Volume 5

Capítulo 7: Coincidências se Sobrepondo ao Inevitável

“—Espere, Charlotte-san, você se encontrou com a Kanon-san...?” — Perguntei, com a voz carregada de descrença.

   A discussão havia terminado e fomos para o quarto de Kanon-san, onde Charlotte-san soltou uma bomba que me deixou atordoado. Aliás, Kanon-san havia ficado para trás, dizendo que ainda tinha assuntos a resolver com o Presidente Himeragi. Tínhamos nos certificado de que o acordo fosse devidamente assinado e, com Kaguya-san ao seu lado, tudo ficaria bem. Então, fomos apenas eu, Charlotte-san e sua mãe que chegamos primeiro ao quarto de Kanon-san.

“Sim.” — Admitiu Charlotte-san suavemente, com o olhar abatido. — “Eu não queria te incomodar mais, Akihito-kun, então escondi...”

   Dei um sorriso irônico. — “Bem, considerando o que fiz primeiro, dificilmente sou de reclamar.”

   Então era isso que Kanon-san queria dizer quando disse que estávamos quites. Se eu tivesse trazido Charlotte-san, talvez tivesse notado a conexão entre a mãe dela e Kanon-san. Da mesma forma, se Charlotte-san tivesse me contado sobre o encontro delas, eu teria juntado as peças. Mas mesmo que tivéssemos percebido no momento, duvido que a situação tivesse melhorado muito. Kanon-san provavelmente escondeu para nos ensinar o que acontece quando não nos comunicamos direito. Sou grato por termos descoberto antes que piorasse. De verdade.

“De agora em diante, não vamos guardar segredos um do outro, okay?” — Eu disse gentilmente.

“Sim... me desculpe.” — Murmurou Charlotte-san, com a voz baixa.

“Estamos quites, então não precisa se desculpar.”

   Com isso, a questão do encontro secreto de Charlotte-san com Kanon-san estava resolvida. Eu não tocaria no assunto novamente.

“Mhm, mhm, guardar segredos não adianta, né?” — A mãe de Charlotte-san interrompeu, assentindo com um ar satisfeito.

   Charlotte-san lançou-lhe um olhar fulminante. — “...Acho estranho você dizer isso, mãe.”

   Era uma expressão rara nela, afiada e desprevenida, e eu não pude deixar de querer capturá-la em uma foto. Sua mãe, imperturbável, inclinou a cabeça. — “Bem, é verdade, mas tivemos nossas próprias circunstâncias, sabe?”

   Circunstâncias que ela parecia prestes a explicar.

“Onee... mãe da Charlotte-san, onde está a Emma-chan?” — Me peguei no meio de um deslize, quase a chamando de Onee-san como costumava fazer, antes de perguntar sobre a Emma-chan. Charlotte-san havia mencionado deixá-la com a mãe, então fiquei curioso por que ela não estava ali.

“A Onee-san está bem, sabia?” — Provocou sua mãe, sorrindo alegremente.

“Eu não gosto disso, então, por favor, pare.” — Interrompeu Charlotte-san bruscamente.

   Sua mãe inclinou a cabeça com um sorriso, mas a firme rejeição de Charlotte-san fazia sentido. Era estranho o namorado chamar a mãe dela de “Onee-san”.

“Lottie, isso é grosseiro, considerando que você também é tão jovem.” — Disse ela fazendo beicinho.

“Não é grosseiro nem um pouco.” — Retrucou Charlotte-san, seu japonês casual me parecendo refrescantemente novo. Eu queria que ela usasse esse tom comigo às vezes.

“Haa... Tudo bem com a Onee-san, mas como a Lottie faz tanto barulho, acho que não tenho escolha,” — suspirou a mãe, que em seguida se endireitou. — “Acho que não me apresentei direito antes, então vamos tentar de novo. Sou Sophia Bennett, mãe da Lottie e da Emma. Prazer em conhecê-lo.”

“Ah, sim... Então, tudo bem se eu te chamar de Sophia-san...?” — Perguntei cautelosamente.

“Se quiser, pode me chamar de Okā-san também, sabia?” — Provocou ela, com os olhos brilhando.

[Del: Okā-san = Mãe.]

