Volume 1
Capítulo 10: Um ataque surpresa!
Espaço: Caminho ao vilarejo
Tempo: Sexta-feira de manhã
O Tempo da espera do lado de fora valeu a pena para Demon. Deparou-se com Talita, que saiu de casa, tornando-se um alvo fácil e uma situação oportuna para dar cabo em sua vida. Demon se retira dos arbustos e confronta a garota, que expressa confusão ao vê-lo em sua frente:
— Muito bem. Você apareceu do nada, mas está na hora de ir embora!
— Ahn? Do que está falando?
— Eu já percebi que você não é um ser humano comum, pois sua reação ao me ver não teve histerias assim como todos os outros dos quais eu já me encontrei. Parece até que você só apareceu para me atrapalhar...
— Hmmm... Você parece não gostar da minha presença pelo visto. Não sei o que foi que eu te fiz, mas se quiser fazer desse jeito, vamos fazer desse jeito então. — disse Talita, retirou suas sapatilhas rosas, encarou a criatura em uma expressão séria.
— Até que você não é tão tapada assim. — disse Demon, avançou para atacar Talita diretamente.
A criatura aplica um soco direto em seu rosto, mas tem seu soco interrompido. Seu punho foi segurado com firmeza pela garota.
Demon aplica mais força em seu soco, empurrando seu corpo e punho para frente, mas Talita de alguma forma, consegue manter sua postura inicial e segura com firmeza o seu punho. Demon, tentou atacar de surpresa, aplicando outro soco, vindo debaixo, com seu outro punho. Seu golpe mais uma vez é segurado pela garota, que o encara em uma expressão neutra, deixando-o ainda mais irritado com essa situação toda.
Talita empurra Demon para trás, o fazendo cambalear contra a sua posição, mas antes que possa cair, manuseou suas mãos no chão para evitar a caída de costas. Saltou mais uma vez para trás e caiu sobre seus dois pés no chão.
Irritado com a falta de sucesso de seus golpes, Demon levantou-se rapidamente para executar uma veloz série de socos em direção a garota. Porém, são parados sem muito esforço por parte dela, que continuou o encarando em uma expressão neutra.
“Mas o que se trata isso?! Como um ser humano pode ser mais forte do que eu?! Mesmo não estando em meu auge eu deveria ser capaz de derrubar um ser humano sem muitos esforços. igual aquele moleque que saiu voando depois de arremessado, isso não faz o menor sentido!” — pensou Demon, aplicou uma série de socos.
— Olha, já percebi que você é antipático com minha pessoa, mas se pensa que eu deixarei a casa só porque você quer, não vai ser desse jeito que vai funcionar.
— Cale-se maldita! Você é só uma estranha que apareceu do nada e está se fazendo de boazinha para cima do garoto. Não passa de pura fachada suas ações!
— Fachada? Acho que você está se confundindo. Fachada é o que você está tentando me convencer de que está fazendo o melhor para o garoto. Você sequer o conhece e já está disposto a lutar por ele? Isso sim é estranho da sua parte. Me parece até que você tem algo a ganhar atrás dessas suas intenções.
Demon se distancia para tomar impulso para o seu próximo golpe. Avançou rapidamente para atacar no rosto de Talita, mas este também é interrompido, teve seu punho segurado com firmeza por parte dela. Isto o deixa em choque e desacreditado da sua incapacidade de executar o seu plano de destruição.
— Essa raiva toda, só pode ser sono. — disse Talita, executou um pulo.
Em seu pulo, girou uma vez no ar e atingiu um chute na nuca da criatura, que o faz apagar no chão, destruído pelo impacto da força do chute.
Talita veste suas sapatilhas rosa e continua caminhando em direção aos seus objetivos. Enquanto isso, Demon continua jogado no chão, olhou para a garota indo embora e perdeu consciência, até desmaiar por completo.
Na escola, a situação ficou complicada para Spark. Pois, ele foi chamado em uma sala de aula e estava rodeado por 4 policiais. Cairo havia apontado que ele estava naquela situação de luta entre ele e montanha. Se havia alguém que iria souber o porque apareceu essa criatura, seria o próprio.
— Muito bem garoto, a pergunta é simples. Você conhece essa criatura que atacou o amigo deste rapaz? — disse o primeiro policial.
— Não senhor. Não conheço não... — disse Spark, esboçou uma expressão preocupada.
— Pare de mentir cara! Você estava lá e aquela coisa te defendeu! Você não vai me convencer que criaturas possam aparecer do nada e defender uma pessoa que sequer conhece! — disse Cairo, irou-se com a situação.
— O seu colega tem razão. Ninguém aparece do nada para defender outros a não ser que tenha algum tipo de vínculo, ou de amizade, ou de intimidade. — disse o segundo policial.
