Peace Out Brasileira

Autor(a): John C.


Volume 1

Capítulo 9: Consequências de um ato impensado!

Espaço: Casa do Spark

Tempo: Sexta-feira de manhã

Depois da mudança e do dia anterior agitado, Spark acorda em sua sala. Estranhou um pouco o cenário, pois sempre teve o costume de acordar em seu quarto e se deparar com as luzes do sol batendo sobre a sua janela do lado da cama. Desta vez, estava na sala e sem sol batendo em janela. É claro que o garoto era do tipo que tomava mais um tempo para poder despertar totalmente de seu sono e por isso, parecia confuso.

Ao se dar conta do que houve no dia anterior, o garoto ganha a confiança e felicidade desta sua nova situação, mas é surpreendido novamente por um cheiro ótimo que estava rodeando em sua sala, um cheiro de comida. Talita estava na cozinha tomando um café e havia um pão recém feito com alguns biscoitinhos.

Spark ao se deparar com tal cena, só pôde ficar espantado, continuou a encarar aquele ambiente novo, passando vários tipos de pensamentos em sua mente tentando achar razão pelo qual estava vendo esse sonho de café da manhã. Ele apenas via este tipo de situação em seus quadrinhos do Capitão Spark.

Talita estava sentada na mesa tomando um café e comendo um pedaço de pão com manteiga, que ela havia comprado fresquinhos da padaria do vilarejo, próximo da casa do garoto. Estava lendo mais um livreto das histórias do Capitão Spark. Ao notar o garoto a encarando sem reações, toma a iniciativa de conversar:

— Bom dia Spark. Dormiu bem?

— Bom dia Talita... Ahn... Sim, sim dormi bem.

— Sente-se e pode ficar à vontade para pegar o que quer comer.

— Tem certeza? Digo, você comprou, então essas comidas são suas, não é?

— Sim, mas quero compartilha-las contigo. Sinta-se à vontade para pegar e comer antes de ir fazer seus afazeres, até porque, o dia começa bem com um bom café-da-manhã!

— Tudo bem, muito obrigado!

Spark se sentou em um canto da mesa e enquanto se servia com café e pão, se lembrou da cena onde o Capitão Spark estava assentado a mesa tomando café da manhã com a sua família. Isto fez com que ele transbordasse alegria naquele momento, como se estivesse vivenciando a felicidade de seu herói.

— Me diga, quais são seus afazeres no dia-a-dia? Estou lhe perguntando isso para saber se vou precisar adaptar meus horários com os seus.

— Bom, eu acordo agora de manhã e vou até a escola. Fico até as 2 horas da tarde por lá por conta das aulas e depois eu retorno para a casa.

— Entendo. Bem, eu ainda estou me ajustando em meus horários, mas por agora, eu vou trazer o resto das minhas coisas até aqui pelo horário da manhã e tarde. Então, eu gostaria de te pedir a chave de casa para poder facilitar o vai e vem que terei no dia de hoje.

— Sim, tudo bem, pode ficar! — disse Spark, entregou a chave da casa que estava em seu bolso.

— Obrigada!

Demon, que estava perambulando pela floresta, sente uma repentina forte sensação de mal-estar, fazendo-o perder suas forças e o deixando de joelhos. A sensação de mau estar era tanta, que o todo o seu corpo doía, sua visão estava turva, sua força foi embora totalmente e o dava uma forte sensação de ânsia de vômito, apesar de não conseguir vomitar.

Seu corpo, apesar de estar ressuscitado e haver necessidades de alimentar-se, trabalhava de uma forma diferente, consumia totalmente todos os alimentos ingeridos com perfeição, não sobrava para poder ser jogado para fora. Este estado de debilitação durou por algum tempo.

“O que é isso?! O que é essa sensação de mal-estar é essa?! Como eu fiquei assim praticamente do nada?! Será que é o ambiente que está fazendo isso comigo?! Seja como for isso é péssimo, é terrível! Estou em meu pior estado possível!”

“Porcaria, isso é uma surpresa ruim... Será que fiz algo de errado perante o Criador? Será que estou sendo punido diretamente por ele por algo que cometi?! Não, não pode ser. Eu não descumpri coisa alguma das restrições impostas por ele. Se algo deste nível está acontecendo, só pode ser coisa daquele garoto.

“Ele deve ter sentido alguma coisa nova, algum outro sentimento que agora reverbera sobre o meu corpo e me faz sentir assim. Estou percebendo que não vou poder me distanciar dele, pois mesmo longe, ainda consigo sentir a força da conexão entre ele e eu. Com certeza esse mal-estar está relacionado a isso!” — pensou Demon, agoniava de dor e enjoo.

— Preciso voltar a rodear o garoto e perceber o que está causando esse mal-estar para acabar de vez com isso!