“Mãe!?” — O rosto de Charlotte-san ficou vermelho vivo, sua voz uma mistura de choque e constrangimento.

   Foi uma coisa ousada de se dizer, e eu não pude deixar de rir. — “Que foi? Não precisa gritar assim.” — Disse Sophia-san, imperturbável.

“Mas é muito cedo...!” — Charlotte-san protestou, com as bochechas ainda queimando.

“É mesmo?” — Sophia-san inclinou a cabeça, genuinamente confusa. A teimosia natural de Charlotte-san claramente vinha dela. — “...Ah, entendi. Certo, vocês duas ainda não se deram bem, não é?”

   Ela pareceu chegar à sua própria conclusão, me deixando pensando o que ela queria dizer com “se deram bem”. Antes que eu pudesse perguntar, ela se virou. — “Ah, eu não respondi à pergunta do Akihito-kun. A Emma está dormindo na cama da Kanon-chan.” — Ela apontou para uma cama luxuosa com cortinas brancas, onde um pequeno volume sob o cobertor revelava Emma-chan, aconchegada e respirando suavemente.

   Levantei cuidadosamente o cobertor para confirmar. Lá estava ela, dormindo pacificamente, seu pequeno tronco subindo e descendo. O alívio me inundou — o Presidente Himeragi não tinha feito nada a ela.

“Vamos deixá-la dormir assim.” — Eu disse baixinho.

“Certo.” — Concordou Sophia-san. — “Se ela acordar, talvez não consigamos conversar.”

   Como ela observou, se Emma-chan acordasse, teríamos que entretê-la, então era melhor deixá-la descansar confortavelmente.

   Sophia-san apoiou o queixo, pensativa. — “Agora, por onde eu realmente devo começar...”

“Tenho uma tonelada de coisas para perguntar.” — Interrompeu Charlotte-san, seu olhar penetrante revelando seus sentimentos complexos. Sua mãe, que conhecia o namorado desde a infância, conhecia o membro do conglomerado que o incriminou e era presidente — sim, ela tinha muitas perguntas.

“Certo, talvez seja mais rápido ir em ordem cronológica.” — Decidiu Sophia-san. — “Acho que você, Lottie, já percebeu, mas eu conheci o Akihito-kun quando ele era pequeno. Por um tempo, brincávamos juntos todos os dias, como se ele fosse meu filho de verdade.”

   Charlotte-san me lançou um olhar emburrado, os lábios franzidos no que parecia ser ciúme. Por quê isso? — “Nos conhecemos quando eu era criança, então não tem nada de suspeito nisso, okay...?” — Tranquilizei-a, só por precaução.

“É verdade... mas é meio irritante que a mãe saiba sobre a sua infância e eu não.” — ela bufou, claramente irritada por sua mãe ter um pedaço de mim que ela não tinha.

     Essa garota, sinceramente…

“A Lottie tem uma possessividade incrível, hein?” — Provocou Sophia-san, ecoando meus pensamentos.

“—!?” — O rosto de Charlotte-san ficou vermelho, seus olhos arregalados de vergonha. Sua mãe tinha acertado em cheio.

“D-digo, qualquer um gostaria de saber sobre a infância daquele que ama...!” — Ela gaguejou, fazendo beicinho em protesto. Era infantil e totalmente adorável.

“No seu caso, você está com ciúmes, certo? Não é só querer saber.” — Insistiu Sophia-san, sorrindo.

“Ugh, por que você está sendo tão má...!” — Charlotte-san choramingou, elevando um pouco a voz.

“Não é como se eu estivesse sendo má... Mas não levante muito a voz, senão a Emma pode acordar e ter um ataque.” — Alertou Sophia-san.

“Ah...” — Charlotte-san se encolheu, olhando para mim com um olhar envergonhado, provavelmente envergonhada por mostrar um lado tão desprotegido. Sorri, tranquilizando-a.

“Vocês dois parecem se dar bem, então isso é bom.”

“Ugh... Estou tão envergonhada...” — Murmurou ela, beliscando a manga da minha blusa, com o rosto vermelho até as orelhas.

“Vocês dois são sim próximos, no entanto.” — Observou Sophia-san com um sorriso gentil. Seu tom de voz havia mudado, mas ela ainda era a mesma pessoa gentil de que eu me lembrava. — “Então, voltando ao assunto. Akihito-kun, tudo bem se eu falar sobre a promessa?”