— Olha, nós tínhamos ido para o lado de fora da escola, estávamos brigando. Eu sei que é errado, mas eu acabei apagando no meio da briga e não sei o que aconteceu.
— Parece que você não está entendendo a gravidade da situação... O que houve ali não foi apenas uma briga de colegiais, foi algo pior que isso, pois, a situação do rapaz que tem por nome Montanha é muito grave. Por essa razão, você tem que colaborar conosco — disse o primeiro policial.
— Este é o resultado dos exames pré-operatórios da vítima. Houveram vários ossos quebrados na região torácica. A cabeça também sofreu um dano severo, vindo a rachar o próprio crânio. Acho que não preciso explicar o porque rachar o crânio é complicado, vocês sabem que é a região cerebral e quaisquer danos que venha a ocorrer nessa área, pode ser fatal. — disse o terceiro policial, mostrou fotos dos exames de Montanha.
— Uma simples briga de colegiais não causaria esses danos neste rapaz. Isto seria considerado até uma tentativa de assassinato do responsável por esses danos. A questão aqui é saber se você é comparsa desta... Criatura... Que o arremessou por aí. — disse o primeiro policial.
— Nada disso!! Não sou comparsa de ninguém! Eu sempre estive sozinho! O que houve é que essa criatura foi chamada de demônio da floresta e desde então, começou a aparecer por aí aterrorizando todo mundo!
— Temos testemunhas que disseram que recentemente você veio até o vilarejo gritando que o demônio da floresta estava o perseguindo. Por que ele estava te perseguindo? — disse o quarto policial.
— Eu não sei também. Ele saiu do meio da floresta e passou a me perseguir correndo em minha direção. Eu só vim até aqui buscar ajuda! — disse Spark, suou de nervoso.
— É... parece que vai ter que ser do jeito difícil. Vamos ter que investigar e se acharmos qualquer indício de relação sua com essa criatura, tu serás preso por cumplicidade em crime de tentativa de assassinato! — disse o segundo policial.
Os policiais se retiram da sala o encarando friamente. Cairo permanece na sala encarando Spark.
— Cara, não sei como você fez isso ou de onde conheceu essa coisa, mas você está ferrado! — disse Cairo, tremia de raiva e medo.
— Não vem querer me acusar de alguma coisa Cairo. Foi você que me arrastou para fora da escola enquanto ninguém olhava para vir você e o Montanha querer me bater! Além de covardes vocês são injustos!
— É claro que sim. Você é um merda que precisa aprender a como se comportar perante os outros. Apanhou e apanhou pouco!
— Já que você quer tanto vir me bater, por que não aproveita que só estamos nós dois aqui nessa sala e vamos resolver nossos problemas da forma que você queria desde o início? Dessa vez o Montanha não está contigo para me segurar... — disse Spark, levantou seu punho.
— Você tem aquela criatura para te defender e, agindo com tanta vontade assim, só prova que você se sente seguro de que ele virá mais uma vez para te salvar. Só que ao invés do Montanha, seria comigo mesmo, e o covarde sou eu.?
— Perdeu a confiança depois que o Montanha se foi? Entendo... Não vou gastar mais meu tempo contigo não.
Spark se levanta da cadeira e segue em direção da saída. Cairo o interrompe no meio do caminho.
— Você ainda vai se ferrar com essa história cara. Pode escrever isso na testa se quiser!
Spark se retira da escola com sua mochila e segue em direção de sua casa. Ao seguir a trilha de terra que dá direto em sua casa no meio das árvores, percebe que uma viatura começa o seguir lentamente, o que fez o seu coração disparar com a adrenalina ao pensar que ele poderia ser preso por algo que não cometeu.
Isso não só traria desgraça para a vida dele, mas desonraria a vida pacífica que ele esteve vivendo até então. Isto traria tristeza ao seu pai se ele viesse a saber que seu filho havia sido preso. Spark começa a apertar os passos e andar mais rápido conforme percebe a perseguição da viatura atrás dele.
Demon acorda do seu desmaio com uma forte dor na nuca pelo chute que levou, apesar de não estar totalmente desperto, ele consegue andar até a casa de Spark na expectativa de encontra-lo lá e contar sobre o que havia descoberto sobre a garota.
“Essa maldita... Como consegue ser mais forte do que eu? Mesmo enfraquecido, não deveria haver problema algum. Mesmo assim, ela suportou meus ataques e me nocauteou com um golpe só. Espere... Eu não posso contar isso para o garoto. Isso me faria passar ainda mais humilhação se ele soubesse que lutei com ela e ainda perdi.”
“Melhor não dizer nada no momento. A melhor opção que eu tenho no momento é procurar uma oportunidade de ficar em meu auge, e aí sim, darei um fim de uma vez por todas nesta garota. Sim... Isso vai me garantir a vitória!” — pensou Demon, caminhou em direção a casa de Spark.