Volume 1
Capítulo 26: Paladino Renegado
Rose não pareceu assustada; ela segurou a corrente firmemente enquanto olhou com raiva para Carmila. Mas uma voz masculina a assustou. A voz venho de suas costas e uma mão branca com longas garras amarelas repousou sobre o ombro da Rose. Isso a deixou com medo. Ela olhou para a mão e ouviu a voz, mas não teve coragem de se virar e ver quem estava ali.
— Ela cheira bem! Quero devora-la!
A voz sussurrou, e Rose ficou paralisada de medo. Ela sentiu seu cabelo sendo movido e, em seguida, um bafo quente em seu pescoço.
Antes que as presas de Francis pudessem perfurar sua pele, ele foi violentamente arremessado para longe por Duque. Ele acabara de dar uma poderosa voadora no vampiro. O impacto da ação surpreendente fez Francis colidir contra a parede, atordoado.
Com o coração acelerado, Rose virou-se para ver o que havia acontecido e ficou chocada ao ver Duque em pé, entre ela e o vampiro. Seus olhos transmitiram determinação e coragem enquanto ele se posicionava para protegê-la. Nesse momento tenso e eletrizante, Rose sentiu uma mistura de gratidão.
— Eu avisei! — Duque repreendeu Rose.
Francis se levantou lentamente do chão e olhou em volta para a bagunça que se formou. Havia um pedaço de chifre amarelo no chão. Ele levou a mão até a cabeça; seus chifres pareciam os de um cervo, como galhos, mas eram brancos com degradé amarelo nas pontas.
Ao não sentir a ponta de seus chifres, Francis deu um longo grito de raiva.
— Desgraçado!
Francis correu até Duque, pronto para rasgar sua carne com as garras afiadas, mas Duque rapidamente abriu suas asas negras e desviou de Francis.
Enquanto isso, Rose e Kristen se esconderam de Carmila dentro de um balcão. Devido à velocidade de Carmila, as garotas acharam que não teriam chances de vencer.
— Somos Paladinas, não somos? — Kristen perguntou entre surros. — Eu tive uma ideia. A cabeça dela está costurada, se nós mirássemos lá ...
— Mas como vamos faze-la ficar parada?
— Só preciso que você distraia ela.
— Ela vai me matar, sem hesitar! — disse Rose, com medo.
— Use sua lábia, fale com ela.
Kristen mexeu nas coisas no balcão e encontrou um barbante lá. Ela pegou sua cruz dourada e derramou todo o líquido sobre o barbante.
— Saia primeiro. Ela não pode me ver. Atraia-a para fora.
Rose deixou o balcão e, ao engatinhar, se deparou com os saltos vermelhos de Carmila. Ao olhar para cima, ela viu a mulher sorrindo. Rose se ergueu rapidamente e correu o mais rápido que pode, mas onde quer que ela fosse, Carmila chegava antes.
— Minha querida ...
Um forte estouro assustou ambas, que veem Francis quase arrancando as asas de Duque.
— O lebre branca e o Duque irão replicar o passado! Vingança é o que os move!
— Do que está falando? — Rose finalmente encontrou uma oportunidade para enfrentar Carmila.
— Lebre Branca é filho da realeza, a querida família dele foi morta por Duque. Antes de se tornar essa besta, Duque era conhecido como Paladino Renegado.
— O lebre branca, você o conhece? — Rose deu alguns passos para trás, tentando atrair Carmila para o local desejado.
— O Francis o conhece, ele sempre o conhece em toda encarnação.
Ao se aproximar da porta, Rose sentiu algo cortar sua canela. Ela logo entendeu o plano de Kristen. Rose desviou da corda que estava amarrada na porta, sem retirar os olhos de Carmila.
— Olhe nos meus olhos. — Rose prendeu a atenção de Carmila em si para que ela não percebesse a corda. — E tente me pegar! — Rose correu o mais rápido que pode, esperando que Carmila a seguisse.
Ao ir atrás de Rose, Carmila não percebeu a corda e passou por ela com sua velocidade absurda, arrancando suas pernas. Carmila caiu e xingou as garotas.
— Agora, Kristen! — Rose enrolou a corrente no pescoço de Carmila, Kristen puxou a corrente de um lado e Rose puxou de outro, tentando decapitar Carmila.
A cabeça de Carmila rolou até os pés de Rose. A garota retirou sua cruz dourada, fazendo menção em virar sobre Carmila.
— Espera! — Kristen disse, pegando a cabeça de Carmila e erguendo-a. A garota gritou para Francis da janela quebrada. — Bicho feio!