“A promessa...?” — Repetiu Charlotte-san, inclinando a cabeça com curiosidade. Ela já tinha ouvido falar disso antes, mas não parecia significativo naquela hora.

“Claro, tudo bem.” — Assenti.

“Obrigada.” — Disse Sophia-san, virando-se para Charlotte-san. — “Como eu disse, eu pensava no Akihito-kun como meu próprio filho. Afinal, ele tinha a mesma idade que a sua, Lottie. Mas eu tinha família na Inglaterra e trabalho, então não podia ficar no Japão nem levá-lo comigo. Quando parti, fiz uma promessa: quando o Akihito-kun crescesse, eu voltaria para recebê-lo como família.”

   Sim, essa era a preciosa promessa que eu fizera com Onee-san. Os olhos de Charlotte-san se arregalaram. “Será que esse é... o verdadeiro motivo de você ter vindo ao Japão, mãe...?”

“Isso, eu vim buscar o Akihito-kun.” — Admitiu Sophia-san com um sorriso irônico. — “Bem, é verdade que estou trabalhando na filial de Okayama.”

   Ela veio ao Japão a trabalho quando criança, então devia haver uma filial aqui. Não havia motivo para ela mentir. Fiquei muito feliz por ela ter vindo me buscar, mas uma pergunta me incomodava. — “Por que você não me encontrou logo depois de vir para o Japão?”

   Charlotte-san estava no Japão há algum tempo e Sophia-san morava por perto. Por que a demora? — “Hmm, falar sobre isso exigiria um pequeno desvio...” — Sophia-san refletiu, batendo os lábios. Achei o gesto fofo, mas o olhar penetrante de Charlotte-san me fez ignorá-lo com um sorriso.

“Simplificando, foi para deixar a Lottie e você, Akihito-kun, se aproximarem. Eu teria atrapalhado,” — Explicou ela, levantando um dedo com um sorriso. Outra pergunta surgiu.

“Na mesma lógica... Não teria sido mais fácil nos aproximarmos se você mediasse, Sophia-san?”

“De jeito nenhum.” — ela riu. — “Se eu tivesse feito isso, a Lottie teria mantido distância de você. Ela tem um medo de garotos, mesmo que não demonstre.”

   Charlotte-san desviou o olhar sem jeito, confirmando as palavras da mãe. Então, a Sophia-san queria que nos conectássemos naturalmente. O que significava... — “No primeiro dia depois das férias de verão, quando a Emma-chan se perdeu... não foi um acidente, foi? Foi orquestrado, certo?”

“Hã!?” — Charlotte-san engasgou, atordoada. Sophia-san, no entanto, deu um sorriso irônico, sem surpresa. — “Por que você acha isso?”

“Eu percebi na escola que a Charlotte-san mantém distância dos garotos.” — Expliquei. — “Provavelmente seria a mesma coisa morando ao lado. Se nos deixasse sozinhos, provavelmente só trocaríamos cumprimentos. Não pensei que você ficaria parada e deixaria isso acontecer.”

   Sophia-san havia organizado um evento para nos aproximar, e Kanon-san definitivamente estaria envolvida. Elas garantiram a segurança de Emma-chan, mesmo que não tivéssemos notado. — “Mais do que isso, a Charlotte-san e eu pegamos o mesmo caminho para casa, só que em horários diferentes. Mesmo assim, ela passou pelo lugar onde a Emma-chan estava, mas eu a encontrei. Isso me incomodava.”

   Emma-chan chorava alto, e a audição de Charlotte-san era aguçada. Se tivessem se cruzado, ela não teria vacilado. — “...Isso é incrível.” — Disse Sophia-san, impressionada. — “Você tem toda a razão, Akihito-kun. Mandamos a Emma deliberadamente procurar a Lottie. É claro que tínhamos várias pessoas disfarçadas cercando-a para mantê-la segura.”

   Então, as pessoas ao redor quando encontrei Emma-chan não se aproximaram porque estavam me esperando, agindo confusas para vender a farsa. Havia até colaboradores na escola. Ao meu lado, Charlotte-san estava visivelmente chateada. Ela não gostou que tivessem usado sua irmãzinha. Eu sentia o mesmo. Mesmo que fosse para nos aproximar, usar uma criança deixou um gosto amargo.

