois disso tudo, isso vai! — disse Ira, furioso, sussurrou para Luxúria.

Ira se levantou e encarou diretamente a Deus para dar a sua resposta. Todos os presentes concentram suas atenções diretamente a Ira.

— Eu aceito este desafio proposto pelo Luxúria! Faremos dessa ideia a nossa resolução definitiva ao nosso conflito. Assim, deixaremos de ser um incômodo ao Senhor — disse Ira, confiante, olhou diretamente para Deus.

Há alguém aqui que queira desfazer desta ideia ou acrescentar em algo?!

No espaço do vácuo, silêncio total é feito naquele momento. É dado então a confirmação do que havia sido feito.

Então que assim seja! — disse Deus, faz um movimento com os seus braços e mãos, surgindo uma luz muito forte vindo de baixo de Ira.

Luxúria e os outros pecados levantaram-se de suas prostrações para admirar Ira. Logo, Luxúria se pronuncia:

— Vê se não vai morrer Ira. Se morrer, você virá para cá, o que significa que você falhou e eu serei o seu superior! — disse Luxúria, encarou Ira de forma confiante.

— Prefiro permanecer vivo do que vir para cá morto e olhar para essa sua cara maldita e chama-lo de superior. É melhor você ir preparando o seu vocabulário com as formalidades, pois eu serei o seu superior!

A luz brilha cada vez mais forte. Ira sobe lentamente para cima e logo em seguida, a luz torna-se um espiral que se condensa rapidamente e some lentamente. O silêncio permanece no local.

Deus se despede sem falar nada. O Representante Maior também se despede sem falar nada. Os pecados levantam-se e despedem-se sem falar nada.  Luxúria ficou em contemplação sobre o que acabara de acontecer, com um sorriso nervoso em seu rosto pelo sucesso de sua ideia e apreensivo pela presença poderosa de Deus. Então, começou a rir como um lunático, com nervosismo e felicidade.



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