Demon, ao conseguir se recompor do seu mal-estar, parte em direção a casa de Spark.

Ao se aproximar com a casa do Spark, subiu em uma das árvores por perto e percebeu que o garoto ainda está dentro da casa. Continuou observando se o garoto sairia de casa em algum momento. Até que, ele observa o garoto que saiu pela porta da frente e a garota, estava o acompanhando.

— Tem alguma preferência para a janta de hoje?

— Hmm... Não que eu consiga pensar em algo preferido, pois a comida de ontem estava muito boa. Se fosse aquilo de novo, eu não me queixaria de forma alguma!

— Então está bem, pensarei em alguma coisa.

— Vou indo nessa Talita. Obrigado pelo café da manhã e tenha um bom dia!

— Espere! Antes de você ir... — disse Talita, aproximou-se de Spark e o deu um beijo em sua testa.

Isto deixa o garoto muito envergonhado e surpreso com o que acabou de acontecer.

— Meu pai sempre me dava um beijinho na testa antes de nos despedirmos. Ele dizia que era para dar boa sorte durante o dia.

— Que legal! Hehehehe, o seu pai deve ser um homem muito legal de se conhecer...

Demon observou esta cena encima de uma árvore. No momento do beijo na testa, o mal-estar retornou, o que o fez perder o equilíbrio e cair de cima da árvore em um arbusto logo embaixo. A dor em seu corpo e o enjoo retornou, o que o deixou extremamente furioso, mas satisfeito em saber o que estava causando esse mal-estar.

Por estar conectado com o garoto, fazê-lo sentir o sentimento de fúria e ira era benéfico a ele. Pois isso, o trazia em seu auge, tornando-se muito poderoso e retornando suas capacidades extraordinárias.

Embora como notado, outros sentimentos também o causavam efeitos, e pelo o que foi notado naquele momento, havia um sentimento apenas que o poderia deixar naquele estado, que é o sentimento de amor.

Furioso com a recente descoberta, Demon se contorcia de raiva entre os arbustos, forçando-o concluir que se tornou necessária a destruição desta garota.

“Desgraçada! Então a causa deste mal-estar todo é por causa dela! Eu vou matá-la, a farei pagar por esse estado deplorável!” — pensou Demon.

A cena retorna para Spark e Talita.

— Então agora vou indo para a escola, obrigado mais uma vez Talita!

— Tenha um bom dia! — disse Talita, acenou para Spark.

Spark caminha em passos acelerados, pois sentia seu corpo queimar pelo o que acabou de passar. Não era habitual para ele conversar com garotas e muito menos sequer havia recebido beijo ou qualquer tipo de contato físico. Isso o fez criar um sentimento de responsabilidade pelo o que houve e um desejo genuíno de protege-la.

Segundo o seu herói, Capitão Spark, é nobre proteger aqueles que nos fazem bem.

Ao se aproximar de sua escola, ele percebe algumas viaturas de polícias encostadas por perto. Esta situação é incomum, pois, no máximo que ele observou, as viaturas passavam periodicamente entre as ruas do vilarejo, mas nunca ficavam estacionadas a não ser que havia ocorrido alguma ocorrência ou crime, ou violência no local.

É observado também que os professores e alunos estavam na entrada da escola e estavam impedidos de atravessar, tornando uma espécie de multidão na frente da escola. Ao chegar próximo da multidão, Spark resolve se informar do que houve se aproximando de um dos alunos:

— O que está acontecendo por aqui?

— Parece que aconteceu um ato violento aqui na escola e estão perguntando para todos se viram alguma coisa a respeito. Não estão deixando ninguém entrar na escola enquanto não acham os culpados.

— Ato violento na escola...? 

O garoto acabou se lembrando da briga de ontem e começa a ficar extremamente nervoso.

No meio da multidão, estava Cairo, acompanhado de dois policiais conversando perto de uma viatura. A expressão no rosto de Cairo era de uma pessoa muito assustada, o que era uma novidade para Spark. Porém, não era uma novidade boa. Vê-lo nessa expressão, pôde compreender que a situação era mais séria do que ele imaginava.

Spark é surpreendido por Cairo, que o encarava diretamente e apontou em sua direção. Isto o fez ficar com medo, pois percebeu a reação dos dois policiais encarando o garoto ao mesmo tempo. Pouca coisa via na mente de Spark naquele momento, mas uma coisa era certa, ele estava correndo perigo.

Demon, ao observar que Spark já havia se retirado e que a garota estava sozinha, mesmo em seu estado enfraquecido, se convenceu de que seria páreo para executa-la na oportunidade que ela deixasse a casa. Para não deixar rastros de danos ou irregularidades dentro de casa que poderiam evidenciar um conflito, esperou pacientemente a garota sair de casa para confronta-la.



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