   Mas Sophia-san e Kanon-san eram como eu. Eu podia sentir, sem palavras, a dificuldade delas em usar Emma-chan. Elas provavelmente acreditaram que Charlotte-san só abriria seu coração para alguém que protegesse sua irmã. A explicação calma de Sophia-san demonstrava que ela aceitava qualquer culpa. Se fosse assim, eu não poderia reclamar.

“Posso perguntar mais uma coisa?” — Questionei.

“Claro, pergunte qualquer coisa. Responderei o que puder.” — Respondeu Sophia-san.

“Miyu-sensei, a nossa professora, quando você a conheceu?”

   O sorriso de Sophia-san se tornou preocupado, enquanto Charlotte-san parecia confusa. — “Nossa... Você faz perguntas difíceis, não é? É como se tivesse certeza de que a Hanazawa-sensei estava envolvida.”

“Não pensei muito nisso no começo, mas agora tenho certeza.” — Eu disse. — “Para garantir que a Emma-chan só encontrasse a mim, tinha que haver um colaborador na escola.” — Miyu-sensei havia admitido sua conexão com a Kanon-san e, dependendo de quando se conheceram, poderiam ter cooperado antes.

“O que isso significa...?” — Perguntou Charlotte-san, confusa.

“É simples.” — Expliquei. — “Depois que a Emma-chan desapareceu, você garantiu que ela nunca mais saísse sozinha, certo?”

“Sim, isso mesmo...”

“Exatamente. Elas só tinham uma chance de fazer a Emma-chan me encontrar, sem margem para falhas. Se não desse certo, você tomaria precauções e uma segunda tentativa levantaria suspeitas. Então, tinham um colaborador. Naquele dia, a Miyu-sensei me fez organizar o depósito como punição.”

[Almeranto: O prota é um detetive e eu não tô sabendo?]

   Isso mudou meu timing em relação à Charlotte-san. Mais do que isso, a Miyu-sensei parecia saber que eu traria a Emma-chan, alegando que a Charlotte-san havia mencionado o desaparecimento da irmã e que ela me viu com uma garota de cabelos grisalhos. Mas, dada a sua personalidade, ela teria alertado outros professores e ido até a Charlotte-san imediatamente. Em vez disso, ela ficou na sala dos professores — estranho. Ela devia saber que eu traria Emma-chan, provavelmente entrou em contato comigo no momento em que a encontrei, cronometrando perfeitamente sua ligação para Charlotte-san.

“Você convidou a Miyu-sensei, certo? Para me manter longe e ganhar tempo. Mas ela não confiaria em alguém de quem não é próxima. Então, vocês já se conheciam, né?”

   Sophia-san me observou e deu um sorriso irônico. — “Você é realmente especial, Akihito-kun... Você cresceu tão bem.” — Confirmando meu palpite, ela continuou: “Deixe-me dizer uma coisa primeiro. A Hanazawa-sensei ajudou porque sabia que seria bom para você, não apenas porque nos conhecíamos. E outra coisa: eu a conhecia, mas não éramos exatamente próximas. Ela tem suas próprias circunstâncias. Neste caso, foi a Kanon-chan quem a chamou.”

   Então, Kanon-san era o elo com Miyu-sensei, a proximidade delas evidente no uso casual do primeiro nome. — “Há uma coisa que me deixa curioso...” — Eu disse. — “Estive com a Kanon-san quase o tempo todo, desde pequeno. Estávamos juntos todos os dias até eu voltar para a instituição. A única vez que elas poderiam ter se encontrado foi durante as horas em que eu estava lá, da noite para a manhã — mas ela nunca mencionou nada parecido.”

(Akihito) “Quando elas se conheceram...?” — Insisti.

“Hmm, bem, isso não é algo que eu deva falar casualmente.” — Disse Sophia-san cuidadosamente. — “Provavelmente é difícil para a Kanon-chan ou a Hanazawa-sensei discutirem, então acho melhor não tocarmos no assunto.”