Kristen chamou atenção de Francis. Ela então jogou a cabeça de Carmila sobre o chão, derramando a poção da cruz dourada, dando um fim à existência de Carmila.
Com raiva, Francis fez menção de ir até as garotas, mas Duque se colocou à frente dele.
— Já chega!
Ele atravessou a mão no peito de Duque. — Agora, morra! — Francis sussurrou ao pé do ouvido de Duque.
— Precisa mais que isso para me matar.
Duque levantou voo, segurando as mãos de Francis. Ele passou pela porta veloz, arrastou seu inimigo por toda floresta e o jogou contra as roxas das montanhas.
Duque voou de volta para a escola e foi até as garotas.
— Ele vai se regenerar, voltem para o quarto. — Duque colocou a mão no ferimento do peito; mesmo se regenerando, a dor era eminente.
— Vai chegar um momento em que você não vai mais regenerar. — Kristen disse ao ver a careta de dor de Duque. — Quantas vezes você já se regenerou? Duas, três?
— Três!
— Precisa beber sangue humano para se regenerar. Os vampiro retiram suas forças do sangue. Se ferir-se de tal forma novamente, não irá mais regenerar. — Kristen advertiu.
— Vamos entrar! — Duque fechou a porta do quarto atrás de si, vendo o sol nascer no horizonte. — Sobrevivemos a essa noite — Duque disse alegre.
☆☆☆
Johnny abriu os olhos lentamente; a primeira coisa que viu foram os chifres negros de Duque e seus cabelos brancos.
— Eles estão acordados! — Duque disse alegre.
— Que ano é hoje? — indagou Yuri, tonto e se atrapalhou nas palavras.
O garoto, assustado, olhou para o lado e avistou Sam, que gritou e se contorceu na cama, lutando para se libertar dos fios que o prendiam. Sam, com determinação, arrancou cada fio que estava ligado a ele e se levantou.
Sam correu enquanto cambaleava; foi até o quarto, se agachou e pegou uma caixa de sapatos. Ele abriu a caixa e viu várias notas de dinheiro de diferentes valor.
— A ratazana não achou vocês aí! — Sam abraçou as notas.
Yuri se levantou da cama e removeu os fios grudados em seu corpo, ignorando Duque até ouvir Kristen mencionar que eles foram alimentados por sonda.
Ele deixou o quarto e foi até a cantina, onde viu a destruição mas se alegrou ao ver que a geladeira estava intacta. Ele começou a comer tudo o que encontrou. Ao perceber a escola vazia, Yuri retornou ao quarto assustado.
— Johnny! Eu tinha razão, já se passaram trinta anos. Ninguém mais estuda nessa escola. Sobrou só nos três aqui!
— Vocês acordaram. — Rose entrou no quarto e expressou alegria ao ver os amigos.
— E quem é você ? Filha ou neta da Rose? Quanto tempo se passou?
— Ela é uma ratazana sorrateira! — Sam disse com raiva, segurando a caixa de dinheiro. — Esta falando cinquentinha, e eu sei que foi você que pegou, Rose!
Ao ouvir isso, Johnny desviou o olhar, e Kristen percebeu a feição de culpa de Johnny e sorriu.
— Ela não pode entrar no dormitório dos garotos.
— Eu não acredito! A um judas entre nós três! — Sam colocou a caixa sobre a mesa ao lado da cama.
— Cadê todos? — Johnny se levantou e foi em direção a janela. — Isso é sal?
— Hoje é 11 de novembro, eles foram a caça dos portais para fecha-los.
Johnny olhou para Duque com seriedade, voltou para a cama e disse: “começa a falar”
— O que você quer que eu fale? — perguntou Duque, curioso.
— Eu sei que você lembra da sua vida antes de se tornar uma besta. A Morgana nos contou.
— Eu nunca vi aquela mulher na minha vida.
— Vocês iam se casar.
— Impossível, meu único amor é o Silver — Duque cruzou os braços e virou o rosto. — Foi amor à primeira vista.
— Acho que é amor de outras vidas!
— Acho que lembro sim, eu tinha um lacaio leproso chamado Johnny. — Duque disse de maneira sarcástica.
— Carmila disse que você era conhecido como Paladino Renegado.
Rose olhou para Duque, sua expressão de sarcasmo mudou automaticamente para uma expressão séria, prestando atenção nas palavras dela.
— Foi você, não foi? Você fundou a Ordem dos paladinos.
— Olha que horas são, temos muito o que fazer. — Duque tentou evitar as perguntas mudando de assunto.
— Responda! — exclamou Johnny, impaciente.