   Havia claramente uma bagagem pesada ali. Kanon-san havia recomendado minha escola, alegando que era ideal para cumprir as cotas e longe o suficiente para evitar conhecidos. Akira e Kousaka-san viajavam longas distâncias, e poucos da minha escola de ensino fundamental frequentavam. Seria isso uma fachada, com o verdadeiro motivo sendo a presença de Miyu-sensei? Ou eu estava pensando demais?

“Vamos voltar ao assunto,” — Disse Sophia-san, com um sorriso fraco. — “Eu sei que foi egoísmo forçar vocês dois a ficarem juntos. Mas achamos que era pelo bem de ambos. Por favor, acreditem nisso.”

   Suas palavras soaram verdadeiras. — “Não duvido disso, mas...” — Olhei para Charlotte-san, que encarava a mãe com insatisfação, provavelmente se contendo para não interromper.

“Foi também por nossa causa que você não vinha muito para casa?” — Perguntou Charlotte-san, incisivamente.

“Se eu estivesse por perto, vocês duas não poderiam ficar no apartamento do Akihito-kun, certo? Principalmente você, Lottie — você é tímida demais para ir à casa de um garoto se eu estiver lá,” — Explicou Sophia-san. A timidez de Charlotte-san a teria mantido longe, e visitas tardias seriam impossíveis. Sophia-san havia se mantido longe para evitar revelar a orquestração antes que nosso vínculo se aprofundasse, o que poderia ter causado uma ruptura entre nós.

“Desculpe por todas as perguntas, mas... acho que a Charlotte-san e a Emma-chan devem ter se sentido sozinhas.” — Eu disse. — “O que você pensa disso?”

   Os motivos de Sophia-san faziam sentido, mas não levavam em conta os sentimentos das filhas. Por que ela havia ignorado as emoções delas? O perdão de Charlotte-san dependia disso. 

“Eu pensei que você preencheria essa lacuna, e a solidão as levaria a buscar outra coisa para preenchê-la.” — Ela respondeu.

   Então, ela calculou que a solidão delas as levaria para mim. — “Por que você foi tão longe para nos unir? Há um motivo, certo?”

   Suas ações pareceriam precipitadas, como se tivéssemos que ficar juntos imediatamente. — “A razão pela qual eu queria vocês juntos era para cumprir minha promessa.” — Disse Sophia-san gentilmente. — “Para recebê-lo como meu filho, escolhi um caminho natural.”

   Seu sorriso confiante não continha culpa. — “Mesmo que isso significasse ignorar os sentimentos da Charlotte-san?”

“Claro, eu também estava pensando na felicidade da Lottie.” — Disse ela com firmeza. — “A Kanon-chan me manteve atualizada sobre como você estava crescendo. Eu acreditava que você seria um apoio para a Lottie e a faria feliz.”

   Sua certeza não era mentira — ela realmente considerou a felicidade de Charlotte-san, confiando nos relatos de Kanon-san.

“Mais do que isso...” — A expressão de Sophia-san ficou séria. — “A Lottie estava sofrendo por causa do pai. Eu queria que você a ajudasse. Minhas palavras, como alguém envolvida, nunca tocaram o coração dela, por mais que eu tentasse.”

   Ela baixou os olhos com tristeza. Eu já suspeitava disso... Sophia-san não se ressentia de Charlotte-san, mas estava tentando ajudar a filha, que se culpava pela morte do pai. Fiquei aliviado por Charlotte-san não ser apenas um meio para o meu bem. Olhando para ela, ela pareceu perplexa, tendo acreditado que a mãe a ressentia todo esse tempo.

“Mãe... você… não me odeia...?” Charlotte-san perguntou hesitante.

   O sorriso caloroso e gentil de Sophia-san a envolveu. — “De jeito nenhum eu odiaria minha preciosa filha. E quanto àquele acidente, estou orgulhosa do seu pai por protegê-la. A culpa foi do carro que avançou no sinal vermelho, então você não precisa se sentir culpada, Lottie.”

   Suas palavras carinhosas derreteram as defesas de Charlotte-san. Seu rosto se suavizou, o peso da culpa se dissipou, e ela começou a chorar como uma criança, com lágrimas escorrendo livremente.

   Fiquei tão feliz, de verdade.

Traduzido por Moonlight Valley

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